Literaturas africanas de expressão portuguesa - Centro Virtual ...
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exílio, o segundo já <strong>de</strong>pois da in<strong>de</strong>pendência (adiante<br />
<strong>de</strong>le falaremos) furtam-se ao círculo apertado da<br />
censura, ou à auto-censura que todos os autores<br />
africanos (e portugueses) forçosamente haviam <strong>de</strong><br />
impor a si próprios. Daí que a sua análise da socieda<strong>de</strong><br />
angolana sob a dominação colonial possa socorrer-se <strong>de</strong><br />
uma linguagem sem eufemismos, sem <strong>de</strong>terminados<br />
silêncios ou espaços em branco a que Castro<br />
Soromenho (e outros), em Viragem e Terra morta teriam<br />
sido obrigados.<br />
Papel importante nesta época, que veio associar-se ao<br />
<strong>de</strong>sempenhado pela Casa dos Estudantes do Império,<br />
embora <strong>de</strong> menor relevância, foi o das Publicações<br />
Imbon<strong>de</strong>iro (1960-1965), que teve como aturados<br />
responsáveis Garibaldino <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> e Leonel Cosme,<br />
com se<strong>de</strong> em Sá da Ban<strong>de</strong>ira. Pela Imbon<strong>de</strong>ira foram<br />
revelados ou <strong>de</strong>senterrados dos jornais e revistas já<br />
citados, como Mensagem, Cultura e outras, quer através<br />
dos ca<strong>de</strong>rnos mensais, quer através das antologias<br />
(Contos d’África, 1961; Novos contos d’África, 1962) e ainda<br />
em edições normais como as <strong>de</strong> Maria Perpétua<br />
Can<strong>de</strong>ias da Silva, O homem enfeitiçado (1961), autora<br />
ainda <strong>de</strong> A mulher <strong>de</strong> duas cores & Falsos trilhos (1959) e<br />
Navionga filha <strong>de</strong> branco (1966), autora <strong>de</strong> obras que se<br />
situam numa franja específica que é a do conhecimento<br />
psicológico do homem angolano entretecido nas suas<br />
estruturas tradicionais. Leonel Cosme (Quando a tormenta<br />
passar, 1959; Graciano, 1960; A dúvida, 1961; A revolta,<br />
1963), este último preenchido por protagonistas<br />
europeus, por norma manipulados pelo romance<br />
colonial, opõe-se, no entanto, a este, mercê da atitu<strong>de</strong><br />
crítica com que perspectiva o contexto social angolano.<br />
Entre os portugueses radicados cita-se Eduardo Teófilo<br />
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