Literaturas africanas de expressão portuguesa - Centro Virtual ...
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sem procuradas violências transgressivas, o tecido<br />
linguístico enriquece-se ao nível da angolanização.<br />
Luandino Vieira, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma edição frustrada (A<br />
cida<strong>de</strong> e a infância, 1957), frustrada do ponto <strong>de</strong> vista<br />
editorial, dado que toda a edição foi apreendida e<br />
<strong>de</strong>struída na própria tipografia, o mesmo livro refundido<br />
e ampliado é publicado com igual título, em 1960, na<br />
Colecção Autores Ultramarinos da C. E. I., Lisboa. E<br />
vão publicar-se os seguintes: Luanda (1964); Velhas<br />
histórias, 1974; Nós, os do Makulusu, 1974; Vidas novas<br />
(1975); A vida verda<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Domingos Xavier, 1974. Os seus<br />
textos trazem à ficção angolana uma surpreen<strong>de</strong>nte<br />
configuração <strong>de</strong> ruptura e construção <strong>de</strong> uma língua<br />
nova que culmina No antigamente na vida (1974), a partir<br />
do português falado nos musseques (ghettos da cida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Luanda) e da influência do quimbundo. A sua obra,<br />
nos fundamentos <strong>de</strong> inovação estilística só tendo<br />
paralelo em Guimarães Rosa, ganha uma altura que<br />
po<strong>de</strong> ser colocada ao lado da dos melhores prosadores<br />
da língua <strong>portuguesa</strong>. O mundo social, psicológico, o<br />
espaço do imaginário, o <strong>de</strong>spertar <strong>de</strong> uma consciência<br />
nacional em trânsito para uma i<strong>de</strong>ntificação activa no<br />
mundo da mudança, o drama ou a tragédia <strong>de</strong> uma<br />
situação revolucionariamente assumida na luta contra a<br />
opressão (em pleno in Vidas Novas), reflexo <strong>de</strong> uma<br />
socieda<strong>de</strong> em retransformação, plasmada <strong>de</strong> várias<br />
contribuições culturais, insuspeitado universo<br />
reinventado na pesquisa e <strong>de</strong>scoberta literária, sagra a<br />
obra <strong>de</strong> Luandino Vieira como um testemunho<br />
impressionante.<br />
Manuel dos Santos Lima estreia-se na prosa com o<br />
romance As sementes da liberda<strong>de</strong>, 1965, e recentemente<br />
publica As lágrimas e o vento (1976). O primeiro escrito no<br />
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