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Literaturas africanas de expressão portuguesa - Centro Virtual ...

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são os livros <strong>de</strong> Arnaldo Santos e Jorge Macedo. Mas a<br />

estes po<strong>de</strong>mos juntar A <strong>de</strong>cisão da ida<strong>de</strong> (1976) <strong>de</strong> Ruy <strong>de</strong><br />

Carvalho, embora não tenha sido agregado à citada<br />

colecção, o que, para o efeito, nada significa, claro. Do<br />

ponto <strong>de</strong> vista temático há que acentuar o facto <strong>de</strong> estas<br />

vozes transitarem da era do «xicote» e do «exílio» para<br />

os tempos «da terra libertada» na <strong>expressão</strong> <strong>de</strong> Jorge<br />

Macedo.<br />

Arnaldo Santos (Poemas no tempo, 1977) reúne às<br />

poesias já anteriormente publicadas, as que escreveu e<br />

guardou <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1960 até 1973; e ainda outras, a maioria<br />

<strong>de</strong>las datadas da era após-<strong>de</strong>scolonização. Deste modo,<br />

temos a real dimensão poética do autor, para quem a<br />

linguagem poética é um acto <strong>de</strong> meditação e pesquiza<br />

continuada:<br />

Tem homens nesta terra<br />

que bebem o futuro no presente<br />

E criam do varrer das cinzas a VIDA. (p. 77)<br />

Recusa à linguagem fácil e aos efeitos espectaculares, é<br />

também esta a lei na tessitura do texto <strong>de</strong> Ruy <strong>de</strong><br />

Carvalho que, como se disse, fez <strong>de</strong> Angola a sua pátria,<br />

e aqui se adianta: tornou sua a Revolução:<br />

A voz que nos chama<br />

rebenta do chão<br />

que as mãos conquistaram<br />

pela força do verbo<br />

De grave, quase silenciosa, embora nunca inocente,<br />

agora a tónica <strong>de</strong> Jorge Macedo em Clima do povo (1977)<br />

é a da acusação contra aqueles que «nos ausentaram das<br />

palavras feriram nossas muximas» dos que<br />

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