Literaturas africanas de expressão portuguesa - Centro Virtual ...
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Jornal <strong>de</strong> Luanda, suplemento dirigido por António<br />
Cardoso que entretanto <strong>de</strong>saparece, e <strong>de</strong>pois com<br />
«Lavra e Oficina» do Diário <strong>de</strong> Angola, cuja publicação as<br />
exigências próprias do momento teriam interrompido.<br />
Neles, principalmente no primeiro, <strong>de</strong> maior duração, se<br />
trouxeram ao conhecimento do público poetas já<br />
consagrados e outros <strong>de</strong>sconhecidos, alguns po<strong>de</strong>ndo<br />
consi<strong>de</strong>rar-se revelações.<br />
Colaboradores ou não da imprensa angolana, como<br />
Ngúdia Wen<strong>de</strong>l, Nito Alves, Armindo Francisco e<br />
Adriano Botelho <strong>de</strong> Vasconcelos, encerramos com eles<br />
este percurso da poesia angolana.<br />
Ngúdia Wen<strong>de</strong>l, <strong>de</strong> seu nome <strong>de</strong> baptismo Victor<br />
Sebastião Diogo Nogueira, edita em 1976 Nós voltaremos,<br />
Luanda!, prefaciado por Hél<strong>de</strong>r Neto, também poeta e<br />
contista ainda que <strong>de</strong> escassa produção (<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter<br />
militado na Casa dos Estudantes do Império transita<br />
para as matas <strong>de</strong> Angola). Discurso marcadamente<br />
anticolonialista, <strong>de</strong> exaltação patriótica, é um documento<br />
datado, com intenção muito precisa, trabalhado por<br />
quem se fez guerrilheiro. No poema que dá o título ao<br />
volume se lê que «Um dia, sairemos do mato» e<br />
havemos <strong>de</strong> ver-te Luanda, on<strong>de</strong> há «pançudos navios,<br />
carregando apressadamente/os últimos assassinos... [...]<br />
Nós voltaremos, Luanda 94, Mãe!». Memória da longa<br />
resistência popular (1976) é um texto <strong>de</strong> um guerrilheiro,<br />
que foi alto membro das forças armadas do M.P.L.A.:<br />
Nito Alves [i. e. Alves Bernardo Baptista]. * «O meu<br />
poema [...] é o da servidão» 95. A área do seu relato é a<br />
dos heróis, dos massacres, do «heróico sangue cubano»,<br />
da «epopeia», da «exortação», da «marcha vitoriosa». 96<br />
Armindo Francisco, um dos que também sofreram a<br />
perseguição e a prisão, acaba <strong>de</strong> publicar A Luta<br />
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