Literaturas africanas de expressão portuguesa - Centro Virtual ...
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datados das ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> Peniche e Caxias, on<strong>de</strong> esteve<br />
preso <strong>de</strong> 1965 a 1974. Vinte e quatro poemas, um<br />
roteiro <strong>de</strong> muitos anos, uma poética nos liames <strong>de</strong> uma<br />
África («Mesmo que nos enxotem SOMOS<br />
NEGROS/mesmo que nos persigam SOMOS<br />
NEGROS» 91 que teria <strong>de</strong> ser África acontecesse o que<br />
acontecesse, quisessem ou não os colonialistas, e ao<br />
mesmo tempo visível o cordão umbilical preso às<br />
mundividências <strong>de</strong> uma área urbana (Luanda, estamos<br />
convencidos):<br />
Terra vermelha <strong>de</strong> areia<br />
Terra vermelha <strong>de</strong> sangue<br />
Terra vermelha <strong>de</strong> luta<br />
Terra vermelha <strong>de</strong> esperança 92<br />
e daí uma fala aprendida na distância que vem da<br />
Mensagem e da Cultura (II), notadamente na parte «O<br />
romance <strong>de</strong> Vovô Feixi» que é também uma «reflexão»<br />
sobre a gesta dos que na<br />
«Luta/Morte/Fome/<strong>de</strong>sampara» sabem (sabiam) que<br />
«Dolorosamente nasce o dia». E agora Manuel Rui, <strong>de</strong><br />
novo: 11 poemas em novembro (1976) sobre o qual Costa<br />
Andra<strong>de</strong> diz ser «um livro pequeno com o gran<strong>de</strong> valor<br />
em que a Poesia assume a imagem espiral num<br />
crescendo <strong>de</strong> música, raiva, palavra e voz colectiva». A<br />
alegria da vitória, da assunção, acrescentaríamos nós:<br />
Olhamos-te ban<strong>de</strong>ira agora<br />
e vamos percorrer contigo este país<br />
até semearmos Novembro em toda a parte 93<br />
A tradição dos suplementos literários mantém-se após<br />
a in<strong>de</strong>pendência nacional com «Resistência Cultural», do<br />
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