Literaturas africanas de expressão portuguesa - Centro Virtual ...
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a separação histórica com a época da libertação<br />
nacional. Para isso, <strong>de</strong>vemos ter presente que, após o 25<br />
<strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 1974, se entrou no período <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> e <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scolonização e a partir daí também os poetas e os<br />
romancistas pu<strong>de</strong>ram escrever e publicar em liberda<strong>de</strong>.<br />
É <strong>de</strong> admitir, portanto, que, pelo menos, duas coisas<br />
aconteçam. Uma, trazida pelas obras dos autores já<br />
conhecidos ou não, antologizados ou não, que tiveram<br />
<strong>de</strong> guardar consigo o fruto <strong>de</strong> um ofício criador<br />
silenciado; ou, então, e aqui não serão muitos os casos,<br />
poemas (sobretudo) que no exílio, <strong>de</strong>ntro ou fora da<br />
guerrilha, sairam em folhas policopiadas e, ainda mais<br />
raro, em livro mas em país estrangeiro. Outra, trazida<br />
pelas recentes vocações, todas elas com uma original<br />
experiência, seja da luta armada, seja a da profunda<br />
incomodida<strong>de</strong> vivida no seu próprio país.<br />
Um <strong>de</strong>sses casos seria Costa Andra<strong>de</strong>, já<br />
anteriormente referido. Do seu livro Terra <strong>de</strong> acácias<br />
rubras (1961), da poesia que ulteriormente publicou no<br />
estrangeiro (Tempo angolano em Itália, 1963) ou escreveu<br />
na guerrilha e ficou em folhas policopiadas (Um ramo <strong>de</strong><br />
miosotis, 1970; Armas com poesia uma certeza, 1974)<br />
organizou o próprio Autor a sua antologia (Poesia com<br />
armas, 1976). Uma nova dimensão poética <strong>de</strong> Costa<br />
Andra<strong>de</strong>, «um poeta em plena maturida<strong>de</strong>, cujas raízes<br />
mergulham numa longa luta pela aquisição e controle<br />
dos seus meios originais <strong>de</strong> <strong>expressão</strong>», «poeta dum<br />
povo em emergência nacional, poeta liricamente<br />
fevereiro», nas palavras que Mário <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> escreveu<br />
no prefácio. Outro caso é o <strong>de</strong> Henrique Guerra.<br />
(«Andiki»). Poeta da Cultura (II) acaba <strong>de</strong> publicar<br />
Quando me acontece poesia (1976), o seu primeiro livro,<br />
afinal, e aí inclue alguns poemas já conhecidos, outros<br />
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