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Literaturas africanas de expressão portuguesa - Centro Virtual ...

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Calumba morrer-me no regaço Calumba<br />

linda cúenoitediamante por <strong>de</strong>ntro da<br />

música sibemolmenor nos lábiosmarimba do nosso acto<br />

vem Calumba muonda dia kuuaba 83<br />

Ruy <strong>de</strong> Carvalho, João-Maria Vilanova e Arlindo<br />

Barbeitos, tal como David Mestre, são dos que<br />

revitalizam a mo<strong>de</strong>rna poesia <strong>de</strong> Angola. Ruy <strong>de</strong><br />

Carvalho (Chão <strong>de</strong> oferta, 1972; A <strong>de</strong>cisão da ida<strong>de</strong>, 1976),<br />

outro poeta europeu, que se radica e se dá por inteiro à<br />

terra africana que termina por sua ser:<br />

Na superfície branca do <strong>de</strong>serto,<br />

na atmosfera ocre das distâncias,<br />

no ver<strong>de</strong> da chuva <strong>de</strong> Novembro,<br />

<strong>de</strong>ixei gravado meu rosto,<br />

minha mão,<br />

minha vonta<strong>de</strong> e meu esperma 84<br />

A palavra faz o registo sábio e transfigurado do<br />

teluricamente vivenciado, simultaneamente no mundo<br />

dos homens, dos bichos, dos animais, da floresta, do<br />

<strong>de</strong>serto, do sexo e do pão, apertando-se num lirismo<br />

tenso e saudável ao chão angolano, disposto a viver a<br />

aventura do seu <strong>de</strong>stino gravado na história.<br />

O discurso <strong>de</strong> João-Maria Vilanova, (Vinte canções para<br />

Ximinha, 1971; Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> um guerrilheiro, [1974]<br />

pseudónimo até agora por <strong>de</strong>cifrar, será <strong>de</strong>stes 85 o que<br />

mais conscientemente prolonga e renova as experiências<br />

dos poetas da Mensagem e da Cultura (II), tudo levando a<br />

crer que Vilanova venha dos tempos da Mensagem,<br />

notadamente quando o seu enunciado é a <strong>expressão</strong><br />

dum certo quotidiano povoado <strong>de</strong> rememorações, e<br />

nelas e na narração evocativa um mundo <strong>de</strong> anseios e<br />

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