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Literaturas africanas de expressão portuguesa - Centro Virtual ...

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e por isso<br />

ter vivido em sua carne,<br />

sangrando em seu espinho,<br />

auscultando a sua polpa. 76<br />

Ter África no sangue<br />

Ter África no sangue<br />

é compreen<strong>de</strong>r a voz dos quimbos;<br />

senti-la como reza em noites <strong>de</strong> Kazumbi,<br />

noites <strong>de</strong> óbito e batuque nas sanzalas. 77<br />

Nos alvores <strong>de</strong> 1971, beneficiando-se <strong>de</strong> uma magra<br />

liberalização (o termo é excessivo mas não encontramos<br />

outro) renasce o propósito <strong>de</strong> uma certa activida<strong>de</strong><br />

literária. Surgem duas revistas: Convivium (1970-1971) e<br />

Vector (1971-1972), os ca<strong>de</strong>rnos Capricórnio, fun<strong>de</strong>m-se<br />

ou renascem alguns suplementos literários como: «Artes<br />

e Letras» d’A Província <strong>de</strong> Angola, orientada por Carlos<br />

Ervedosa, e forma-se o grupo I<strong>de</strong>aleda. No entanto,<br />

saliente-se que quase todas, com excepção para os<br />

ca<strong>de</strong>rnos Capricórnio, eram iniciativas da<br />

responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> europeus radicados em Angola, a<br />

maioria vivendo agora em Portugal, alguns mesmo antes<br />

da in<strong>de</strong>pendência. Convivium é um projecto oficializante<br />

sem <strong>expressão</strong> que o recomen<strong>de</strong> para além <strong>de</strong> uma ou<br />

outra colaboração válida. Vector, na quase totalida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>dicado à poesia, foi a iniciativa honesta, possível nesse<br />

tempo. Só em fins <strong>de</strong> 1974, e ao impulso <strong>de</strong> João-Maria<br />

Vilanova, apareceria a revista Ngoma, <strong>de</strong> que saiu apenas<br />

um número, não sem uma certa frustração para quem,<br />

como nós, acreditou seriamente nas virtu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Ngoma.<br />

E por este período que se estreia em livro Carlos<br />

Gouveia (Utanha Wátua, 1973). Des<strong>de</strong> cedo radicado em<br />

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