Literaturas africanas de expressão portuguesa - Centro Virtual ...
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ou<br />
Repousem as memórias<br />
<strong>de</strong>scanse o sangue já vertido pela terra.<br />
Estão presentes os heróis<br />
Em todos nós<br />
o povo inteiro! 61<br />
Defen<strong>de</strong>r-te-á o poema<br />
cal<strong>de</strong>ado em Fevereiro<br />
com sangue do povo 62<br />
Em 1961, quase <strong>de</strong>spercebidamente, aparece em<br />
Luanda uma nova antologia: Força nova. Que «força<br />
nova»? A trazida pelos jovens estudantes do liceu. Só<br />
que esse impulso surge como que à margem do que se<br />
havia sedimentado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1950 na direcção da<br />
angolanida<strong>de</strong>. Generosos, «uma afirmação <strong>de</strong> presença»,<br />
<strong>de</strong>finida na recusa e na esperança, mas sem que haja<br />
uma visível inserção no corpo vivo <strong>de</strong> Angola. É um<br />
grupo numeroso, ainda assim: Natércia Alves Pacheco,<br />
Bernar<strong>de</strong>tte Amorim, Maria Filomena, Álvaro<br />
Henriques, além <strong>de</strong> outros, como Caobelo e António<br />
Jacinto Rodrigues, colaboradores do Jornal <strong>de</strong> Angola, e<br />
João Abel da Cultura (II), são alguns dos participantes.<br />
Tirante este último, os que melhor <strong>de</strong>finem uma<br />
consciência <strong>de</strong> ruptura são António Jacinto Rodrigues:<br />
«uma força indómita/soerguerá a minha voz.» 63<br />
Caobelo: «na agonia pressinto/que se avizinha um novo<br />
dia...» 64; e Álvaro Henriques: «Esperança em todos e<br />
tudo/na liberda<strong>de</strong> e na paz/no humano». 65<br />
A partir do início da década <strong>de</strong> sessenta a vida literária<br />
(e cultural, <strong>de</strong> certo modo) <strong>de</strong> Angola só po<strong>de</strong>rá ser<br />
apreendida na totalida<strong>de</strong> se estivermos atentos ao que se<br />
<strong>de</strong>senrola na Casa dos Estudantes do Império, em<br />
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