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Literaturas africanas de expressão portuguesa - Centro Virtual ...

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os que tombam pela verda<strong>de</strong>/ou que julgam tombar». 58<br />

Não obstante, a sua percepção se alarga e enriquece por<br />

espaços <strong>de</strong> ternura, <strong>de</strong> generosida<strong>de</strong>, solidarieda<strong>de</strong><br />

humana, tudo num acto consciente <strong>de</strong> apreensão da<br />

globalida<strong>de</strong> social. Em verda<strong>de</strong>, um poeta da indignação,<br />

vários textos seus têm sido ultimamente publicados em<br />

revistas e jornais, com relevo para «Resistência cultural»<br />

do Diário <strong>de</strong> Luanda (agora <strong>de</strong>saparecido), quase todos<br />

escritos na prisão – e neles, como sempre, revelada a<br />

exaltante e consciente rebeldia da sua inteireza, a palavra<br />

transmudada no discurso da revolta.<br />

Vem-me no vento esta promessa<br />

Do Sol que não vejo, mas sei!<br />

Não há força que nos impeça<br />

A razão ser força da lei 59<br />

Costa Andra<strong>de</strong> (Terra <strong>de</strong> acácias rubras, 1961; Tempo<br />

angolano em Itália, 1962; O regresso e o canto, 1975), <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> uma intensa activida<strong>de</strong> na Casa dos Estudantes do<br />

Império, <strong>de</strong>cidiu trilhar os áridos caminhos do exílio,<br />

através <strong>de</strong> vários países, um <strong>de</strong>les o Brasil, on<strong>de</strong> chegou<br />

a ser preso, actuando <strong>de</strong>pois nas fileiras do M.P.L.A.,<br />

como guerrilheiro, nas matas <strong>de</strong> Angola. O tom<br />

predominante do seu enunciado é o da intervenção.<br />

Don<strong>de</strong> que faz do seu verbo uma arma. Militante e<br />

poeta se fun<strong>de</strong>m, e ainda mesmo quando os olhos se<br />

<strong>de</strong>rramam na apreensão lírica: «Olha amor estas<br />

anharas/nelas renasce/o ver<strong>de</strong> forte/do capim...» 60. No<br />

seu último livro, adiante referido, perpassa e domina a<br />

epopeia da luta, a ressonância dos heróis e dos mártires,<br />

a que o ofício experimentado do poeta confere uma<br />

<strong>expressão</strong> <strong>de</strong> serena gran<strong>de</strong>za:<br />

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