Literaturas africanas de expressão portuguesa - Centro Virtual ...
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angolana, através do relevo dado aos valores linguísticos<br />
<strong>de</strong> raiz; b) – inauguração <strong>de</strong> um código que ocultasse o<br />
sentido do texto ao mundo oficial; c) – exercício criativo<br />
simultanea- todas as virtualida<strong>de</strong>s latentes.<br />
Os mais <strong>de</strong>stacados poetas <strong>de</strong>ste grupo <strong>de</strong>ixaram<br />
variada colaboração no Jornal <strong>de</strong> Angola (Luanda, 1953-<br />
1965) e não é pouca nem qualitativamente para<br />
<strong>de</strong>sprezar a poesia que ali se mantem inédita em livro.<br />
Há, assim, para um conhecimento amplo da activida<strong>de</strong><br />
cultural da década <strong>de</strong> cinquenta e dos escritores que<br />
pontuaram uma década tão importante, <strong>de</strong> ligar o Jornal<br />
<strong>de</strong> Angola não só à Mensagem como ainda a outra que é o<br />
prolongamento daquela. Trata-se <strong>de</strong> Cultura (II) 41<br />
(1957-1965): «Cumpre-nos (...) as expressões <strong>de</strong> todos<br />
aqueles que são efectivamente capazes <strong>de</strong> escrever verso<br />
ou conto, <strong>de</strong> estudar ou analizar, <strong>de</strong> criticar ou<br />
equacionar, os diferentes problemas <strong>de</strong> toda a or<strong>de</strong>m<br />
que se põem em Angola». E assim, <strong>de</strong> facto, aconteceu<br />
até on<strong>de</strong> as forças da repressão o permitiram.<br />
Diversificando-se pelos mais variados aspectos da<br />
activida<strong>de</strong> cultural <strong>de</strong> Angola, tudo ali foi objecto <strong>de</strong><br />
análise ou referência com uma dignida<strong>de</strong> e um saber que<br />
honra uma geração. O projecto era animado por uma<br />
camada jovem que aglutinaria quase todos os poetas e<br />
contistas disponíveis nesse tempo em Angola, incluindo<br />
os da Mensagem. Muitos continuaram sem livro<br />
publicado até hoje, uns e outros responsabilizados num<br />
consciente propósito <strong>de</strong> mensageiros <strong>de</strong> uma vida nova.<br />
Às vezes falam do passado, evocam os tempos idos da<br />
infância como que num reencontro afectivo<br />
compensatório da insatisfação do presente, fechado ao<br />
futuro, presente em que parecem <strong>de</strong>struídas<br />
virtualida<strong>de</strong>s que, na infância, agora vista à distância, se<br />
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