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Literaturas africanas de expressão portuguesa - Centro Virtual ...

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Pátria. Eis como simbolicamente, e nesse tempo <strong>de</strong><br />

clan<strong>de</strong>stinida<strong>de</strong> contínua, se exprimia o sentimento<br />

patriótico e se projectava o sentimento nacional – e<br />

mais: se préanunciava a luta <strong>de</strong> libertação. É, <strong>de</strong> resto,<br />

diga-se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já, a i<strong>de</strong>ia motora que vai presidir a todas<br />

as tarefas a que se <strong>de</strong>votarão, daí em diante, os mais<br />

lúcidos e <strong>de</strong>terminados escritores angolanos. Um ou<br />

outro ficará pelo caminho, um ou outro terminará por<br />

se acomodar em Lisboa à sombra da abdicação e da<br />

convivência <strong>de</strong>clarada ou subterrânea; um ou outro teria<br />

entrado no <strong>de</strong>sencanto. Terminarão por ser muitos os<br />

que pactuaram? Nem tanto. Poucos, mesmo. A gran<strong>de</strong><br />

maioria aguentou a pé firme. Na sua «Terra» (na sua<br />

Pátria). Outros, obrigados ao exílio, que transformaram<br />

numa barricada, outros na prisão, outros vigiados,<br />

incomodados, perseguidos pela veneno policial <strong>de</strong>stilado<br />

hora a hora (e este, quem o não sabe, não é das menores<br />

formas <strong>de</strong> sofrimento). E todos estes fizeram da sua<br />

poesia (e da sua narrativa <strong>de</strong> que adiante falaremos) um<br />

acto <strong>de</strong> fé. Por certo que ela é diversificada, enriquecida<br />

por um temário que não se cinge unicamente a uma<br />

substância revolucionária. Mas toda ela converge para<br />

uma globalida<strong>de</strong> significativamente revolucionária.<br />

Amor à terra, às coisas, aos homens, penetrada do<br />

mundo animal, vegetal, mítico, mas segmento medular<br />

da sua <strong>expressão</strong> é, <strong>de</strong> facto, a <strong>de</strong>núncia, a rebeldia, a<br />

consciência revolucionária; em suma, o projecto<br />

perseguido, passo a passo, para a Revolução, para a<br />

libertação. Aqui se dá corpo ao i<strong>de</strong>ário colectivo que se<br />

leveda nos anseios da profunda consciência nacional. Os<br />

poetas fazem da escrita um acto <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> no<br />

combate à violência, à repressão, à exploração, à<br />

alienação. E em nossos dias impressiona a profética voz<br />

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