Literaturas africanas de expressão portuguesa - Centro Virtual ...
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<strong>de</strong>finitivo em Portugal. A Ermelinda Pereira Xavier<br />
outro tanto aconteceu, e lamenta-se que tivesse<br />
abandonado o exercício poético, a que havia imprimido<br />
um acento veemente: «Avante, irmão, <strong>de</strong>mos as mãos/e<br />
comecemos a nossa jornada/vamos buscar os outros<br />
irmãos/que hesitam em dizer sua mensagem» 17 Será<br />
com Maurício Gomes que surge como que o primeiro<br />
rebate para uma congregação, afinal o objectivo do<br />
ca<strong>de</strong>rno, tão mo<strong>de</strong>sto, mas histórico:<br />
Tocadores, vin<strong>de</strong> tocar<br />
marimbas, n’gonias, quissanges<br />
Vin<strong>de</strong> chamar nossa gente<br />
P’rá beira do gran<strong>de</strong> Mar! 18<br />
Era, na evocação simbólica, o antecipado chamamento<br />
colectivo à sua gente, embora, paradoxalmente, M.<br />
Gomes se tivesse perdido pelo caminho.<br />
Um ano <strong>de</strong>pois, sai em Luanda a revista Mensagem<br />
(1951-1952) com o subtítulo «A voz dos naturais <strong>de</strong><br />
Angola». Consequência do projecto cultural e político<br />
do citado Movimento dos Novos Intelectuais <strong>de</strong><br />
Angola, <strong>de</strong>la se publicaram apenas quatro números, os<br />
dois últimos num só ca<strong>de</strong>rno 19. É com Mensagem que se<br />
projecta a viragem <strong>de</strong>finitiva no caminho da literatura e<br />
cultura angolanas: «o marco iniciador <strong>de</strong> uma Cultura<br />
Nova, <strong>de</strong> Angola, e por Angola, fundamentalmente<br />
angolana, que os jovens da Nossa Terra estão<br />
construindo». A consciência, a <strong>de</strong>terminação e o sentido<br />
da mensagem <strong>de</strong>sses jovens estão inscritos na forma como<br />
grafam com maiúsculas «Cultura Nova» e «Nossa Terra»<br />
que aqui não era propriamente a «Minha Terra» <strong>de</strong> José<br />
da Silva Maia Ferreira do século XIX, terra da sua<br />
naturalida<strong>de</strong>, mas sim «nossa Terra», nosso País, nossa<br />
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