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Literaturas africanas de expressão portuguesa - Centro Virtual ...

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171 Sensivelmente neste período, um português vivendo em<br />

Moçambique, Agostinho Caramelo, inicia a trilogia Fogo (1.º<br />

vol., 1961; 2.º vol., 1962; 3.º vol., 1964) e a sua obra vai ainda<br />

alargar-se: Fumo, 1966; Falsificantes <strong>de</strong> inferno, 1970. Caótica<br />

produção, vasada em volumes <strong>de</strong> centenas <strong>de</strong> páginas.<br />

Po<strong>de</strong>ríamos dizer, e correndo todos os riscos possíveis, que a<br />

atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Agostinho Caramelo é a <strong>de</strong> <strong>de</strong>núncia <strong>de</strong> abusos,<br />

traficâncias, injustiças, ambições, ao nível <strong>de</strong> pessoas e grupos<br />

instalados no centro do mecanismo colonialista, e o brutal<br />

tratamento dado ao homem negro. Testemunho, porém,<br />

carecido <strong>de</strong> coerente estrutura literária, parece-nos.<br />

172 Na Colecção «O som e o sentido» da Académica, Lda.<br />

do Maputo anunciava-se para breve a publicação póstuma <strong>de</strong><br />

Contos e lendas <strong>de</strong> António Carneiro Gonçalves, que viveu<br />

largos anos em Moçambique. Histórias publicadas na<br />

Imprensa moçambicana, dizem tratar-se <strong>de</strong> obra <strong>de</strong> mérito.<br />

Um longo hiato <strong>de</strong> 1965 a 1972 é interrompido com a<br />

publicação <strong>de</strong> Os espinhos <strong>de</strong> micaia (1972), a que se seguiram, O<br />

mulungo (1973) e Cacimbo (1972) <strong>de</strong> Eduardo Paixão e também<br />

o romance Kufemba (1972) <strong>de</strong> João Salva-Rey. Por certo vão<br />

ser outros os caminhos do romance moçambicano, que não<br />

os da proposta <strong>de</strong> Eduardo Paixão. Não se po<strong>de</strong>rá ser tão<br />

afirmativo em relação a João Salva-Rey, cujo romance tem o<br />

mérito <strong>de</strong>, parece que pela primeira vez, penetrar em certos<br />

níveis sociais e mentais, da raiz tradicional, existentes numa<br />

zona citadina.<br />

COMENTÁRIO FINAL<br />

173 Vi<strong>de</strong> Elsie Clews Parsons, Folclore do arquipélago <strong>de</strong> Cabo<br />

Ver<strong>de</strong>, 1968, tradução <strong>de</strong> Folk-lore from the Cape Ver<strong>de</strong> Island,<br />

New York, 1923, que reúne o fabulário cabo-verdiano<br />

recolhido por aquela antropóloga em New England, junto da<br />

comunida<strong>de</strong> cabo-verdiana. Além <strong>de</strong>sta recolha é muito<br />

escassa a literatura oral cabo-verdiana recolhida. Vi<strong>de</strong> ainda a<br />

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