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Literaturas africanas de expressão portuguesa - Centro Virtual ...

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estético) e, no caso vertente, sobretudo com Papa<br />

Gueye N’diaye: «Uma literatura nascida do reencontro<br />

<strong>de</strong> uma condição comum a todo um grupo humano,<br />

uma literatura militante como esta não se <strong>de</strong>ixa<br />

apreen<strong>de</strong>r, explicar por uma crítica que ignore as leis do<br />

seu nascimento e o sentido da sua escrita» («La<br />

littérature africaine et la critique», in L’Afrique, n.º 2,<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Dakar, 1972, p. 48).<br />

Escrita vivida numa realida<strong>de</strong> concreta em profunda<br />

mutação social, populações estruturalmente em<br />

<strong>de</strong>sagregação, e na construção do seu novo equilíbrio,<br />

no trânsito para o reencontro colectivo. Uma língua<br />

estranha <strong>de</strong> que tentam reapropriar-se afeiçoando-a<br />

caboverdianizando-a, angolanizando-a,<br />

moçambicanizando-a, <strong>de</strong> conformida<strong>de</strong> com as suas<br />

próprias necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>expressão</strong> (Vi<strong>de</strong> Moçambique<br />

pelo seu povo, selecção, notas e prefácio <strong>de</strong> José Capela,<br />

1971). Há (houve) que <strong>de</strong>struí-la para reconstruí-la. Os<br />

escritores vêm chamando a si a dura tarefa <strong>de</strong> torná-la<br />

suficientemente dúctil para que ela cumpra a sua função<br />

<strong>de</strong> veículo textual, na exigência <strong>de</strong> espaços <strong>de</strong><br />

características específicas. Daí essa aventura da<br />

<strong>de</strong>sarticulação da sintaxe, da fonética, e a consequente<br />

restruturação linguística, com sábios empréstimos às<br />

línguas autóctones, tornando-a originalmente expressiva<br />

e artisticamente funcional.<br />

Língua estranha mas a caminho <strong>de</strong> uma penetração<br />

funda, através da alfabetização <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ada<br />

vigorosamente nesses novos países. Língua <strong>de</strong> largo<br />

futuro, língua reapropriada, transformada, enriquecida,<br />

língua não apenas <strong>de</strong> um país mas <strong>de</strong> vários países que a<br />

integram como valor da sua própria cultura 176. Só agora<br />

que a libertação chegou para todos esses povos, os seus<br />

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