17.04.2013 Views

No mês dos agrônomos, - Faculdade Cantareira

No mês dos agrônomos, - Faculdade Cantareira

No mês dos agrônomos, - Faculdade Cantareira

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ANO 39, Setembro/Outubro de 2009, nº 251<br />

<strong>No</strong> <strong>mês</strong> <strong>dos</strong> <strong>agrônomos</strong>,<br />

os profissionais que trabalham na<br />

produção de alimentos, fibras e energia<br />

estão representa<strong>dos</strong> no JEA numa matéria<br />

que mostra as perspectivas desta profissão


Associação de Engenheiros<br />

Agrônomos do Estado<br />

de São Paulo<br />

Filiada a Confederação das Federações<br />

de Eng. Agrônomos do Brasil (Confaeab)<br />

Presidente Arlei Arnaldo Madeira<br />

aeasp@sti.com.br<br />

1º vice José Antonio Piedade<br />

dsmm@cati.sp.gov.br<br />

2º vice Angelo Petto Neto<br />

petto@widesoft.com.br<br />

1º secretário Ana Meire Coelho<br />

Figueiredo Natividade<br />

anikka@lexxa.com.br<br />

2º secretário Francisca Ramos de<br />

Queiroz Cifuentes<br />

ninacifuentes@hotmail.com<br />

1º tesoureiro Luis Alberto Bourreau<br />

bourrea@terra.com.br<br />

2º tesoureiro Rene de Paula Posso<br />

reneposso@uol.com.br<br />

Diretor Glauco Eduardo Pereira Cortez<br />

Glauco.cortez@uol.com.br<br />

Diretor Luiz Ricardo Viegas de Carvalho<br />

ricardoviegas@terra.com.br<br />

Diretor Marcos Roberto Furlan<br />

furlanagro@yahoo.com.br<br />

Diretor Nelson de Oliveira Matheus Júnior<br />

nmatheus@sp.gov.br<br />

Diretor Sebastião Henrique Junqueira de Andrade<br />

aeasp@sti.com.br<br />

Diretor Tulio Teixeira de Oliveira<br />

aenda@aenda.org.br<br />

CONSELHO DELIBERATIVO<br />

Aguinaldo Catanoce, Arnaldo André Massariol,<br />

Celso Roberto Panzani, Fernando Penteado<br />

Car<strong>dos</strong>o, Francisco José Burlamaqui Faraco<br />

Genésio Abadio de Paula Souza, Henrique<br />

Mazotini, José Amauri Dimarzio, José Maria<br />

Jorge Sebastião, José Paulo Saes, Luiz<br />

Henrique Carvalho, Luiz Mário Machado Salvi,<br />

Pedro Shigueru Katayama, Tais Tostes Graziano,<br />

Valdemar Antonio Demétrio<br />

CONSELHO FISCAL:<br />

André Luis Sanches, Anthero da Costa Satiago,<br />

José Eduardo Abramides Testa<br />

Suplentes: Francisco Frederico Sparenberg<br />

Oliveira, João Jacob Hoelz, Celso Luis Rodrigues<br />

Vegro<br />

Órgão de divulgação da Associação<br />

de Engenheiros<br />

Agrônomos do Estado de São Paulo<br />

Conselho Editorial<br />

Ana Meire Coelho F. Natividade<br />

Ângelo Petto<br />

Sebastião Junqueira<br />

Diretor Responsável<br />

Nelson de Oliveira Matheus<br />

Jornalista Responsável<br />

Adriana Ferreira (mtb 42376)<br />

Colaboradora: Sandra Mastrogiacomo<br />

Secretária: Alessandra Copque<br />

Tiragem: 10.000 exemplares<br />

Produção: Acerta Comunicação<br />

Diagramação: Sígride Gomes<br />

Redação<br />

Rua 24 de Maio, 104 - 10º andar<br />

CEP 01041-000 - São Paulo - SP<br />

Tel. (11) 3221-6322<br />

Fax (11) 3221-6930<br />

aeasp@sti.com.br/aeasp@aeasp.org.br<br />

Os artigos assina<strong>dos</strong> não refletem<br />

a opinião da AEASP.<br />

Permitidaa reprodução com citação da fonte.<br />

Vasto campo para a agronomia<br />

Este <strong>mês</strong> em que se comemora o Dia do Engenheiro<br />

Agrônomo, a AEASP presta sua homenagem a to<strong>dos</strong> os colegas,<br />

queremos que cada um de vocês, associa<strong>dos</strong> e leitores<br />

desse periódico, sintam-se cumprimenta<strong>dos</strong> por nós. Temos<br />

orgulho da nossa profissão e de pertencermos a essa associação<br />

que busca a constante valorização daqueles que alimentam<br />

a vida.<br />

Em nossa matéria de capa trouxemos uma reportagem<br />

com depoimentos de vários colegas, alguns começando na<br />

carreira e outros na estrada há mais tempo, eles possuem<br />

idades, perfis e atuações diferentes, mas em comum possuem<br />

o amor pela profissão que abraçaram. Os desafios da<br />

área são grandes, mas são proporcionais às oportunidades<br />

para aqueles que estiverem dispostos a se atualizar para<br />

atender as demandas do mundo globalizado.<br />

E por falar em homenagem, a AEASP já escolheu o “Engenheiro<br />

Agrônomo do Ano”, de 2009, é o colega Ivan Wedekin,<br />

diretor de comodities da BMF. Tivemos o prazer de receber<br />

a visita de Ivan em nossa sede para assim oficializarmos o<br />

convite. Suas contribuições à agricultura e sua determinação<br />

para defender os interesses do setor nos deixam tranqüilos<br />

quanto a nossa escolha. Preparamos uma entrevista com ele<br />

para que aqueles que não o conhecem possam conhecê-lo<br />

e para aqueles que já o conhecem possam saber um pouco<br />

mais de sua história e de como pensa.<br />

Como ocorre to<strong>dos</strong> os meses, em setembro, estive na<br />

reunião do Conselho Superior de Agricultura (Cosag) da<br />

FIESP, presidido pelo colega Roberto Rodrigues. E os temas<br />

discuti<strong>dos</strong>, como sempre, foram de muita relevância para a<br />

agropecuária. Em dois painéis, foram trata<strong>dos</strong> os temas das<br />

mudanças climáticas e seus reflexos na atividade agrícola e<br />

a questão do seguro rural, com a criação do Fundo de Catástrofe.<br />

Na seção Parabólica deste JEA fizemos um resumo das<br />

informações trocadas durante esse encontro.<br />

Com todas as dificuldades e desafios, acreditamos no<br />

nosso ofício e vamos continuar trabalhando pela valorização<br />

de nossa profissão. Feliz dia do engenheiro agrônomo!<br />

Boa leitura!<br />

Um abraço,<br />

Eng. Agr. Arlei Arnaldo Madeira<br />

Rua 24 de Maio, 104 - 10º andar CEP 01041-000<br />

São Paulo - SP Tel. (11) 3221-6322 Fax (11) 3221-6930<br />

aeasp@sti.com.br/aeasp@aeasp.org.br<br />

editorial


Crédito: Luciana Magalhães.<br />

AEASP elege o “Engenheiro<br />

Agrônomo do ano de 2009”<br />

Ivan Wedekin é o “Engenheiro Agrônomo do Ano”, de 2009.<br />

Ele recebeu os cumprimentos oficiais do presidente da Associação<br />

de Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo (AEASP),<br />

Arlei Arnaldo Madeira e do diretor Nelson de Oliveira Matheus.<br />

CATI tem novo coordenador e<br />

faz homenagem a antecessor<br />

Desde 1º de setembro de 2009, o eng. agr. José Luiz Fontes<br />

assumiu a direção da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral<br />

(CATI). Ele reuniu os dirigentes do órgão, onde expôs as<br />

prioridades de sua gestão, e fez uma homenagem em agradecimento<br />

ao bom desempenho na administração do coordenador,<br />

eng. agrº Francisco Eduardo Bernal Simões.<br />

<strong>No</strong>tas de falecimento<br />

IAC despede-se de dois brilhantes pesquisadores<br />

O eng. agr. dr. Carlos Eduardo de Oliveira Camargo,<br />

pesquisador científico do Instituto Agronômico de Campinas<br />

(IAC), que desenvolveu uma brilhante carreira, ao<br />

longo de 40 anos, faleceu em agosto. Em vida, recebeu o<br />

diploma de reconhecimento outorgado pelo Centro Internacional<br />

de Melhoramento de Milho e Trigo (CIMMYT),<br />

México, em 2002, pela valiosa colaboração durante os últimos<br />

25 anos nas atividades do CIMMYT no Cone Sul e pela<br />

geração de germoplasma, em nível mundial.<br />

A eng. agrª e pesquisadora Maria Regina Gonçalves<br />

Ungaro, atingiu o nível máximo da carreira pública, trabalhando<br />

na Seção de Oleaginosas, na Fazenda Santa Elisa<br />

do IAC; aposentou-se apenas formalmente, pois seguiu<br />

desenvolvendo suas pesquisas de campo, orientando jovens<br />

<strong>agrônomos</strong> e viajando regularmente para Campinas.<br />

Errata<br />

A irreverência de um<br />

engenheiro agrônomo<br />

Tomaz Caetano Cannavam Ripoli é piracicabano, engenheiro<br />

agrônomo, professor titular do Departamento de Engenharia<br />

Rural da Esalq, e escritor, não somente de textos científicos, mas<br />

também jornalísticos e literários. Ele lançou um livro curiosíssimo:<br />

“Escrevinhador, Retratista e Introdução à Bundalogia”:<br />

O livro é uma junção de artigos, crônicas e fotos produzi<strong>dos</strong> pelo<br />

autor onde fica evidente a personalidade crítica e o gosto pela ironia<br />

como recurso de linguagem para mostrar sua visão de mundo; os assuntos<br />

aborda<strong>dos</strong> são os mais varia<strong>dos</strong>, de política à histórias do seu<br />

cotidiano, além de um interessante tratado sobre, nada mais nada menos<br />

que, “bundas”. Dividido em três partes, a primeira é o Escrivinhador,<br />

onde estão agrupa<strong>dos</strong> os artigos, na segunda parte, Retratista, encontram-se<br />

as imagens, registros de Ripoli sobre diversos temas. Na terceira<br />

parte, intitulada “Bundalogia” o irreverente escritor faz uma pesquisa<br />

curiosa sobre bundas. Tem o bundácio - em substituição ao prefácio -,<br />

significa<strong>dos</strong> e assemelha<strong>dos</strong>, crônicas, poemas, símbolos da internet,<br />

significa<strong>dos</strong> no caipiracicabanês, dita<strong>dos</strong> adapta<strong>dos</strong> ao bundês, etc. As<br />

nádegas ainda estão presentes em cartoons e na publicidade, em diferentes<br />

épocas, e tem também o famoso bundograma na Esalq.<br />

O girassol foi a planta premiada com sua especial devoção.<br />

A AEASP reverencia aos dois colegas e oferece<br />

suas condolências às famílias.<br />

A AEASP presta sua homenagem ao colega engº<br />

agrº Antonio Pereira Lima, falecido recentemente. Natural<br />

de Guararapes (SP), formado pela ESALQ, dentre<br />

outras coisas, atuou na Assistência de Crédito do Grupo<br />

Real. A AEASP também oferece suas condolências<br />

à família de Pereira Lima.<br />

A AEASP também presta sua homenagem ao exdiretor<br />

do IAC, Francisco da Costa Verdade, que faleceu<br />

em setembro último, aos 88 anos, vítima de um enfarte.<br />

O engº agrº esteve no comando do IAC entre os<br />

anos de 1969 e 1981. Também foi consultor científico<br />

da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa),<br />

no Rio de Janeiro e membro titular da Academia<br />

de Ciências do Estado de São Paulo.<br />

Na última edição do JEA cometemos uma falha ao não divulgar o nome do Eng° agr° Eduardo Pires<br />

Castanho Filho, pesquisador científico do Instituto de Economia Agrícola (APTA – SAA), no brilhante artigo<br />

sobre o Código Florestal escrito por ele na página 8 do jornal.<br />

JORNAL DO ENGENHEIRO AGRÔNOMO túnel do tempo • agrônomo é notícia<br />

Crédito: Divulgação.<br />

Crédito: Divulgação.<br />

3<br />

agrônomo é notícia


entrevista<br />

4<br />

As “arquiteturas” de um engenheiro agrônomo<br />

Ivan Wedekin<br />

Nascido na zonal rural de Buritama, Ivan Wedekin viveu até os 15<br />

anos na pequena cidade de Turiúba, próxima a São José do Rio Preto.<br />

De origem simples, terceiro filho do casal Osvaldo e Cirina, Ivan foi o<br />

segundo integrante de toda a família Wedekin (originária do migrante<br />

alemão Theodor, falecido em Joinville em 1901) a conquistar um<br />

diploma de nível superior.<br />

Muito jovem, a irmã formou-se professora no tempo em que as<br />

escolas públicas eram as melhores do País. Seu irmão formou-se em<br />

medicina em 1973. Não foi fácil, mas com o sacrifício <strong>dos</strong> pais, que<br />

acreditavam no valor da educação, em 1974, o jovem formou-se<br />

em engenharia agronômica na mais renomada faculdade do país, a<br />

ESALQ, e não parou mais.<br />

Pós-graduado em Desenvolvimento Agrícola pela Fundação Getúlio<br />

Vargas, com treinamento em Agribusiness na Universidade de<br />

Harvard e treinamento gerencial na American Management Association,<br />

executivo de grandes empresas, professor de programas de MBA<br />

em Agronegócio, ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da<br />

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), na gestão de Roberto<br />

Rodrigues, autor de diversos livros e artigos sobre agronegócio, ele<br />

construiu uma trajetória admirável e desde 2006 é diretor de Commodities<br />

da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBOVESPA).<br />

O homem que tem pela frente o desafio de expandir os merca<strong>dos</strong><br />

futuros no Brasil gosta do trabalho em equipe, fala com tranqüilidade,<br />

tem um tom professoral, e surpreende ao descrever suas incursões<br />

no meio artístico, sua paixão pelos filhos e pela neta e o modo como<br />

define a vida. “A vida é a dinâmica de três arquiteturas: arquitetura de<br />

morar, que inclui a saúde, a casa; arquitetura de trabalhar; e a arquitetura<br />

<strong>dos</strong> relacionamentos”.<br />

Em setembro, Wedekin recebeu o convite oficial do presidente da<br />

Associação de Engenheiros Agrônomos de São Paulo (AEASP), Arlei<br />

Arnaldo Madeira, para ser o “Engenheiro Agrônomo do Ano de 2009”<br />

e esteve presente à sede da entidade para aceitar a honraria.<br />

entrevista JORNAL DO ENGENHEIRO AGRÔNOMO<br />

Crédito: Divulgação.<br />

JEA- Quantas horas o senhor trabalha por dia?<br />

IW - Eu acordo às 6h da manhã e chego em casa, em geral, às 21h. De<br />

manhã faço atividade física, caminhada, musculação, parte importante<br />

do meu ponto de equilíbrio. Acho que a vida é a dinâmica de três<br />

arquiteturas: arquitetura de morar, que inclui a saúde, o corpo, a casa;<br />

arquitetura de trabalhar e a arquitetura de relacionamentos, a família,<br />

os amigos. O Parque do Ibirapuera é minha usina de idéias, lá eu relaxo,<br />

espaireço, mas também penso, produzo. Muitos projetos foram lá cria<strong>dos</strong>,<br />

como um sistema denominado “crédito de precisão” (este não foi<br />

para frente à época), os novos títulos do agronegócio e também a idéia<br />

de escrever o livro “Pequeno Dicionário Amoroso da ESALQ” surgiu lá.<br />

JEA – Conte um pouco sobre esse livro...<br />

IW – Propus a parceria ao Roberto Rodrigues para escrevemos um livro<br />

de poesia e prosa para homenagear o primeiro centenário da ESALQ. Tocamos<br />

como projeto, com divisão de temas, reuniões de progresso. Para<br />

cada letra do alfabeto selecionamos 5 temas. Roberto, grande contador<br />

de causos, ficou com a prosa e eu com a poesia. Na letra C, por exemplo,<br />

escrevi um poema sobre a Deusa Ceres. Fiz a revisão bibliografia sobre<br />

Luiz de Queiroz e contei com a gentileza do Prof. Kiehl, que me contou<br />

histórias e conduziu-me num “city tour” pelos caminhos de Luiz de Queiroz.<br />

Como todo esalqueano, fiquei ainda mais apaixonado pelo homem e<br />

sua obra. Com edição de 4 mil exemplares, o livro foi publicado em outubro<br />

de 2001, com patrocínio do Canal Rural e da Agroceres e distribuído<br />

na Sessão Solene da Semana “Luiz de Queiroz”, de 2001.<br />

JEA - Além <strong>dos</strong> exercícios físicos e da poesia, o que mais<br />

o senhor gosta de fazer quando não está trabalhando?<br />

IW – Por um acaso da vida, de dezembro para cá virei letrista de MPB,<br />

especialmente sambas. Conheci o cantor e compositor mineiro Irineu<br />

Palmira em um show na cidade de São Francisco Xavier e fiquei impressionado<br />

com a qualidade de sua música, e de suas interpretações<br />

de músicas de Ataulfo Alves, Dorival Caymmi e tantos outros grandes<br />

nomes da Música Popular Brasileira. Conversamos um pouco e ficou<br />

registrado em minha memória uma expressão que ele usava muito,<br />

“Benza Deus, ô sorte”, como se fosse uma sagração à vida. Dias depois<br />

mandei para ele uma letra com esse título e ele fez a música de prima,<br />

no mesmo dia. Desde então nos reunimos em alguns sába<strong>dos</strong> para<br />

trocar idéias e aumentar a produção, que já soma umas 10 músicas.<br />

É uma espécie de terapia anti-stress: só que é mais fácil, toma menos<br />

tempo e é mais barato do que a terapia convencional (risos).<br />

JEA - E a família, o senhor tem filhos?<br />

IW - Sou casado, tenho uma filha de 22 anos, um filho de 26 e uma netinha<br />

de 2 anos e meio. É a coisa mais maravilhosa que existe, é incrível<br />

presenciar esse prolongamento da vida. Tem um médico amigo do Roberto<br />

Rodrigues que diz que somos na vida nada mais do que “mulas de<br />

carga”, transportando a carga do DNA. Mas para além dessa determinação<br />

genética, é fantástica a oportunidade de conviver com uma neta e<br />

vê-la crescer no seio da família, sempre fui muito ligado à minha família.<br />

Visito os meus pais com freqüência, nunca passei um Natal longe deles.<br />

JEA - O senhor está à frente da BM&FBOVESPA desde 2006,<br />

o que considera ser seu principal desafio neste cargo?<br />

IW - É a expansão <strong>dos</strong> merca<strong>dos</strong> futuros no Brasil. Sempre digo que<br />

a agricultura não é uma ilha, mas é cercada de riscos por to<strong>dos</strong> os la<strong>dos</strong>:<br />

risco de produção, por ser uma “indústria a céu aberto”; risco do<br />

crédito (tanto vende produtos como compra insumos a prazo, o que<br />

resulta no risco de crédito e inadimplência; risco <strong>dos</strong> contratos, quando<br />

não são honra<strong>dos</strong>; e o risco de preço. A bolsa oferece aos produ-


tores e demais participantes de mercado das cadeias produtivas - os<br />

chama<strong>dos</strong> hedgers - a oportunidade de fazer um seguro de preços,<br />

já que os preços agrícolas são muito mais voláteis do que o preço de<br />

qualquer produto industrializado. Essa questão representa um risco<br />

muito grande para os agentes do agronegócio, especialmente para<br />

o agricultor. Por isso queremos trazer o agricultor para o seguro de<br />

preço, o que implica em mudanças de padrão cultural e mais profissionalização<br />

financeira e comercial <strong>dos</strong> produtores.<br />

JEA - E quanto ao Projeto de Lei Complementar 374, (PL-<br />

374), cujo relator é o deputado federal Moacir Micheletto<br />

(PMDB-PR), que pretende dar sequência ao projeto de<br />

desenvolvimento do mercado de seguro rural, criando o<br />

Fundo de Catástrofe? Qual sua opinião a respeito?<br />

IW – Em 2003, no primeiro ano do mandato do presidente Lula o Congresso<br />

aprovou a lei que permite ao Tesouro Nacional pagar em média<br />

50% do gasto (prêmio) do produtor rural na compra de um seguro de<br />

produção. Na Secretaria de Política Agrícola do MAPA, trabalhamos na<br />

implementação da Lei. Em 2005, os gastos do Tesouro com a subvenção<br />

do seguro foram de apenas R$ 2 milhões; em 2008 foram R$ 158 milhões,<br />

tendo sido protegido um capital <strong>dos</strong> produtores de R$ 7 bilhões.<br />

Desde 2003 o governo trabalha num tripé: o subsídio do prêmio pelo<br />

Tesouro (há também uma subvenção importante pelo Governo de São<br />

Paulo); a abertura do mercado de resseguros em 2007 permitiu às resseguradoras<br />

internacionais operarem no mercado brasileiro; o terceiro<br />

ponto é exatamente este Fundo de Catástrofe, em trâmite no Congresso.<br />

Dessa forma, estamos na reta final para a realização do velho sonho<br />

de tantos, um passo importante para a criação de efetiva indústria do<br />

seguro rural no Brasil. Correndo menos riscos de produção e de preços,<br />

a agricultura será mais sustentável econômica e financeiramente,<br />

o que é bom para o produtor, o governo e a sociedade.<br />

JEA - O famoso investidor americano James Jim Rogers,<br />

afirmou em entrevista às páginas amarelas de Veja que<br />

a agricultura deverá ser o primeiro setor a crescer quando<br />

o mundo sair da crise e que os agricultores serão os<br />

futuros milionários. O senhor concorda? E como o Brasil<br />

se insere nesse cenário?<br />

IW - Certamente o agronegócio continuará sendo extremamente importante<br />

para o mundo pelo papel essencial na produção de alimentos e fibras<br />

e também, nas ultimas décadas, pela produção de energia renovável.<br />

Mas sabemos que, com o desenvolvimento econômico e o crescimento<br />

da renda das pessoas, ocorre uma queda natural na participação<br />

do agronegócio no PIB, embora estejamos falando de um setor<br />

essencial para a humanidade<br />

Vivemos nas ultimas décadas a era da vantagem competitiva para<br />

poder competir na sua região, no país e no mundo. Mas a alta das<br />

commodities nos últimos anos fez com que as chamadas vantagens<br />

comparativas (decorrentes <strong>dos</strong> fatores tradicionais de produção – terra,<br />

capital e trabalho) voltassem a ganhar peso, com destaque para<br />

o Brasil. Poucos países tem estoques de terras como o Brasil. Além<br />

disso, o Brasil passou a ser atrativo ao capital internacional, corrigindo<br />

uma lacuna no nosso desenvolvimento, pois o capital sempre foi<br />

escasso e caro. Além disso, temos a tecnologia, os organismos geneticamente<br />

modifica<strong>dos</strong>, a agricultura de precisão, o conhecimento do<br />

cerrado, o zoneamento agrícola e os ganhos nas economias de escala.<br />

Assim, temos vantagens comparativas que se somam às vantagens<br />

competitivas. Por isso somos candidatos a sermos lideres no agronegócio<br />

mundial, mas isso não necessariamente significa que os agricultores<br />

serão os futuros milionários.<br />

JEA - Já faz muito tempo que o senhor demonstra preocupação<br />

em inserir o agronegócio brasileiro no mercado<br />

financeiro e de capitais. Por que é tão importante<br />

para os produtores brasileiros essa inserção?<br />

IW - Na indústria de refrigerantes, por exemplo, há produção, engarrafamento,<br />

distribuição, venda e recebimento to<strong>dos</strong> os dias, ou seja,<br />

tem um fluxo de capital de giro contínuo. Já os agricultores tem de<br />

comprar to<strong>dos</strong> os seus insumos antecipadamente, a atividade tem<br />

um ciclo produtivo longo, se produz agora para colher em fevereiro<br />

ou março. Na colheita não dá para vender tudo de uma vez, daí decorre<br />

um ciclo de estocagem, porque não temos instrumentos no Brasil<br />

para financiar adequadamente essa estocagem. Por tudo isso a agricultura<br />

sempre precisou de crédito de terceiros.<br />

Em 1964, saiu a lei do Sistema Financeiro Nacional e a criação do<br />

Banco Central. Imediatamente após, em 1965, foi instituído o Sistema<br />

Nacional de Crédito Rural que sobreviveu a tantas crises e planos econômicas<br />

e ainda responde por 35% de toda a necessidade de capital<br />

de giro do agricultor. Por lei, os beneficiários do SNCR são os produtores<br />

e suas cooperativas.<br />

Hoje 30% <strong>dos</strong> depósitos à vista nos bancos devem ser aplica<strong>dos</strong><br />

em crédito rural. O Banco do Brasil e os bancos cooperativos devem<br />

aplicar no campo 65% do saldo da caderneta de poupança rural. Com<br />

o Roberto Rodrigues, começamos a reforçar o crédito em investimento,<br />

ampliando recursos para modernização tecnológica em máquinas,<br />

armazéns, modernização de cooperativas. Mas como o crédito rural<br />

oficial sempre foi um “cobertor curto”, trabalhamos para criar um sistema<br />

privado de financiamento do agronegócio como um todo – e não<br />

apenas para o produtor e as cooperativas.<br />

A Lei 11.066, de 30/12/2004, lançou os novos títulos do agronegócio<br />

com o objetivo de construir uma ponte entre a agricultura, o agronegócio<br />

e o mercado financeiro e de capitais. Quando começamos<br />

a desenhar essa “sopa de letras” (CDA-WA, CDCA, LCA e CRA), a Selic<br />

estava acima de 20%, mas sabíamos que a inevitável queda da taxa<br />

juros abriria espaço para captar recursos do mercado para o agronegócio,<br />

ainda mais quando o governo isentou os novos títulos de IOF e<br />

Imposto de Renda quando o comprador é Pessoa Física. O sucesso foi<br />

grande: de 2005 até 31/8/09, o total de emissões <strong>dos</strong> novos títulos alcançou<br />

R$ 78,5 bilhões. <strong>No</strong> final de agosto, o saldo (estoque) de títulos<br />

no mercado era de R$ 12,4 bilhões<br />

JEA - Quais os maiores desafios para a consolidação do<br />

agronegócio brasileiro?<br />

IW - O primeiro desafio é o da infraestrutura, o que a agricultura mais precisa<br />

é de rodovias, ferrovias, navegação fluvial, portos e logística para que<br />

se consolide como uma das agriculturas mais competitivas do mundo.<br />

O segundo desafio é caminharmos no processo de formalização da<br />

agricultura no aspecto jurídico e tributário, para criar uma figura da Pessoa<br />

Jurídica Rural. Com isso, os médios e grandes produtores poderão<br />

estar mais liga<strong>dos</strong> aos merca<strong>dos</strong> financeiros e de capitais, tendo mais<br />

crédito a custo de capital menor. As cooperativas podem facilitar essa formalização<br />

e utilizarem o CDCA, um título talhado para elas. Os pequenos<br />

produtores devem continuar sendo alvo de políticas específicas para sua<br />

integração ao mercado e elevação do padrão de renda e consumo.<br />

Outro ponto é a tributação, temos uma verdadeira “babel tributária”<br />

no País e a solução é enfrentar de fato a realização de uma reforma<br />

modernizante.<br />

Em quarto lugar, precisamos avançar cada vez em tecnologia e processos.<br />

O Brasil já tem uma lei de biossegurança e estamos avançando<br />

na liberação de materiais genéticos superiores. Por fim, a educação e o<br />

capital humano demandam fortes investimentos. Educação em sentido<br />

ampliado: tecnológica, operacional, comercial, financeira e ambiental.<br />

E é aqui que entra o papel crucial do engenheiro agrônomo, porque<br />

ele tem uma visão multidisciplinar do processo agropecuário, essencial<br />

para que tenhamos uma agricultura mais competitiva e sustentável.<br />

Quando estava na faculdade, dizia-se que a agronomia era a “profissão<br />

do futuro”. Na minha visão esse futuro chegou, esse futuro é<br />

o presente, que faz do Brasil um gigante do agronegócio mundial. E<br />

fazê-lo maior, melhor e mais justo é o desafio a motivar os <strong>agrônomos</strong><br />

todas as manhãs.<br />

JORNAL DO ENGENHEIRO AGRÔNOMO entrevista<br />

5<br />

entrevista


Foto Divulgação<br />

capa<br />

6<br />

Da esquerda para direita, Lauro Humberto Silva e Vicente<br />

Eugenio Tundisi, sócios da Podarte<br />

capa JORNAL DO ENGENHEIRO AGRÔNOMO<br />

<strong>No</strong> campo ou na<br />

cidade, são cada vez<br />

mais amplas as<br />

possibilidades de<br />

atuação para o<br />

engenheiro agrônomo<br />

Diferentes perfis de profissionais relatam<br />

suas experiências e expectativas<br />

Em 12 de outubro comemora-se o Dia do Engenheiro Agrônomo.<br />

Nesta data, há 76 anos, era regulamentada a profissão do Agrônomo<br />

ou Engenheiro Agrônomo, pelo decreto federal 23.196. Hoje, somente<br />

no estado de São Paulo há aproximadamente 35 mil profissionais cadastra<strong>dos</strong><br />

no CREA.<br />

Em mais de meio século, o país passou por muitas transformações e as<br />

atividades agrícolas ganharam outros status, o de agronegócios. O Brasil se<br />

tornou um <strong>dos</strong> principais fornecedores de alimentos para o mundo, além<br />

de servir de exemplo na criação e desenvolvimento de energia limpa, o<br />

etanol, a base da cana-de-açúcar. Nesse contexto, o profissional de ciências<br />

agrárias ganhou destaque, suas atribuições e perspectivas ampliaram-se<br />

junto com o aumento da demanda mundial por alimentos, fibras e energia.<br />

Os desafios são muitos, mas a área de atuação para o engenheiro agrônomo<br />

é vasta. <strong>No</strong> campo brasileiro, as unidades de produção apresentamse<br />

complexas – existem unidades produtivas especializadas com condições<br />

tecnológicas modernas, e unidades que também produzem alimentos e<br />

matérias-primas em condições de policultura e tecnologia socioambientalmente<br />

adequada. Nesse sentido, com uma formação multidisciplinar, o<br />

engenheiro agrônomo pode adquirir uma especialização, o que o habilita<br />

a atuar em áreas diversificadas como as da produção agrícola (pequenas e<br />

grandes plantações, produção familiar e não-familiar),<br />

irrigação, topografia, beneficiamento e armazenamento de grãos, defesa<br />

sanitária vegetal, processamento de produtos agrícolas, alimentos e<br />

nutrição animal, melhoramento genético e biotecnologia, e nas demandas<br />

surgidas nas zonas urbanas.<br />

Nas cidades, o engenheiro agrônomo também encontra espaço no<br />

planejamento da paisagem, por intermédio da ação em paisagismo e arborização,<br />

segmentos que estão se consolidando.<br />

Além disso, muitos profissionais também têm optado pela carreira<br />

acadêmica ou corporativa, como executivos, em empresas pertencentes à<br />

cadeia do agronegócio.<br />

Não há dúvida, a tendência do mercado de trabalho para este profissional<br />

é bastante favorável. Marcus Vinicius Contardi, 29 anos, se formou<br />

em dezembro de 2006 pela <strong>Faculdade</strong> Integral <strong>Cantareira</strong> (FIC), única faculdade<br />

de agronomia situada na capital paulista, e desde fevereiro de 2007<br />

trabalha numa certificadora que faz o controle de lavouras e estoques de<br />

garantias agrícolas para operações de crédito rural.<br />

“Sempre tive duas paixões, carros e plantas, fiz quatro anos de engenharia<br />

mecânica, mas chegou um ponto em que comecei a sentir que não<br />

era aquilo que eu queria, e foi aí que resolvi me transferir para o curso de<br />

Engenharia Agronômica”, diz Contardi. Sua meta é tornar-se dono do próprio<br />

negócio, na área de paisagismo.<br />

Na opinião do jovem, a agronomia oferece um leque muito grande de<br />

possibilidades de atuação, como, por exemplo, paisagismo, biocombustí-


veis, pós-colheita, seguradoras, bancos, entre outras. “O maior desafio para<br />

um engenheiro agrônomo não foge muito ao desafio de outras profissões,<br />

depois de conseguir o famoso primeiro emprego é essencial manter-se<br />

atualizado”, conclui.<br />

Mauro Celso Sandoval Silveira, 44 anos, atua nas áreas de projetos e<br />

gestão em empresas ligadas ao agronegócio, desde que se formou. Paralelamente,<br />

junto com sua família, é produtor de citros e café. “Cresci ligado<br />

à agricultura, ao homem do campo e a criação de animais, de forma que<br />

minha escolha pela agronomia foi algo natural”, conta.<br />

Formado pela ESALQ, em 1986, com especializações na EAESP-FGV,<br />

Silveira acredita que o engenheiro agrônomo deveria ser mais chamado<br />

a participar das grandes questões da atualidade como a produção com<br />

baixo impacto ao meio ambiente, a reserva legal, índices de produtividade.<br />

“São temas em que um profissional da área pode contribuir muito com sua<br />

experiência”, afirma.<br />

“<strong>No</strong>s últimos anos tivemos muitos ganhos de produção e produtividade,<br />

porém a sociedade e os agentes do mercado iniciaram um movimento<br />

pedindo produtos com melhor qualidade, saudáveis, com processos de<br />

produção não poluente, com preservação do meio ambiente. Surgiram<br />

agencias certificadoras e selos para garantir a qualidade <strong>dos</strong> produtos. E<br />

o engenheiro agrônomo é o profissional capaz de efetuar a gestão destas<br />

transformações que estão ocorrendo”, defende Silveira.<br />

Na condição de engenheiro agrônomo e produtor, Silveira diz que outro<br />

grande desafio para o agrônomo é fazer com que o agricultor participe<br />

mais e também se beneficie destas transformações.<br />

“A escolha foi baseada na amplitude do curso, e teve um pouco de<br />

influência da minha mãe, Maria de Fátima Marrafon, que é engenharia<br />

agrônoma”. É assim que Mateus Marrafon, 25 anos, um devotado Eng.<br />

Agrônomo, recém formado, justifica sua opção. Ele se formou em 2008<br />

pela Universidade Estadual Do <strong>No</strong>rte Do Paraná (UENP) e já está fazendo<br />

mestrado em Máquinas Agrícolas na ESALQ, desenvolvendo sua tese sobre<br />

“Identificação <strong>dos</strong> Fatores Críticos no Processo de Semeadura de Milho”.<br />

Marrafon é um inventor e mesmo antes do mestrado criou e desenvolveu<br />

vários equipamentos para facilitar a vida do produtor. O primeiro<br />

projeto que desenvolveu foi a “semeadura de fita”, um método de plantio<br />

que pode ser usado tanto para a cultura de grãos como para a cultura de<br />

sementes menores, como hortaliças. O trabalho foi selecionado pela Incubadora<br />

Tecnológica de Botucatu (Prospecta) e no final de 2008 ganhou o<br />

Prêmio Jovem Inovador, parceria da Massey Ferguson com o Canal Rural. O<br />

estudante, no entanto, faz questão de frisar que a realização de tal projeto<br />

só foi possível “devido a ajuda e incentivo do Prof. Dr. Marco Antonio Gandolfo<br />

de Bandeirantes.<br />

O jovem também trabalha em outro invento “a aplicação aérea por dirigível<br />

“balão” na cultura de cana de açúcar e milho”, também selecionado<br />

pela Prospecta. “Em breve teremos um protótipo em teste, aplicando agroquímicos<br />

por ai”, antecipa ele. A usina de idéias dele não pára e ele tem mais<br />

uma série de criações, todas aguardando parceiros para transformá-las em<br />

produtos comerciais.<br />

“Eu sou um cara apaixonado pela minha profissão, estou muito satisfeito<br />

com as possibilidades e oportunidade que este curso me ofereceu.<br />

Além do conhecimento teórico, ele me oferece a prática e o contato com<br />

um ambiente que me proporciona uma boa qualidade de vida”, declara o<br />

engenheiro agrônomo.<br />

Da esquerda para direita, Mateus Marrafon e Marcus Vinicius<br />

Paisagismo e manejo arbóreo,<br />

demandas que devem crescer<br />

nas zonas urbanas<br />

Os colegas de curso da ESALQ, Lauro Humberto Silva, 55 anos,<br />

e Vicente Eugenio Tundisi, 52 anos, são proprietários da Podarte,<br />

empresa especializada em licenciamento ambiental e manejo<br />

arbóreo (plantio compensatório, transplante, poda e corte de árvores).<br />

Situada na capital paulista para atender as exigências ambientais<br />

da legislação municipal, a empresa atua também na área<br />

de paisagismo, conservação de áreas verdes e na execução <strong>dos</strong><br />

Termos de Ajustamento de Conduta (de TAC’s).<br />

Em 1996, quando abriram a Podarte, o mercado para serviços<br />

especializa<strong>dos</strong> em gestão ambiental ainda estava se formando, por<br />

isso os dois precisaram ter uma boa <strong>dos</strong>e de coragem e paciência.<br />

E pelo jeito, valeu à pena, hoje a Podarte possui parceria com várias<br />

empresas e construtoras de grande porte, como Camargo Correa,<br />

Gafisa, Even, Englog & Autoban, Petrobras, Siemens, SPTRANS, Carrefour,<br />

Queiroz Galvão, Odebrecht e Andrade Gutierrez, entre outras.<br />

Dos serviços já presta<strong>dos</strong>, constam importantes obras, como a<br />

adequação viária da Marginal Tietê (Trecho II – Consórcio <strong>No</strong>va Tietê),<br />

a Perimetral da Favela de Paraisópolis, a ampliação <strong>dos</strong> acessos<br />

da Rodovia Anhanguera a Marginal Tietê, e o plantio compensatório<br />

no Parque Villa Lobos, obra ainda em curso, e diversos outros<br />

projetos de relevo para a cidade de São Paulo.<br />

“ A crescente conscientização do paulistano em relação a preservação<br />

das áreas verdes da cidade, culminou com a promulgação<br />

da Lei Municipal 10.365 de 22 de setembro de 1987, que disciplina<br />

o manejo arbóreo no município de São Paulo. A partir daquele momento,<br />

abriu-se um novo campo de trabalho para os profissionais<br />

da área agronômica”, relata Tundisi. E continua. “A visualização de<br />

um negócio próprio e promissor, que associava experiência técnica,<br />

comercial e de marketing, obtidas em empresas multinacionais<br />

que trabalhamos, definiu a criação da Podarte”.<br />

Silva e Tundisi acreditam que as exigências em relação às<br />

questões ambientais nos demais centros urbanos irão aumentar,<br />

ampliando as oportunidades para profissionais de agronomia que<br />

queiram atuar nesse segmento. Para quem deseja ingressar na<br />

área, eles dão um conselho: “A especialização em gestão ambiental<br />

será muito útil aos profissionais interessa<strong>dos</strong> nesta área, e várias<br />

instituições de ensino oferecem estes cursos. Para os graduan<strong>dos</strong><br />

sugerimos estágios em órgão públicos e empresas especializadas”.<br />

Os empresários se mostram otimistas em relação ao segmento<br />

e aos negócios. “A Podarte apresenta uma trajetória de crescimento<br />

desde a sua fundação, embasada principalmente no atendimento<br />

ágil, qualificado e profissional. Confiamos que a boa imagem<br />

construída garantirá a nossa presença num mercado que está continuamente<br />

em expansão”.<br />

JORNAL DO ENGENHEIRO AGRÔNOMO capa<br />

7<br />

capa


artigo<br />

8<br />

A posse da receita<br />

Tulio Teixeira de Oliveira – Diretor Executivo da AENDA<br />

www.aenda.org.br / aenda@aenda.org.br<br />

1989. Nascia a receita agronômica, ante o clamor de fitossanitaristas<br />

e ambientalistas e pela força do art. 13º da Lei<br />

<strong>dos</strong> Agrotóxicos: “A venda de agrotóxicos e afins aos usuários<br />

será feita através de receituário próprio, prescrito por profissionais<br />

legalmente habilita<strong>dos</strong>, salvo casos excepcionais que forem previstos<br />

na regulamentação desta Lei”.<br />

1990. O regulamento textualizado no Decreto no 98.816<br />

foi além e fez constar no Parágrafo Único do Art. 53: “Só poderão<br />

ser prescritos produtos com observância das recomendações<br />

de uso aprovadas no registro”. Na revisão deste regulamento em<br />

2002, essa sentença foi repetida no Decreto no 4.074, apenas<br />

deslocada para o Art. 66.<br />

Os médicos resguarda<strong>dos</strong> não só por sua formação acadêmica,<br />

mas também pela legislação pertinente, orientam os pacientes<br />

e prescrevem medicamentos, fixando <strong>dos</strong>es, horários e duração<br />

do tratamento sob sua indissociável responsabilidade. Diferentemente,<br />

os engenheiros <strong>agrônomos</strong> e florestais estão impedi<strong>dos</strong> de<br />

por em prática os avanços tecnológicos que a todo instante ocorrem<br />

na fitossanidade decorrentes de pesquisas e experiências de<br />

campo. Até sofrem a humilhante rotulação (desculpem a alusão a<br />

rótulos, não resisti) de “copiadores de bulas”.<br />

A verdade é que desta forma o nobre papel técnico-educativo<br />

da receita fica restrito a uma mera autorização de compra. E não<br />

foi esse o direcionamento da Lei 7.802, elaborada pelo Poder<br />

Legislativo. A Lei não impingiu essa afronta à ciência agronômica,<br />

como o leitor pode observar no início do artigo. A medida foi<br />

fruto da miopia <strong>dos</strong> construtores das peças regulamentadoras, na<br />

área do Poder Executivo.<br />

Temos ainda práticas agrícolas sem obrigação de registro e,<br />

por conseguinte não aparecem nas bulas, como são os casos do<br />

controle integrado e da mistura em tanque. <strong>No</strong> entanto, são técnicas<br />

que requerem conhecimento, experiência, acompanhamento<br />

constante das pesquisas regionais e globais e que devem ser<br />

orientadas por profissionais com formação fitossanitária completa,<br />

a qual inclui também plena percepção <strong>dos</strong> aspectos ecológicos<br />

e de saúde humana. Ainda, as chamadas Pequenas Culturas,<br />

com pouca ou nenhuma indicação de controle às pragas nas<br />

bulas <strong>dos</strong> agrotóxicos, estão a exigir a intervenção responsável<br />

desses profissionais, e esses precisam da liberdade legal para<br />

exercer suas competências.<br />

Chegou a hora de desbastar um pouco a burocracia. O<br />

emérito e diligente Deputado Federal Luis Carlos Heinze, do Rio<br />

Grande do Sul (não lembro ou não quero citar o seu partido político)<br />

propôs recentemente na Câmara Federal uma “Indicação<br />

Legislativa” ao Poder Executivo para que altere o texto daquele<br />

artigo JORNAL DO ENGENHEIRO AGRÔNOMO<br />

Parágrafo do Decreto 4.074/2002. Pela proposta o § Único do<br />

Art. 66 ficaria assim:<br />

“Os produtos deverão ser utiliza<strong>dos</strong> mediante a observância<br />

das recomendações constantes nos respectivos rótulos ou bulas ou<br />

de acordo com prescrições específicas contidas em receita lavrada<br />

nos termos do caput deste artigo”.<br />

To<strong>dos</strong> os Engenheiros Agrônomos e Florestais deveriam enviar<br />

à Câmara Federal, ao Presidente da República, às Associações<br />

de Classe suas considerações de apoio a essa iniciativa. A Câmara<br />

Temática de Insumos Agropecuários, onde esse articulista<br />

tem assento, já decidiu encaminhar uma moção ao Ministro da<br />

Agricultura.<br />

Que os doutores das plantas, legitimamente enfim, tomem posse<br />

da receita agronômica.


Pesquisa de campo revela<br />

o perfil do plantio direto no brasil<br />

Fernando Penteado Car<strong>dos</strong>o*<br />

*Eng.Agr.Sênior, ESALQ-USP1936, Presidente da Fundação Agrisus<br />

Um estudo inédito sobre o Plantio Direto no Brasil, com análise<br />

<strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> de campo acumula<strong>dos</strong> nos últimos quatro anos, vem sendo<br />

financiado pela Fundação Agrisus desde 2004 e revela que o<br />

sistema de plantio direto está consolidado em mais de 40% da área<br />

de soja e milho cultiva<strong>dos</strong> no Brasil, o que representa uma extensão<br />

de 11,5 milhões de hectares. Outros 8,2 milhões de hectares<br />

podem ser adiciona<strong>dos</strong> como áreas de plantio direto, porém ainda<br />

não totalmente consolidado, totalizando cerca de 19,7 milhões de<br />

hectares para essas duas importantes culturas. O levantamento de<br />

campo foi feito durante os Rallys da Safra <strong>dos</strong> últimos anos.<br />

“Esta é a única pesquisa que temos conhecimento no Brasil<br />

que dá uma visibilidade real do campo, com esta extensão e ainda<br />

com da<strong>dos</strong> comparativos de quatro safras seguidas”, explica<br />

Ondino Cleante Bataglia, secretário executivo da Agrisus, que<br />

apresentou o trabalho na abertura do 10º Encontro de Plantio<br />

Direto no Cerrado em Doura<strong>dos</strong> (MT).<br />

Com base nesse relatório, a entidade pretende discutir uma<br />

nova postura das instituições para fins de elaboração de projetos<br />

de pesquisa que permitam melhorar a eficiência do sistema de<br />

plantio direto no país. A proposta da Agrisus é incentivar mais<br />

demonstrações de campo, com todo acompanhamento técnico<br />

e agronômico, para mostrar visualmente tecnologia correta do<br />

plantio direto baseado no solo recoberto por resíduos.<br />

Além de montar o principal levantamento privado da safra<br />

de grãos e do estado da arte do plantio direto, a novidade em<br />

2009 foi a ampliação do trabalho para avaliar o nível de fósforo<br />

e da fertilidade química do solo. As equipes do Rally colheram<br />

2.344 amostras de solo, em 1174 pontos diferentes das principais<br />

regiões produtivas, para pesquisar a situação do fósforo<br />

que há vários anos vem sendo colocado e não misturado à terra<br />

cultivada com milho e soja no país. Os resulta<strong>dos</strong> das análises<br />

de fósforo e outros nutrientes estão sendo interpreta<strong>dos</strong> pela Conplant,<br />

em Campinas (SP) e poderão ser posteriormente usa<strong>dos</strong><br />

como referência para definição de ensaios complementares para<br />

determinar o melhor emprego <strong>dos</strong> fertilizantes, com eventual revisão<br />

de paradigmas até agora consagra<strong>dos</strong>.<br />

Hoje a adubação fosfatada é aplicada na proporção de 60<br />

a 80 kg/ha de P2O5, no risco a 5/8cm de fundo, e observações<br />

de campo indicam que a partir de determinado nível no<br />

solo as plantas nem sempre respondem a novas adições de P,<br />

sugerindo a possibilidade de recomendações mais concentradas<br />

nas adubações de arranque.<br />

O Rally da Safra é uma expedição técnica anual que existe<br />

há cinco anos e, em 2009, foi realizada de 8 a 14 de março<br />

por equipes que percorreram 50 mil km passando por 25 pólos<br />

de produção em 13 esta<strong>dos</strong>, avaliando 1300 lavouras de soja<br />

e milho e recolhendo amostras de solo nessas áreas. É uma realização<br />

da consultoria Agroconsult, com patrocínio de várias<br />

empresas e apoio da Fundação Agrisus.<br />

O relatório completo “Estado da Arte do Plantio Direto no<br />

Brasil - Rally da Safra 2009” está disponível para consulta e download<br />

no site da Agrisus: www.agrisus.org.br<br />

JORNAL DO ENGENHEIRO AGRÔNOMO artigo<br />

9<br />

artigo


parabólica<br />

10<br />

Produtor poderá ser remunerado<br />

para preservar o meio ambiente<br />

São Paulo será o primeiro Estado a instituir o pagamento por serviços ambientais<br />

no Brasil. Segundo o secretário do Meio Ambiente, Xico Graziano, o governo vai<br />

criar a figura <strong>dos</strong> protetores de água e do verde, que receberão recursos para preservar<br />

o meio ambiente.<br />

O secretário revela que, atualmente, o Estado cobra pelo uso da água e que este<br />

recurso poderá ser revertido para o pagamento <strong>dos</strong> produtores que protegerem<br />

nascentes e rios. “Da mesma forma, encontraremos uma forma de destinar recursos<br />

para o protetor de verde.” A medida será adotada em conjunto com a Secretaria da<br />

Agricultura, a exemplo do que ocorre com o protocolo ambiental e o zoneamento<br />

agroambiental. “A ideia é recuperar mais três milhões de hectares nas microbracias<br />

hidrográficas do Estado”, informa o secretário da Agricultura João Sampaio.<br />

ANDAV e Banco do Brasil consolidam parceria<br />

A ANDAV - Associação Nacional <strong>dos</strong> Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários – e o Banco do Brasil assinaram convênio em<br />

junho deste ano. A parceria irá conceder benefícios exclusivos às revendas associadas à ANDAV, através de produtos que visam o incremento<br />

no crédito. O primeiro fruto da parceria já está a pleno vapor: A linha de crédito Agroindustrial, antes disponibilizada à Agroindústria<br />

e Cooperativas, agora dedicada unicamente às revendas, com condições bastante atrativas. Segundo Henrique Mazotini, presidente<br />

executivo da ANDAV, este crédito terá importância estratégica neste momento para as revendas, para melhor atender os agricultores.<br />

Crea - SP vai a campo<br />

De forma inédita o Crea – SP, desde o ano passado, está atuando<br />

na área Rural. Uma frota de veículos oficiais, com letras em destaque<br />

“FISCALIZAÇÃO”, e uma dupla de agentes fiscais, com coletes, estiveram<br />

em várias propriedades rurais. Numa iniciativa da Câmara de<br />

Agronomia do Crea – SP, aprovada e incentivada pelo atual presidente,<br />

eng. José Tadeu da Silva , foi deflagrada uma operação de fiscalização<br />

e orientação no meio rural.<br />

O intuito é cadastrar e orientar os produtores rurais, fornecendo<br />

aos mesmos uma carta do presidente do Crea-SP, de caráter educativo<br />

visando defender a sociedade em geral, seja pelo aspecto de saúde<br />

da população, seja pelo ambiental, destacando a importância do<br />

profissional de ciências agrárias estar à frente da produção agrícola,<br />

garantindo a melhor qualidade <strong>dos</strong> produtos agrícolas produzi<strong>dos</strong>,<br />

com a utilização de técnicas adequadas na produção e na aplicação<br />

Direto ao ponto<br />

O presidente da Comissão de Agricultura da Assembléia<br />

Legislativa do Estado de São Paulo, deputado José<br />

Bittencourt (PDT) fala ao JEA sobre o trabalho realizado<br />

na ALESP.<br />

JEA - Qual papel da Comissão de Agricultura?<br />

JB - É analisar os projetos que tramitam na Casa pertinentes ao setor<br />

com vistas a emitir parecer por um determinado Deputado relator designado<br />

pelo Presidente e posteriormente ser votado pelo plenário da<br />

Comissão preparando projeto para ser votado pelo Plenário principal<br />

da Assembléia Legislativa. Além do mais, a Comissão recepciona<br />

demandas relacionadas com o interesse da Agricultura e Pecuária<br />

no Estado de São Paulo, promovendo o debate necessário, inclusive<br />

com Audiências Públicas, fazendo indicações ao Governo, etc.<br />

JEA - Os parlamentares influem nas dotações para as secretarias<br />

de estado no caso Agricultura e Abastecimento?<br />

parabólica JORNAL DO ENGENHEIRO AGRÔNOMO<br />

de defensivos agrícolas preservando o meio ambiente.<br />

“Essas atividades vão continuar e devem ser aprimoradas visando<br />

sua melhoria”, afirma o eng. Agr. José Paulo Saes, Coordenador<br />

da Câmara de Agronomia do Crea – SP.<br />

JB - Sim, por ocasião da discussão da peça orçamentária, os deputa<strong>dos</strong><br />

estão sempre atentos as necessidades do setor, inclusive propondo<br />

o incremento necessário orçamentário para fazer frente aos programas<br />

desenvolvi<strong>dos</strong> pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento.<br />

JEA - Como o deputado vê as perspectivas do orçamento para o próximo<br />

ano? Tem uma previsão de quanto será destinado à agricultura?<br />

JB - Espero que haja sensibilidade por parte do Governo do Estado<br />

e que seja majorado o percentual, que hoje está em torno de 0,72%<br />

sobre as receitas do Estado, destinadas à Agricultura.<br />

JEA - Os cidadãos podem participar das votações?<br />

JB - Sim, anualmente a Comissão Permanente de Finanças e Orçamento<br />

da Casa abre espaço para a participação do cidadão. Este ano a Comissão<br />

realizou cerca de 20 audiências públicas em diversas regiões do<br />

Estado, colhendo sugestões e propostas do povo de São Paulo para<br />

serem contempladas em forma de emendas ao Orçamento/2010.<br />

Crédito: Divulgação.<br />

Crédito: Divulgação.


Crédito: Divulgação.<br />

Cosag discute seguro rural e mudanças climáticas<br />

Em setembro, a reunião do Conselho Superior do Agronegócio, da<br />

FIESP (Cosag-Fiesp) discutiu dois temas de suma importância: seguro rural<br />

e mudanças climáticas.<br />

O deputado federal Moacir Micheletto (PMDB-PR), coordenador da política<br />

da Frente Parlamentar da Agropecuária apresentou à platéia o Projeto<br />

de Lei Complementar 374 ,do qual é relator, que dispõe sobre o aperfeiçoamento<br />

<strong>dos</strong> instrumentos de seguro rural para a proteção da produção agrícola,<br />

pecuária, aqüicola e de florestas no Brasil. O projeto cria mecanismos<br />

para fazer frente a catástrofes decorrentes de eventos da natureza e de doenças<br />

e pragas, incluindo subvenção econômica, e dá outras providências.<br />

A proposta cria o “Fundo de Catástrofe”, trata-se de um programa para<br />

desenvolver o mercado de seguro rural, explicou o deputado.O “Fundo”<br />

constitui o principal objetivo – mas não o único – do Projeto em foco. Tratase<br />

de um elo adicional de uma extensa cadeia de diluição de riscos, que<br />

se inicia com o produtor, passando por empresas privadas, seguradoras,<br />

governo e terminando no ressegurador do Fundo.<br />

O modelo é de Parceria Público-Privada (PPP), as seguradoras, resseguradoras<br />

(locais e admitidas) e as empresas privadas comprometem-se a<br />

criar uma Sociedade de Propósitos Específicos (SPE), sem fins lucrativos. A<br />

SPE irá instituir o Fundo, um fundo privado, constituído com capital privado,<br />

por uma instituição privada. O capital do Fundo será dividido em cotas<br />

a serem adquiridas pelos sócios.<br />

O Projeto autoriza a União a participar desse fundo privado, na condição<br />

de cotista, desde que sejam atendidas certas condições nomeadas no<br />

Projeto (são dispositivos que o Estatuto do Fundo deverá atender) e outras<br />

regras (as da SUSEP e as do Regulamento). Essas cotas poderão ser integralizadas<br />

com recursos do Orçamento Geral da União ou com títulos da<br />

dívida pública, a critério do ministro da Fazenda.<br />

Seguradoras e empresas privadas que queiram participar do Fundo,<br />

também deverão adquirir cotas e terão cadeira assegurada em seu Conselho<br />

Diretor.<br />

De olho no clima<br />

Para falar sobre os impactos das mudanças climáticas no agronegócio<br />

brasileiro foram convida<strong>dos</strong> Rodrigo Lima, do Instituto de<br />

AGENDA<br />

III Simpósio sobre Recuperação de Áreas Degradadas<br />

O III Simpósio sobre Recuperação de Áreas Degradadas, organizado<br />

pelo Instituto de Botânica da Secretaria Estadual do Meio Ambiente do<br />

Estado de São Paulo, ocorrerá entre 24 e 27 de novembro, em São Paulo.<br />

O evento abordará temas relaciona<strong>dos</strong> ao cenário atual das pesquisas<br />

científicas e políticas públicas para a recuperação de áreas degradadas e<br />

a legislação ambiental. Mais informações: www.ibot.sp.gov.br<br />

Estu<strong>dos</strong> do Comércio e Negociações Internacionais (Ícone) e Walter<br />

di Simoni do Grupo de Trabalho sobre Mudanças Climáticas da FIESP.<br />

Após apresentar vários da<strong>dos</strong>, fica clara a preocupação do setor com<br />

a necessidade de melhor se articular e posicionar nacional e internacionalmente<br />

sobre as questões ambientais.<br />

Ao contrário <strong>dos</strong> EUA, que tem o seu departamento de agricultura,<br />

à frente das discussões sobre mudanças climáticas, no Brasil o<br />

setor do agronegócio sente-se pouco representado. Por isso o ex-ministro<br />

Roberto Rodrigues pede as entidades que participam do Cosag<br />

que atuem como uma interface dentro do governo para discutir as<br />

questões relativas as mudanças climáticas.<br />

Rodrigo Lima apresenta três cenários: um em que o agronegócio<br />

é ameaçado pelas conseqüências do efeito estufa, outro em que ele é<br />

a própria ameaça, sob forma de desmatamento e outras agressões ao<br />

meio ambiente e outro, ainda, em que ele é amigo do meio ambiente<br />

e contribui para mitigação <strong>dos</strong> impactos ambientais. Ele chama a atenção<br />

para a necessidade de o Brasil se colocar nesse terceiro cenário,<br />

utilizando as vantagens que já possui, com sua matriz energética sendo<br />

a mais limpa do mundo, realizando plantio direto, e se articulando<br />

melhor para criar formas de se beneficiar com os créditos de carbono.<br />

O eng. Agrônomo José Amauri Dimarzio, presidente da Associação<br />

<strong>dos</strong> Criadores de Brahman do Brasil, disse que a cadeia produtiva<br />

da pecuária precisa montar uma proposta que possa dar uma resposta<br />

a toda a pressão que o setor vem sofrendo. “Tem de ter um levantamento<br />

forte do governo para separar o joio do trigo, tem casos e<br />

casos. Nós trabalhamos com a raça brahman uma raça de alta produtividade,<br />

nosso esforço é para que a unidade de área tenha mais<br />

animais e que sejam mais produtivos”.<br />

Dimarzio acredita que a maior dificuldade se dá entre aqueles<br />

produtores de poucos recursos. “Para esses produtores deveria haver<br />

um apoio oficial, a fundo perdido, para que pudessem ter acesso a<br />

informação e tecnologias para aumento de sua produtividade, inibindo<br />

as práticas de desmatamento”. Ele aponta ainda como causa para<br />

o desmatamento as madeireiras ilegais, “que usam a pecuária como<br />

disfarce para sua real atividade”.<br />

Semana Agronômica em Ribeirão Preto<br />

A Associação de Engenharia Arquitetura e Agronomia de Ribeirão<br />

Preto juntamente com a APTA Regional Centro Leste, Instituto<br />

Agronômico e Sindicato Rural de Ribeirão Preto promovem a<br />

Semana Agronômica Marcos Vilela Lemos. Uma das atrações é o<br />

Workshop “Agroenergia e Agregação de Valor”. Os coordenadores<br />

são o eng. agr dr. José Roberto Scarpellini - Apta Centro Leste –<br />

SAA; eng. agr. Márcio Aurélio Pitta Bidóia , Instituto Agronômico<br />

e Centro Avançado de cana-de-açúcar (SAA). Inscrições pelo site :<br />

http://aeaarp.org.br/ ou ligue: (16) 3637-1849<br />

JORNAL DO ENGENHEIRO AGRÔNOMO parabólica<br />

11<br />

parabólica


formação<br />

12<br />

Curso de agronomia da universidade<br />

do oeste paulista-unoeste<br />

O curso de graduação em Agronomia, da UNOESTE, com sede<br />

em Presidente Prudente, iniciou suas atividades em 03 de agosto<br />

de 1987 (Autorizado pela portaria ME nº 83/87 – D.O.U de 16/02/87,<br />

com Reconhecimento homologado pela Portaria nº 860/93 - D.O.U<br />

de 09/06/93). O Curso insere-se em uma Universidade, iniciada em<br />

1972, que conta hoje com 46 cursos de graduação, 51 cursos de Pós-<br />

Graduação “lato sensu” e 3 Programas de Pós-Graduação ”Stricto<br />

Sensu” - nível de Mestrado, recomenda<strong>dos</strong> pela Capes.<br />

A Administração do Curso é realizada pelo coordenador acadêmico,<br />

cargo executivo que superintende, coordena e fiscaliza<br />

todas as atividades, conforme o Estatuto da UNOESTE. Ainda, a<br />

ele compete a coordenação, execução e avaliação da proposta<br />

pedagógica, supervisão do cumprimento do plano docente, acompanhamento<br />

e desenvolvimento de programas junto aos alunos e<br />

docentes e informação aos pais e responsáveis sobre rendimento<br />

<strong>dos</strong> alunos. Esta função é exercida, desde 2008, pelo Prof. Dr.<br />

Carlos Sérgio Tiritan, Doutor em Agricultura, com 15 anos de atuação<br />

profissional e acadêmica, representante da instituição junto ao<br />

CREA desde 2005. A gestão do Curso de Agronomia é integrada<br />

a gestão institucional por meio da Pró-Reitoria Acadêmica, que zela<br />

pela implementação das políticas institucionais constantes no PDI e<br />

PPI no âmbito <strong>dos</strong> cursos de graduação. O Colegiado do Curso é<br />

composto pelo Coordenador, 04 docentes e 01 representante discente,<br />

que reúnem-se ordinariamente uma vez por <strong>mês</strong> e extraordinariamente<br />

quando solicitado. Suas principais funções são: propor<br />

medidas para o bom funcionamento pedagógico do curso; realizar<br />

a integração da graduação com a pós-graduação, pesquisa e a<br />

extensão; integralizar o corpo docente e discente; estar atento a<br />

concordância entre as diretrizes curriculares e a estrutura curricular<br />

vigente; auxiliar a Coordenação na supervisão do cumprimento do<br />

regime didático, da proposta pedagógica e nos demais planos de<br />

trabalhos e participa da elaboração do projeto pedagógico.<br />

Integrado ao Curso de Graduação, a UNOESTE possui, desde<br />

2004, o Curso de Mestrado em Agronomia - Área de Concentração:<br />

Produção Vegetal. Em 2007, o Curso participou da primeira<br />

avaliação trienal da CAPES triênio 2004-2006, recebendo o conceito<br />

4. O reconhecimento do Curso de Pós-Graduação “stricto sen-<br />

formação JORNAL DO ENGENHEIRO AGRÔNOMO<br />

su” e sua boa avaliação são fatores que confirmam a consolidação<br />

da vocação da UNOESTE, para o ensino, pesquisa e extensão. O<br />

Curso de Mestrado oferece condições de formação, aperfeiçoamento<br />

e treinamento científico, essenciais para dar continuidade ao<br />

desenvolvimento regional, com a formação de profissionais qualifica<strong>dos</strong><br />

que exercem atividades não apenas na região do Oeste Paulista,<br />

mas nas outras regiões de influência como <strong>No</strong>rte do Paraná,<br />

Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.<br />

O corpo docente no Curso de Agronomia estabelece ações<br />

pedagógicas que conduzem à formação de profissionais, com responsabilidades<br />

técnica, social e ambiental, tendo como princípios<br />

o respeito e a conservação de to<strong>dos</strong> os recursos ambientais, fauna,<br />

flora, solo, água e ar. A utilização racional e sustentável da tecnologia<br />

com espírito criativo, crítico e reflexivo, de forma a suprir as<br />

demandas da sociedade por produtos agroindustriais e o atendimento<br />

às expectativas humanas. Objetiva também a formação de<br />

profissionais com bases técnico-científica, capacitado para a gestão<br />

ambiental de pessoas e de organizações de caráter privado,<br />

público e não governamental, que, comprometido eticamente e com<br />

o desenvolvimento sustentado da agricultura, possa diagnosticar e<br />

empreender mudanças que conduzam o homem, as organizações e<br />

as instituições, bem como, as propriedades rurais a crescentes salto<br />

de qualidade em sua existência.<br />

Crédito: Divulgação.


Agricultura Paulista<br />

Braz Albertini, presidente da Federação <strong>dos</strong> Trabalhadores na Agricultura do Estado de São e produtor rural. Mantém o Blog do Braz no endereço<br />

http://blogdobraz.wordpress.com publicando artigos sobre agricultura, agronegócio, políticas públicas, meio ambiente entre outros.<br />

Cada Estado brasileiro teve suas características de desenvolvimento.<br />

Minas Gerais, por exemplo, tinha muitas riquezas minerais,<br />

como ouro, diamantes e outras pedras preciosas, que ajudaram no<br />

progresso de muitas cidades e fizeram o Estado crescer. O Rio de Janeiro<br />

tinha a família real, aquela badalação toda do império que contribuiu<br />

para seu crescimento. Enquanto em São Paulo a agricultura foi<br />

a responsável pelo desenvolvimento, sendo o lugar em que muitas<br />

pessoas fizeram fortuna, resultando no parque industrial paulista, que<br />

concentra grande parte da riqueza nacional que, há muitas décadas,<br />

atrai milhares de migrantes em busca de melhores dias.<br />

São Paulo possui um número de habitantes que ultrapassa os<br />

40 milhões. Segundo o último levantamento do Laboratório Urbano<br />

de Pesquisa e Análise (Lupa), atualmente existem no Estado 324.601<br />

unidades de produção agrícola, com 20 milhões de hectares assim<br />

distribuí<strong>dos</strong>: 3,9% em pastagens, 32,8% com culturas temporárias,<br />

6,0% de culturas perenes, 11,9% em vegetação natural, 5,0% em reflorestamento<br />

e 4,9% com brejos e várzeas.<br />

A agricultura paulista representa 20% do valor bruto da produção<br />

brasileira, ou seja, R$ 38 bilhões, e 25% das exportações agronegócio<br />

saem de São Paulo. É um setor diversificado, que gera centenas de milhares<br />

de empregos no Estado, que se destaca como maior produtor<br />

de álcool e laranja, contando com 60% e 90%, respectivamente, da<br />

produção nacional. É também o maior produtor de seringueira e temos<br />

um rebanho bovino em torno de 12 milhões de cabeças e tantos<br />

outros produtos que abastecem a mesa <strong>dos</strong> brasileiros.<br />

A agregação de valor é um fator muito importante em São Paulo.<br />

Podemos dizer que uma grande parte <strong>dos</strong> nossos produtos passa<br />

por alguma manufatura que aumenta o valor do produto final. Diante<br />

desses números e uma produção que valoriza a venda, dá para se<br />

ter uma idéia da grandeza e importância da agricultura paulista, que<br />

continua sendo, para o desenvolvimento do Estado e do país. Vemos<br />

que a agricultura paulista sempre foi uma marca importante, pois já<br />

em 1887, o imperador D. Pedro II criou o Instituto Agronômico de<br />

Campinas que contribuiu tremendamente e continua a fazê-lo até<br />

hoje para o desenvolvimento não só do setor no Estado, mas em<br />

todo o Brasil. Enquanto no ano de 1891 foi criada a Secretaria da<br />

Agricultura que atua com várias coordenadorias divididas em pesquisa,<br />

produção de sementes e mudas, na defesa sanitária, dentre<br />

tantas outras atividades.<br />

A Secretaria possui quase 600 casas de agricultura espalhadas<br />

nos 645 municípios paulistas. Tem uma deficiência muito grande de<br />

material humano, tanto técnico, como pessoal de apoio. E os salários<br />

não são compatíveis com as atividades. Devido a vários fatores que<br />

prejudicam a atuação profissional, a maioria <strong>dos</strong> técnicos municipaliza<strong>dos</strong><br />

acaba tendo uma rotatividade muito grande, o que prejudica<br />

a continuidade de muitos projetos. Eu ajudei na luta para que<br />

a Secretaria abrisse um concurso objetivando fortalecer o quadro,<br />

principalmente nas Coordenadorias de Assistência Técnica Integral<br />

(CATI) e Defesa Agropecuária (CDA). Depois de muito atraso, foi feito<br />

um concurso que leva ainda uma eternidade para chamar os apro-<br />

va<strong>dos</strong>. E, para minha surpresa, muitos <strong>dos</strong> técnicos que assumiram,<br />

pediram demissão por causa <strong>dos</strong> baixos salários.<br />

Eu ando por todo o Estado e ouço reclamações <strong>dos</strong> produtores com<br />

relação à assistência técnica e é natural que isso aconteça uma vez que<br />

faltam profissionais. O pior de tudo é que, entra e sai ano, o montante<br />

de capital destinado para a Secretaria fica sempre pouco mais de 0,5%<br />

do orçamento do Estado, o que é uma vergonha diante do potencial da<br />

agricultura paulista e de sua importância para a economia do país. Temos<br />

mais de 240 mil propriedades familiares e to<strong>dos</strong> sabemos que, para sobreviver<br />

na agricultura, esses produtores precisam de muito apoio para<br />

a organização de sua produção e comercialização. Mas não há como a<br />

ajuda ser satisfatória com um orçamento desses. É preciso que os governantes<br />

enxerguem a importância de valorizar o setor agrícola para que<br />

um número muito grande de produtores não abandonem suas atividades<br />

e se desloquem para as áreas urbanas, engrossando, muitas vezes,<br />

as periferias da cidades. Não existe uma preparação para quem está na<br />

lavoura e muito menos para quem sai. A violência nas grandes cidades é<br />

praticamente insuportável e, da forma que está, só tende a agravar com<br />

o êxodo rural. A marginalidade só aumenta e o governo gasta quantias<br />

exorbitantes de dinheiro na construção de presídios, ao invés de investir<br />

no desenvolvimento pleno para quem trabalha na agricultura.<br />

Todas as entidades do setor agrícola precisam se mobilizar para<br />

sensibilizar nossas autoridades com relação ao orçamento do setor.<br />

Só teremos sucesso e estabilidade se tivermos agricultores prepara<strong>dos</strong><br />

para atender as exigências de produção do mercado. Para isso,<br />

necessitamos de uma extensão rural forte no Estado, que dê suporte<br />

às demandas <strong>dos</strong> agricultores. Mas isso só acontece se for tomada<br />

uma decisão política de valorização da atividade agrícola, fazendo<br />

os investimentos necessários. Ou seja, começando pelo orçamento<br />

da Secretaria da Agricultura e Abastecimento.<br />

JORNAL DO ENGENHEIRO AGRÔNOMO artigo<br />

13<br />

artigo


pesquisa agrícola<br />

14<br />

A economia que faz diferença na agricultura<br />

As pesquisas para o desenvolvimento econômico e social do setor são o foco do IEA<br />

O Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Agência Paulista de Tecnologia<br />

<strong>dos</strong> Agronegócios (APTA), foi fundado em 1943 com o objetivo<br />

de pesquisar, analisar e divulgar informações necessárias para o desenvolvimento<br />

<strong>dos</strong> diversos setores <strong>dos</strong> agronegócios de São Paulo.<br />

Atualmente o instituto conta com 135 funcionários, <strong>dos</strong> quais<br />

66 são Pesquisadores Científicos - dentre engenheiros <strong>agrônomos</strong>,<br />

economistas, estatísticos, geógrafos e sociólogos, e 69 atuam<br />

na equipe de apoio técnico e administrativo.<br />

O IEA foi a primeira instituição a sistematizar os estu<strong>dos</strong> sobre<br />

economia agrícola no Brasil e ao longo <strong>dos</strong> anos passou por diversas<br />

reestruturações até o seu formato atual que conta com dois centros<br />

técnicos de pesquisa (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Estu<strong>dos</strong><br />

Econômicos <strong>dos</strong> Agronegócios e Centro de Pesquisa e Desenvolvimento<br />

de Informações Estatísticas <strong>dos</strong> Agronegócios ), além de<br />

Centro de Comunicação e Transferência do Conhecimento e Centro<br />

de Administração da Pesquisa e Desenvolvimento.<br />

“Diferentemente <strong>dos</strong> demais Institutos de Pesquisa da Agência<br />

Paulista de Tecnologia <strong>dos</strong> Agronegócios (APTA), que apresentam<br />

forte vínculo com a área biológica, o Instituto de Economia<br />

Agrícola tem sua atuação voltada para as relações entre as esferas<br />

econômica, política, social e ambiental”, explica eng. agrª. Valquíria<br />

da Silva, diretora geral do IEA desde 2007.<br />

Segundo Valquíria, o Instituto é fundamental no processo de<br />

tomada de decisão <strong>dos</strong> setores público e privado, através do levantamento<br />

de informações e da<strong>dos</strong> estatísticos relativos a preços<br />

pagos e recebi<strong>dos</strong> pelos produtos, além das estimativas de safras.<br />

“Os preços agrícolas são referências para os merca<strong>dos</strong> atacadistas,<br />

varejistas e de produtores, tanto estadual como nacional”, diz.<br />

Ainda segundo a diretora, as pesquisas e análises econômicas<br />

realizadas pela instituição, bem como a avaliação de políticas públicas,<br />

prognósticos, custos de produção, censo agropecuário paulista<br />

e revistas técnicas e científicas tem se constituído também em<br />

importantes fontes de informações para ações públicas e privadas.<br />

“Além disso, realizamos estu<strong>dos</strong> com focos na sustentabilidade da<br />

agricultura familiar, em agroecologia, em bionergia, em biotecnologia<br />

e no desenvolvimento local participativo”, acrescenta.<br />

Parceria e pesquisa<br />

O IEA possui parceiros nos mais diversos segmentos do setor<br />

público – como CONAB, IBGE, ITESP, MAPA e MDA, e no setor priva-<br />

pesquisa agrícola JORNAL DO ENGENHEIRO AGRÔNOMO<br />

do está presente nas áreas de cafeicultura, fruticultura, cana-deaçúcar,<br />

insumos e defensivos agrícolas, entre outros.<br />

Recentemente, o IEA investiu recursos do Governo na área<br />

de comunicação, ampliou o banco de da<strong>dos</strong>, por meio da recuperação<br />

de séries históricas estatísticas e de publicações. “Hoje o<br />

acervo está disponível em sua totalidade de forma eletrônica, investimos<br />

na modernização de nossas instalações e equipamentos,<br />

fundamentais para assegurar a qualidade <strong>dos</strong> trabalhos e prestação<br />

de serviços à sociedade, conquistada ao longo de nossa história”,<br />

relata a Diretora Geral do Instituto.<br />

Dentre as diferentes áreas de estudo em desenvolvimento, o<br />

IEA participa do Comitê de Cobrança de Água na atividade agrícola,<br />

<strong>dos</strong> estu<strong>dos</strong> de competitividade e sustentabilidade com<br />

enfoque nos arranjos produtivos e indicação geográfica como<br />

ferramentas para promoção do desenvolvimento da viticultura<br />

paulista. Além de marketing e gestão do negócio agrícola envolvendo<br />

a disponibilização do software ACANT, desenvolvido pela<br />

própria instituição, mais o treinamento e avaliação de segmentos<br />

como a floricultura, suinocultura, hortaliças, dentre outros.<br />

Para Valquíria, um <strong>dos</strong> acontecimentos mais importantes durante<br />

a sua gestão, foi a abertura do instituto para a sociedade<br />

através de seminários, cursos e palestras; além da criação do Banco<br />

de Bioenergia com o objetivo de disponibilizar da<strong>dos</strong> setoriais,<br />

de forma ágil, constituindo-se em uma ferramenta útil ao público<br />

interessado no assunto.<br />

Desafios e perspectivas<br />

Atualmente o maior desafio para a instituição é incorporar novas<br />

ferramentas para a previsão e estimativa de safras agrícolas,<br />

tendo em vista a velocidade das inovações e o custo para investimento<br />

em recursos materiais e humanos, além da aquisição de<br />

insumos tecnológicos.<br />

A diretora do IEA acredita que o conhecimento acumulado ao<br />

longo de sua história permite ao Instituto prospectar as oportunidades<br />

futuras, com a mesma competência e segurança com que<br />

atende as demandas atuais. “Respeitando nosso compromisso<br />

com a sociedade, entendemos que as reflexões sobre o setor deverão<br />

contribuir para a competitividade <strong>dos</strong> produtos, a qualidade<br />

de vida <strong>dos</strong> agentes envolvi<strong>dos</strong> e a manutenção <strong>dos</strong> recursos<br />

naturais e paisagísticos”, conclui Valquíria da Silva.<br />

Crédito: Divulgação.


JORNAL DO ENGENHEIRO AGRÔNOMO artigo<br />

15<br />

artigo


Preencha o campo 058 na ART<br />

e contribua com a AEASP<br />

Os engenheiros agronomos e profissionais da área tecnológica<br />

que preenchem a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART)<br />

podem estar deixando de preencher o campo 31 do formulário,<br />

no qual o responsável tem o direito de destinar 10% do valor a<br />

entidade de classe de sua preferência.<br />

Ao preencher o campo com o número 058, da AEASP, o<br />

profissional estará automaticamente fazendo sua contribuição à<br />

associação, ajudando assim a manter em seu trabalho de defesa e<br />

desenvolvimento da agronomia brasileira.<br />

Quando o campo 31 não é preenchido a contribuição deixa de<br />

ser feita. Contudo se o emissor deixá-lo em branco a alíquota não é<br />

repassada para nossa entidade e vai direto para o Confea.<br />

Os tipos de ARTs específicas para o engenheiro agrônomo são<br />

as de obras, serviços, receituário agronômico, desempenho de<br />

cargo/função e crédito rural.<br />

O profissional pode anotar quando for responsável principal,<br />

co-responsável ou substituto. Por isso é importante eu os<br />

profissionais preencham esse campo com o código 058 da AEASP.<br />

Para anunciar no JEA ou recebê-lo,<br />

entre em contato:<br />

Rua 24 de Maio, 104 - 10º andar<br />

CEP 01041-000 - São Paulo - SP<br />

Tel. (11) 3221-6322<br />

Fax (11) 3221-6930<br />

aeasp@sti.com.br/aeasp@aeasp.org.br<br />

Será considerada nula a Anotação de<br />

Responsabilidade Técnica, quando:<br />

1 – a qualquer tempo, verificar-se a inexatidão de<br />

quaisquer da<strong>dos</strong> nela constantes;<br />

2 – o Conselho Regional verificar a<br />

incompatibilidade entre as atividades técnicas<br />

desenvolvidas e as atribuições profissionais <strong>dos</strong><br />

responsáveis técnicos respectivos;<br />

3- for caracterizado o exercício ilegal da profissão,<br />

em qualquer outra de suas formas. ( artigo 9º -<br />

Resolução nº 425/98 do Confea)<br />

Tradição e Informação<br />

O Jornal do Engenheiro Agrônomo é uma publicação que completa 40 anos<br />

de existência em 2010. Ao longo dessas quase quatro décadas de atuação, este<br />

veículo tem atuado como uma tribuna para os profissionais da agronomia e para<br />

o setor agronômico, de modo geral.<br />

Seu público leitor é formado por engenheiros <strong>agrônomos</strong>, sócios da<br />

Associação de Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo, autoridades,<br />

políticos e demais profissionais liga<strong>dos</strong> à agropecuária. Se você precisa levar<br />

sua mensagem, seu produto ou serviço para esse público, anuncie no JEA.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!