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A VERACIDADE DA BÍBLIA

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Não diga isso, por favor! protestou o ateu. – A filosofia pode nos fornecer regras<br />

para a boa conduta. Temos um dever natural que é usar nossa razão para<br />

fazermos somente o que for mais adequado, e fazê-lo segundo um raciocínio o<br />

mais amplo possível. Deus fica totalmente fora disto. Há, portanto, como ser um<br />

bom ateu desde criança – arrematou ele.<br />

Porém sem incluir Deus, o raciocínio não será cabalmente completo e<br />

abrangente, não será “o mais amplo possível” como você exige. Seria, como no<br />

exemplo que dei, raciocinar sobre um quadro sem levar em conta o seu autor.<br />

Afinal, quem fez o homem? Quem lhe deu consciência? Foram os princípios da<br />

física? Isto, sim! é impossível. E se você sabe que existe um Criador, você quer<br />

conhecê-Lo e ouvir Sua palavra.<br />

Ambos falávamos sem nos exaltar – a serenidade em nosso diálogo permitia que<br />

fizessem parte do momento sensações várias que estimulavam nossa reflexão: a<br />

visão do mar azul, a brisa morna, o borrifo das ondas que vez por outra nos atingia<br />

sobre a muralha.<br />

Deixa-me devolver-lhe a pergunta – disse ele no mesmo tom bem humorado<br />

que mantivera em toda a conversa. – Você tem algum motivo que não aquele da<br />

“causa última das coisas” ou “porque fui educado na santa fé católica” e coisas do<br />

gênero, para acreditar em Deus?<br />

Sua pergunta levou-me a sorrir.<br />

Sou um geólogo! – respondi. – O estudo da Terra leva qualquer um a refletir<br />

sobre um Criador. Imagina aqueles que estudam os astros!...<br />

Foi só então que finalmente nos apresentamos, sem que ele dissesse muito a seu<br />

respeito. Apenas que era do Sul, estava num programa de turismo de grupo e que<br />

os companheiros haviam decidido ir até São José da Coroa Grande, e o<br />

apanhariam ali no retorno.<br />

Está hospedado na pensão? – perguntei-lhe. – Lá poderemos continuar a<br />

discutir o assunto, esperando pelo jantar. Talvez Dona Baixa nos ajude com<br />

alguma luz sobre a questão.<br />

Descemos a senda do penhasco sem pressa, alcançamos o baixio que ia dar na<br />

praia norte e, pelo caminho entre os coqueiros, fomos nos acercando do<br />

aldeamento de pescadores, nos últimos momentos da luz da tarde. A pensão era<br />

um casebre um pouco mais amplo que os demais, numa posição privilegiada na<br />

longa fileira de choupanas, com um extenso coqueiral e a ampla praia bem à sua<br />

frente. Entre os coqueiros havia um pequeno coreto de paus roliços, com uma<br />

lanterna a gás pendurada no centro do teto de palha. No mar, as ondas rolavam<br />

sua longa faixa de espuma já sem brilho, em um vasto arco que atingia ao mesmo<br />

tempo as areias ao longo de toda a praia próxima e distante.<br />

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