Vingamento em Cerejeiras 2011 - Cerfundão

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- Embalamento e Comercialização de Cerejas da Cova da Beira, Lda. descida da concentração de auxinas antecedem a abcisão dos frutos e deverão ser os sinais que iniciam o processo 6.5.3 – Intercepção de luz e ensombramentos A luz é factor fundamental para o desenvolvimento vegetativo e produtivo das árvores de fruto. A produtividade encontra-se relacionada directamente com a quantidade de luz interceptada por unidade de superfície. A formação de gomos florais, o crescimento dos frutos e a resistência ao frio são também afectados pela radiação solar. Durante o desenvolvimento dos frutos, o ensombramento reduz o calibre dos frutos, a produtividade, a coloração e a quantidade de sólidos solúveis, o vingamento e poderá induzir a queda de frutos. Estima-se que seja necessário em cerejeira pelo menos 20% do total da radiação solar para uma formação adequada de gomos florais sendo os ensombramentos interiores da copa causadores de uma frutificação irregular. Normalmente, existem mais gomos florais no topo e na periferia da copa do que nas zonas interiores devido às exigências em luz. Deverão ser adoptadas estratégias fitotécnicas, nomeadamente ao nível da condução das árvores, que promovam uma boa intercepção de luz e a optimização da sua penetração na copa numa tentativa de redução dos ensombramentos. 6.5.4 – Pragas e doenças Todos os procedimentos deverão ser acautelados no sentido de evitar quaisquer estragos provocados quer por pragas quer por doenças nos órgãos vegetativos (folhas e ramos) e produtivos (flores e frutos). Algumas pragas e doenças que afectam as cerejeiras são susceptíveis de alterar o metabolismo de órgãos das plantas que directa ou indirectamente poderão ocasionar distúrbios na floração e a queda prematura de frutos recém vingados. No caso concreto das cerejeiras as pragas que poderão ser mais prejudiciais no período compreendido entre a entrada em floração e o vingamento dos jovens frutos são o Piolho Negro e as Traças Desfolhantes (Operophtera brumata L. e Hedya nubiferana Haw.). No caso do piolho negro os estragos são menos polífagos uma vez que costuma atacar individualmente as cerejeiras seleccionando sempre as mesmas ao longo dos ciclos culturais existindo pouca propensão para se disseminar para as árvores vizinhas. Os estragos mais comuns são o enrolamento das folhas e uma atrofia dos crescimentos 19

- Embalamento e Comercialização de Cerejas da Cova da Beira, Lda. anuais nos ramos atacados. Relativamente às Traças Desfolhantes os estragos poderão ser de maiores dimensões uma vez que se não forem devidamente intervencionadas a intensidade do ataque poderá ser muito severa induzindo uma forte desfoliação, chegando mesmo a atacar os frutos recém vingados. No que diz respeito às doenças as mais importantes a realçar são a Moniliose, Gnomonia, Crivado e Cilindrosporiose. No caso específico da Moniliose os estragos poderão ser acentuados nos órgãos florais e posteriormente nos frutos vingados. Nas restantes doenças a principal preocupação deverá incidir sobre os possíveis estragos nas folhas e os distúrbios que poderão provocar no aparelho fotossintético limitando a obtenção de energia luminosa. 6.5.5 – Regulação da disponibilidade hídrica A falta de água baixa drasticamente a produtividade das fruteiras estando directamente relacionada com as produções e o rendimento das árvores. As necessidades em água das fruteiras variam consoante a espécie e mesmo dentro desta apresentam valores diferentes ao longo do ciclo vegetativo. Durante o período de dormência as necessidades em água são reduzidas. Quando as folhas se encontram totalmente desenvolvidas e os frutos se encontram na árvore, as necessidades são muito maiores. Daqui até à fase final de crescimento do ciclo vegetativo o uso de água vai aumentando. É imperativo que as necessidades em água sejam cumpridas no início da fase de crescimento quando os vingamentos ocorrem, bem como quando acontece a diferenciação floral e finalmente quando se dá o desenvolvimento do fruto até ao período de colheita. Em condições de défice hídrico a capacidade de absorção das folhas é mais forte do que os frutos ficando estes mais susceptíveis às situações de stress e à consequente queda fisiológica. A iniciação e a diferenciação dos gomos florais são processos que requerem energia proveniente da fotossíntese sendo por isso minimamente exigentes em termos hídricos. Em contrapartida, o excesso de água no solo também poderá originar um conjunto de situações de stress para a planta como são a redução do oxigénio ocasionando condições anaeróbias para as células das raízes; acumulação fitotóxica de iões reduzidos; diminuição de microrganismos do solo aeróbios; acumulação fitotóxica de produtos de anaerobiose; ataques de patogéneos como Phytophtora e Phytium e a redução das resistências estomáticas. A severidade e a taxa de resposta da fruteira ao excesso de água dependem não só da duração deste tipo de stress mas também do 20

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anuais nos ramos atacados. Relativamente às Traças Desfolhantes os estragos poderão<br />

ser de maiores dimensões uma vez que se não for<strong>em</strong> devidamente intervencionadas a<br />

intensidade do ataque poderá ser muito severa induzindo uma forte desfoliação,<br />

chegando mesmo a atacar os frutos recém vingados.<br />

No que diz respeito às doenças as mais importantes a realçar são a Moniliose,<br />

Gnomonia, Crivado e Cilindrosporiose. No caso específico da Moniliose os estragos<br />

poderão ser acentuados nos órgãos florais e posteriormente nos frutos vingados. Nas<br />

restantes doenças a principal preocupação deverá incidir sobre os possíveis estragos nas<br />

folhas e os distúrbios que poderão provocar no aparelho fotossintético limitando a<br />

obtenção de energia luminosa.<br />

6.5.5 – Regulação da disponibilidade hídrica<br />

A falta de água baixa drasticamente a produtividade das fruteiras estando<br />

directamente relacionada com as produções e o rendimento das árvores. As<br />

necessidades <strong>em</strong> água das fruteiras variam consoante a espécie e mesmo dentro desta<br />

apresentam valores diferentes ao longo do ciclo vegetativo. Durante o período de<br />

dormência as necessidades <strong>em</strong> água são reduzidas. Quando as folhas se encontram<br />

totalmente desenvolvidas e os frutos se encontram na árvore, as necessidades são muito<br />

maiores. Daqui até à fase final de crescimento do ciclo vegetativo o uso de água vai<br />

aumentando. É imperativo que as necessidades <strong>em</strong> água sejam cumpridas no início da<br />

fase de crescimento quando os vingamentos ocorr<strong>em</strong>, b<strong>em</strong> como quando acontece a<br />

diferenciação floral e finalmente quando se dá o desenvolvimento do fruto até ao<br />

período de colheita. Em condições de défice hídrico a capacidade de absorção das folhas<br />

é mais forte do que os frutos ficando estes mais susceptíveis às situações de stress e à<br />

consequente queda fisiológica. A iniciação e a diferenciação dos gomos florais são<br />

processos que requer<strong>em</strong> energia proveniente da fotossíntese sendo por isso<br />

minimamente exigentes <strong>em</strong> termos hídricos.<br />

Em contrapartida, o excesso de água no solo também poderá originar um<br />

conjunto de situações de stress para a planta como são a redução do oxigénio<br />

ocasionando condições anaeróbias para as células das raízes; acumulação fitotóxica de<br />

iões reduzidos; diminuição de microrganismos do solo aeróbios; acumulação fitotóxica<br />

de produtos de anaerobiose; ataques de patogéneos como Phytophtora e Phytium e a<br />

redução das resistências estomáticas. A severidade e a taxa de resposta da fruteira ao<br />

excesso de água depend<strong>em</strong> não só da duração deste tipo de stress mas também do<br />

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