Vingamento em Cerejeiras 2011 - Cerfundão

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- Embalamento e Comercialização de Cerejas da Cova da Beira, Lda. pelos fotoassimilados. As folhas adultas poderão estimular a abcisão dos frutos devido à translocação do ácido abcísico destas para os frutos, no entanto, as jovens folhas poderão atrasar este processo. A inibição do efeito dos crescimentos vegetativos é sempre influenciada pelo abastecimento de nutrientes pela árvore ou localmente pelos ramos podendo a queda de frutos localizar-se pontualmente dependendo da inserção e do posicionamento dos ramos. O equilíbrio existente entre os órgãos vegetativos e os produtivos é fundamental para se poder alcançar boas taxas de vingamento sendo o uso de porta-enxertos ananicantes uma ferramenta importante para atingir esse balanço e em alguns dos caso desequilibrá-lo para os órgãos produtivos, atingindo-se por vezes excessos de vingamentos e consequentemente problemas de baixos calibres na produção obtida. 6.4.2 – Competição entre os órgãos produtivos É do conhecimento geral que numa quantidade elevada de flores ou de primórdios de frutos, a acumulação de matéria orgânica não óptima causando uma queda vigorosa de frutos (Figura 9). Regra geral, uma floração muito abundante resulta numa taxa de vingamento muito baixa. A explicação fisiológica baseia-se no facto de as primeiras flores que se desenvolveram tornam-se dominantes em relação às outras que se atrasaram criando uma forte competição pelos fotoassimilados e restantes nutrientes. Figura 9 – Frutos de cerejeira vingados em competição. O sinal correlativo de dominância induz um processo de abcisão através do ácido abcísico e do etileno produzidos em células senescentes posicionadas longe das 15

- Embalamento e Comercialização de Cerejas da Cova da Beira, Lda. respectivas camadas de abcisão. Ao mesmo tempo, as auxinas surgem com uma acção contrária à do etileno, aparecendo este último na base do pedúnculo do fruto como um factor prevenindo a acção das auxinas de inibição da abcisão. Os efeitos posteriores são: a inibição da síntese e da translocação das auxinas e a estimulação da decomposição da formação e ligação de conjugados das auxinas. Neste processo o papel das giberelinas também se encontra envolvido uma vez que o seu movimento dos gomos apicais e dos frutos apicais estimulam o movimento das auxinas. No processo de dominância correlativa as citoquininas também desempenham uma acção antagonista às auxinas tendo um efeito de estimulação da ramificação lateral diminuindo substancialmente a dominância apical, reduzindo a exportação de auxinas especialmente dos frutos dominantes, induzindo a queda de frutos. 6.5 – A influência das intervenções fitotécnicas na queda dos frutos As intervenções fitotécnicas, nomeadamente a regulação da disponibilidade hídrica, a nutrição e as técnicas culturais, são essenciais para a obtenção de bons vingamentos e consequentemente de boas produtividades e boa qualidade na produção alcançada. É muito complicado determinar qual é o factor mais relevante para um bom vingamento sendo que o ideal será tentar assegurar níveis satisfatórios nos processos que conseguimos controlar como são uma adequada nutrição (principalmente em azoto e boro), protecção das folhas para uma boa produção de fotoassimilados, a disposição adequada das diferentes variedades no pomar (sincronização temporal e espacial entre polinizadas e polinizadoras) e a escolha dos porta-enxertos mais adequados aos condicionalismos edafoclimáticos do pomar. Por todas estas razões compreender todo o mecanismo do vingamento poderá fazer a diferença entre o sucesso e o completo fracasso na produção de fruteiras. 6.5.1 – Nutrição A quantidade excessiva de frutos induz, geralmente, a queda de jovens frutos devido à escassez de nutrientes. Começando no processo de floração, a competição entre as flores, e posteriormente, entre os frutos recém-vingados e os crescimentos vegetativos, produz os sintomas de carência. 16

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respectivas camadas de abcisão. Ao mesmo t<strong>em</strong>po, as auxinas surg<strong>em</strong> com uma acção<br />

contrária à do etileno, aparecendo este último na base do pedúnculo do fruto como um<br />

factor prevenindo a acção das auxinas de inibição da abcisão. Os efeitos posteriores são:<br />

a inibição da síntese e da translocação das auxinas e a estimulação da decomposição da<br />

formação e ligação de conjugados das auxinas.<br />

Neste processo o papel das giberelinas também se encontra envolvido uma vez<br />

que o seu movimento dos gomos apicais e dos frutos apicais estimulam o movimento<br />

das auxinas.<br />

No processo de dominância correlativa as citoquininas também des<strong>em</strong>penham<br />

uma acção antagonista às auxinas tendo um efeito de estimulação da ramificação lateral<br />

diminuindo substancialmente a dominância apical, reduzindo a exportação de auxinas<br />

especialmente dos frutos dominantes, induzindo a queda de frutos.<br />

6.5 – A influência das intervenções fitotécnicas na queda dos frutos<br />

As intervenções fitotécnicas, nomeadamente a regulação da disponibilidade<br />

hídrica, a nutrição e as técnicas culturais, são essenciais para a obtenção de bons<br />

vingamentos e consequent<strong>em</strong>ente de boas produtividades e boa qualidade na produção<br />

alcançada.<br />

É muito complicado determinar qual é o factor mais relevante para um bom<br />

vingamento sendo que o ideal será tentar assegurar níveis satisfatórios nos processos<br />

que conseguimos controlar como são uma adequada nutrição (principalmente <strong>em</strong> azoto<br />

e boro), protecção das folhas para uma boa produção de fotoassimilados, a disposição<br />

adequada das diferentes variedades no pomar (sincronização t<strong>em</strong>poral e espacial entre<br />

polinizadas e polinizadoras) e a escolha dos porta-enxertos mais adequados aos<br />

condicionalismos edafoclimáticos do pomar. Por todas estas razões compreender todo o<br />

mecanismo do vingamento poderá fazer a diferença entre o sucesso e o completo<br />

fracasso na produção de fruteiras.<br />

6.5.1 – Nutrição<br />

A quantidade excessiva de frutos induz, geralmente, a queda de jovens frutos<br />

devido à escassez de nutrientes. Começando no processo de floração, a competição<br />

entre as flores, e posteriormente, entre os frutos recém-vingados e os crescimentos<br />

vegetativos, produz os sintomas de carência.<br />

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