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Centro de Animação Bíblico-Catequética<br />

Diocese de Ponta Grossa<br />

CATEQUISTA<br />

“Ide… anunciai a Boa-Nova.” (Mateus 28,19)


Prefácio<br />

Após mais de quinze anos de utilização da Coleção Sementes – manual de catequese elaborado<br />

na Diocese de Ponta Grossa (PR) –, utilizada por catequistas de muitas regiões do Brasil, é para mim<br />

motivo de alegria e grande esperança apresentar a nova coleção, totalmente reformulada no espírito do<br />

Documento de Aparecida e do processo de Iniciação à Vida Cristã.<br />

Hoje melhor compreendemos que a catequese não é uma transmissão de conteúdos de doutrina<br />

(“instrução”), nem apenas preparação para receber este ou aquele sacramento (“etapa de formatura”),<br />

mas é um processo dinâmico e abrangente de educação da fé, um itinerário de vida, que leva<br />

alguém ao encontro de comunhão e intimidade com Jesus Cristo e à adesão à proposta do Reino,<br />

que é vivida na Igreja.<br />

Duas consequências brotam dessa visão: primeira - o catequista, alguém orante, que experimenta<br />

e vive o seu encontro pessoal com o Senhor, é capaz de introduzir os catequizandos no Mistério (mistagogia);<br />

segunda - uma vez que esse processo de discipulado se realiza na comunidade eclesial, e toda a<br />

comunidade paroquial é catequizadora, com a participação da família e do sacerdote, a dinâmica toda<br />

da catequese vai inserir o catequizando na vida da comunidade...<br />

Daí uma grande novidade da nova coleção: a inserção de celebrações litúrgico-catequéticas ou ritos<br />

de Iniciação, que vão assinalando as várias etapas e introduzindo o catequizando no Mistério do Ressuscitado,<br />

levando-o a assimilar a linguagem dos símbolos, dos gestos, da vida de oração e contemplação,<br />

bem como a participar de maneira ativa e frutuosa na Liturgia e na transformação da sociedade.<br />

Este volume começa com uma preciosa apresentação, que expõe de maneira clara a mística da<br />

Iniciação à Vida Cristã, sempre iluminada pela atitude de Jesus com os discípulos de Emaús. Respeita<br />

a psicologia das idades e os diversos momentos do ano litúrgico. Será muito útil para a preparação dos<br />

catequistas no início das atividades.<br />

Parabenizando a Equipe de Animação Bíblico-Catequética da diocese e a <strong>Editora</strong> <strong>Ave</strong>-<strong>Maria</strong> por<br />

colocar à disposição dos catequistas e das comunidades do Brasil este precioso instrumento, invoco sobre<br />

todos as bênçãos de Deus uno e trino.<br />

Na Festa de <strong>Maria</strong>, Mãe da Divina Graça, padroeira da Diocese.<br />

Ponta Grossa, 15 de setembro de 2011.<br />

Dom Sergio Arthur Braschi


Apresentação<br />

Esta edição reformulada do Manual de iniciação para uma vida de comunhão com Cristo na sua<br />

comunidade faz parte da Coleção Sementes e é expressão do amadurecimento da edição publicada em<br />

1995 na Diocese de Ponta Grossa (PR).<br />

Reformulada com a colaboração de catequistas, religiosos, pedagogos, psicólogos e sacerdotes, esta<br />

edição alinha o processo catequético com as orientações do Documento de Aparecida, do Diretório<br />

Nacional de Catequese, do Estudo 97 sobre iniciação à vida cristã e das diretrizes gerais da Ação Evangelizadora<br />

da Igreja (2011-2015). Deseja oferecer à Igreja um instrumento vivo e dinâmico de transmissão<br />

da fé, para auxiliar o “processo de iniciação à vida cristã”, que conduz a pessoa para um mergulho no<br />

Mistério de Cristo, formando nela um coração de discípulo missionário.<br />

É preciso tratar com zelo uma importante parcela do povo de Deus confiada à Igreja composta de<br />

crianças e adolescentes. Para eles, a catequese de iniciação à vida cristã é fundamental para o crescimento<br />

na fé, porque proporciona um encontro pessoal com Cristo por meio da escuta da Palavra, da Celebração<br />

dos mistérios da fé e da vida comunitária.<br />

O método de “iniciação” requer cuidado no planejamento para o êxito da ação catequética no<br />

âmbito paroquial. Necessita também de catequistas mistagogos, isto é, que tenham segurança para<br />

conduzir ao Mistério pela vivência da fé, da espiritualidade e do testemunho de vida de comunhão<br />

na comunidade. Por sua vez, a comunidade também é chamada a realizar essa tarefa, que é “do<br />

conjunto da Igreja”.<br />

A formação e a criatividade de nossos catequistas são sempre uma qualidade a ser valorizada e estimulada.<br />

Embora o trabalho dedicado de muitos catequistas seja objeto de nosso respeito e admiração,<br />

a iniciação de nossas crianças e adolescentes tem sido fragmentada e, às vezes, insuficiente diante dos<br />

desafios e das urgências desta “mudança de época”.<br />

Esta edição reformulada do manual da Coleção Sementes proporciona a diminuição da distância<br />

entre a catequese e a liturgia, que são duas faces do mesmo Mistério, em vista da adesão a<br />

Jesus e do discipulado.<br />

A catequese de iniciação à vida cristã favorece a integração entre Anúncio, Celebração e Vivência<br />

Comunitária. Sendo um método mais participativo, fomenta a conexão entre catequista, catequizandos,<br />

família e comunidade.<br />

A Coleção Sementes contém cinco volumes para realizar um processo global de catequese, instruindo<br />

com os quatro pilares da doutrina (crer, celebrar, viver e rezar), que favorecem a experiência<br />

das primeiras e fundamentais noções da fé. Os três primeiros volumes preparam para a intimidade com<br />

Cristo, a inserção e a pertença à sua comunidade, que se expressará por meio da participação eucarística.<br />

Os outros dois volumes confirmam a opção e a adesão a Jesus e à sua comunidade, consolidando no<br />

catequizando um coração de discípulo missionário para atuar, na força do Espírito Santo, como “sal da<br />

terra e luz do mundo”. (Mateus 5,13-14)<br />

Este manual inicia-se com uma carta de acolhida aos pais e aos catequizandos, um texto de capacitação<br />

inicial para os catequistas, uma celebração de unção e de envio do catequista e um encontro de<br />

acolhida dos catequizandos. Em seguida, sugere um encontro de reflexão sobre a Campanha da Frater-


nidade e, posteriormente, apresenta a celebração litúrgica de admissão ao catecumenato com os gestos<br />

da assinalação dos sentidos e entrega do Livro da Palavra.<br />

Este volume traz as experiências do tempo catecumenal no itinerário catequético, ou seja, “um<br />

tempo para conveniente instrução, santificado com os sagrados ritos litúrgicos celebrados em tempos<br />

sucessivos” (Sacrosanctum Concilium 64). A 1ª unidade expõe a Revelação, oferecendo um panorama<br />

bíblico dos eventos do Antigo Testamento para que o catequizando perceba “o Deus que fala conosco”<br />

por meio da Criação, da Aliança que fez com os patriarcas e do dom da lei no Sinai. Essas experiências<br />

se desenvolvem a partir de nove temas. A unidade se encerra com uma celebração da “Oração de Bênção<br />

aos catequizandos”. A 2ª unidade dá prosseguimento à narrativa vétero-testamentária, com sete temas<br />

sobre os eventos de Juízes, Reis e Profetas para que o catequizando aprenda a ouvir e a acolher a voz<br />

de Deus, identificando-se com a missão profética. A unidade é concluída com a “Celebração litúrgica<br />

Penitencial”. Com onze temas, a 3ª unidade apresenta a nova Aliança em Jesus Cristo, plenitude da Revelação,<br />

e os primeiros passos dessa comunidade. Nesta unidade, o catequizando identificará o Cordeiro<br />

de Deus mediante o testemunho de João Batista e perceberá a escolha que Deus fez para que <strong>Maria</strong> fosse<br />

a Mãe de Jesus Salvador, o qual anuncia o Reino, as Bem-<strong>Ave</strong>nturanças, e, vencendo a morte na Cruz,<br />

gera a comunidade guiada pelo Espírito Santo e enviada para a missão.<br />

Antecedido de um texto de formação para o catequista, cada encontro apresenta orientações e é<br />

organizado segundo os quatro passos da metodologia do encontro dos discípulos de Emaús com o Ressuscitado:<br />

Acolhimento, Fundamentação, Espiritualização e Atividades de fixação – atividades que integram<br />

também a vivência da fé em família e fomentam o compromisso cristão do discípulo missionário.<br />

Este manual apresenta um processo pedagógico dinâmico, cristocêntrico, litúrgico-comunitário,<br />

orante e bíblico, que integra a família, o catequista, o catequizando e a comunidade, ajudando o catequizando<br />

a desenvolver o costume de ouvir, celebrar, viver e rezar a Palavra de Deus dentro e fora da família.<br />

“Ide, fazei discípulos meus... ensinando-os tudo o que vos ordenei” (Mateus 28,19-20). Desejosos<br />

de que esse mandato de Jesus à Igreja aconteça de modo sempre renovado e caracterizado pela alegria,<br />

pedimos os auxílios da Mãe da Divina Graça.<br />

Equipe Diocesana de Animação Bíblico-Catequética<br />

Diocese de Ponta Grossa, PR


Carta de acolhida aos pais<br />

Queridos pais:<br />

Com muito carinho e alegria, a Igreja recebe seu filho para o 2o Tempo de catequese. “Tempo” é<br />

uma expressão muito rica; além de indicar o momento do processo dedicado à formação humana e<br />

cristã, lembra-nos também que Deus infunde em nós a sua graça através do “tempo”. É no Tempo que<br />

acontece e se perpetua a ação salvadora de Deus. “Há um tempo para cada coisa” lembra-nos o autor do<br />

livro de Eclesiastes 3,1.<br />

Compartilhamos com vocês deste “tempo de graça e intimidade com o Senhor”, que seu filho<br />

experimentará na catequese de iniciação. Esse é um momento de especial responsabilidade para uma<br />

família cristã, é parte do processo de iniciar ou de conduzir uma pessoa para a inserção na “vida” da<br />

comunidade de fé.<br />

Contando com a participação e o compromisso da família, a Igreja deseja auxiliar na tarefa de conduzir<br />

para o encontro com o Ressuscitado, formando no cristão um coração de discípulo missionário,<br />

dando continuidade na missão de iniciação cristã.<br />

Toda pessoa carrega no coração o “desejo de ser feliz”. O processo de iniciação é a resposta para esse<br />

desejo e também a missão da Igreja de conduzir o homem para a “alegria do encontro vivo com Cristo”,<br />

inserindo-o no lugar onde Ele escolheu permanecer vivo: a comunidade cristã.<br />

A catequese inicia no ventre materno, que acolheu, com a experiência de amor, com sentimentos<br />

de afeto e gratidão, o dom da vida em seus primeiros momentos, e se estende pela convivência<br />

familiar, que deve ser naturalmente compreendida como um núcleo de relações de amor que formam<br />

valores.<br />

É no ambiente de um lar com pais cristãos, permeado de gestos e valores do Evangelho, que são<br />

realizados nos filhos os primeiros e fundamentais traços que imprimirão neles uma fisionomia cristã. A<br />

Igreja, por sua vez, aprofundará e dará continuidade a essa tarefa que se inicia na família: “Os pais são<br />

os catequistas insubstituíveis dos seus filhos”.<br />

“Nos primeiros anos de vida da criança, lançam-se a base e o fundamento do seu futuro. Por<br />

isso mesmo, devem os pais compreender a importância de sua missão a esse respeito. Em<br />

virtude do batismo e do matrimônio, são eles os primeiros catequistas de seus filhos: de fato<br />

educar é continuar o ato de geração. Nessa idade, Deus passa de modo particular ‘mediante a<br />

intervenção da família’.<br />

As crianças têm necessidade de aprender e de ver os pais que se amam, que respeitam a Deus,<br />

que sabem apresentar o ‘conteúdo cristão’ no testemunho e na esperança ‘de uma vida de<br />

todos os dias vivida segundo o evangelho’. O testemunho é fundamental. A Palavra de Deus<br />

é eficaz em si mesma, mas adquire sentido concreto quando se torna realidade na pessoa que<br />

anuncia. Isso vale de modo particular para as crianças que ainda não têm condições de distinguir<br />

entre a verdade anunciada e a vida daquele que a anuncia. Para a criança, não há distinção<br />

entre a mãe e o pai que rezam e a oração: mais ainda, a oração tem especial valor porque é reza<br />

da mãe e do pai.”<br />

(João Paulo II – discurso em Porto Alegre, RS, 1980)<br />

11


Caríssimos pais, caminhemos juntos nesta missão de testemunhar e transmitir a fé para formar em<br />

seu filho um coração de discípulo missionário, inserindo-o nos mistérios do Pai e na comunidade onde<br />

Jesus escolheu permanecer!<br />

“Conhecer a Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o<br />

melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria.”<br />

(Documento de Aparecida no 29)<br />

12<br />

Equipe Diocesana de Animação Bíblico-Catequética<br />

Diocese de Ponta Grossa (PR)


Carta de acolhida aos catequizandos<br />

Querido catequizando:<br />

“Escutai: Eis que o semeador saiu a semear. E, ao semear, uma parte da semente caiu à beira do<br />

caminho, e vieram as aves e a comeram. Outra parte caiu no solo pedregoso e, não havendo terra bastante,<br />

nasceu logo, porque não havia terra profunda, mas, ao surgir do sol, queimou-se e, por não ter<br />

raiz, secou. Outra parte caiu entre os espinhos; os espinhos cresceram e a sufocaram, e não deu fruto.<br />

Outras caíram em terra boa e produziram fruto, crescendo e se desenvolvendo, e uma produziu trinta,<br />

outra sessenta e outra cem.”<br />

(Marcos 4,3-8)<br />

A parábola do semeador é fonte inspiradora para a evangelização. A semente é a Palavra de Deus,<br />

que será lançada no seu coração em cada encontro de catequese. O semeador é Jesus Cristo. Ele anunciou<br />

o Evangelho na Palestina há mais de dois mil anos e enviou os seus discípulos a semeá-lo pelo mundo,<br />

e assim fazem hoje os catequistas e a “ação do conjunto da Igreja em suas pastorais e movimentos”.<br />

(Diretório Geral para Catequese no 15)<br />

Jesus Cristo hoje, presente na Igreja por meio do Espírito, continua a semear amplamente a Palavra do Pai<br />

no campo do mundo. Ele deseja lançar “sementes de esperança” em seu coração por meio do seu catequista.<br />

Lemos na parábola que a qualidade do terreno é sempre muito variada. A semente do Evangelho cai<br />

“à beira do caminho” (Marcos 4,4), quando não é realmente escutada; cai “em solo pedregoso” (Marcos<br />

4,5), sem que possa penetrar profundamente na terra; cai “entre os espinhos” (Marcos 4,7) e é imediatamente<br />

sufocada no coração daqueles que se fazem distraídos porque têm outras preocupações.<br />

Mas a parábola conta que há sementes que caem “em terra boa” (Marcos 4,8), isto é, no coração<br />

aberto e disposto à relação pessoal com Deus, que deseja ser solidário com o próximo – assim a semente<br />

produz frutos abundantes!<br />

Com qual dessas situações você deseja que seu coração se assemelhe nesse processo?<br />

Caríssimo catequizando, medite sobre isso para que possamos iniciar com alegria, coragem, dinamismo<br />

e firme decisão a participação neste 2o Tempo de catequese.<br />

Seja bem-vindo! Junto com seus pais e nossa comunidade, daremos mais um passo neste bonito<br />

caminho de “iniciação para uma vida de comunhão com Cristo na sua comunidade”!<br />

“Conhecer a Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o<br />

melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria.”<br />

(Documento de Aparecida no 29)<br />

Catequista e Equipe Diocesana de Animação Bíblico-Catequética<br />

Diocese de Ponta Grossa (PR)<br />

13


Capacitação inicial para os catequistas<br />

Querido catequista:<br />

Sua vida é um dom para a comunidade cristã. O Senhor Deus lhe dirigiu o olhar com ternura,<br />

agradou-se de você e o escolheu!<br />

Você é portador de um relacionamento profundo de amor com o Senhor, que o capacita a interpretar<br />

as Escrituras e a colocar o catequizando numa relação de intimidade com o Senhor e com sua comunidade.<br />

Auxiliado pelo itinerário que este manual lhe oferece, você realizará o tempo chamado de Catecumenato<br />

com os catequizandos. Trata-se do tempo no qual acontece progressivamente a educação de toda a<br />

vida cristã, é o “tempo para um aprendizado que se constrói através da prática e da experiência do Encontro<br />

com Jesus, tendo a finalidade de unir o discípulo ao Cristo-Mestre. O tempo do catecumenato não é uma<br />

mera exposição de dogmas e preceitos, mas iniciação no Mistério da Salvação” (Ad Gentes 14).<br />

Através do desenvolvimento dos encontros deste tempo, você conduzirá os catequizandos “à prática<br />

de uma vida evangélica, introduzindo-os na vida da fé, da liturgia e da caridade, mediante ritos sagrados<br />

celebrados em épocas sucessivas” (Catecismo 1248).<br />

A iniciação cristã realizada no tempo do catecumenato não é apenas tarefa dos catequistas e sacerdotes,<br />

mas de toda a comunidade dos fiéis, de modo especial, da família e também dos padrinhos. (Ad Gentes 14)<br />

Estamos num período muito rico de transição no qual somos chamados a passar de um estilo tradicional<br />

de catequese para uma “catequese de inspiração catecumenal”. São necessários confiança, entusiasmo e<br />

paciência para que a mudança seja acompanhada de explicações e orientações, evitando discussões estéreis.<br />

O essencial neste novo jeito de fazer catequese é “inspirá-la no processo catecumenal”, ou seja, é o<br />

jeito querigmático com o qual é preciso realizar tudo que se faz na Igreja, “centralizar no encontro pessoal<br />

com Jesus Cristo e na conversão”. Assim nos pedem as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora:<br />

“partir de Cristo para conduzir ao encontro com Ele” (DGAE 4, p. 17).<br />

“Semeai, o resto fará o Senhor!”<br />

Retomando essas palavras, que o saudoso Papa “Beato João Paulo II” dirigiu aos catequistas em<br />

determinada ocasião, deixemo-nos animar por apelo tão significativo que projeta sobre a ação de catequizar<br />

a ação do próprio Deus, o qual generosamente nos inspira a espalhar a semente da Palavra capaz<br />

de fazer, misteriosamente, a vida germinar.<br />

Deus o abençoe e um bom ano catequético!<br />

A capacitação que se segue deve ser organizada pela Coordenação Paroquial de Catequese destinada<br />

ao grupo de catequistas e contém:<br />

1. Reflexão sobre vocação e missão do catequista<br />

2. Conteúdo específico de cada tempo<br />

3. Metodologia e pedagogia do manual<br />

4. Desenvolvimento psicológico da criança entre 10 e 12 anos<br />

5. Os quatro pilares para transmissão da fé<br />

6. Celebrações litúrgicas com ritos de iniciação cristã<br />

15


1. Reflexão sobre vocação e missão do catequista<br />

Um tema muito forte na Bíblia é o chamado de Deus e sua relação com a própria Palavra. Palavra<br />

de Deus e vocação são duas realidades profundamente ligadas.<br />

Toda a Escritura manifesta um chamado radical que Deus dirige ao homem para que ele seja, na<br />

sua vida, aquilo que já é na sua essência: imagem de Deus e filho de Deus!<br />

A Escritura é o lugar em que se gera uma relação com Deus e se aprofunda a relação gerada. É por<br />

isso que chamamos a Bíblia “Palavra de Deus”.<br />

Seguindo essa linha de pensamento, fica bem mais fácil entender o que significa “ser chamado”. O<br />

profeta Isaías descreve com estas palavras todo o mistério do “chamado”, da “relação nova” que Deus<br />

deseja estabelecer com alguém sobre o qual pousa o seu olhar: “Eu te escolhi, te chamei pelo teu nome<br />

e te pus um nome novo, ainda que não me conheças” (Isaías 45,4). Apenas com um versículo, o Profeta<br />

nos indica tudo o que acontece quando nos sentimos envolvidos por um mistério profundo que<br />

chamamos “vocação”. A primeira coisa que percebemos nesse mistério é que Deus dá início a um novo<br />

relacionamento: “EU te escolhi...!”. Quem é chamado precisa sempre reconhecer o privilégio de ter sido<br />

envolvido num relacionamento com Deus de modo diferente.<br />

A vocação implica sempre numa escolha específica que apenas Deus faz! Ser chamado por Jesus<br />

implica uma escolha que Ele faz de alguém, por mistérios da sua vontade. É um privilégio do qual não<br />

podemos nos envergonhar, como dizia João Paulo II: “Quão grande privilégio é conferido àqueles que<br />

são chamados a serem consagrados a Deus, a serem anunciadores do Evangelho! Quão extraordinária<br />

satisfação se descobre quando respondemos ao apelo de comunicar Cristo ao outro!” (23/02/1981).<br />

O segundo elemento que deve sempre ficar claro a quem se percebe escolhido está contido nesta<br />

outra expressão: “chamei pelo nome”. Não se trata apenas de um “convite”. Nunca na Escritura o verbo<br />

usado tem essa característica, pois o Senhor não “convida alguém”, mas sim o “convoca”.<br />

O que isso significa? Significa que não é apenas uma solicitação, mas um apelo que Deus faz a quem<br />

“Ele considera capaz para a missão que Ele conhece”. É o maravilhoso e encantador agir de Deus que<br />

deseja “precisar do homem” para salvar o homem. “Eu preciso de você; não de outro! Apenas você pode<br />

ser para os outros aquilo que Eu desejo dar-lhes!”.<br />

O terceiro elemento que fica claro em toda vocação autêntica é que Deus não nos pede para sermos algo<br />

diferente daquilo que já somos. “Eu te chamei pelo nome” indica o respeito profundo que Deus tem para<br />

com aquilo que nós somos; Ele respeita o nosso “nome”, a nossa personalidade, a nossa cultura, história, dramas,<br />

expectativas etc. Ele não pediu a Pedro para ser “marceneiro”, mas sim para continuar sendo “pescador”.<br />

Apenas o objetivo da vida mudaria. Isso é o sinal de que um chamado é autêntico. Todos os apelos da Escritura<br />

refletem esse respeito profundo de Deus por aquilo que somos. Ele não pede para “substituir” a nossa vida<br />

por outra coisa que, às vezes, existe apenas na nossa imaginação. Deus respeita tudo aquilo que somos, mas<br />

pede que usemos tudo o que somos para unir nossa vida à beleza do projeto de Deus.<br />

Por último, para poder apreciar e acolher a maravilhosa escolha que Deus faz e que chamamos “vocação”,<br />

consideremos a última parte do mesmo versículo: “...um nome novo, ainda que não me conheças”.<br />

É o encantador e aventuroso caminho da vocação que não esgota o seu potencial, apenas no momento de<br />

responder “sim”; é um longo processo de assimilação entre a vontade de Quem convoca e de quem é convocado;<br />

Paulo dirá: “Não sou mais eu quem vive, é Cristo que vive em mim” (Gálatas 2,20).<br />

Não se trata de substituição de personalidade, trata-se apenas de “sintonia de corações”, “com participação”,<br />

“fusão de sentimentos”, do mesmo modo que Jesus dirá sobre o Pai: “Eu e o Pai somos um”.<br />

É sentir o que o outro sente, é viver o que o outro vive. Enfim, é permitir que Deus aja livremente em<br />

nossa vida “para que o mundo creia” no amor e na bondade de Deus.<br />

Toda vocação é relacionada a uma missão: “o catequista é chamado a educar e conduzir o discípulo para a<br />

experiência profunda de encontro com o Senhor, escutando e refletindo em si a pessoa de Jesus vivo”.<br />

16


Partilhando com o grupo:<br />

• O que mais lhe chamou atenção na reflexão sobre vocação?<br />

• Como essa realidade está presente em sua vida?<br />

Por que utilizar um manual para fazer catequese?<br />

Fazer catequese com um manual é realizar “um itinerário educativo que vai além da simples transmissão<br />

de conteúdos doutrinais desenvolvidos nos encontros catequéticos. Este manual propõe um processo<br />

participativo de acesso às Sagradas Escrituras, à liturgia, à doutrina da Igreja, à inserção na vida da<br />

comunidade eclesial e às experiências de intimidade com Deus”. (Diretório Nacional de Catequese 152)<br />

Este manual apresenta um conjunto de passos e operações necessários para instruir alguém em<br />

determinada etapa do processo. Ele tem como pano de fundo um caminho, porém, sozinho não é todo<br />

caminho catequético, pois catequese é muito mais do que apenas aquele momento isolado do encontro.<br />

Os momentos de catequese acontecem também na família, na vida em comunidade, nas celebrações e<br />

em tantas outras atividades.<br />

A efi cácia do processo é garantida por um bom manual, mas também exige preparo, formação,<br />

criatividade e planejamento do catequista e participação da comunidade, da família e do sacerdote.<br />

A partir da refl exão acima, qual é a importância da utilização de um manual no processo catequético<br />

de iniciação à vida cristã?<br />

Dinamizando o tema<br />

Formar grupos de até 10 pessoas e entregar 1 kit em embalagem de plástico contendo:<br />

• 3 canudinhos<br />

• 1 folha colorida<br />

• 5 palitos de sorvete<br />

• 1 bexiga<br />

• 1 pedaço de barbante<br />

• 1 pedaço de papel-cartão<br />

• 1 pedaço de fita-crepe colada no próprio plástico<br />

• 1 guardanapo<br />

Em seguida, pedir a cada grupo que, utilizando o material do kit, monte em equipe “algo que<br />

seja útil para percorrer um caminho”. Depois os grupos podem apresentar o que montaram, explicando<br />

o signifi cado.<br />

Conclusão: perceber que a utilidade do manual é como a de um kit, no qual as coisas não<br />

estão prontas ou acabadas – nele se encontram recursos para que, mediante planejamento, participação<br />

e criatividade, seja possível expressar o que se deseja.<br />

2. Conteúdo específi co de cada tempo<br />

a) O 1o Tempo do manual da Coleção Sementes – Sementes de Vida – procura desenvolver o Pré-<br />

-catecumenato, com um acento querigmático (primeiro anúncio vibrante de Jesus Cristo).<br />

17


O processo que este manual propõe é dedicado à interação do catequizando consigo mesmo, com a<br />

obra da Criação e com os outros, fomenta a confiança mútua no grupo e, sobretudo, conduz para uma<br />

relação com Deus na comunidade. É um tempo dedicado para auxiliar o catequizando a experimentar a<br />

alegria do encontro pessoal e intransferível com Jesus Cristo. É preciso favorecer a vivência do processo<br />

de conversão (mudança na maneira de interpretar e decidir) para se transformar em discípulo missionário<br />

de Jesus, um discípulo que esteja consciente, esclarecido, que aja de modo coerente e generoso. No<br />

primeiro tempo, evidenciamos a “família como introdutores” nas experiências de fé e vida. As celebrações<br />

ajudam a inseri-lo na comunidade, dão acesso à vida litúrgica e santificam esse tempo.<br />

O que você destacaria no processo do 1o Tempo que o manual “Sementes de Vida” realiza?<br />

b) O 2o Tempo da Coleção Sementes – Sementes de Esperança – realiza parte do catecumenato, que<br />

é o tempo da catequese propriamente dita, um itinerário mais longo e denso no processo.<br />

No 2o Tempo é desenvolvido um conjunto de temas, dentro da pedagogia catequética própria, visando<br />

realizar, de modo harmonioso e abrangente, uma exposição da história da Salvação. Neste tempo de catequese, é<br />

necessário “fazer ecoar e ressoar” no íntimo da pessoa a Palavra de Deus, que renova e ilumina seu modo de agir.<br />

O estilo “escolar ou de aula de religião” dá lugar ao estilo “querigmático”, isto é, fraterno, comunitário,<br />

orante, celebrativo, meditativo, que faz confrontar a vida pessoal e social, proporcionando inserção<br />

na comunidade e comunhão com a sua missão. No segundo tempo, evidencia-se a figura do “padrinho<br />

como introdutor” nessas experiências de fé e vida.<br />

Neste tempo do catecumenato acontecem ritos e celebrações importantes para que o catequizando<br />

sinta-se progredindo no caminho da fé.<br />

O que você destacaria no processo do 2o Tempo que o manual “Sementes de Esperança” realiza?<br />

c) No manual do 3o Tempo – Sementes de Comunhão – acontece a continuidade do catecumenato<br />

e o período chamado de Purificação, de caráter quaresmal e penitencial, e a Iluminação, que é a recepção<br />

dos gestos de Jesus, os sacramentos pascais.<br />

Neste Tempo, o catecumenato prossegue com a síntese dos principais conteúdos da fé cristã, procurando<br />

favorecer o entendimento e a vivência da fé pelo catequizando.<br />

A Purificação evidencia o sentido litúrgico da Quaresma para que o catequizando viva esse momento<br />

como um “retiro de 40 dias”, que favorece a preparação da Páscoa, quando liturgicamente recomenda-se a<br />

Iluminação pela recepção do Sacramento (pastoralmente, cada comunidade realiza a Iluminação no momento<br />

oportuno). Mediante a participação nas catequeses e celebrações deste tempo, o catequizando experimentará<br />

uma melhor assimilação do Evangelho em sua vida, da moral cristã, do sentido de pecado, de<br />

perdão e reconciliação. O itinerário do manual realiza um estudo orante dos sacramentos, particularmente<br />

dos sacramentos da iniciação cristã (Batismo, Confirmação e Eucaristia) e do mistério pascal.<br />

O que você destacaria no processo do 3o Tempo que o manual “Sementes de Comunhão” realiza?<br />

d) O 4 o e o 5 o Tempos do processo da iniciação – Sementes de Participação – são chamados de<br />

Mistagogia. É um período privilegiado para um mergulho mais intenso nos “segredos” ou mistérios da<br />

fé. Pastoralmente, na Coleção Sementes, esse período abarcará as experiências do aprendizado da fé que<br />

firmará (pela Crisma ou Confirmação) o discípulo, por meio de atividades pastorais e missionárias, em<br />

um projeto pessoal e comunitário de vida. Também nos séculos III ao V aconteciam nesse Tempo catequeses<br />

mistagógicas. Mistagogia é um termo formado por duas palavras gregas: “mista”, que significa<br />

mistério; e “agog”, que significa guia, condutor ou orientador.<br />

18


Conseguimos compreender que o itinerário realizado no tempo de Mistagogia será um momento<br />

favorável para “conduzir para dentro do mistério ou dos segredos de Deus”. Suficientemente iniciado,<br />

cabe ao catequizando progredir na comunidade cristã e no processo formativo. Como membro da comunidade<br />

cristã, precisa sentir-se responsável por si, pela Igreja e por sua missão.<br />

O que você destacaria no processo do 4o e 5o Tempos que o manual “Sementes de Participação” realiza?<br />

Conhecendo o itinerário que o processo da Coleção Sementes desenvolve no catequizando nos<br />

cinco tempos:<br />

1 o Tempo<br />

Conhecer-se e<br />

Relacionar-se<br />

2 o Tempo<br />

Ele nos chama a<br />

viver este Projeto<br />

em Comunidade<br />

3 o Tempo<br />

Vivendo a Lei<br />

do Amor em<br />

Comunidade<br />

4 o Tempo<br />

O agir do discípulo:<br />

vida de oração e<br />

cultivo de fé<br />

5 o Tempo<br />

Serviço<br />

aos irmãos<br />

1 o Tempo<br />

Eu comigo mesmo<br />

e com o mundo<br />

Eu e o outro<br />

Eu e Deus<br />

2 o Tempo<br />

Jesus anuncia:<br />

O Reino e as<br />

Bem-<strong>Ave</strong>nturanças<br />

3 o Tempo<br />

Crer no Deus<br />

Uno e Trino em<br />

Comunidade<br />

4 o Tempo<br />

Faço opções, posso<br />

servir a comunidade<br />

DISCIPULADO<br />

5 o Tempo<br />

A força do Espírito<br />

na história e na Igreja<br />

é força para a missão<br />

1 o Tempo<br />

Relações fraternas<br />

vividas em<br />

Comunidade<br />

2 o Tempo<br />

<strong>Maria</strong> do Sim<br />

Jesus, a Nova<br />

Aliança<br />

3 o Tempo<br />

Experimentar os gestos<br />

salvíficos de Jesus em<br />

Comunidade<br />

4 o Tempo<br />

Firmar as<br />

convicções de fé<br />

na comunidade<br />

5 o Tempo<br />

Assumir a vocação e<br />

missão para servir a comunidade<br />

e a Sociedade<br />

2 o Tempo<br />

Deus se revela:<br />

Palavra/Criação<br />

2 o Tempo<br />

Faz Aliança<br />

Dá a Lei do Amor<br />

Fala pelos profetas<br />

4 o Tempo<br />

Eu, adolescente:<br />

razão e<br />

liberdade<br />

4 o Tempo<br />

Dialogar em família<br />

Respeitar as<br />

diferenças<br />

DISCÍPULO<br />

MISSIONÁRIO<br />

Olhando o organograma, podemos compreender o ponto de partida e de chegada que cada um dos<br />

manuais desenvolve e ter uma visão de conjunto do itinerário realizado ao longo de cada tempo.<br />

As áreas do 1o Tempo representam o manual Sementes de Vida. Ao longo do ano, cada encontro<br />

realiza um processo, por meio de um conteúdo, que conduz a uma experiência com Deus, o qual chama<br />

para relações fraternas na comunidade.<br />

As áreas do 2o Tempo representam o percurso realizado com o manual Sementes de Esperança, que<br />

lançará as bases da Revelação do Deus da Aliança – experiência que em Jesus somos chamados a vivenciar<br />

a Salvação na comunidade.<br />

19


As áreas do 3º Tempo ajudam a compreender que o manual Sementes de Comunhão, sintetizando<br />

os mandamentos e o símbolo da fé (credo), consolida a inserção na comunidade pela participação no<br />

mistério sacramental da presença eucarística do Ressuscitado.<br />

Fica claro que ao longo dos três anos acontece um processo de inserção na comunidade e a expressão<br />

dessa pertença comunitária é a vida eucarística.<br />

Depois podemos ver nas áreas do 4º e do 5º Tempos as etapas desenvolvidas pelo manual Sementes<br />

de Participação. Já inserido na experiência da comunidade, o catequizando retomará o conhecimento e<br />

a compreensão de si nessa fase de pré-adolescência e adolescência, seguindo no processo de maturidade<br />

da fé. Firmando suas convicções na comunidade, poderá aprofundar suas opções para o serviço de discipulado<br />

e, experimentando a atuação e a força do Espírito, poderá tornar-se também missionário.<br />

Essa é a visão de conjunto da catequese de iniciação que a Coleção Sementes realiza por meio da<br />

metodologia aplicada nos cinco tempos. Deseja inserir a pessoa no mistério do encontro com o Ressuscitado<br />

presente na comunidade em vista de formar no catequizando um coração de discípulo missionário<br />

da Igreja para a construção de uma sociedade mais justa e fraterna.<br />

20<br />

Refletindo com o grupo<br />

• Essa visão de conjunto que a Coleção Sementes apresenta contribui de que forma para a<br />

realização do serviço catequético?<br />

(Depois da partilha em grupo, os catequistas se reúnem conforme os tempos<br />

nos quais ministrarão catequese e leem o que segue.)<br />

3. Metodologia e pedagogia do manual<br />

Este manual foi preparado com carinho para você, que acredita no serviço catequético e faz do<br />

encontro de catequese uma ocasião festiva de convivência, de partilha e de encontro vivo com o Senhor,<br />

tornando a “catequese um caminho que, pelo Encontro com Jesus, forma discípulos”.<br />

No início de cada encontro, você verificará os objetivos a serem alcançados, o material de apoio<br />

a ser utilizado para dinamizar o encontro e um texto de formação e preparação, que servirá para seu<br />

aprofundamento pessoal e sua preparação espiritual sobre o tema a ser desenvolvido em cada encontro.<br />

Você perceberá que cada um dos encontros possui quatro passos: Acolhimento (VER), Fundamentação<br />

(ILUMINAR), Espiritualização (CELEBRAR) e Atividades de fixação (AGIR CRISTÃO). Se<br />

olharmos para a pedagogia que Jesus utilizou no episódio de Emaús (Lucas 24), identificamos que os<br />

quatro passos realizados nos encontros são inspirados nesse processo, que servirá para levar os catequizandos<br />

à experiência de um encontro vivo e transformador. O catequizando precisa perceber na atividade<br />

do catequista os mesmos gestos de Jesus.<br />

O Senhor encontrou os discípulos no caminho e se pôs a caminhar com eles, perguntando dos<br />

fatos da vida (é a ACOLHIDA-VER), em seguida iluminou os anseios e a vida deles a partir da Palavra<br />

(é a FUNDAMENTAÇÃO-ILUMINAR). Isso despertou nos discípulos o desejo de permanecerem<br />

unidos e com o Senhor, a ação de graças (é a ESPIRITUALIZAÇÃO-CELEBRAR). A experiência foi<br />

tão marcante e significativa, que reorientou e enviou os discípulos para a missão (é a ATIVIDADE, o<br />

AGIR CRISTÃO).<br />

Nossos encontros conservam a mesma pedagogia de Jesus. É importante compreender e desenvolver<br />

bem o passo a passo que propomos. Além disso, remetemos o catequizando para uma reflexão


e vivência de fé com a família e também para uma prática de discipulado que pedirá um compromisso<br />

concreto no intervalo da semana.<br />

No desenvolvimento do encontro, aparecem traços da espiritualidade e metodologia da “Leitura<br />

Orante da Palavra”, que o catequista poderá utilizar para introduzir progressivamente o catequizando<br />

num mergulho mais profundo no Mistério, através das questões:<br />

• O que Deus falou para mim neste texto? (após a Fundamentação)<br />

• O que sinto vontade de dizer a Deus? (após a Espiritualização)<br />

• Transformando a oração em compromisso de ação cristã (na atividade e compromisso do “agir cristão”)<br />

Como desenvolver a metodologia dos quatro passos em um encontro?<br />

1o passo – Acolhimento: esse passo tem por finalidade evidenciar e recolher os fatos presentes na<br />

vida dos catequizandos para melhor compreender a realidade deles (“Jesus aproximou-se e pôs-se a caminhar<br />

com eles perguntando: sobre o que conversais pelo caminho?”, Lucas 24,15-17). Aplicando os<br />

métodos sugeridos e as técnicas de entrosamento, pode durar em torno de 10 a 15 minutos.<br />

2o passo – Fundamentação: depois de perceber a realidade através do acolhimento, o catequista<br />

iluminará os fatos da vida com a Palavra de Deus (“explicava-lhes a Escritura”, Lucas 24, 27). Ela reconduz<br />

nossa história para Deus e para o serviço. Esse passo precisa ser participativo, de construção do<br />

conhecimento e requer um período de 20 minutos para que seja desenvolvido.<br />

3o passo – Espiritualização: a experiência fará brotar neles o reconhecimento da bondade de Deus,<br />

conduzindo-os para a espiritualização. Será o momento de experimentar a relação comunitário-pessoal<br />

com o Deus da Vida (“Ele tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e serviu-lhes”, Lucas 24, 30). As técnicas<br />

para esse momento sugerem um período de 15 minutos.<br />

4o passo – Atividades de fixação: para concluir o ciclo desse processo, é preciso que a experiência<br />

de fé seja assimilada por eles em vista de lançá-los na integração com a família e no compromisso de<br />

atividades transformadoras (“levantaram-se na mesma hora e foram a Jerusalém”, Lucas 24, 33). Esse<br />

momento pode acontecer num período de 15 minutos.<br />

O intuito do processo é levar os catequizandos para a experiência de Encontro vivo com Jesus. O<br />

catequista perceberá, no desenvolvimento do tema, o modo de realizar cada passo, gerando uma relação<br />

viva entre eles, sem tornar cansativo ou vazio cada momento do processo e ainda sem trabalhar mecanicamente<br />

em função do relógio.<br />

Refletindo com o grupo<br />

• Você já havia percebido a relação existente entre a pedagogia que Jesus utilizou com os<br />

discípulos de Emaús e a metodologia que desenvolvemos em cada Encontro?<br />

• Na sua opinião, é importante desenvolver no encontro catequético os quatro passos da<br />

metodologia que o manual apresenta? Por quê?<br />

4. Desenvolvimento psicológico da criança entre 10 e 12 anos<br />

Esse período abrange o tempo chamado de “indústria”, “impulso intelectual” e “formação do caráter”.<br />

Compreendemos como “indústria” a capacidade da criança de ser produtiva, de construir e elaborar<br />

junto. Nesta idade as crianças apresentam habilidades na execução de um trabalho manual, capacidade<br />

de inventar, destreza e aptidão para aprender e fazer as coisas sem necessitar de ajuda de alguém.<br />

21


Desenvolvem o gosto pela colaboração no trabalho, pela atenção firme, conseguindo concluir uma<br />

atividade até o fim. Direcionam sua energia para a aquisição de habilidades necessárias para ajustar-se<br />

ao meio em que vivem.<br />

No “impulso intelectual”, a criança desenvolve o conceito sobre si mesma e conhece melhor suas<br />

habilidades pessoais, que se refletem nos estudos e nos trabalhos. Tem maior desejo de fazer parte de<br />

grupos. Desenvolve a capacidade de pensar e se esforça para entender o próprio pensamento. É capaz de<br />

decidir por ignorar o que se passa ao seu redor, controlar o conteúdo de sua mente e pensar em si mesma<br />

como potencial criador tal qual os adultos.<br />

No “tempo da formação e estruturação do caráter da pessoa”, os catequizandos desenvolvem a<br />

firmeza de vontade, a índole, tendência especial e inclinação para o bem ou para o mal, por isso a necessidade<br />

de apontar para valores cristãos.<br />

Neste período, sentem-se capazes de assimilar conhecimentos e atitudes que levam ao bem de<br />

si e do outro. Aprendem a se relacionar com figuras que representam o princípio da autoridade<br />

(política, Igreja).<br />

Aprendem o valor de ser competente, de ser capaz de assumir compromisso na sociedade. Inicia-se um<br />

processo de “consciência de si e do que se passa ao seu redor” e o processo do “conceito de orientação da vida”.<br />

Neste período é preciso estar atento, saber promovê-los e valorizá-los, pois quando seus esforços<br />

são desconsiderados, a tendência é que predomine neles o sentimento de inferioridade, a dúvida sobre<br />

sua competência, gerando ideias e sentimentos negativos a respeito de si mesmos como: “não consigo<br />

fazer”, “não sou capaz”.<br />

Os catequizandos dessa faixa etária estão aptos a ceder gradualmente o egocentrismo infantil e a<br />

compreender melhor os conceitos e valores. Percebem com mais clareza o conceito a respeito de si mesmos<br />

(autoestima) e reconhecem aquilo que são capazes de realizar: identificam-se com as tarefas com<br />

maior zelo, cuidado ativo, esforço e presteza.<br />

Buscam heróis e referenciais, aprendem melhor com a capacidade visual, atividades de grupo<br />

e cruzadas.<br />

São mais interessados, leem com antecedência, apresentam suas atividades para receber reconhecimento<br />

ou elogio, gostam de fazer e “fazer bonito”. Eles necessitam perceberem-se produtivos e sentirem-se<br />

percebidos, participantes e pertencentes ao grupo, respeitados em seu jeito de ser e de fazer as atividades.<br />

Têm um pouco de dificuldade de envolver-se com a oração, pois falta-lhes “concentração”.<br />

Neste tempo, começa-se a trabalhar mais com a Bíblia, porque o catequizando tem melhor coordenação<br />

motora para procurar textos.<br />

22<br />

Para estimular os catequizandos deste tempo, é importante:<br />

• Iniciar o encontro fomentando a participação deles, reforçando as ideias e pensamentos que<br />

apresentam, orientando-os sobre o que é bom e o que não é bom. (momentos do Acolhimento–<br />

Ver; e da Fundamentação–Iluminar).<br />

• Valorizar suas produções e criatividade. (momentos da Espiritualização–Celebrar; das Atividades<br />

de Fixação–Agir; do Vivendo a Fé em Família; e do Compromisso de discípulo).<br />

• Mostrar a importância de aceitar as diferenças das criações de cada um (momento das Atividades<br />

de Fixação–Agir; do Vivendo a Fé em Família; e do Compromisso de discípulo).<br />

• Possibilitar que cada um expresse seu ponto de vista: verbalmente, desenhos, argila, papel (momento<br />

da Espiritualização–Celebrar; e das Atividades de Fixação–Agir).


Refletindo com o grupo<br />

• Comente o que mais lhe chamou atenção sobre o desenvolvimento psicológico da criança desta<br />

faixa etária.<br />

• Percebendo os estímulos necessários para o serviço nesta fase do desenvolvimento do catequizando,<br />

você se identifica com o perfil do catequista para este Tempo?<br />

5. Os quatro pilares para transmissão da fé<br />

É importante que o catequista saiba que o conjunto dos temas deste manual procura apresentar progressivamente<br />

conteúdos que fazem parte dos quatro pilares que a Igreja se utiliza para transmitir a fé. Por meio desses<br />

quatro pilares ou grandes temas, desenvolvemos com a metodologia do manual uma catequese bíblica, litúrgica,<br />

celebrativa, vivencial e orante, ajudando a pessoa a sistematizar ou compreender a fé revelada na Escritura.<br />

Os quatro pilares são:<br />

1o Crer (temas sobre a Revelação – no organograma com o coração)<br />

2o Celebrar (temas sobre Liturgia e Sacramento – no organograma com a estrela)<br />

3o Viver (temas sobre mandamentos para o Agir – no organograma com a seta)<br />

4o Rezar (temas sobre Oração – no organograma com a cruz)<br />

CRER<br />

REVELAÇÃO<br />

CELEBRAR<br />

LITURGIA E<br />

SACRAMENTO<br />

VIVER<br />

MANDAMENTOS<br />

BEM-<br />

-AVENTURANÇAS<br />

AGIR CRISTÃO<br />

REZAR<br />

ORAÇÃO<br />

CELEBRAÇÕES<br />

LITÚRGICO-<br />

-CATEQUÉTICAS<br />

6. Celebrações litúrgicas com ritos de iniciação cristã<br />

Uma novidade nesta edição reformulada do manual são as celebrações litúrgico-catequéticas ou<br />

ritos de iniciação (no organograma com o sol). Elas contêm elementos inspirados no processo da “Iniciação<br />

à vida cristã”, aproximando a catequese da celebração litúrgica, afinal, aquilo que é ensino da<br />

catequese torna-se “vida celebrada” na liturgia.<br />

Elas ajudam a iniciar progressivamente nas celebrações litúrgicas e a descobrir a linguagem dos<br />

ritos, dos símbolos, dos gestos e das posturas, dando acesso à vida de oração e contemplação. Também<br />

permitem acompanhar o ano litúrgico para vivência eclesial e uma participação mais ativa, plena e frutuosa<br />

na liturgia. Integram o catequizando, a família e a comunidade, proporcionando que todos compreendam<br />

a vitalidade e a força que esses mistérios possuem de atualizar no tempo a presença viva de Deus.<br />

As celebrações litúrgico-catequéticas são excelentes oportunidades para compreensão do processo<br />

feito, pois, além de colaborarem na inserção do catequizando na vida da comunidade, permitem salientar<br />

o papel catequizador da comunidade. O catequista pode avaliar, pela convivência entre os catequizandos,<br />

se as atitudes deles estão sendo permeadas pelos valores do Evangelho. Tudo isso substitui as<br />

insuficientes “provas”, porque a catequese não é um curso sobre fé e religião, mas deseja imprimir na<br />

vida as atitudes cristãs, para que a pessoa saiba proceder tendo o Evangelho como critério de ação.<br />

Partilhando com o grupo:<br />

• O que você compreendeu sobre a importância das celebrações dos ritos de iniciação?<br />

• Em grupos, verifique abaixo o conjunto de temas que será trabalhado neste tempo e identifique,<br />

conforme os símbolos, a qual dos quatro pilares cada um deles pertence. Verifique os<br />

momentos em que estão as celebrações de ritos de iniciação.<br />

23


Objetivo do conjunto dos encontros do 2o Tempo: é o tempo para a exposição da história da<br />

Salvação com estilo “querigmático”, que se constrói por meio da prática e da experiência do Encontro<br />

com Jesus, com a finalidade de unir o discípulo ao Cristo-Mestre. Tempo da catequese propriamente<br />

dita, que realiza um itinerário mais longo e denso no processo.<br />

Esse processo precisa ser percorrido pedagógica e mistagogicamente (com espírito orante e segurança),<br />

possibilitando ao catequizando ouvir a voz de Deus que se revela, falando conosco e dando de si<br />

mesmo. O itinerário apresentará a Revelação de Deus mediante os eventos da Criação, da Aliança com<br />

os Patriarcas e pelo dom da lei no Sinai, proporcionando ao catequizando conhecer e se identificar com<br />

a missão profética de anunciar o Reino e denunciar o que não está conforme o projeto, assimilando a<br />

Nova e eterna Aliança em Jesus Cristo. Neste tempo, o catequizando identificará o Cordeiro de Deus,<br />

por meio de João Batista, e perceberá a escolha que Deus fez para <strong>Maria</strong> se tornar a Mãe de Jesus Salvador,<br />

Aquele que anunciou o Reino, as Bem-<strong>Ave</strong>nturanças e o mistério de amor que vence a morte na<br />

cruz, gerando a comunidade. A finalidade é que o catequizando sinta-se impelido a viver o amor fraterno<br />

na comunidade, na força do Espírito Santo, participando também da missão que a comunidade recebeu.<br />

Essa experiência deve ser adquirida com alegria e entusiasmo. O verdadeiro cristão só existe quando a<br />

pessoa for equilibrada e harmônica. Para isso, é importante conhecer o que cremos, celebrar com a comunidade<br />

aquilo que cremos, viver de acordo com a fé e manter a esperança da fé pela oração. Reflita sobre isso!<br />

Os catequizandos precisam ser incentivados na troca de experiências, na convivência, com simplicidade<br />

e naturalidade.<br />

A eficácia do serviço catequético fundamenta-se na experiência de fé, no testemunho e na participação<br />

comunitária do catequista, na busca permanente de formação e na criatividade para preparar e<br />

desenvolver os encontros, virtudes próprias de quem ama.<br />

Para concluir a formação, vamos meditar o que segue:<br />

Grupo 1: não se faz catequese com a soma dos conteúdos dos encontros ou através de “provas”. O<br />

fundamental é acompanhar o catequizando ao longo do caminho e perceber no processo o conjunto de<br />

ações cristãs que estão sendo gravadas no coração e nos gestos dele.<br />

24<br />

Capacitação<br />

inicial para os<br />

catequistas<br />

Deus se revela<br />

através da obra<br />

da Criação<br />

O Deus que chama<br />

Moisés fortalece<br />

para a missão<br />

Isaías: profetizou<br />

a vinda<br />

do Messias<br />

Deus João se Batista: revela<br />

através profeta da da obra<br />

Nova da Criação Aliança<br />

O amor de Jesus<br />

não tem limites<br />

e vence a morte<br />

Celebração de<br />

unção e envio<br />

do catequista<br />

Deus cria o homem<br />

e o convida a<br />

participar de<br />

Sua vida<br />

Os mandamentos<br />

dirigem o<br />

homem para o amor<br />

Jeremias: chamado<br />

a ser “profeta<br />

das nações”<br />

Deus <strong>Maria</strong>: cria escolhida o homem<br />

para e o convida ser Mãe a de<br />

Jesus participar e do povo de<br />

Sua de Deus vida<br />

Jesus sopra o Espírito<br />

Santo, que dá<br />

unidade e à Igreja,<br />

e a envia em missão<br />

Encontro de<br />

acolhida dos<br />

catequizandos<br />

Pecado: o homem<br />

recusa o convite<br />

amoroso de Deus<br />

Ezequiel: anunciou<br />

a renovação<br />

interior<br />

Pecado:<br />

Jesus cresce<br />

o homem<br />

em<br />

idade,<br />

recusa<br />

sabedoria<br />

o convite<br />

e<br />

amoroso<br />

graça convivendo<br />

de Deus<br />

com os homens<br />

Os amigos de Jesus<br />

vivem a Aliança<br />

do Amor em<br />

comunidade: a Igreja<br />

Celebração: Oração<br />

de Bênção aos<br />

catequizandos<br />

A Igreja de Jesus<br />

é Una, Santa,<br />

Católica e<br />

Apostólica<br />

Encontro sobre<br />

a Campanha<br />

da Fraternidade<br />

Deus não desiste<br />

do homem e<br />

propõe Aliança<br />

Daniel: anunciou<br />

a esperança<br />

e a vitória<br />

Jesus nos chama<br />

para sermos<br />

seus amigos<br />

Celebração litúrgica<br />

de admissão: Assinalação<br />

dos Sentidos e Entrega<br />

do Livro da Palavra<br />

Deus chama<br />

Abraão, que o<br />

responde pela fé<br />

Os homens desejaram<br />

ser governados<br />

por Juízes e Reis<br />

Conhecendo<br />

alguns<br />

preceitos da Igreja<br />

Os 12 profetas<br />

menores:<br />

homens de Deus<br />

As bem-aventuranças<br />

colocam Deus<br />

no centro da<br />

vida das pessoas<br />

Celebração<br />

do Natal<br />

Deus se revela<br />

por meio de<br />

sua Palavra<br />

A Aliança de Deus<br />

com Abraão,<br />

Isaac e Jacó<br />

Os profetas mantêm<br />

viva a consciência<br />

da Aliança do amor<br />

nos homens<br />

Celebração<br />

Litúrgica<br />

Penitencial<br />

Pecado: Jesus anuncia o homem<br />

recusa o Reino o convite<br />

amoroso de Deus de Deus<br />

Anexo:<br />

Ano litúrgico


Grupo 2: a catequese não se resume somente ao momento do encontro com o catequista ou ao<br />

manual; outras atividades catequéticas são necessárias para que aconteça o Encontro pessoal com Jesus:<br />

a vida da comunidade deve ser catequizadora, a ação dos pais cristãos deve catequizar, o testemunho<br />

pessoal do catequista deve ser coerente, enfim, a catequese não vai bem quando o “conjunto da vida e<br />

do testemunho cristão da comunidade dos batizados vai mal”.<br />

Todos: catequese é um processo dinâmico, não se resume a fórmulas mágicas, ela depende também<br />

de um catequista orante, mistagogo, que experimenta e vive o encontro pessoal com o Senhor,<br />

capaz de conduzir com segurança os catequizandos para o mistério de Cristo presente na comunidade.<br />

Tenhamos um coração dócil e disposto para um aprendizado constante, e o Espírito do Senhor<br />

nos conduzirá. Amém!<br />

Desejamos a todos um ano catequético repleto da luz e da sabedoria de Deus.<br />

Equipe Diocesana de Animação Bíblico-Catequética<br />

Diocese de Ponta Grossa – PR<br />

25


Celebração de unção e envio do catequista<br />

Sugerimos que essa celebração seja realizada preferencialmente<br />

em um horário de missa com a comunidade,<br />

pais e catequizandos. Poderá ser adaptada se não<br />

for possível contar com a presença de um sacerdote.<br />

Material de apoio:<br />

• cópia desta celebração para dirigente,<br />

sacerdote e catequistas<br />

• velas para todos os catequistas<br />

• círio pascal aceso<br />

• Bíblia (cada catequista deve levar a sua)<br />

• óleo (para o padre abençoar e ungir os<br />

catequistas)<br />

(Combinar os cantos antecipadamente com a equipe<br />

da celebração litúrgica.)<br />

Após o Oremos, depois da Comunhão<br />

O sacerdote, diácono, ministro, comentarista<br />

ou coordenador(a) de catequese convida os catequistas<br />

para que se dirijam o mais próximo possível<br />

da mesa da Palavra (Ambão).<br />

(Enquanto eles se encaminham ao local, o dirigente<br />

explica à comunidade:)<br />

Dirigente:<br />

– Queridos irmãos e irmãs, alegremo-nos,<br />

pois hoje é um dia especial para nossa comunidade.<br />

Neste momento os catequistas receberão da Igreja<br />

e de nossa comunidade a oração de envio para que<br />

cumpram com a graça de Deus a sua missão de<br />

introduzir nossos catequizandos no conhecimento<br />

da fé, favorecendo o encontro vivo com Cristo.<br />

(O catequista, com a sua Bíblia aberta, aproxima-se.)<br />

Sacerdote ou diácono (impondo a mão sobre<br />

os catequistas, reza):<br />

– Pai de bondade, abençoai nossos catequistas, a fim<br />

de que, movidos pelo vosso Espírito Santo, cumpram fielmente<br />

a sua missão de anunciar a tua Palavra. Que eles<br />

possam introduzir nossos catequizandos, adolescentes e<br />

adultos, no conhecimento e no encontro vivo com o vosso<br />

Filho para melhor participarem dos Mistérios da Fé.<br />

Concedei também que nossa comunidade seja uma “comunidade<br />

catequizadora”, na qual as pessoas possam encontrar,<br />

pelo nosso testemunho, a presença de Jesus Cristo,<br />

que dá sentido para a vida. Isso vos pedimos em nome<br />

do vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.<br />

Dirigente:<br />

– Cantemos todos juntos:<br />

“Vem, vem, vem, vem Espírito Santo de Amor,<br />

vem a nós, traz à Igreja um novo vigor”. (2 vezes)<br />

Dirigente:<br />

– Agora os catequistas voltados para a Palavra<br />

de Deus no Ambão, segurando sua Bíblia, coloquem<br />

uma das mãos sobre ela e rezem.<br />

Catequistas:<br />

– Senhor, com o batismo nos tornastes mensageiros<br />

de vossa Palavra. Nós, catequistas, acolhemos<br />

com gratidão e alegria o convite que nos fizestes<br />

para colaborarmos no crescimento do Corpo<br />

de Cristo. Dai-nos a vossa graça para educarmos<br />

na fé e animarmos nossa comunidade. Que o teu<br />

Espírito seja nossa força para que, como profetas,<br />

anunciemos tua presença pela Palavra.<br />

Canto:<br />

“Vem, Espírito Santo, vem, vem iluminar!” (2 vezes)<br />

(O Círio deve estar aceso e ao redor deve haver uma<br />

vela para cada catequista.)<br />

Dirigente:<br />

– Agora os catequistas dirijam-se para perto do Círio<br />

Pascal, estendam a mão em direção a ele, rezando.<br />

Catequistas:<br />

– Cristo Ressuscitado, dai-nos a luz do teu Espírito<br />

e imprime em nós os teus pensamentos, a tua<br />

maneira de ver a história, de compreender e julgar<br />

27


a vida, de amar sem medida, de agir como servos<br />

sempre em favor da vida. Ajuda-nos a promover os<br />

pequenos e fracos, a anunciar a esperança, para que,<br />

unidos na comunidade, possamos realizar o projeto<br />

da fraternidade, da justiça e da paz onde vivemos, levando<br />

Tua Palavra como luz para o mundo. Amém.<br />

(Os catequistas pegam suas velas segurando também<br />

a Bíblia.)<br />

Dirigente:<br />

– Agora o sacerdote acenderá uma vela no<br />

Círio e transmitirá esta luz para a vela da coordenadora,<br />

que a comunicará para os catequistas. Enquanto<br />

isso, acompanhemos esse gesto, cantando.<br />

Canto:<br />

“Dentro de mim existe uma luz, que me leva<br />

por onde deverei andar...”<br />

Dirigente:<br />

– Neste momento o sacerdote, junto com<br />

a comunidade, estenderá as mãos sobre os cate-<br />

28<br />

quistas para proferir a oração da unção e envio<br />

para o serviço de educar na fé e de promover<br />

o encontro dos catequizandos com Cristo Ressuscitado.<br />

(Os catequistas, com as mãos livres, ajoelham-se.)<br />

Sacerdote e comunidade:<br />

– Pai de bondade, que ungistes vosso Filho<br />

com o Espírito Santo, nós vos pedimos que, volvendo<br />

vosso olhar em favor dos nossos catequistas,<br />

derrame sobre eles vossa unção para que eles<br />

anunciem com vigor, coragem e entusiasmo vossa<br />

Palavra que é vida, fazendo-nos vitoriosos em todo<br />

combate.<br />

(Enquanto isso, unge as mãos dos catequistas<br />

e o povo canta.)<br />

Canto:<br />

“Envia teu Espírito Senhor / A nós descei divina<br />

luz”. (ou outro canto oportuno)<br />

(Bênção para toda a comunidade e canto fi nal.)<br />

Ei, catequista! ... Não se<br />

esqueça de começar a preparar<br />

a celebração de admissão ao<br />

catecumenato. Converse com<br />

o padre e avise os pais<br />

e catequizandos que será<br />

necessário um padrinho para<br />

essa celebração!


Encontro de acolhida<br />

dos catequizandos<br />

Objetivos:<br />

• Acolher os catequizandos para<br />

criar um ambiente familiar.<br />

• Ajudá-los a compreender os valores<br />

que aprenderão nos encontros da<br />

catequese.<br />

Material de apoio:<br />

• Bíblia<br />

• flores<br />

• vela<br />

• 5 floquinhos ou bolinhas de<br />

algodão para cada catequizando<br />

• recipiente para colocar os floquinhos de<br />

algodão para cada catequizando<br />

• 7 cartões, cada um contendo uma das palavras:<br />

ganância, desconfiança, roubo, ódio,<br />

discórdia, briga e indiferença; e, no verso do<br />

cartão, um dos sentimentos de: alegria, paz,<br />

amizade, amor, união, confiança e carinho<br />

Preparação do ambiente:<br />

• Preparar a sala, deixando-a com um ambiente alegre e festivo, destacando a Bíblia com a<br />

vela e as flores.<br />

Início do encontro:<br />

• Queridos catequizandos, estou muito feliz pela presença de cada um de vocês neste dia!<br />

O catequista se apresenta:<br />

• 1 cesta grande<br />

• crachás em forma de floquinho ou nuvem<br />

• fita adesiva<br />

• 1 floquinho de algodão colado num<br />

pequeno cartão, que traz escrito um<br />

dos sentimentos descritos anteriormente,<br />

a ser enviado para cada família<br />

• Um encontro entre amigos é marcado por gestos de carinho e acolhida, por isso convido a<br />

todos para que ofereçamos uns aos outros um abraço cheio de alegria dizendo: “que bom<br />

que você veio”. Realizaremos uma dinâmica por meio de uma história que será encenada.<br />

Dinâmica de acolhida<br />

1ª parte – história do floquinho de carinho<br />

Objetivo: “quebrar o gelo” para possibilitar um ambiente acolhedor, fraterno e familiar.<br />

Compreender os valores e sentimentos que farão parte dos encontros de catequese.<br />

Desenvolvimento: (orientado pelo catequista)<br />

1. Pedir aos catequizandos que formem um círculo.<br />

2. Escolher um catequizando que representará o menino da história e entregar-lhe a cesta.<br />

29


30<br />

3. Entregar a cada um dos outros catequizandos um recipiente com cinco floquinhos de algodão.<br />

4. Explicar que eles representarão o povo da aldeia, inclusive o catequista.<br />

5. Fazer a leitura da história e, à medida que o catequista for lendo, inicia-se a encenação.<br />

História do floquinho de carinho<br />

Era uma vez uma pequena aldeia onde não existia dinheiro.<br />

Tudo o que as pessoas compravam era trocado pelo que cultivavam e produziam. Para eles, a<br />

coisa mais importante e valiosa era a amizade.<br />

Quem nada produzia ou nada possuía que pudesse ser trocado por alimento ou utensílio, dava<br />

o seu carinho.<br />

O carinho era simbolizado por um floquinho de algodão (o catequista mostra o seu floquinho de algodão).<br />

Era normal que as pessoas dessem floquinhos de algodão sem querer nada em troca, pois as pessoas<br />

que davam seu carinho sabiam que receberiam outros floquinhos de carinho num outro momento.<br />

Certa vez, uma mulher muito má, que vivia fora da aldeia, convenceu um pequeno menino a não<br />

dar seus floquinhos (o catequista pede que o menino escolhido dê um passo à frente).<br />

Desta forma, ele acumularia os floquinhos, seria a pessoa mais rica da aldeia e teria o que quisesse.<br />

Iludido pelas palavras da malvada, o menino, que era bastante conhecido e querido na aldeia, passou a<br />

juntar carinhos (pedir ao menino escolhido que estenda a cesta grande e que todos lhe entreguem três floquinhos).<br />

Ele não dava a ninguém nenhum de seus floquinhos. Em pouquíssimo tempo ele estava tão lotado<br />

de floquinhos, que mal conseguia se mover.<br />

Quando a aldeia estava praticamente sem floquinhos, as pessoas começaram a guardar o pouco<br />

de carinho que tinham, e toda a harmonia da cidade desapareceu (pedir que os catequizandos escondam<br />

consigo o seu recipiente com os dois floquinhos restantes).<br />

Surgiu pela primeira vez a ganância, a desconfiança, o roubo, o ódio, a discórdia, a briga e a<br />

indiferença entre as pessoas (o catequista coloca no centro do círculo os cartões com as palavras referidas).<br />

Como era o mais querido da aldeia, o menino foi o primeiro a sentir-se triste e sozinho. Isso fez<br />

com que o menino procurasse a mulher má para perguntar-lhe se aquilo tudo fazia parte da riqueza que<br />

ele acumulou.<br />

Não a encontrando mais, ele tomou uma decisão. Pegou sua grande cesta, com os seus floquinhos, e<br />

caminhou por toda a aldeia distribuindo a todos seu carinho. A todos a quem dava o seu carinho, apenas dizia:<br />

– Obrigado por receber meu carinho! (o menino deve distribuir os floquinhos aos demais e dizer-lhes essa frase)<br />

Assim, sem medo de acabar com seus floquinhos, ele distribuiu até o último carinho sem receber<br />

um só de volta.<br />

Sem que tivessem motivo de se sentirem sozinhos e tristes novamente, alguém caminhou até o<br />

menino e lhe deu o seu carinho (o catequista vai até o menino e entrega um floquinho de carinho).<br />

Um outro fez o mesmo... mais outro... e outro..., até que o menino ficou novamente cheio de<br />

carinho (caso os catequizandos não façam espontaneamente o gesto narrado, o catequista deve sugerir que<br />

eles entreguem um floquinho ao menino).<br />

E a aldeia voltou a ser o que era antes, todos cheios de:... (o catequista pede que os catequizandos<br />

desvirem os cartões – um de cada vez – e juntos leiam a palavra escrita no verso).


Conclusão: esses floquinhos são sinais de que somos portadores de carinho, paz, alegria, amizade<br />

etc. É assim que caminharemos em nossos encontros de catequese, procurando partilhar os nossos<br />

floquinhos, fazendo a experiência do encontro com os irmãos e também com Jesus.<br />

(O catequista prossegue a dinâmica da acolhida com a apresentação.)<br />

2ª parte – apresentação dos catequizandos e expressão de sentimentos<br />

Objetivo: conhecer os membros do grupo catequético pelo nome e, expressando um sentimento,<br />

iniciar uma amizade.<br />

Desenvolvimento: (orientado pelo catequista)<br />

1. Colocar no centro do círculo os crachás cortados em forma de floquinho com os nomes dos<br />

catequizandos e o do catequista, voltados para cima.<br />

2. Pegar seu crachá, falar seu nome, apresentar-se brevemente e colocar o crachá em seu peito<br />

(o catequista primeiro).<br />

3. Orientar para que cada catequizando – um de cada vez – pegue seu crachá, apresente-se e o<br />

coloque em seu peito.<br />

4. Pedir que cada catequizando pegue um floquinho (da primeira parte da dinâmica) e escolha<br />

em segredo um dos sentimentos que estão no centro do círculo.<br />

5. Começando pelo catequista, cada um entregará o floquinho para a pessoa que está à sua direita dizendo:<br />

“(nome da pessoa), obrigado por aceitar meu floquinho de...” (nome do sentimento que escolheu).<br />

Ao término, todos se levantam e cantam:<br />

Canto:<br />

“Seja bem-vindo”<br />

Seja bem-vindo ô ô ô, seja bem-vinda a a a<br />

Que bom que você veio, é bom te encontrar, o amor e a alegria nós vamos partilhar!<br />

Seja bem-vindo ô ô ô, seja bem-vinda a a a,<br />

Que bom que você veio é bom te encontrar (2 vezes)<br />

Oração final:<br />

– Segurando os floquinhos que utilizamos na dinâmica, vamos até o local onde está a Bíblia para<br />

rezarmos juntos.<br />

(O catequista rezará o início da oração e, em seguida, um de cada vez completará a oração,<br />

dizendo o sentimento que está no seu coração e colocando seu floquinho sobre a Bíblia.)<br />

Catequista:<br />

– Jesus, nestes encontros de catequese ajuda-nos a viver a(o)...<br />

Envio:<br />

O encontro termina com um abraço dado pelo catequista em cada catequizando, convidando-os a<br />

voltar com alegria para o próximo encontro, trazendo a atividade que será proposta.<br />

(Entregar para cada catequizando o cartão do floquinho que tem um sentimento escrito.)<br />

Cada um levará o cartão que recebeu para casa e o entregará à sua família.<br />

31


Compromisso para o catequizando realizar com sua família<br />

Entregue o cartão a seus pais ou responsáveis e explique que a comunidade está<br />

desejando aquele sentimento escrito no cartão.<br />

Para sua família peça seus pais ou responsáveis para prepararem em casa um cartão<br />

igual ao que receberam e escreverem uma mensagem para a comunidade de catequizandos.<br />

32<br />

Esse cartão deve ser levado para o próximo encontro.<br />

LEMBRETE<br />

Catequista, não se esqueça de se reunir com os outros catequistas do 2º Tempo para preparar<br />

a celebração de admissão ao catecumenato: Assinalação dos Sentidos e Entrega do Livro da Palavra.<br />

Por meio de um bilhete, um telefonema ou pessoalmente, avise os pais e os catequizandos<br />

a respeito da data, horário e local da celebração, comunicando-os que será necessária a presença<br />

de um padrinho católico para essa celebração (pode ser o padrinho de batismo ou outra pessoa<br />

católica que irá acompanhar o tempo de educação da fé do catequizando com seu testemunho).<br />

Verifique as informações sobre a celebração para orientar os catequizandos.


Encontro sobre a Campanha<br />

da Fraternidade<br />

Objetivos:<br />

• Descobrir o tema e o lema da Campanha da<br />

Fraternidade do ano corrente, refletir sobre a<br />

questão e definir ações concretas.<br />

• Mobilizar-se para uma vida mais cristã e fraterna.<br />

• Concluir que fraternidade é algo que se constrói<br />

no dia a dia.<br />

Material de apoio:<br />

• Bíblia<br />

• vela<br />

• flores<br />

• fita adesiva para fixar as mensagens no<br />

mural<br />

• mala ou caixa com materiais referentes à<br />

Campanha para montagem do cenário:<br />

tecido roxo, cartaz da Campanha do ano<br />

corrente, cópia da oração da Campanha<br />

da Fraternidade para cada catequizando,<br />

CD com hino da Campanha, jornal ou<br />

revistas com notícia da Campanha etc.<br />

• 3 kits, contendo cada um: canudinhos,<br />

palitos de sorvete, guardanapos, folhas<br />

de jornal, tiras de barbante, tesoura, pedaços<br />

de papel colorido, caixa de palito<br />

de fósforo vazia, materiais recicláveis,<br />

cola<br />

• 1 cartão para cada catequizando escrever<br />

a atitude que assumirá<br />

• 1 rádio<br />

(Há um subsídio fornecido pela CNBB chamado<br />

Encontro Catequético com Crianças e Adolescentes,<br />

que possui várias dinâmicas para reflexão com o tema.<br />

Pode ser previamente adquirido em livrarias católicas.)<br />

Preparação do encontro:<br />

• Arrumar o ambiente do encontro com a Bíblia, vela e flores.<br />

• Colocar dentro da mala ou da caixa os materiais referentes ao tema da Campanha.<br />

• Preparar um espaço no mural para fixar os cartões que os catequizandos trouxerem com as<br />

mensagens dos pais.<br />

Acolhimento – ver a realidade<br />

“Jesus aproximou-se e pôs-se a caminhar com eles.” (Lucas 24,15)<br />

– Bem-vindo a este encontro! Vamos aproveitar estes momentos que passaremos<br />

juntos para crescer nos laços de amizade uns com os outros e também na<br />

amizade com Jesus, que está presente em nosso meio!<br />

Dinâmica: partilhando sentimentos<br />

Objetivo: promover a interação dos catequizandos entre si e com as famílias para<br />

gerar um ambiente mais fraterno na catequese.<br />

33


34<br />

Desenvolvimento: (orientado pelo catequista)<br />

1. Motivar, com carinho, que todos peguem o cartão com o floquinho<br />

que trouxeram de casa com a mensagem escrita por seus pais e que se<br />

sentem em círculo.<br />

2. Orientar para que um de cada vez partilhe o compromisso que realizou<br />

com a família.<br />

3. Após a partilha de todos, o catequista motiva para que fixem as mensagens<br />

no espaço previamente preparado no mural.<br />

Conclusão: tendo expressado nossos sentimentos para gerar um ambiente<br />

mais familiar, vamos compreender melhor o que significa uma Campanha da<br />

Fraternidade.<br />

Fundamentação – Iluminar<br />

“Explicava-lhes as Escrituras.” (Lucas 24,27)<br />

Desde 1962, a Igreja convida as comunidades do Brasil a refletir, no decorrer da<br />

Quaresma, sobre alguma questão social, ambiental, religiosa ou econômica, propondo um<br />

gesto concreto de testemunho da fraternidade cristã, de conversão e de mudança de vida.<br />

A Campanha da Fraternidade provoca nas comunidades cristãs um sentimento profundo de solidariedade,<br />

considerando que existem muitas necessidades com as quais podemos ser mais fraternos.<br />

Desde então, em cada ano que chega é proposto um tempo para refletir, que se fundamenta num apelo<br />

profundo de conversão na vida de cada cristão e de gestos concretos relativos a uma temática proposta.<br />

Estamos vivendo com a Igreja o tempo da Quaresma. O espírito quaresmal acentua a necessidade<br />

de fraternidade, estimula um compromisso com um novo tipo de evangelização e nos faz olhar com<br />

carinho para as necessidades apresentadas.<br />

Cada cristão é chamado a refletir sobre as ações concretas que podem ser realizadas em favor do<br />

próximo e em relação às temáticas apresentadas na Campanha da Fraternidade. Para isso, faz-se necessária<br />

uma conversão do coração, acrescida de um esforço, a fim de beneficiar a própria vida, a do<br />

outro ou a realidade.<br />

O amor cristão não é puramente sentimento interior; é, sim, um comportamento expresso por<br />

atitudes concretas, dentro e fora da comunidade, de hospitalidade, solidariedade, respeito, testemunho.<br />

Vamos pegar nossa Bíblia e ler o texto de Mateus 25,37-40, que nos ajuda a compreender o “espírito da<br />

Campanha da Fraternidade”.<br />

Quando o cristão vive os ensinamentos de Jesus e os leva a sério, ele se transforma e se compromete<br />

com a comunidade e a sociedade. Sabe colocar generosamente em comum os dons que<br />

tem e aquilo que lhe pertence. Consequentemente, acontece a justiça, a verdadeira fraternidade,<br />

e aparecem ações que amenizam a pobreza e a miséria e, sobretudo, promovem a dignidade do ser<br />

humano, porque um cristão supre a necessidade do outro, partilhando livre e conscientemente o<br />

que possui.<br />

Dinâmica: cenário da Campanha da Fraternidade<br />

Objetivo: descobrir o tema, o lema e a reflexão proposta pela Campanha do ano.


Desenvolvimento: (orientado pelo catequista)<br />

1. Organizar em círculo a comunidade de catequizandos.<br />

2. Estender o tecido roxo no centro.<br />

3. Explicar, dizendo: “Estamos no tempo litúrgico da quaresma, que nos<br />

prepara para a festa da Páscoa. A cor roxa indica um sinal de nossa penitência,<br />

de contrição e de serenidade. Refletimos neste tempo a necessidade<br />

de voltar nosso coração para Deus, ter atenção à sua Palavra que<br />

nos pede serviço e compromisso”.<br />

4. Retirar, um a um, o material da mala, comentar sobre o significado de<br />

cada material e colocá-lo sobre o tecido, compondo um cenário sobre a<br />

Campanha.<br />

5. Conversar com eles para descobrirem juntos o tema, o lema e a reflexão<br />

proposta.<br />

Conclusão: descobrimos o tema, o lema e a reflexão que a Igreja nos propõe<br />

neste ano por meio da Campanha da Fraternidade. Vamos ouvir e cantar<br />

juntos o hino da Campanha.<br />

O que Deus falou para mim neste texto?<br />

Espiritualização – Celebrar<br />

“Ele tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e serviu-lhes.” (Lucas 24,30)<br />

(O catequista convida cada catequizando para que pegue a cópia da oração da<br />

Campanha da Fraternidade que está sobre o tecido da cor do tempo litúrgico.)<br />

Vamos rezar pelas realidades que a Campanha deste ano nos apresenta. Convido para<br />

que façamos uma prece espontânea sobre o que compreendemos do alerta da Campanha,<br />

unindo-nos com toda a Igreja do Brasil.<br />

(Depois das preces, o catequista conclui:)<br />

Rezemos juntos a oração da Campanha da Fraternidade.<br />

O que sinto vontade de dizer a Deus?<br />

Atividades de fixação – agir cristão<br />

“Levantaram-se na mesma hora e foram a Jerusalém.” (Lucas 24,33)<br />

Dinâmica: gerando fraternidade<br />

Objetivo: refletir sobre o tema da Campanha e fomentar atitudes concretas.<br />

Desenvolvimento: (orientado pelo catequista)<br />

1. Formar três grupos com a comunidade de catequizandos.<br />

2. Entregar 1 kit para cada grupo, pedindo que confeccionem algo referente<br />

ao tema da Campanha.<br />

35


36<br />

3. Orientar que cada grupo apresente o trabalho que confeccionou em<br />

forma de noticiário de TV.<br />

4. Reunir, depois das apresentações, todos os catequizandos em círculo<br />

para que reflitam sobre as atitudes concretas que podem ser realizadas<br />

por eles e suas famílias em relação ao tema da Campanha.<br />

5. Terminar a reflexão entregando para cada catequizando um cartão no<br />

qual deverão escrever, individualmente, a atitude concreta que poderão<br />

assumir em relação à Campanha da Fraternidade.<br />

Conclusão: cada um assumiu uma atitude concreta para vivenciar a Campanha<br />

da Fraternidade. Levem para casa o cartão com a atitude concreta que<br />

escreveram e mostrem a seus pais. Procurem incentivá-los para que realizem<br />

junto com você a atitude concreta em favor da Campanha ao longo deste ano.<br />

LEMBRETE AO CATEQUISTA<br />

Catequista, não se esqueça de verificar com o Padre e os outros catequistas do 2º Tempo se está tudo<br />

certo para a celebração de admissão ao catecumenato: Assinalação dos Sentidos e Entrega do Livro da<br />

Palavra. Por meio do bilhete que segue no “Vivendo a Fé em família”, um telefonema ou pessoalmente,<br />

lembre aos pais e aos catequizandos a respeito da data, horário e local da Celebração.<br />

É importante que a família convide um padrinho católico para esta celebração (pode ser o padrinho de batismo<br />

ou outra pessoa católica que realizará um gesto durante a celebração e acompanhará o tempo de educação da fé<br />

do catequizando com seu testemunho). Verifique as informações sobre a celebração para orientar os catequizados.<br />

Atenção: o catequista poderá dar continuidade às reflexões sobre a Campanha da Fraternidade com<br />

outros encontros, utilizando os materiais ou o subsídio da CNBB, indicados no material de apoio.<br />

Vivendo a fé em família –<br />

transformando a oração em compromisso de ação cristã<br />

Reúna seus pais e mostre o cartão com a atitude concreta que você assumiu sobre<br />

a Campanha da Fraternidade, convidando-os a assumirem também esse compromisso.<br />

LEMBRETE AOS PAIS<br />

Queridos pais, não se esqueçam de participar da celebração de admissão ao catecumenato, quando<br />

acontecerá a Assinalação dos Sentidos e Entrega do Livro da Palavra ao seu filho que será no dia<br />

_____/______ às ______horas. Local __________________________.<br />

Para essa celebração, será necessária a presença de um padrinho católico (pode ser o padrinho de<br />

batismo ou outra pessoa católica que realizará um gesto na celebração e acompanhará com seu testemunho<br />

de fé o tempo de catequese de seu filho). Qualquer dúvida, estou à sua disposição. Telefone:<br />

_______________________<br />

Eu, __________________ e a comunidade esperamos vocês com carinho!<br />

Compromisso do discípulo de Jesus para a semana<br />

– Reze com sua família a oração da Campanha da Fraternidade que você recebeu<br />

no encontro.


Celebração litúrgica de admissão ao catecumenato:<br />

Assinalação dos Sentidos e Entrega do Livro da Palavra<br />

(Sugerimos que esta celebração seja realizada no<br />

1º mês de catequese.)<br />

Aos pais, sacerdotes e catequistas<br />

Este texto permite refletir sobre a realização do<br />

Rito de Admissão ao Catecumenato, inspirado nos<br />

elementos do processo da iniciação à vida cristã.<br />

A iniciação de uma pessoa aos mistérios da<br />

vida cristã acontece por meio de um caminho participativo,<br />

que conduz ao encontro com o Ressuscitado<br />

e à inserção em sua comunidade para<br />

crer, celebrar, viver e manter-se firme na esperança<br />

cristã em vista da transformação da realidade. Esse<br />

processo é realizado progressivamente pelo testemunho<br />

das Escrituras, de ritos celebrados na comunidade<br />

e da vivência do compromisso de fé no<br />

tecido familiar, social e comunitário.<br />

No 1º tempo, chamado também de pré-catecumenato,<br />

e mediante a família e o catequista,<br />

os catequizandos receberam os rudimentos da vida<br />

espiritual e os primeiros fundamentos da doutrina<br />

cristã pelo anúncio do Deus vivo, que enviou Jesus<br />

Cristo para a salvação de todos. Tempo no qual o<br />

Espírito Santo abre os corações para que creiam,<br />

desejando mudar de vida e entrar em relação pessoal<br />

com Deus em Cristo na sua comunidade, invocando-o<br />

e aderindo a Ele livremente.<br />

O catecumenato é o 2o tempo da iniciação<br />

cristã, dedicado à catequese prolongada e completa,<br />

em vista da consolidação e exercício da fé,<br />

amadurecendo a vontade sincera de seguir a Cristo,<br />

de participar do dom de sua Vida e de sentar-<br />

-se em torno do banquete que o Senhor mesmo<br />

nos preparou. “É um espaço de tempo no qual os<br />

catequizandos recebem uma adequada formação e<br />

exercitam-se na prática da vida cristã, aprofundando-se<br />

na fé, na conversão e na participação na vida<br />

da comunidade” (Estudo da CNBB 97, p. 93).<br />

No tempo do catecumenato, o catequizando<br />

refletirá sobre os vários elementos do Mistério<br />

Pascal, sobre a vida cristã, a liturgia da Igreja e a<br />

oração cristã, por isso é o período mais longo do<br />

processo. “Busca-se com o catecumenato que os<br />

catequizandos não só ampliem seus conhecimentos<br />

da mensagem cristã, mas solidifiquem sua fé,<br />

sua caminhada de conversão e sua inserção na comunidade”<br />

(ABC da Iniciação Cristã, p. 27).<br />

Durante esse tempo, os catequizandos criam<br />

familiaridade com a Palavra de Deus, pede-se deles<br />

uma progressiva mudança de mentalidade e dos<br />

costumes com suas consequências sociais. Neste<br />

tempo, a formação se realiza pela narração das experiências<br />

de Deus, particularmente da História<br />

da Salvação mediante a catequese bíblica (Estudo<br />

da CNBB, 97 p.52).<br />

Rito de Admissão ao Catecumenato<br />

Ingressa-se no Catecumenato por um rito que<br />

é uma porta de passagem, um degrau no caminho<br />

da intimidade com o Senhor, que santifica o ensino<br />

da fé e reúne a comunidade.<br />

O Rito de Admissão ao Catecumenato é marcado<br />

por uma grande celebração quando, depois<br />

de terem acolhido, no primeiro tempo, o anúncio<br />

do Deus vivo (querigma), os catequizandos já possuem<br />

uma fé inicial em Cristo. Nesse rito, celebra-<br />

-se o momento no qual “os catequizandos reúnem-<br />

-se publicamente na comunidade para manifestar<br />

suas intenções à Igreja em dar continuidade ao<br />

caminho de fé, e esta, no exercício de seu múnus<br />

apostólico, acolhe aqueles que desejam enraizar-se<br />

em Cristo” (Ritual de Iniciação à Vida Cristã, 14).<br />

O objetivo dessa celebração é auxiliar a comunidade,<br />

os pais e os catequizandos a perceberem<br />

o caminho de fé que a catequese propõe e que os<br />

catequizandos estão percorrendo. Nessa celebração<br />

acontece o Rito de Admissão dos catequizandos<br />

ao Catecumenato pela Assinalação dos Sentidos<br />

com a Cruz do Senhor e pela Entrega da Palavra;<br />

dessa forma os catequizandos são acolhidos pela<br />

comunidade e ingressam no aprofundamento da fé<br />

inicial já recebida no primeiro tempo, em vista do<br />

encontro com a Pessoa de Jesus.<br />

37


A cruz iluminará a compreensão da Escritura<br />

pelos catequizandos, que a recebem como sinal de<br />

sua condição de ouvintes da Palavra, fazendo com<br />

que sejam melhor aconchegados no seio maternal<br />

da Igreja e cresçam no caminho do discipulado.<br />

A Assinalação dos Sentidos marca o catequizando<br />

com o sinal da cruz; é sinal de pertença a<br />

Deus, de entrega, de serviço, de confiança e fidelidade<br />

ao Pai. É o sinal do triunfo de Deus que ilumina<br />

com a Ressurreição de seu Filho toda criatura,<br />

concedendo participação em seu Mistério. Assinalar<br />

com a cruz os sentidos torna a pessoa apta e capaz<br />

para a compreensão das Escrituras, assim como os<br />

discípulos de Emaús, que entenderam o projeto de<br />

Deus a partir do Mistério da Cruz.<br />

A Entrega do Livro da Palavra iluminará o caminho<br />

do discípulo que, cooperando com a Graça<br />

divina e instruído pelos catequistas, comunidade,<br />

família, padrinho e sacerdote, adquire maturidade<br />

na Escritura. Percorrendo o caminho da verdade, os<br />

catequizandos professam e vivem a fé, tornando-se<br />

sal da terra e luz do mundo. Desde então, cercados<br />

pelo amor e a proteção da Mãe Igreja, são “alimentados<br />

pela Palavra de Deus, que é o primeiro e fundamental<br />

dever da Igreja” (Doc. da CNBB 97 p.12).<br />

A presença do padrinho é importante neste<br />

rito. Auxiliado pela família, ele garantirá a continuidade<br />

no caminho da iniciação à vida cristã do<br />

catequizando. Não é necessário que o padrinho<br />

seja o mesmo do batismo. Os catequizandos e seus<br />

familiares devem pensar na sua escolha. O padrinho<br />

será escolhido em razão do exemplo, das qualidades<br />

e virtudes cristãs que o tornam apto para<br />

essa importante missão. A amizade que o catequizando<br />

encontra nele não deve ser o único critério<br />

que determina a escolha. A figura do padrinho representa<br />

a comunidade e, aprovado pelo sacerdote,<br />

ele acompanha o candidato no Rito da Admissão<br />

ao Catecumenato, podendo acompanhá-lo também<br />

no acesso aos sacramentos.<br />

Compete ao padrinho mostrar ao catequizando,<br />

de modo familiar, a prática do Evangelho na<br />

vida particular e na convivência social, ajudá-lo<br />

nas suas dúvidas e inquietações. Exerce com mais<br />

evidência o seu serviço a partir do dia da eleição<br />

para os sacramentos, quando, perante a comunidade,<br />

dá o seu testemunho a respeito do catequizan-<br />

38<br />

do; e a sua função de padrinho conserva toda a sua<br />

importância, quando o batizado é ajudado para se<br />

manter fiel às promessas do Batismo que recebeu.<br />

Formados e apoiados no testemunho de vida<br />

cristã dos padrinhos, dos pais, da comunidade, dos<br />

catequistas e do sacerdote, os catequizandos passarão<br />

progressivamente do velho homem para o<br />

novo, que tem sua perfeição em Cristo.<br />

Preparando a celebração<br />

Combinar com o pároco a data, o horário e o<br />

desenvolvimento da celebração na qual acontecerá<br />

o Rito de Admissão ao Catecumenato. Recomenda-se<br />

que esse rito seja realizado em um dos horários<br />

normais de missa da comunidade.<br />

Comunicar com antecedência aos pais e catequizandos<br />

a data, o horário e o local da Celebração,<br />

preparando-os sobre as respostas e demais<br />

detalhes, orientando-os sobre a necessidade da presença<br />

do padrinho e as ações realizadas durante o<br />

rito. Os catequizandos devem ser informados de<br />

que no dia dessa celebração devem chegar com antecedência<br />

e permanecer em fila na porta da Igreja.<br />

Pedir aos pais que tragam uma Bíblia, que<br />

será solenemente entregue aos catequizandos pelos<br />

padrinhos durante a missa. Orientar os padrinhos<br />

sobre esse momento.<br />

Providenciar uma pequena cruz para entregar<br />

aos pais assim que eles chegarem à celebração ou<br />

quando forem chamados para a Assinalação.<br />

Reservar o lugar para os catequizandos na<br />

Igreja. Os pais e padrinhos podem ficar normalmente<br />

na Assembleia.<br />

O grupo de catequistas organiza os catequizandos<br />

que participarão do rito, se possível na porta<br />

da Igreja ou no início do átrio, para que esperem<br />

ali o chamado do sacerdote à admissão.<br />

Iniciando a celebração<br />

A missa inicia com o canto e a procissão de<br />

entrada normalmente.<br />

Ao chegar ao presbitério, antes de fazer o sinal<br />

da cruz, o sacerdote acolherá a comunidade, preparando-a<br />

para o Rito de Admissão dos catequizandos<br />

ao Catecumenato, que acontecerá pela Assinalação<br />

dos Sentidos e pela Entrega do Livro da Palavra.


Sacerdote:<br />

– Sejam todos bem-vindos, queridos pais e<br />

catequizandos, padrinhos e caríssimos membros<br />

da comunidade. A celebração eucarística de hoje<br />

se reveste de um caráter especial: nela acontecerá<br />

o Rito da Admissão de nossos catequizandos ao<br />

Catecumenato, que é um tempo forte para a instrução<br />

e o aprofundamento da fé, em vista de uma<br />

pertença mais efetiva na comunidade. Como o sinal<br />

da cruz faz parte deste rito, será realizado no<br />

momento oportuno. Sentados, acompanhemos.<br />

(O sacerdote saúda os catequizandos que permanecem<br />

ainda na porta de entrada.)<br />

Sacerdote aos catequizandos:<br />

– Queridos catequizandos, vocês se sentiram<br />

chamados por Deus e por isso estão percorrendo<br />

um caminho para ingressar com maior maturidade<br />

na vida da comunidade cristã. Em nome da Igreja,<br />

eu vos acolho com carinho, uma vez que hoje<br />

vocês serão admitidos ao Catecumenato, dando<br />

um passo importante para o aprofundamento da<br />

fé. Recebam também o carinho de nossa comunidade,<br />

expresso por meio de uma salva de palmas.<br />

Catequista do 1º Tempo – introdutor:<br />

– Caríssimo sacerdote, familiares dos catequizandos,<br />

padrinhos e comunidade, dou testemunho<br />

de que ao longo do 1º Tempo estes catequizandos<br />

procuraram fazer sua adesão a Cristo com esforço e<br />

dedicação. Hoje, convocados pela Igreja, manifestam<br />

publicamente seu desejo de aprofundar a fé,<br />

ingressando no Tempo do Catecumenato através<br />

do Rito pelo qual serão Assinalados com a Cruz do<br />

Senhor, uma vez que pelo batismo já participam<br />

do Mistério da Ressurreição de Cristo, recebendo<br />

também a Palavra.<br />

Sacerdote:<br />

– Catequista, leve a cruz de Nosso Senhor até<br />

os catequizandos. Nela eles encontrarão forças para<br />

vencer os desafios do caminho que estão percorrendo<br />

e à luz da Ressurreição compreenderão as Escrituras.<br />

Voltemos o olhar para a Cruz e cantemos.<br />

(Um catequista pega a cruz processional e se dirige<br />

até a porta central onde estão os catequizandos.<br />

Chegando lá se posiciona à frente deles e os convida<br />

a ingressar na Igreja, trazendo-os até o presbitério.)<br />

Canto:<br />

Nós nos gloriamos na cruz de Nosso Senhor, que<br />

hoje resplandece com o novo mandamento do amor<br />

(2 vezes)<br />

1. O povo carrega tua cruz no escuro e na luz,<br />

marchando assim vai. A cruz plenifica a vida, resposta<br />

sofrida à vontade do Pai.<br />

(O sacerdote convida os pais dos catequizandos<br />

para que se dirijam até o presbitério junto aos seus<br />

filhos; em seguida, os catequistas entregam rapidamente<br />

aos pais uma cruz com a qual eles assinalarão<br />

seus filhos.)<br />

Compromisso para pais, padrinhos e comunidade<br />

Sacerdote:<br />

– Vós, pais, padrinhos e irmãos aqui presentes,<br />

estais dispostos a testemunhar a vossa fé ajudando<br />

estes catequizandos no seguimento de Cristo?<br />

(As respostas podem ser projetadas ou contidas<br />

numa folha com a celebração.)<br />

Todos:<br />

– Sim, estamos dispostos a ajudá-los.<br />

(O sacerdote motiva a comunidade a ficar em pé.)<br />

Assinalação da Cruz na fronte e nos sentidos<br />

Sacerdote:<br />

– A Assinalação dos Sentidos marca o catequizando<br />

com o sinal da cruz; é sinal de pertença<br />

a Deus, sinal de entrega, de serviço, de confiança<br />

e fidelidade ao Pai. É sinal do triunfo de Deus que<br />

ilumina toda criatura com a Ressurreição de seu<br />

Filho, concedendo participação em seu Mistério.<br />

Assinalar com a cruz os sentidos torna a pessoa<br />

apta e capaz para a compreensão das Escrituras.<br />

Enquanto os pais assinalam com a cruz os seus<br />

filhos, cada um realizará sobre si os gestos que indicam<br />

a nossa pertença a Deus e à Igreja. (O sacerdote<br />

faz o sinal da cruz diante do grupo dos catequizandos<br />

a cada invocação, enquanto os pais colocam nos seus<br />

filhos a cruz no lugar que é pronunciado.)<br />

39


40<br />

Sacerdote:<br />

– Cristo vos chamou para ser vosso amigo; lembrem-se<br />

sempre Dele e sejam fiéis em segui-lo. Para isso<br />

vou marcar-vos com o sinal de Cristo; este sinal, daqui<br />

em diante, vos fará lembrar-se de Cristo e de seu amor.<br />

– Recebei a cruz na vossa fronte (os pais colocam<br />

a cruz na fronte dos seus filhos e a comunidade<br />

traça a cruz na sua própria fronte). Cristo vos fortalece<br />

com o sinal do seu amor e da sua vitória;<br />

aprendei agora a conhecê-lo e a segui-lo.<br />

– Recebei o sinal da cruz nos ouvidos, para<br />

ouvirdes a voz do Senhor.<br />

– Recebei o sinal da cruz nos olhos, para verdes<br />

a luz de Deus.<br />

– Recebei o sinal da cruz na boca, para responderdes<br />

à Palavra de Deus.<br />

– Recebei o sinal da cruz no peito, para que<br />

Cristo habite, pela fé, no vosso coração.<br />

– Recebei o sinal da cruz nos ombros, para<br />

levardes o jugo de Cristo, que é suave.<br />

(Depois, somente o sacerdote traça o sinal da cruz<br />

sobre todos os catequizandos, sem os tocar, dizendo:)<br />

– Sobre todos vós eu faço o sinal da cruz, em<br />

nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, para<br />

terdes a vida pelos séculos sem fim.<br />

– Deus todo poderoso, que pela cruz e ressurreição<br />

de vosso filho destes a vida ao vosso povo, concedei<br />

que estes vossos servos e servas marcados com o sinal<br />

da cruz, seguindo os passos de vosso Filho, conservem<br />

em sua vida a graça da vitória da cruz e a manifestem<br />

por palavras e gestos. Por Cristo, Nosso Senhor.<br />

Todos:<br />

– Amém.<br />

Sacerdote:<br />

– Queridos pais, antes de voltarem aos seus<br />

lugares, entreguem a seus filhos a cruz, que é o sinal<br />

do triunfo de Deus, que tudo vence.<br />

(O sacerdote prossegue a missa normalmente.)<br />

Entrega da Palavra<br />

(Depois da homilia ou em outro momento que achar<br />

conveniente, o sacerdote chama ao presbitério os catequizandos<br />

e os padrinhos, que deverão trazer a Bíblia.)<br />

Catequista:<br />

– A Entrega do Livro da Palavra iluminará<br />

o caminho do discípulo que, cooperando com<br />

a Graça divina e instruído pelos catequistas,<br />

comunidade, família, padrinho e sacerdote,<br />

adquirirá maturidade na Escritura. Cercados<br />

pelo amor e pela proteção da Mãe Igreja, os<br />

catequizandos serão “alimentados pela Palavra<br />

de Deus, que é o primeiro e fundamental dever<br />

da Igreja”.<br />

Sacerdote:<br />

– Catequizandos, vocês são convidados a<br />

aprofundar a fé ouvindo, celebrando, vivendo e<br />

rezando a Palavra de Deus. Hoje a comunidade<br />

vos reconhece como iniciantes no discipulado<br />

da Palavra. A Palavra de Deus é transmitida no<br />

lar cristão pela vivência e pelo testemunho dos<br />

pais. A entrega da Palavra de Deus precisa ser<br />

oferecida aos filhos a cada dia através da prática<br />

dos pais e dos membros da comunidade. O<br />

padrinho representa o auxílio dos membros da<br />

comunidade cristã nesta tarefa de transmissão e<br />

testemunho da Palavra.<br />

(O padrinho segurará a Palavra de Deus num<br />

dos lados, ficando de frente para o catequizando,<br />

que segurará a Bíblia na outra ponta. Os padrinhos<br />

repetirão a oração. O sacerdote reza, e os padrinhos<br />

repetem.)<br />

Sacerdote:<br />

– Recebe a Palavra de Deus / são Palavras de<br />

Vida eterna / que iluminarão teu caminho / busca<br />

compreender / amar, guardar no coração e rezar a<br />

Palavra / para transformá-la em vida e serviço.<br />

(Os catequistas do 2º Tempo se dirigem a um<br />

local conveniente para receber os catequizandos.)<br />

Catequista:<br />

– Os padrinhos conduzem seus afilhados<br />

aos catequistas como sinal de que os familiares<br />

e também eles colaborarão no aprofundamento<br />

da fé que o catequista realizará. Acolhamos este<br />

gesto manifestando nossa alegria com uma salva<br />

de palmas.<br />

(O sacerdote prossegue a missa normalmente.)


1 a Unidade<br />

Deus se revela por<br />

meio de sua Palavra<br />

na obra da Criação<br />

e faz Aliança<br />

com o homem


1 o Encontro<br />

Deus se revela<br />

por meio de<br />

sua Palavra<br />

43


44<br />

Objetivos:<br />

• Animar os catequizandos para que se sintam acolhidos.<br />

• Despertar no catequizando o desejo de conhecer e ter intimidade com a Sagrada Escritura,<br />

a Bíblia.<br />

• Identificar a Bíblia como Palavra Viva do Deus que age em nossa história e nos convida a<br />

responder-lhe.<br />

Material de apoio:<br />

• Bíblia<br />

• flor<br />

• vela<br />

• tecido da cor do tempo litúrgico<br />

• fósforo<br />

• capa e contracapa para montagem de um livro (dinâmica de acolhimento)<br />

• gravura com o rosto de Jesus<br />

• fita adesiva<br />

• 1 folha para cada catequizando<br />

• 4 cartões, cada um contendo uma das frases dos seguintes dísticos:<br />

Na citação do Salmo 8,2-3: fala o poeta, cantando a obra de Deus<br />

Na citação do Salmo 69,2-3: fala a pessoa que sofre<br />

Na citação de Oseias 14,2-3: falam os profetas, que são amigos de Deus, chamando à conversão<br />

Na citação de Mateus 19,14-15: fala Jesus, o Filho de Deus<br />

• cartaz com a frase: “QUEM BEIJA A BÍBLIA, BEIJA O ROSTO DE DEUS!” (Santo Agostinho)<br />

Atenção: esse cartaz será utilizado também no próximo encontro.<br />

Formando e preparando o catequista para o encontro<br />

Neste tempo, aprofundaremos a reflexão sobre a Sagrada Escritura. Descobriremos porque a<br />

Bíblia é um livro especial; conheceremos as pessoas que falam, escutam e agem; pessoas que souberam<br />

ouvir e orientar suas vidas conforme as indicações de Deus. Encontraremos também pessoas que<br />

escolheram não levar em conta o que Deus propõe e, com elas, encontraremos também injustiças,<br />

pecados, violências e guerras. Tudo isso faz parte da longa história com a qual Deus se faz conhecer e<br />

deseja estabelecer uma relação de amorosa confiança com o homem.<br />

Na Palavra de Deus está contida a Revelação, ou seja, o processo com o qual Deus se faz conhecer,<br />

transmitindo a si mesmo.


Em sua Palavra, Deus revela a si mesmo seu projeto para com as pessoas, o sentido da história e<br />

da nossa vida. Ele fez tudo isso comunicando-se conosco; é Deus que fala. Precisamos ter muito claro<br />

que a expressão “Palavra de Deus” significa algo bem mais profundo do que “palavras de Deus” ou<br />

“coisas que Deus diz”. A Palavra de Deus coloca-nos “diante de Deus que fala”.<br />

Não falamos apenas através de palavras, mas também com gestos, com decisões, com escolhas e<br />

nas atitudes do dia a dia. Toda a vida do povo e a ação de Deus em sua história foi recolhida no único<br />

grande livro que chamamos Bíblia, ou Escritura Sagrada.<br />

Neste ano vamos aprender a escutar o que a Bíblia nos fala, ela é uma carta de amor de Deus por<br />

nós, seus amigos.<br />

A Bíblia é um diálogo constante entre duas pessoas que aprendem a se comunicar reciprocamente: o<br />

Senhor e o homem. Nela falam muitos homens e mulheres que viveram em tempos e lugares diferentes:<br />

• o poeta, que canta a obra de Deus (Gênesis 1; Êxodo 15; Salmo 8);<br />

• a pessoa que sofre (Êxodo 3,7; todo o livro de Jó; Salmo 69);<br />

• falam os Profetas – amigos de Deus – criticando os pecados (2Samuel 12,1-15); chamando à conversão<br />

(Oseias 14,2-3); anunciando a salvação (Oseias 2,1-3); por fim, fala o próprio Filho de Deus<br />

(Hebreus 1,1-4; Marcos 1,14-15), que é a manifestação viva, visível, clara e objetiva de quem Deus é.<br />

Nas palavras, gestos, atitudes e escolhas de Jesus, podemos ver claramente quem Deus é sem correr o risco<br />

de inventar uma “imagem de Deus”. Construir imagens fictícias de Deus constitui o “pecado da idolatria”.<br />

Muitas são as páginas e tantos são os livros, reunidos num só, que chamamos “Bíblia”.<br />

A primeira parte dela vai de Gênesis até o livro do Profeta Malaquias. Essa parte é chamada de<br />

Antigo Testamento ou “Antiga Aliança”.<br />

Pode ser comparada ao ensinamento de um pai para com o seu filho. Isso é feito através de histórias<br />

(Êxodo, Números, Josué, livros de Samuel, livros dos Reis e outros), através de poesia (Cântico<br />

dos Cânticos), de orações (Salmos), de leis e mandamentos (Levítico, Deuteronômio, especialmente<br />

Deuteronômio 5,6-18 e Êxodo 20,2-17) e outras formas de ensinar. Com a Lei, ou “código da Aliança”,<br />

Deus colocou diante dos seus filhos a vida e a morte, ou seja, a possibilidade de ser um povo<br />

realizado ou infeliz, e lhes aconselhou: “Escolhe, pois a vida” (Deuteronômio 30,19).<br />

Os Profetas, e tantas pessoas de Deus, ajudaram o povo a escutar e obedecer aos ensinamentos;<br />

mas o povo, ao fechar os ouvidos para Deus, preferiu a morte. Na linguagem da Bíblia, “vida” e<br />

“morte” são sinônimos de realização, felicidade ou de tristeza e frustração. Por isso, o Profeta e amigo<br />

de Deus, Jeremias, sonhou que um dia haveria uma Nova Aliança não embasada sobre a “lei”, mas<br />

sobre a consagração do coração. Essa ninguém ensinaria, porque não era para os ouvidos, mas Deus<br />

escreveria diretamente no coração do seu povo (Jeremias 31,31-34).<br />

O sonho de Jeremias e de tantos outros homens e mulheres aconteceu. A novidade não é Lei ou<br />

ensinamento, mas o anúncio novo de Deus para nós é uma Pessoa: Jesus, que chamamos Cristo.<br />

A segunda parte da Bíblia vai dos Evangelhos (que apresentam a Nova e eterna Aliança que Jesus estabeleceu<br />

com sua vida, morte e ressurreição) até o Apocalipse. É chamada de Novo Testamento ou “Nova Aliança”.<br />

O “Novo Testamento” tem como centro a própria Palavra Viva de Deus, que é Jesus. Tudo o<br />

que é preciso saber sobre Ele está contido nos Evangelhos, mas nem tudo o que Ele fez foi escrito. Os<br />

Escritores sagrados decidiram colocar no papiro ou nos pergaminhos apenas aquilo que é necessário<br />

e suficiente para nos dar elementos reais que nos permitam ter fé em Jesus, assim como escreveu São<br />

João: “Muitos outros sinais realizou ainda Jesus, na presença dos seus discípulos, que não estão escri-<br />

45


tos neste livro. Estes, porém, foram escritos para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus,<br />

e, acreditando, terdes a vida nele” (João 20,30).<br />

A palavra “Evangelho” significa “novidade”, “notícia boa e feliz”. Então, a segunda Aliança, escrita<br />

no coração é o Evangelho, anúncio de Jesus Cristo, que veio para os homens e mulheres de todos<br />

os tempos e lugares, que acreditaram (Lucas 1,45) e nunca deixaram de esperar (Mateus 1). Não se<br />

trata mais de seguir apenas alguns mandamentos, mas sim uma Pessoa que fala de Deus com tudo o<br />

que ela é, pois Jesus é a Palavra viva que Deus dá às pessoas.<br />

A pregação e a vivência da Igreja primitiva foi transcrita no livro dos Atos dos Apóstolos e nas<br />

Cartas dos Apóstolos Paulo, Tiago, Pedro, João e de outros discípulos, às vezes anônimos como, por<br />

exemplo, a “Carta aos hebreus”.<br />

O livro da esperança das comunidades cristãs que estavam sofrendo perseguição é o Apocalipse<br />

de São João, o último dos livros da Bíblia.<br />

Antes de ser escrita, a novidade do Evangelho foi bem plantada no coração da Igreja, pelo anúncio e<br />

pregação dos Apóstolos, movidos pelo Espírito Santo (Atos 2,22-24). Precisaram vários anos antes que as<br />

comunidades cristãs pudessem escolher quais livros falavam realmente de Jesus e quais eram cheios de fantasias<br />

(estes eram chamados “escritos apócrifos”). Depois de muito tempo e investigação, foram escolhidos,<br />

sob a orientação do Espírito Santo, os livros que nós temos na nossa Bíblia. Então, foi a nossa Igreja que<br />

escreveu o Novo Testamento, mas não sozinha, senão seriam só palavras humanas; ela foi inspirada pelo<br />

Espírito Santo que Jesus tinha prometido mandar para guiá-la e ensiná-la (Atos 1,8; João 14,26).<br />

Composição da Bíblia<br />

A Bíblia é composta por 73 livros: 46 do Antigo Testamento e 27 do Novo Testamento. Percebemos<br />

que há uma diferença com as Bíblias usadas pelos “evangélicos”. Eles possuem apenas 66<br />

livros porque se recusaram a incluir no cânon da Bíblia os livros que serão elencados a seguir. A Igreja<br />

católica acolheu todos os livros que os hebreus tinham na época de Jesus, já que o próprio Jesus os<br />

usava e porque os Evangelistas fizeram várias vezes referência a esses livros (a versão da Escritura que<br />

eles usavam era chamada “dos 70” e é essa versão que a Igreja Católica está ainda hoje usando). Por<br />

exemplo: toda vez que Jesus chama a si mesmo com o título de “filho do homem” ele o faz referindo-se<br />

ao livro de Daniel 7,13ss.; se Jesus usou esses livros, os primeiros cristãos não viram motivação para<br />

excluir aqueles livros que, muitos séculos depois, os protestantes excluíram de suas Bíblias.<br />

A Igreja Católica levou a sério e aplicou a toda a Escritura as últimas palavras do livro do Apocalipse<br />

que diz o seguinte: “E eu declaro a todos os que escutam as palavras proféticas deste livro: Se<br />

alguém aumentar alguma coisa, Deus lhe aumentará os flagelos que estão descritos neste livro. E se<br />

alguém retirar palavras deste livro profético, Deus lhe retirará a parte que tem na árvore da Vida e na<br />

cidade santa, descritas neste livro” (Apocalipse 22,18).<br />

Livros não presentes nas Bíblias protestantes:<br />

• Tobias<br />

• Judite<br />

• Sabedoria<br />

• Baruc<br />

• Eclesiástico<br />

• 1o e 2o Livro dos Macabeus<br />

• Ester<br />

• Daniel<br />

46


Depois do estudo do texto, procure rezar, meditar e vivenciar a Palavra,<br />

preparando-se para o Encontro.<br />

Acolhimento – Ver a realidade<br />

“Jesus aproximou-se e pôs-se a caminhar com eles.” (Lucas 24,15)<br />

(O catequista prepara antecipadamente a sala do encontro com criatividade, colocando sobre<br />

uma mesa o tecido da cor do tempo litúrgico, uma vela acesa e um vaso de fl or.)<br />

Estou muito feliz por recebê-lo para o segundo tempo de catequese. A palavra “tempo” indica a<br />

ação favorável de Deus em nós, o seu domínio. Estar no segundo tempo de catequese é experimentar a<br />

ação de Deus, sentir que Ele nos guia, nos ensina, nos concede seus dons e suas graças, enfi m tudo aquilo<br />

que é favorável para nossa salvação.<br />

Neste tempo de ensino, teremos a oportunidade de conhecer mais profundamente o que Deus nos<br />

revela através da sua Palavra Viva transmitida pela Bíblia.<br />

Na Celebração de Admissão para o segundo tempo de ensino, você foi “Assinalado com a Cruz”, indicando<br />

que pertence a Deus e teve a alegria de receber dos introdutores (padrinhos) o “Livro da Palavra”.<br />

Vamos conhecer e amar a Palavra de Deus. Que Ele nos ensine a obedecer a sua Palavra neste caminho bonito<br />

do segundo tempo, que proporcionará nosso encontro com Jesus e nossa inserção na vida da sua comunidade!<br />

Descobriremos porque a Bíblia é um livro especial; conheceremos as pessoas que falam, escutam e<br />

agem na Bíblia.<br />

Dinâmica: descobrindo a riqueza da Bíblia – “Palavra de Deus”<br />

Objetivo: esclarecer o que é Bíblia e perceber a experiência que o catequizando e<br />

sua família têm da Palavra de Deus.<br />

Desenvolvimento: (orientado pelo catequista)<br />

1. Entregar uma folha de papel para cada catequizando com as seguintes questões:<br />

– Para você o que é a Bíblia?<br />

– Escreva como a Bíblia faz parte da vida de sua família.<br />

2. Ler as questões e motivá-los para que respondam, cada um em sua folha.<br />

3. Orientar, ao fi nal do trabalho, que cada catequizando leia, à comunidade<br />

de catequizandos, aquilo que escreveu.<br />

4. Recolher as folhas para montagem de um livro.<br />

5. Colocar as folhas dentro da capa e contracapa que confeccionou previamente<br />

para montar o livro.<br />

(O catequista pega o livro montado.)<br />

Conclusão: a Bíblia é um conjunto de livros, que transmite a Palavra de<br />

Deus. Deus é o autor da Bíblia, mas através de escritores inspirados pelo Espírito<br />

47


Santo, Ele fala a todos nós de modo humano. Na Bíblia encontramos a história<br />

de um povo e a manifestação da vida de Deus agindo na história deles. Deus<br />

continua agindo em nossas vidas (mostrar uma gravura de Jesus e colocá-la entre as<br />

folhas do livro). Ele participa de nossa vida, escrevendo conosco uma história de<br />

amor e salvação, atuando nas diferentes situações do dia a dia.<br />

Para que a Bíblia surgisse, foi necessária a contribuição de muitas pessoas, em<br />

tempos diferentes e distantes. Assim, as palavras de Deus foram narradas por escritores<br />

humanos. Eles narraram, sob a ação do Espírito Santo, os acontecimentos<br />

da vida deles e a intervenção de Deus naquelas situações. Assim como montamos<br />

este livro – recolhendo um pouquinho da história de cada um de vocês e de suas<br />

famílias –, o povo de Deus recolheu na sua história as ações que Deus realizou e<br />

nos transmitiu pela Bíblia.<br />

Vamos dizer juntos:<br />

– Deus é o autor da Bíblia. Ele inspirou pessoas para que escrevessem, com<br />

palavras humanas, a Palavra de Deus. A Bíblia é a expressão do projeto do amor<br />

de Deus que age em favor do seu povo.<br />

48<br />

Atenção: o catequista deverá guardar o livrinho que será utilizado também no próximo encontro.<br />

Fundamentação – Iluminar<br />

“Explicava-lhes as Escrituras.” (Lucas 24,27)<br />

(Colocar o livrinho confeccionado sobre a mesa preparada e pedir que todos os catequizandos<br />

fiquem em pé, segurando sua Bíblia.)<br />

Entronização da Bíblia:<br />

(O catequista apresenta o cartaz com a frase: QUEM BEIJA A BÍBLIA, BEIJA O ROSTO DE DEUS,<br />

de Santo Agostinho.)<br />

Vamos ler a frase de Santo Agostinho neste cartaz.<br />

Em silêncio, vamos contemplar por um instante nossa Bíblia. (Fixar o cartaz na mesa preparada)<br />

Vamos ler novamente no cartaz o que disse Santo Agostinho.<br />

Agora, com muito carinho, podemos beijar nossa Bíblia.<br />

(O catequista segura sua Bíblia.)<br />

A Bíblia, colocada no centro da nossa vida e de nossa comunidade de catequese, vai nos ensinar<br />

a ser mais amigos uns dos outros e de Deus. Ele fala igualmente a todos nós, porque somos seus filhos<br />

amados! Enquanto entronizamos a Bíblia, colocando-a sobre a mesa, cantemos juntos com alegria:<br />

Canto: “Toda Bíblia é comunicação”<br />

Toda Bíblia é comunicação de um Deus amor, de um Deus irmão, é feliz quem crê na revelação, quem<br />

tem Deus no coração.


Neste segundo tempo de catequese, teremos a oportunidade de escutar melhor e aprender o que<br />

Deus nos fala através da Bíblia. Ela é uma carta de amor de Deus para nós, é chamada também de “Palavra<br />

de Deus” ou “Sagrada Escritura”. Quem ouve o que Deus fala não se perde nos caminhos da vida,<br />

porque a sua Palavra ilumina os passos de quem a escuta com atenção e amor. Vamos encontrar em nossa<br />

Bíblia o Evangelho escrito por João 8,12 e ler juntos.<br />

Dinâmica: quem está falando?<br />

Objetivo: perceber que há um diálogo entre Deus e os homens na Bíblia.<br />

Desenvolvimento: (orientado pelo catequista)<br />

1. Formar quatro grupos com os catequizandos.<br />

2. Entregar um dos cartões com a citação bíblica para cada grupo.<br />

3. Orientar para que procurem a citação do cartão na Bíblia e verifi quem, no<br />

cartão, quem falou aquilo que leram.<br />

4. Explicar, após o término do trabalho, que cada grupo dirá primeiro a citação<br />

bíblica à comunidade, depois lerá no cartão quem falou através dela e<br />

em seguida deverá ler o versículo bíblico a todos.<br />

Conclusão: percebemos que na Bíblia muitos homens e mulheres, que viveram<br />

em tempos e lugares diferentes, conversam com Deus como amigos. Bíblia<br />

é o conjunto de muitas páginas e também de tantos livros reunidos em um só.<br />

Chamamos a primeira parte da Bíblia de Primeira Aliança ou de Antigo Testamento.<br />

(O catequista mostra no desenho da estante bíblica os livros do Antigo Testamento.)<br />

Os livros do Antigo<br />

Testamento narram a obra<br />

da Criação, a Aliança que<br />

Deus fez com o povo de<br />

Israel, chamados também<br />

de hebreus, e a ação dos<br />

profetas que preparam para<br />

a vinda de Jesus Cristo. O<br />

Antigo Testamento contém<br />

todo o ensinamento de um<br />

Deus que como um Pai<br />

educa seus fi lhos, totalizando<br />

46 livros.<br />

Isaías Isaías<br />

Josué<br />

Josué<br />

Juízes<br />

Jeremias<br />

Rute<br />

1Samuel<br />

Lamentações<br />

Baruc<br />

Jó<br />

Gênesis<br />

Êxodo<br />

Levítico<br />

Números<br />

Deuteronômio<br />

Atos dos<br />

Apóstolos<br />

5 livros do Pentateuco (Tora) Evangelhos a Atos<br />

2Samuel<br />

1Reis<br />

2Reis<br />

1Crônicas<br />

2Crônicas<br />

16 Livros Históricos 14 Cartas de Paulo<br />

Salmos<br />

Provérbios<br />

Eclesiastes<br />

Esdras<br />

Neemias<br />

Cântico dos<br />

Cânticos<br />

Tobias<br />

Judite<br />

Sabedoria<br />

Ester<br />

Eclesiástico<br />

1Macabeus<br />

2Macabeus<br />

Mateus<br />

Romanos<br />

1Coríntios<br />

Tiago<br />

Marcos<br />

2Coríntios<br />

Lucas<br />

Gálatas<br />

Efésios<br />

Filipenses<br />

João<br />

1Pedro<br />

2Pedro<br />

7 Livros Poéticos ou Sapienciais 7 Cartas Católicas<br />

Ezequiel<br />

Daniel<br />

Joel<br />

Amós<br />

Abdias<br />

Jonas<br />

18 Livros Proféticos<br />

Oséias<br />

Miquéias<br />

Naum<br />

Habacuc<br />

Sofonias<br />

Ageu<br />

Zacarias<br />

Malaquias<br />

Apocalipse<br />

Colossenses<br />

1Tessalonicenses<br />

2Tessalonicenses<br />

1Timóteo<br />

2Timóteo<br />

1João<br />

2João<br />

3João<br />

Carta a Tito<br />

Filêmon<br />

Hebreus<br />

Judas<br />

49


Alguns destes livros do Antigo Testamento contêm poesia (como o livro do Gênesis), orações (como<br />

o livro dos Salmos), leis ou aliança e mandamentos (Levítico, Deuteronômio e Êxodo).<br />

Os profetas, e tantas pessoas de Deus, ajudaram o povo a escutar e obedecer esses ensinamentos.<br />

Em sua Palavra, Deus propõe uma Aliança de amor e fidelidade com os homens.<br />

50<br />

A segunda parte da Bíblia é formada por 27 livros que chamamos de Novo Testamento.<br />

(O catequista mostra os livros do Novo Testamento no desenho da estante bíblica.)<br />

O Novo Testamento contém os quatro Evangelhos que narram o nascimento, a vida, a missão, a morte e a<br />

ressurreição de Jesus, Nosso Salvador, e o início da sua Igreja; o livro dos Atos dos Apóstolos, que conta a força<br />

recebida do Espírito Santo para a pregação dos apóstolos e a vivência da Igreja primitiva; e as Cartas de alguns<br />

Apóstolos – como Paulo, Tiago, Pedro e João – que orientaram e organizaram as primeiras comunidades cristãs.<br />

O último livro chamado Apocalipse, foi escrito por São João e ficou conhecido como livro da esperança<br />

para as comunidades que sofriam.<br />

Vamos ler juntos:<br />

– A Bíblia não é apenas um livro. Ela é um conjunto de vários livros num único volume. A Bíblia<br />

possui 73 livros, dos quais 46 pertencem ao Antigo Testamento e 27 constituem o Novo Testamento.<br />

(Explorar novamente no desenho da estante bíblica a divisão do Antigo e Novo Testamento.)<br />

A Bíblia foi escrita durante vários séculos. Deus é seu autor e foram muitos os seus escritores que,<br />

inspirados, escreveram o que Deus quis com linguagem humana. Cada pessoa, ao escrever a mensagem<br />

que Deus lhe inspirava, usou a linguagem própria do seu tempo para exprimir e fazer entender o que<br />

queria transmitir, servindo-se de símbolos encontrados na realidade daquele povo. Vamos ler juntos:<br />

Todos:<br />

– Nós não somos a religião de um livro, pois não seguimos apenas uns mandamentos, nós seguimos<br />

uma Pessoa que é Jesus. Ele fala de Deus com tudo aquilo que Ele faz e com tudo que Ele é. Jesus é a<br />

Palavra viva que Deus dá às pessoas.<br />

A Bíblia não transmite apenas Leis ou ensinamentos, ela nos coloca na presença viva de uma Pessoa<br />

que é Jesus Cristo. Ele veio para os homens e mulheres de todos os tempos e lugares que acreditaram e<br />

nunca deixaram de esperar. Vamos ler juntos:<br />

Todos:<br />

– Alegria assim tão grande foi primeiro transmitida de viva voz, como fizeram os profetas e os Apóstolos,<br />

depois escrita porque precisava ser anunciada a todo o mundo. A Bíblia foi escrita para que a voz<br />

e as ações maravilhosas que Deus realizou com seu povo fossem transmitidas a nós.<br />

O que Deus falou para mim neste texto?<br />

Espiritualização – Celebrar<br />

“Ele tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e serviu-lhes.” (Lucas 24,30)<br />

Neste momento, em pé, vamos nos aproximar mais da Bíblia que está sobre a mesa;<br />

ela será a luz do nosso caminhar.<br />

Coloquemos uma das nossas mãos sobre o coração e estendamos a outra em direção<br />

à Bíblia para fazer uma prece em silêncio. (breve instante)


Todos:<br />

– Senhor, nós te pedimos a graça de sermos fiéis à tua Palavra.<br />

Agradecendo a Deus, que nos deu sua Palavra de Vida, cantemos:<br />

Canto: “Tua Palavra é assim”<br />

(Pe. Zezinho, SCJ/CD 6849-7 – Juventude e vocação)<br />

É como a chuva que lava, é como o fogo que arrasa, tua Palavra é assim; não passa por mim sem deixar<br />

um sinal. (bis)<br />

1. Tenho medo de não responder, de fingir que eu não escutei.<br />

Tenho medo de ouvir teu chamado, virar pro outro lado, fingir que eu não sei. (2 vezes)<br />

O que sinto vontade de dizer a Deus?<br />

Atividades de fixação – Agir cristão<br />

“Levantaram-se na mesma hora e foram a Jerusalém.” (Lucas 24,33)<br />

Circule o desenho no qual você identifica como sua Bíblia poderia estar se sentindo<br />

em sua casa:<br />

esquecida<br />

contente<br />

empoeirada<br />

Por quê?___________________________________________________________<br />

descuidada<br />

Durante este ano, nossa comunidade de catequizandos conhecerá mais sobre a Palavra de Deus. Ela<br />

nos ensina a viver como irmãos e a andar nos caminhos do bem.<br />

Confeccione um cartão com a frase de Santo Agostinho que está no cartaz. Esse cartão será utilizado<br />

na atividade do compromisso.<br />

Vivendo a fé em família –<br />

Transformando a oração em compromisso de ação cristã<br />

triste<br />

1. Reúna seus pais e mostre a eles a atividade de fixação no 1 que você realizou<br />

no encontro.<br />

2. Comente o que isso significa.<br />

3. Faça um compromisso em família, circulando e pintando um dos desenhos que represente melhor<br />

como você deseja deixar a Bíblia de sua família ao longo deste ano.<br />

51


52<br />

Por que escolheu este desenho?<br />

4. Confeccione um cartão com o desenho da Bíblia que escolheu para levá-lo no próximo encontro<br />

Compromisso do discípulo de Jesus para a semana<br />

1. Entregue para uma pessoa o cartão com a mensagem de Santo Agostinho que<br />

você confeccionou no Encontro. Conte que você já iniciou o segundo Tempo<br />

de Catequese e que a Palavra de Deus é Viva!<br />

Material para o próximo encontro: levar o cartão com o desenho da Bíblia confeccionado em família.

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