17.04.2013 Views

LULA VEM-1 AO OESTE - Nosso Tempo Digital

LULA VEM-1 AO OESTE - Nosso Tempo Digital

LULA VEM-1 AO OESTE - Nosso Tempo Digital

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Nosso</strong> TemI)(, é tinja<br />

r)ublicaça() da Editora<br />

É tI)eraçac, 1 ida.<br />

Redação e adminisiração<br />

Rua 1 dni jindo de<br />

Barros, 830<br />

Fone '2-1738<br />

Eu, do iguaçu Pr.<br />

Diretores propri(.,laritis:<br />

'I'eflCio Ma,iaroi(o<br />

Aiui,io Palmar<br />

1. Adelino de Souza<br />

Editores:<br />

Ilson Faxina<br />

Ntiemj Osna<br />

( .1sc .15 t't<br />

Rija F'.irana<br />

1 dii. É). Pedro. _ andar, sala 212<br />

Fone: 21-679'.<br />

Mi DIAN FIRA<br />

Rua Paraguai, 2029, próximo<br />

ao Irum - fone- 84-28400<br />

Nt issos repres(i ri ies:<br />

S0 P-.LLu<br />

Praça Osçakji, - 124<br />

lei. 288-9944<br />

RIO DL JANEIRO<br />

Rua Senador Dantas, 11 - - ci<br />

806/607 tel. 240- 40(t<br />

(URI IRA<br />

Praça Zacarias, 80 -<br />

-(j. 708 tel. 223-9 24<br />

PORTO Al ICRE<br />

As. Borges de Medeiros. 3441<br />

C. 9 - 2 -34<br />

OR ASI LI A<br />

SBS - [d,Ikin ".. er'encit, IV<br />

saia 310 - 224-1183<br />

Distribuiç /io elo ( uritiba.<br />

IP. t)istribuidjjra rua<br />

Lourenço, 1- 4 - Fone: 232-203<br />

Metalúrgica<br />

Lorival Ltda.<br />

Portas e janelas de ferro e<br />

alumínio - grades de<br />

proteção e cercas -<br />

estruturas metálicas - box<br />

para banheiros - vidraçaria<br />

As' . Rio Grande do Sul, 141<br />

fone (0452) 54-1814<br />

Marechal Cândido Rondon<br />

:11C<br />

Técnica Iguaçtx<br />

Lida.<br />

Otiuina Espet.ialiiada e<br />

Autorizada.<br />

Olivetti - Facit -<br />

Remington - Disnuac<br />

e Ruí.<br />

Fone: 12-1992 -<br />

As'. JK, 417 Foi<br />

CUBATOES<br />

"Brasil é detentor do vergonhoso e mórbido troféu de<br />

quarto lugar em mortalidade<br />

infantil entre os países da américa Latina"<br />

- Cicero Ble's Ir -<br />

Náuseas. Arrependimento tardio<br />

não resolverá amanhã os problemas<br />

ambientais que estão sendo criados no<br />

Brasil de hoje. Cubatão, atualmente o<br />

maior símbolo do descaso contra a<br />

vida humana, reflete intensamente um<br />

processo que é comum em todo o pais:<br />

degradação ambiental, doença e morte<br />

sob a nuvem cáustica da crise que,<br />

paradoxalmente, "justifica" a aniquilação<br />

da vida pela imperiosa necessidade<br />

de desenvolvimento econômico.<br />

Um sofisma, pois a degradação<br />

ambiental tem as mesmas raízes da<br />

degradação de nossa economia.<br />

Em verdade, a causa fundamental<br />

da grande poluição de Cubatão vem da<br />

mesma raiz que se espalha por todo o<br />

Brasil, alastrando seus maléficos<br />

efeitos na forma de nuvens de milhões<br />

de toneladas de produtos agrotõxicos<br />

na nossa agricultura/ laboratório de<br />

testes, sob o estrondo das árvores<br />

sendo derrubadas no meio da floresta<br />

amazônica, ou na silenciosa e indigna<br />

cumplicidade com a morte lenta e<br />

certa de 92 crianças de cada mil<br />

nascidos vivas neste pais, por fome ou<br />

ingestão de água contaminada, OU<br />

pelas duas coisas ao mesmo tempo.<br />

Esgotos, ratos e água também<br />

fazem parte da questão ambiental.<br />

Atalmente, apenas 2,3% (menos de<br />

7 milhões) das residências do Brasil<br />

são atendidas por redes de esgoto.<br />

Pouco mais de 53% das casas recebem<br />

água tratada. Não é à toa que um<br />

quarto das mortes que acontecem no<br />

pais sejam de crianças - o que nos<br />

vale o vergonhoso e mórbido trofeu de<br />

quarto lugar em mortalidade infantil<br />

entre todos os países da Ameri':a<br />

Latina.<br />

Preocupação com o meio ambiente<br />

é também preocupação com a<br />

qualidade de vida. isto é ecologia<br />

humana. E, neste ponto, é impossível<br />

dissociar a miséria do processo<br />

econômico. O modelo entreguista e<br />

concentrador - responsável hoje pela<br />

derrubada de árvores e de vidas<br />

humanas e pela rapinagem de nossos<br />

recursos naturais que estão embaixo<br />

da terra, sobre ela e dentro da água -<br />

cresceu baseado na depredação da<br />

própria economia nacional, devastada<br />

em grande escala inicialmente nos<br />

anos 50, quando indústrias nacionais<br />

caiam em difiulddes e eram<br />

compradas por dólares que entravam<br />

no pais como "investimento", num<br />

processo de desnacionalização que se<br />

acentuou nos anos seguintes.<br />

Esmagado pelas pressões externas,<br />

o capital nacional não teve como se<br />

recuperar ou reagir a essas pressões,<br />

pois, 1á a partir de 1964, a opção pela<br />

troca internacional foi intensificada.<br />

Para assegurar a entrada de capital<br />

estrangeiro, a dupla oferta de recursos<br />

naturais "inesgotáveis" e mão de obra<br />

barata foi acrescida de "rentabilidade<br />

assegurada", através de um regime<br />

ditatorial que, já em SeLI primeiro ano<br />

de vigencia, concedia recursos Íman-<br />

- ------ ------<br />

.-<br />

- -<br />

--<br />

a empresas estrangeiras, er<br />

volumes dei vezes maiores que os<br />

concedidos às fábricas brasileiras. Só<br />

em 1965, cinco) mil fábricas nacionais<br />

fecharam por falta de recursos,<br />

agitando um torvelinho que engoliu<br />

milhares de outras nos últimos 20 anos.<br />

O mesmo) não tardou a acontecer<br />

com a base econômica agricola.<br />

NOSSOS cam pos, transformados em<br />

laboratórios de testes químicos internacionais,<br />

consomem, hoje, 10.5.474<br />

toneladas de produtos agrotóxicos/ano<br />

- um setor no qual o distanciamento<br />

da critica popular é mantido a ferro e<br />

fogo pelos donos do poder. O<br />

envolvimento de altas autoridades<br />

econômicas nesse promissor mercado<br />

de CR$ 400 bilhões/ano) já ê notório e<br />

faz parte do vergonhoso álbum de<br />

escândalos nacionais. Um valor<br />

infinitamente superior a essa quantia<br />

está em jogo, pois os agrotóxicos S()<br />

apenas pequenos componentes de um<br />

pacote tecnológico que envolve<br />

máquinas, equipamentos, subornos e o<br />

uso, ideológico da ciência como forma<br />

de dominação econômica.<br />

Tanto isso é verdade, que o último<br />

empréstimo-jumbo do FMI ao Brasil<br />

foi retido) pelos banqueiros internacionais<br />

em troca da inviolabilidade do<br />

mercado) de agrotos icos. Durante<br />

quatro) meses O) envio dos recursos<br />

financeiros ficou suspenso) pelas<br />

multinacionais, via FMI, representado<br />

aqui pelos detentores do poder. Tudo<br />

isso para assegurar que o bilitmário<br />

mercado de veneno agrícola permaneça<br />

into)cavel pelas leis de regulamentação<br />

de uso desses agrotõxicos,<br />

atualmente exigidos pela Imputação,<br />

que sente nos pulmões, nas veias e na<br />

hora das refeições, o acido efeito do<br />

lucro embolsado pelos retuindos<br />

banqueiros internacionais.<br />

'Bendita poluição que gera empregos<br />

e que será responsável pelo<br />

crescimento de nossa economia' -<br />

dizem os senhores de colarinho<br />

branco, confortavelmente instalados<br />

em suas poltronas estrfadas, enquanto<br />

cI Ulse 20 milhões de h asileiros vagam<br />

pelo) pais com suas marmitas vazias, ou<br />

quando muito com a coriida fria que<br />

nau chega a ser requentada pelos<br />

cálidos argumentos tecnocráticos desses<br />

senhores.<br />

O comodismo dos palácios é o<br />

mesmo que impede que a proteção ao<br />

meio ambiente seja feita de forma séria<br />

e eficaz neste pais onde os parâmetros<br />

de medição) da poluição) ambiental são<br />

os mesmos usados em países onde a<br />

neve cai seis meses por ano. Tudo isso<br />

para permitir o depauperamento dos<br />

recursos naturais que, decididamente,<br />

são esgotáveis. E essa verdade é<br />

negada pelos ouvidos dos mercadores<br />

empenhados na manutenção do<br />

acordo de troca de capital por mão de<br />

obra e recursos naturais.<br />

Urge desenvolvermos tecnologias<br />

próprias para controle da poluição<br />

ambiental. Urge encontrarmos mecanismos<br />

fortes para aplicação de uma<br />

l)Olitica que permita coibir os abusos e<br />

ataques que causam danos ao nosso<br />

presente e inviabilizam O) nosso futuro.<br />

Diz o poeta que, "apesar do próprio<br />

homem, ainda é tempo". Mas não<br />

haverá muito tempo enquanto o poder,<br />

ao qual o povo não tem acesso, estiver<br />

sendo exercido) por mercadores de<br />

esquina, que transformam O) pais num<br />

balcão de negócios, em que esses<br />

homens decidem entregar princípios e<br />

a própria vida dos outros em troca de<br />

melhor oferta.<br />

Não adianta discutirmos aqui se o<br />

"eleito estufa" irá afetar o Brasil num<br />

futuro remoto. O grande programa de<br />

defesa e preservação ambiental deve<br />

começar pelas questões mais próximas<br />

Cofio o controle efetivo do uso de<br />

agrototxicos, questionamento do modelo<br />

agrícola e o desenvolvimento de<br />

tecnologia autóctone, através de fortes<br />

intenções que, mais que em leis,<br />

resultem em ações concretas de<br />

mudança. E para isso, e necessário<br />

olhar para as necessidades mais caras<br />

que o, povo brasileiro sente ao, seu<br />

redor e que refletem necessidades de<br />

mudanças no) meio ambiente corno uni<br />

10(h), em sua dimensão, social e<br />

institucional. Devemos preservar a<br />

natureza e não esse vergonhoso estado<br />

de coisas que está causando a erosão,<br />

fl(J somente dos solos, como também<br />

da alma brasileira. A questão ecológica<br />

já não se restringe ã defesa das baleias,<br />

ou á preservação dos parques<br />

nacionais e santuarios naturais. A<br />

questão ecológica também deságua no<br />

mar de vontades nacionais hoje a favor<br />

de eleições diretas para presidente da<br />

República, constituinte e moratória,<br />

premissas básicas para a efetivação de<br />

um grande pacto) social, onde a<br />

o,uestão ambiental fatalmente seria<br />

tratada, pois sua raiz é

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!