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Manejo integrado de doenças de plantas - Agroecologia

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<strong>Manejo</strong> <strong>integrado</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>doenças</strong> <strong>de</strong> <strong>plantas</strong><br />

Conceitos e <strong>de</strong>safios<br />

Prof. Emerson Del Ponte<br />

Depto. De Fitossanida<strong>de</strong>, Agronomia, UFRGS<br />

VI SEMAGRO 2007 - 13 <strong>de</strong> junho 2007<br />

Semana do Meio Ambiente da Agronomia<br />

PET - FAEM - UFPel<br />

Como produzir mais?<br />

Aumento da superfície cultivada<br />

Aumento do uso <strong>de</strong> fertilizantes<br />

Métodos mais eficientes <strong>de</strong> cultivo<br />

Varieda<strong>de</strong>s melhoradas (biotecnologia)<br />

Proteção vegetal eficiente<br />

Ameaças atuais da agricultura<br />

Estiagens prolongadas<br />

Chuvas intensas e freqüentes<br />

Compactação do solo<br />

Financiamento da safra<br />

Flutuações <strong>de</strong> mercado<br />

PRAGAS =insetos, <strong>doenças</strong> e invasoras<br />

Perdas relativas em pré-colheita<br />

16.7%<br />

América do sul<br />

19.2%<br />

14.6 %<br />

24.2 %<br />

Patógenos<br />

Invasoras<br />

Insetos<br />

25.2 %<br />

1


Perdas relativas em pré-colheita<br />

% perdas<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

cereales Cereais papa Batata Cana cana frutales Fruteiras café Café Cacau cacao<br />

culturas<br />

malezas Plantas Invasoras insectos Insetos patogenos Patógenos<br />

Doenças “re-emergentes”<br />

Giberela<br />

Doenças “antigas”<br />

Doenças “novas”<br />

Requeima (fitóftora)<br />

da batata<br />

Ferrugem asiática da soja<br />

2


Doenças “novas”<br />

Sigatoka negra<br />

Como controlar <strong>doenças</strong>?<br />

O controle não <strong>de</strong>ve ser tática isolada mas<br />

sim integrada no sistema <strong>de</strong> produção<br />

Fatores limitantes<br />

Clima, adubação, insetos, <strong>plantas</strong><br />

daninhas, <strong>doenças</strong>, tratos<br />

culturais, escolha da área <strong>de</strong><br />

plantio, escolha <strong>de</strong> cultivares, etc.<br />

<strong>Manejo</strong> <strong>integrado</strong><br />

da cultura?<br />

Definição <strong>de</strong> controle<br />

Conotação biológica<br />

“Prevenção dos prejuízos causados por uma<br />

doença” (Whetzel, 1925)<br />

Conotação econômica<br />

“..válido, para fins práticos, somente<br />

quando lucrativo” (Whetzel, 1929)<br />

Panorama predominante<br />

O controle químico muitas vezes é<br />

usado como medida <strong>de</strong> contole<br />

isolada e nem sempre é efetivo e<br />

econômico<br />

Incorreto do ponto <strong>de</strong><br />

vista epi<strong>de</strong>miológico<br />

e AMBIENTAL<br />

3


Panorama predominante<br />

Faço aplicação <strong>de</strong><br />

um produto químico<br />

e vou dormir tranquilo!<br />

Dúvidas do agricultor<br />

Adaptado <strong>de</strong> Azevedo (2001)<br />

Será?? Nem sempre o<br />

fungicida funciona!<br />

Ensaio para controle da ferrugem asiática (Yorinori, 2005)<br />

Tebuconazole<br />

(500 ml/ha)<br />

Difenoconazole<br />

(200 ml/ha)<br />

Fluquin. + attach<br />

(250 + 0,5%)<br />

Síndrome da “bala <strong>de</strong> prata”<br />

A busca constante por uma<br />

“solução <strong>de</strong>finitiva”<br />

Resistência vertical?<br />

Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> simulação?<br />

Fungicidas sistêmicos? Biotecnologia?<br />

4


Controle x manejo<br />

Controle implica em um completo<br />

domínio da situação – o que nem<br />

sempre é possível !<br />

<strong>Manejo</strong> implica em convivência com<br />

os organismos nocivos reduzindo-os a<br />

níveis que não causam prejuízos<br />

Paradigma na ciência?<br />

“Nova teoria, mo<strong>de</strong>lo ou crença aceito<br />

pela maioria dos cientistas <strong>de</strong> uma<br />

área”<br />

Mudança <strong>de</strong> paradigma<br />

Movimento em direção ao novo<br />

Velhos pressupostos são substituídos por<br />

novos<br />

Surge um novo paradigma!<br />

Plantas daninhas<br />

Doenças<br />

Insetos<br />

<strong>Manejo</strong> <strong>integrado</strong> <strong>de</strong> Pragas!!<br />

MIP - <strong>Manejo</strong> <strong>integrado</strong> <strong>de</strong> pragas<br />

Novo paradigma da entomologia<br />

aplicada nas últimas 4 décadas<br />

5


E as <strong>doenças</strong> e as daninhas?<br />

O MIP ganha mais a<strong>de</strong>ptos na área <strong>de</strong><br />

fitopatologia e <strong>de</strong> <strong>plantas</strong> daninhas,<br />

partir dos anos 80<br />

Paradigma dominante na Fitossanida<strong>de</strong><br />

Bases do MIP<br />

Pedra fundamental<br />

LDE - Limiar <strong>de</strong> dano econômico<br />

“Menor <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> populacional do organismo<br />

nocivo que causa dano econômico”<br />

Qual a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> MIP?<br />

“Utilização <strong>de</strong> todas as técnicas<br />

disponíveis, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um programa<br />

unificado, <strong>de</strong> tal modo a manter a<br />

população <strong>de</strong> organismos nocivos<br />

abaixo do limiar <strong>de</strong> dano econômico e<br />

minimizar os efeitos colaterais<br />

<strong>de</strong>letérios ao meio ambiente”(NAS,<br />

1969)<br />

Bases do MIP<br />

LA: Limiar <strong>de</strong> ação<br />

produção<br />

Bergamin-filho (2002)<br />

danocusto do controle<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da praga<br />

Menor <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

populacional do<br />

organismo nocivo na<br />

qual medidas<br />

necessitam ser tomadas<br />

para impedir que o LDE<br />

seja alcançado<br />

6


As duas faces do MIP (MID)<br />

MANEJO<br />

Conjunto <strong>de</strong> regras que<br />

orientam a tomada <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>cisão para manter as<br />

<strong>doenças</strong> abaixo do LDE<br />

O MIP x MID<br />

INTEGRAÇÃO<br />

Uso harmônico <strong>de</strong><br />

múltiplas táticas <strong>de</strong><br />

proteção <strong>de</strong> <strong>plantas</strong><br />

Na fitopatologia...<br />

A presença do<br />

patógeno nem sempre<br />

quer dizer doença<br />

Mesmo com limiar <strong>de</strong> ação<br />

<strong>de</strong> 5% <strong>de</strong> severida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

uma doença, já ocorreu<br />

perda <strong>de</strong> 5% no tecido!<br />

O MIP x MID<br />

O MIP foi i<strong>de</strong>alizado e <strong>de</strong>senvolvido por<br />

entomologistas! Existem problemas<br />

conceituais na face manejo<br />

Na Entomologia o LDE é expresso em<br />

número <strong>de</strong> ovos, larvas jovens, etc.<br />

MIP x MID<br />

<strong>Manejo</strong> com pesticidas<br />

insetos<br />

doença<br />

fungicida<br />

Bergamin-filho (2002)<br />

Na fitopatologia é<br />

difícil se <strong>de</strong>finir um LA e LDE<br />

Adaptado <strong>de</strong> Mizubutti e Mafia (2006)<br />

7


O manejo no MID<br />

O produtor po<strong>de</strong> esperar aparecer os<br />

sintomas para controlar a fitóftora da<br />

batata?<br />

O manejo no MIP (MID)<br />

É complexo<br />

Várias tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />

Decisões a cada 2 ou 3 dias!<br />

Produtor só se preocupa com as pragas?<br />

As dificulda<strong>de</strong>s advindas da face<br />

manejo do MIP(MID) po<strong>de</strong> explicar<br />

casos <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> entendimento<br />

e aceitação pelos produtores!<br />

O calendário<br />

fixo é mais fácil<br />

O manejo no MID<br />

Os produtores conseguem i<strong>de</strong>ntificar os<br />

sintomas iniciais da ferrugem asiática?<br />

Difícil !<br />

Exige treinamento<br />

Monitoramento contínuo<br />

Qual a alternativa no MID?<br />

Usar sistemas <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> <strong>doenças</strong><br />

A pulverização é baseada no risco climático<br />

<strong>de</strong> ocorrência da infecção<br />

Períodos críticos para infecção<br />

Mo<strong>de</strong>los para fitóftora<br />

Wallin (1951)<br />

Hyre (1954)<br />

8


PIF – Produção Integrada Se o manejo no MID é difícil…<br />

MACIEIRA - Pulverizações com base em<br />

sistema <strong>de</strong> alerta nas regiões produtoras<br />

do RS e SC (Sisalert macieira)<br />

Programa <strong>de</strong> MID<br />

Histórico da área<br />

O sistema <strong>de</strong> cultivo<br />

Realida<strong>de</strong> do produtor<br />

Definir as táticas agronômicas para...<br />

Reduzir o patógeno na área<br />

Aumentar a resistência das <strong>plantas</strong><br />

Modificar o ambiente – <strong>de</strong>sfavorável à doença<br />

Favorecer antagonistas – controle biológico<br />

A INTEGRAÇÃO DE VÁRIAS<br />

TÁTICAS É A SOLUÇÃO !!<br />

Simples acesso a informação!<br />

Quais as táticas disponíveis<br />

para o controle da doença?<br />

Exige planejamento!<br />

Po<strong>de</strong> reduzir a <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong><br />

produtos químicos<br />

Táticas do MID<br />

Usar cultivares resistentes<br />

Método i<strong>de</strong>al!<br />

O homem está na busca constante por<br />

varieda<strong>de</strong>s resistentes<br />

Patógenos se adaptam<br />

9


Táticas do MID<br />

Mudas certificadas livres <strong>de</strong><br />

patógenos<br />

Limpeza clonal In<strong>de</strong>xação Produção <strong>de</strong> tubérculos<br />

Táticas do MID<br />

Muda “limpa” com certificado<br />

Plantio antecipado e brusone das folhas do<br />

arroz em terras altas<br />

Táticas do MID<br />

Tratamento <strong>de</strong> sementes<br />

Aplicações <strong>de</strong> fungicidas na parte aérea<br />

da cultura po<strong>de</strong>m ser retardadas<br />

Sementes tratadas<br />

Táticas do MID<br />

Plantio antecipado <strong>de</strong> varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> soja <strong>de</strong><br />

ciclo curto – diminui o risco <strong>de</strong> ataque da<br />

ferrugem asiática em regiões com menor<br />

pressão <strong>de</strong> inóculo<br />

10


Táticas do MID<br />

Medidas sanitárias na<br />

proprieda<strong>de</strong><br />

Táticas do MID<br />

Maior espaçamento entre linhas e entre<br />

<strong>plantas</strong> – facilita a aeração da cultura –<br />

ambiente menos favorável à <strong>doenças</strong><br />

Táticas do MID<br />

Fazer boa drenagem do solo para evitar<br />

problemas <strong>de</strong> excesso <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> - podridões<br />

Táticas do MID<br />

Podridão<br />

por Pythium<br />

em solos mal<br />

drenados<br />

Maior espaçamento -> menor risco <strong>de</strong> brusone<br />

11


Táticas do MID<br />

Cobertura do solo para evitar respingos <strong>de</strong><br />

patógeno para as <strong>plantas</strong> e facilitar secamento<br />

das <strong>plantas</strong><br />

Táticas do MID<br />

Eliminação <strong>de</strong> <strong>plantas</strong> doentes<br />

Cultivo <strong>de</strong> tomateiro<br />

com cobertura plástica<br />

do solo<br />

Táticas do MID<br />

Irrigação por gotejamento (evita<br />

molhamento das folhas)<br />

Táticas do MID<br />

Técnica importante na<br />

cultura do moranguinho<br />

Zonas <strong>de</strong> erradicação do cancro cítrico<br />

12


Táticas do MID<br />

Rotação <strong>de</strong> culturas<br />

Manchas foliares em cereais inverno Antracnose do feijoeiro<br />

Táticas do MID<br />

Solos supressivos – controle <strong>de</strong><br />

patógenos <strong>de</strong> solo<br />

Uso <strong>de</strong> esterco e antagonistas<br />

Táticas do MID<br />

Soja continua<br />

Rotação soja e trigo<br />

Solo infestado com nematói<strong>de</strong> do cisto (Hetero<strong>de</strong>ra glycines)<br />

Táticas do MID<br />

Solarização do solo<br />

Solarização em pomares Solarização em viveiros<br />

13


Táticas do MID<br />

Proteção sem<br />

químicos !!<br />

Muitos <strong>de</strong>safios!<br />

O MIP(MID) não é utilizado pela<br />

maioria dos agricultores<br />

Os pesticidas ainda formam a<br />

base da proteção <strong>de</strong> <strong>plantas</strong><br />

A taxa <strong>de</strong> adoção do MID e MIP<br />

tem sido lenta<br />

Como persuadir o agricultor a<br />

adotar o <strong>Manejo</strong> Integrado?<br />

Usar os pesticidas <strong>de</strong> forma mais<br />

racional possível<br />

Mais táticas?<br />

Procure a informação<br />

Livros, manuais, dias <strong>de</strong> campo, Internet!<br />

www.ufrgs.br/agronomia/fitossan/herbariovirtual<br />

Obrigado!<br />

emerson.<strong>de</strong>lponte@ufrgs.br<br />

www.ufrgs.br/agronomia/fitossan/epi<strong>de</strong>miologia<br />

Herbário virtual<br />

<strong>de</strong> fitopatologia<br />

Sintomas<br />

Spi<strong>de</strong>miologia<br />

Táticas <strong>de</strong> controle<br />

14

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