O Santuário de Nossa Senhora dos Remédios em - Repositório ...

do vice-juiz, o Exmo Snr. Visconde de Guedes Teixeira, e estando presentes os Snrs. Santos Leitão
= Ribeiro Magalhães = Dr.Mendes = F.Bernardino = Amálio = Ribeiro Soares = Agostinho
Oliveira = e thesoureiro Andrade. Por não comparecer o Snr. secretário foi convidado o thesoureiro
para fazer, aliás, servir de secretário. Foi aberta a sessão. Lida e approvada a acta da sessão
antecedente. Em seguida pôz-se em praça a Construção da sachristia, com respeito somente á obra
de pedraria, conforme o projecto e planta apresentada por o snr. Manuel Domingues e approvada
por esta Mesa na sua passada sessão, comprehendendo não só a primeira parte da dita obra desde
os alicerces até nivellar com os peitoris das janellas da salla, que fica superior á dita sachristia,
mas também a segunda parte que é o complemento de toda a obra, incluindo as pirartudes,cruz,
cornijas. A base da arrematação era a quantia de três contos e cem mil reis. Deu-se fé que o umco
licitante que appareceu, propondo-se a fazer a obra, foi o snr. Manuel Domingues da Costa
Barreira, author do projecto, o qual, depois de muitos esforços de alguns dos mezários presentes
para diminuir o preço da construção, conveio em encarregar-se de mandar fazer a obra pela
quantia de = dous contos e oitocentos mil reis = calculando: um conto e quinhentos mil reis para a
primeira parte, e um conto e tresentos mil reis para a segunda; pelo que, a Meza resolveu adjudicar
ao dito snr. a referida obra, por aquella quantia, estatuindo-se as condições seguintes que por todos
foram aceites:
I a - Será da melhor cantaria e alvenaria toda a pedra empregada na construção da obra, e
trabalhada com a maxima perfeição. As pirâmides e a cruz que coroarão a fachada serão quanto
possível de pedras inteiriças.
2 a - O interior da sachristia será ladrilhado de boa cantaria.
3 a - A sachristia será communicada com o andar superior por meio dos degraus de pedra indicados
no projecto, sendo as pedras inteiriças, e com rebordo os degraus.
4 a - Todo o material necessário de pedra, e cimento, todas as ferragens precisas; férias a operários;
conduções e abarracamentos para o trabalho - são por conta do arrematante.
5 a - Nenhum outro material, como madeiras, travejamento, telha, tintas, etc., são de conta do
arrematante, pois que este só tem de dar prompta a obra de pedraria.
6 a - A obra começará no dia um de Julho proximo, e continuará sem interrupção até o seu
completamento, o qual terá logar no fim do mez de dezembro de mil oitocentos setenta e seis, o
mais tardar.
7 a - O arrematante irá recebendo por conta do preço da arrematação, digo, receberá a importância
do preço da arrematação em diverças prestações, eguaes ou deseguaes entre si, conforme o
adiantamento da obra - havendo o cuidado de que as quantias recebidas por elle, representem
sempre um valor inferior a vinte e cinco por cento do valor calculado à obra feita.
8 a - Quando a obra estiver prompta, e se verifique haver sido executada conforme o projecto e
planta aprovados, e as condições aqui ajustadas, receberá o arrematante o saldo que a Confraria
lhe estiver devendo, para completar o total pagamento da arrematação. - E a Meza entendendo que
o arrematante, pela sua seriedade, offerecia as precisas garantias de bem e fielmente cumprir o
presente contracto, entendeu dever dispensal'o de prestar fiadores a elle. De tudo se lavrou o
presente, digo, o respectivo auto, o qual foi devidamente assgnado. E por não haver mais nada a
tratar o snr. Vice Juiz deu por finda a sessão, da qual eu, António Albino d'Andrade, servindo de
secretario, lavrei a presente acta que assino. António Albino d'Andrade."
(Seguem-se oito assinaturas)».
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