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Manual de boas práticas - pessego(276 KB) (PDF) - formei

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p r o g r a m a p r a x i s x x i<br />

d i s q u a l<br />

optimização da qualida<strong>de</strong> e redução <strong>de</strong> custos na ca<strong>de</strong>ia<br />

<strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> produtos hortofrutícolas frescos<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Boas<br />

Práticas<br />

DISQUAL


Instituições do consórcio


D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - P Ê S S E G O<br />

CARACTERIZAÇÃO<br />

Aspectos Gerais<br />

Os pêssegos comerciais pertencem ao género Prunus Persica pertencente<br />

à família Rosaceae, que envolve um vasto número <strong>de</strong> frutos conhecidos<br />

por "frutos com caroço". O caroço encontra-se envolvido por um endocarpo<br />

duro e lenhificado, sendo a porção comestível do fruto o mesocarpo.<br />

Originário da China no oeste do Tibete e do sul da Tailândia, o pêssego era<br />

consi<strong>de</strong>rado pelos chineses como símbolo <strong>de</strong> longevida<strong>de</strong> e imortalida<strong>de</strong>.<br />

O pêssego é um fruto que quando maduro é sensível ao toque e liberta<br />

uma agradável fragrância. Um fruto médio (aproximadamente 100g) contém<br />

cerca <strong>de</strong> 30 cal e quando consumido com pele fornece mais <strong>de</strong> 3/4<br />

da dose diária <strong>de</strong> vitamina C. Além disso, o pêssego tem a polpa macia é<br />

fácil <strong>de</strong> digerir e tem um suave efeito laxativo.<br />

Cultivares<br />

As varieda<strong>de</strong>s cultivadas são inúmeras predominando as <strong>de</strong> polpa<br />

amarela, sobretudo as semi-tardias e tardias.<br />

1


2<br />

D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - P Ê S S E G O<br />

Polpa amarela: Florida, Royal April, Royal Gold, Maycrest, Springcrest,<br />

Cardinal, Geem Free, Dixired, Early Red Haven, Red Haven, Red Top, M.<br />

Fransiscan, Suncrest, J. H. Hale, M. Early Henry, Fayette, Albert Agent,<br />

M. O’Henry, M. Sudance, Coronado, Rubidoux, Fortuna, Louring, M.<br />

Carnival, M. Halloween.<br />

Polpa branca: Springtime, Colomba-Rubiette, Robin, Red-Robin, Genadix<br />

4, Redwing, Genadix 7, Impero, Michelini.<br />

Nectarina: Maybelle, Armking, In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nce, Nectared 4, Nectared 6,<br />

Fantasia, Fairlene, Tasty Free, Weinberger, May Grand.<br />

Pavias: Babygold 5, Vivian, Catherina, Babygold 6, Sudanell, Babygold 9,<br />

Maracotão Rosa.<br />

Porta Enxertos<br />

Nos pomares mo<strong>de</strong>rnos utilizam-se porta enxertos seleccionados dos quais<br />

se <strong>de</strong>stacam o GF 305, Rubira, Nemaguard, Nemared e GF 677.<br />

Zonas <strong>de</strong> Produção<br />

As zonas <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> pêssego localizam-se essencialmente na região do<br />

Ribatejo e Oeste (Palmela, Oeste e Ribatejo), Beira Interior (Cova da Beira),<br />

Alentejo (Montargil e Maranhão), Algarve e Trás-os-Montes (Miran<strong>de</strong>la).<br />

Época <strong>de</strong> Colheita e Comercialização<br />

A época da maturação e comercialização inicia-se em Abril, no Algarve,<br />

com varieda<strong>de</strong>s temporãs e, prolonga-se até meados <strong>de</strong> Outubro, na Beira<br />

Interior, com varieda<strong>de</strong>s serôdias. A época <strong>de</strong> maturação é consi<strong>de</strong>rada<br />

um factor essencial para a escolha das varieda<strong>de</strong>s nas diferentes regiões.<br />

Caracterização da Ca<strong>de</strong>ia<br />

A ca<strong>de</strong>ia típica do pêssego é apresentada esquematicamente na Figura<br />

1. Contudo, po<strong>de</strong>m existir ca<strong>de</strong>ias mais curtas (entrega directa) on<strong>de</strong> não<br />

ocorrem algumas <strong>de</strong>stas fases.


D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - P Ê S S E G O<br />

Perdas Associadas à Ca<strong>de</strong>ia<br />

Em Portugal não são conhecidas estimativas fiáveis <strong>de</strong> perdas que ocorrem<br />

na ca<strong>de</strong>ia dos hortícolas frescos. Só através da i<strong>de</strong>ntificação e quantificação<br />

das perdas que ocorrem nas diferentes fases da ca<strong>de</strong>ia será possível<br />

a optimização da qualida<strong>de</strong> e redução dos custos na ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />

distribuição.<br />

Segundo indicação <strong>de</strong> uma empresa <strong>de</strong> distribuição nacional os principais<br />

motivos <strong>de</strong> rejeição, à entrada nos entrepostos, são problemas <strong>de</strong> calibragem,<br />

maturação e contusões. À entrada nas lojas a podridão e excesso<br />

<strong>de</strong> maturação são os motivos <strong>de</strong> rejeição mais comuns.<br />

PRODUÇÃO<br />

CAMPO<br />

INSTALAÇÕES DE CALIBRAÇÃO<br />

EMBALAGEM E CONSERVAÇÃO<br />

DISTRIBUIÇÃO E VENDA<br />

Condições Edafoclimáticas<br />

NORMALIZAÇÃO<br />

TRANSPORTE<br />

ENTREPOSTO<br />

TRANSPORTE<br />

PRODUÇÃO<br />

COLHEITA<br />

TRANSPORTE<br />

EMBALAGEM<br />

LOJA<br />

CONSERVAÇÃO<br />

NORMALIZAÇÃO<br />

TRANSPORTE<br />

Clima<br />

O pessegueiro é uma planta que requer Invernos frios, Primaveras suaves<br />

e Verões quentes. Nas nossas condições climatéricas não se verificam<br />

normalmente efeitos negativos causados pelas baixas temperaturas<br />

Outono – Invernais. As necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> frio invernal para romper a dor-<br />

Figura 1:<br />

Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> distribuição<br />

típica do Pêssego<br />

3


4<br />

D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - P Ê S S E G O<br />

mência dos gomos e florescer uniformemente variam segundo as varieda<strong>de</strong>s<br />

entre as 650 e 950 horas. Nas regiões com risco <strong>de</strong> geadas primaveris<br />

e ventos frios, <strong>de</strong>ve evitar-se o cultivo do pessegueiro. É uma cultura<br />

que exige valores elevados <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong> e temperatura durante<br />

a sua vegetação, apresentando um óptimo térmico bastante elevado para<br />

a fotossíntese. Beneficia ainda com a alternância entre temperaturas<br />

quentes durante o dia e frescas <strong>de</strong> noite. Por estas razões e por questões<br />

fitossanitárias, a cultura está adaptada a condições <strong>de</strong> baixa pluviosida<strong>de</strong><br />

e humida<strong>de</strong> relativa, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se recorra ao regadio. A temperatura é<br />

<strong>de</strong>terminante na extensão da cultura e na possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong><br />

varieda<strong>de</strong>s temporãs (risco <strong>de</strong> geadas primaveris) ou serôdias (condições<br />

<strong>de</strong> boa maturação).<br />

Solo<br />

O pessegueiro é uma planta que não tolera excesso <strong>de</strong> humida<strong>de</strong>, ou valores<br />

elevados <strong>de</strong> calcário activo. Não suporta solos com calcário activo<br />

superior a 8%, sobretudo quando o porta enxerto é franco, e em condições<br />

<strong>de</strong> asfixia, não <strong>de</strong>vem ser ultrapassados os 3%. Actualmente a selecção <strong>de</strong><br />

novos porta enxertos permite a utilização <strong>de</strong> solos com 15 a 18% <strong>de</strong> calcário<br />

activo. O pessegueiro requer solos com espessura efectiva superior<br />

a 80 cm, <strong>de</strong> textura franco arenosa, bem drenados, bem estruturados e<br />

com pH neutro a ligeiramente alcalino.<br />

Operações Culturais<br />

As <strong>práticas</strong> culturais <strong>de</strong>sempenham um papel muito importante na produtivida<strong>de</strong><br />

do pomar e na qualida<strong>de</strong> final dos pêssegos - organoléptica e<br />

comercial.<br />

Preparação do Terreno<br />

A preparação do terreno para a plantação do pomar, <strong>de</strong>ve assegurar um<br />

bom <strong>de</strong>senvolvimento radicular e <strong>boas</strong> condições para a alimentação hídrica<br />

e mineral. Recomenda-se, durante o Verão prece<strong>de</strong>nte à plantação, a<br />

mobilização do solo até 1 metro <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> sem alteração do seu<br />

perfil.


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Compasso <strong>de</strong> Plantação<br />

A distância <strong>de</strong> plantação entre as árvores está directamente relacionada<br />

com a forma <strong>de</strong> condução, tendo em conta as condições naturais, técnicas<br />

e económicas conhecidas. Po<strong>de</strong> optar-se por pomares conduzidos em<br />

vaso e plantados a 5 x 4 m, ou conduzidos em eixo com 4 x 1 m. A opção<br />

por um ou outro compasso, está <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte das condições naturais (solo<br />

e clima) <strong>de</strong> cada região ou pomar, do porta enxerto e da varieda<strong>de</strong> utilizada,<br />

da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra existente e respectiva formação e,<br />

dos respectivos custos <strong>de</strong> investimento e produção. Em qualquer caso a<br />

forma <strong>de</strong> condução <strong>de</strong>ve garantir as melhores condições <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong><br />

das plantas.<br />

Polinização<br />

A quase totalida<strong>de</strong> das varieda<strong>de</strong>s comerciais <strong>de</strong> pessegueiro são autoférteis,<br />

isto é, uma gran<strong>de</strong> percentagem da frutificação provém <strong>de</strong> autofecundação.<br />

Apesar disso, os insectos, principalmente as abelhas, <strong>de</strong>sempenham<br />

um papel importante neste processo.<br />

Poda <strong>de</strong> Formação<br />

A poda <strong>de</strong> formação é executada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a plantação até à instalação da<br />

forma <strong>de</strong> condução escolhida, utilizando a metodologia a<strong>de</strong>quada a cada<br />

uma <strong>de</strong>las.<br />

Poda <strong>de</strong> Produção<br />

A finalida<strong>de</strong> da poda é equilibrar a activida<strong>de</strong> vegetativa e a frutificação,<br />

a fim <strong>de</strong> conseguir o máximo rendimento económico. Para alcançar estes<br />

objectivos a poda <strong>de</strong>ve reduzir o período inicial improdutivo, regular a<br />

forma e as dimensões das árvores hierarquizando os seus ramos, assegurar<br />

uma produção <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, permitir a renovação <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira que<br />

assegura a produção no ano seguinte, e facilitar os trabalhos culturais.<br />

A forma <strong>de</strong> cada árvore com eixos sucessivamente renovados, po<strong>de</strong> ser<br />

<strong>de</strong> um, dois, ou três eixos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que sejam bem iluminados e não prejudiquem<br />

a mecanização. A poda <strong>de</strong>ve assegurar sempre uma forma cónica<br />

das pernadas hierarquizando os seus órgãos com os ramos mais grossos<br />

5


Figura 2:<br />

Conicida<strong>de</strong> nos ramos<br />

laterais do eixo<br />

Fonte: Vidaud (1990)<br />

6<br />

D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - P Ê S S E G O<br />

na base e os mais <strong>de</strong>lgados na extremida<strong>de</strong> (Figura 2). Esta regra fundamental<br />

é válida para todas as formas <strong>de</strong> condução.<br />

As estruturas vigorosas situadas no cimo da árvore <strong>de</strong>vem ser suprimidas<br />

e as bifurcações aí localizadas <strong>de</strong>vem ser evitadas. A rectificação dos<br />

excessos <strong>de</strong> vigor no cimo das pernadas só é possível com podas no Verão.<br />

O pessegueiro é uma espécie com crescimento muito acelerado cujo tronco<br />

envelhece mais rapidamente que a raiz. É uma planta muito exigente<br />

em luz. Produz nos ramos do ano e, por isso, é preciso preservá-los para<br />

garantir a regularida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> da produção. Necessita <strong>de</strong> uma renovação<br />

sucessiva <strong>de</strong> eixos a partir da base. A condução <strong>de</strong>verá pois garantir<br />

a iluminação da maior superfície foliar e a maior reserva <strong>de</strong> gomos dormentes,<br />

que garantam a renovação da planta e dos ramos <strong>de</strong> frutificação,<br />

<strong>de</strong> modo a regularizar e melhorar a qualida<strong>de</strong> da produção.<br />

Monda <strong>de</strong> Frutos<br />

O <strong>de</strong>sbaste <strong>de</strong> frutos é uma operação <strong>de</strong>terminante na rentabilização do<br />

pomar. Reequilibra o potencial da árvore, permite obter uma repartição<br />

regular dos frutos ao longo dos ramos e a produção <strong>de</strong> pêssegos com calibre<br />

e qualida<strong>de</strong> gustativa satisfatória. A monda manual <strong>de</strong>ve suprimir os<br />

frutos duplos e <strong>de</strong>formados, os situados à sombra (interior da árvore) e<br />

os pior alimentados (localizados em ramos muito frágeis e na base dos<br />

ramos mistos). Esta operação <strong>de</strong>ve realizar-se o mais cedo possível, programada<br />

<strong>de</strong> acordo com a data <strong>de</strong> maturação dos cultivares - no estado


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fenológico F2 a G para as temporãs, 15 a 25 dias <strong>de</strong>pois para as varieda<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> estação, e 20 a 40 dias <strong>de</strong>pois para as varieda<strong>de</strong>s serôdias, não ultrapassando<br />

a fase <strong>de</strong> endurecimento do caroço.<br />

Manutenção do Solo<br />

É feita sem qualquer mobilização, recorrendo ao uso <strong>de</strong> herbicidas nas<br />

linhas e ao corte <strong>de</strong> infestantes na entrelinha.<br />

Rega<br />

A rega é fundamental para a obtenção <strong>de</strong> pêssegos com a qualida<strong>de</strong> e calibre<br />

requeridos pelo mercado. O período <strong>de</strong> maior sensibilida<strong>de</strong> à falta <strong>de</strong><br />

água é entre o endurecimento do caroço e finais <strong>de</strong> Julho, quando o crescimento<br />

dos frutos é simultâneo com o crescimento dos ramos do ano que<br />

asseguram a produção do ano seguinte: uma falta <strong>de</strong> água neste período<br />

reflecte-se no calibre dos frutos e no <strong>de</strong>senvolvimento dos ramos mistos<br />

afectando a produção do ano seguinte. Após este período, o crescimento<br />

dos ramos mistos é menor e a planta tolera mais facilmente restrições na<br />

alimentação hídrica. O sistema <strong>de</strong> rega gota-a-gota é o mais a<strong>de</strong>quado a<br />

esta cultura: permite economizar água, energia, mão-<strong>de</strong>-obra e, permite<br />

melhores condições sanitárias das plantas em alguns casos com redução<br />

do número <strong>de</strong> tratamentos. Na instalação do sistema tem <strong>de</strong> haver uma<br />

boa a<strong>de</strong>quação entre as características do solo, o número, débito e posicionamento<br />

dos gotejadores relativamente às árvores, e a qualida<strong>de</strong> da<br />

água e meios <strong>de</strong> filtração. O sistema exige uma atitu<strong>de</strong> atenta e vigilante<br />

do fruticultor, controlando o funcionamento dos gotejadores e a regularida<strong>de</strong><br />

do seu débito, caso contrário, só tomará consciência do mau funcionamento<br />

do sistema quando constata os efeitos nefastos no comportamento<br />

dos pessegueiros.<br />

Fertilização<br />

Previamente à instalação dos pomares, <strong>de</strong>ve proce<strong>de</strong>r-se à distribuição<br />

a<strong>de</strong>quada dos correctivos orgânicos e minerais, particularmente dos nutrientes<br />

com pouca mobilida<strong>de</strong> como o fósforo. A análise <strong>de</strong> terras <strong>de</strong>termina<br />

as correcções <strong>de</strong> fertilida<strong>de</strong> do solo necessárias, <strong>de</strong> acordo com as<br />

recomendações do laboratório.<br />

7


Tabela 1:<br />

Teores foliares normais<br />

no pessegueiro no<br />

vingamento dos frutos.<br />

Fonte: Mills and Jones<br />

(1996)<br />

8<br />

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Após a instalação do pomar, a fertilização <strong>de</strong> uma parcela <strong>de</strong> pessegueiros<br />

tem <strong>de</strong> ter em conta as características do clima, do solo e das árvores. As<br />

aplicações <strong>de</strong> adubos <strong>de</strong>vem completar a oferta do meio, que por sua vez<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> factores climáticos como a pluviosida<strong>de</strong> e temperatura e das<br />

técnicas culturais aplicadas ao solo e ao pomar.<br />

N 1,80 – 3,50<br />

P 0,13 – 0,25<br />

K 1,75 – 3,00<br />

Ca 1,50 – 2,70<br />

Mg 0,30 – 0,80<br />

S 0,20 – 0,45<br />

Pragas e Doenças<br />

Entre as doenças causadas por fungos <strong>de</strong>stacam-se a Lepra (Taphrina<br />

<strong>de</strong>formans), o Chumbo (Chondrostereum purpurueum), o Oídio<br />

(Sphaerotheca pannosa var. persicae) e as Podridões dos frutos<br />

(Monilia laxa e Monilia fructigena). As pragas com maior importância<br />

são os Afí<strong>de</strong>os, Cochonilha <strong>de</strong> S. José (Quadraspidiotus perniciosus) e<br />

Mosca do Mediterrâneo (Ceratitis Capitata). O controlo das pragas e<br />

doenças é muito importante <strong>de</strong>terminando a qualida<strong>de</strong> dos frutos e a sua<br />

conservação.<br />

COLHEITA<br />

Macronutrientes (%) Micronutrientes (ppm)<br />

Fe<br />

Mn<br />

B<br />

Cu<br />

Zn<br />

Mo<br />

50 – 800<br />

40 – 230<br />

20 – 60<br />

5 – 20<br />

15 – 125<br />

1,60 – 2,80<br />

Devido ao escalonamento da maturação dos pêssegos da mesma varieda<strong>de</strong>,<br />

sobre a mesma árvore e na mesma parcela, são <strong>de</strong>sejáveis várias<br />

passagens sucessivas na colheita.<br />

Se o pêssego é colhido antes da sua maturação fisiológica não po<strong>de</strong> completar<br />

a sua evolução climatérica durante a conservação e a sua qualida<strong>de</strong><br />

não é satisfatória.


D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - P Ê S S E G O<br />

Critérios <strong>de</strong> Definição da Data <strong>de</strong> Colheita<br />

A <strong>de</strong>cisão da colheita é antes <strong>de</strong> mais uma questão <strong>de</strong> experiência do produtor.<br />

Em cada pomar, os frutos mais gostosos aparecem sempre com<br />

dureza menos elevada, aci<strong>de</strong>z mais baixa, e teor <strong>de</strong> açúcar mais elevado.<br />

A cor externa do fruto não é adaptada ao teste <strong>de</strong> maturação, po<strong>de</strong>ndo<br />

induzir em erro, pois certas varieda<strong>de</strong>s são fortemente coloridas e<br />

adquirem cor muito cedo. No pêssego, é a cor <strong>de</strong> fundo da epi<strong>de</strong>rme observada<br />

em volta da inserção peduncular que <strong>de</strong>ve ser tida em conta, e que<br />

varia do ver<strong>de</strong> ao amarelo. Para cada varieda<strong>de</strong>, existe um padrão <strong>de</strong> cores,<br />

com tonalida<strong>de</strong>s que representam o fruto ao longo da maturação.<br />

Varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> polpa branca: O índice <strong>de</strong> aproximação da maturação<br />

comercial é a passagem do ver<strong>de</strong> ao ver<strong>de</strong>-creme, apreciada no ponto <strong>de</strong><br />

inserção do pedúnculo.<br />

Varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> polpa amarela: O índice <strong>de</strong> aproximação da maturação<br />

comercial é a passagem do ver<strong>de</strong> ao ver<strong>de</strong>-alaranjado, apreciada no ponto<br />

<strong>de</strong> inserção do pedúnculo.<br />

Os parâmetros mais usados para caracterizar a qualida<strong>de</strong> dos frutos e<br />

<strong>de</strong>terminar a data óptima <strong>de</strong> colheita, são o teor em açúcares e a dureza<br />

dos frutos.<br />

O teor <strong>de</strong> açúcar é medido pelo índice refractométrico ( 0 Brix), que<br />

aumenta progressivamente com o aproximar da maturação, na segunda<br />

fase <strong>de</strong> crescimento do fruto, atingindo o valor máximo logo que este<br />

completa o seu calibre.<br />

A curva <strong>de</strong> evolução da dureza do fruto assemelha-se em todas as varieda<strong>de</strong>s,<br />

mas estabelece-se a níveis diferentes. A dureza <strong>de</strong>cresce no <strong>de</strong>curso<br />

da maturação, <strong>de</strong> uma forma relativamente lenta no início e mais rápida<br />

no final. As pavias são mais duras que os pêssegos <strong>de</strong> mesa e as<br />

varieda<strong>de</strong>s tardias mais duras que as precoces. A dureza po<strong>de</strong> ser medida<br />

no campo com um penetrómetro manual (Magness-Taylor) -<br />

9


Tabela 2:<br />

Intervalos <strong>de</strong> dureza N<br />

(0,5 cm 2 ) para o<br />

pêssego e nectarina.<br />

Fonte: Crisosto, (1996)<br />

cit. Garcia ,L.L. et al.,<br />

(1999)<br />

10<br />

D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - P Ê S S E G O<br />

dinamómetro acoplado a um êmbolo <strong>de</strong> 8 mm <strong>de</strong> diâmetro, que se introduz<br />

8 mm no fruto <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> retirada a pele.<br />

O pêssego para ser saboroso <strong>de</strong>ve colher-se suficientemente maduro. É<br />

importante colher os frutos após estes atingirem a maturação fisiológica,<br />

caso contrário os frutos não amadurecem. A data <strong>de</strong> colheita será pois<br />

um compromisso entre o grau <strong>de</strong> dureza necessário para suportar o<br />

processamento <strong>de</strong> cada ca<strong>de</strong>ia e o nível <strong>de</strong> maturação, ou seja, temos que<br />

colher os frutos bem maduros, mas com dureza que permita o seu processamento.<br />

Para circuitos longos, com maior manuseamento e condições<br />

<strong>de</strong>ficientes <strong>de</strong> frio, os frutos <strong>de</strong>vem ser colhidos menos maduros do que<br />

os frutos <strong>de</strong>stinados a circuitos mais curtos e/ou mais cuidadosos. A universida<strong>de</strong><br />

da Califórnia (Davis) propõem os intervalos <strong>de</strong> dureza referidos<br />

na Tabela 2.<br />

Intervalos <strong>de</strong> Dureza Características do Produto<br />

45 – 55 N<br />

> 53 N<br />

< 35 N<br />

22 – 27 N<br />

9 – 13 N<br />

Valores usuais em linhas <strong>de</strong> processamento e classificação<br />

na Califórnia<br />

Depen<strong>de</strong>ndo do nível <strong>de</strong> rotação <strong>de</strong> existências e do<br />

grau <strong>de</strong> amolecimento <strong>de</strong> cada varieda<strong>de</strong> o produto<br />

<strong>de</strong>ve ser amadurecido a 20 – 25 ºC e 90 – 95 % <strong>de</strong><br />

humida<strong>de</strong> relativa<br />

Aumenta a susceptibilida<strong>de</strong> do fruto às contusões<br />

Valores limite para transporte ao ponto <strong>de</strong> venda<br />

(Valores inferiores tornam o fruto <strong>de</strong>masiado susceptível<br />

a contusões)<br />

Valor óptimo para consumo<br />

Técnicas <strong>de</strong> Colheita<br />

Deve ser feita uma escolha cuidadosa dos frutos, <strong>de</strong> modo a rejeitar os que<br />

apresentem <strong>de</strong>feitos e doenças. As fontes <strong>de</strong> contaminação do pêssego<br />

po<strong>de</strong>m ser substancialmente reduzidas se os frutos doentes forem logo<br />

rejeitados à colheita. As condições <strong>de</strong> higiene quer dos trabalhadores<br />

envolvidos directamente no manuseamento do produto, quer <strong>de</strong> todo equipamento<br />

usado na preparação do pêssego são também muito importantes.


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De modo a obter o estado <strong>de</strong> maturação<br />

<strong>de</strong>terminado <strong>de</strong>vem fazer-se várias passagens<br />

sucessivas <strong>de</strong> colheita.<br />

Os pêssegos são normalmente colocados em<br />

caixas <strong>de</strong> plástico com 8-10 kg <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>,<br />

que seguem para o armazém.<br />

Boas Práticas na Colheita do Pêssego<br />

- Planear a disposição das linhas no campo<br />

<strong>de</strong> forma a optimizar a colheita, permitindo<br />

o acesso fácil e espaço suficientemente<br />

amplo para uma boa circulação;<br />

- Colher os frutos directamente para a<br />

embalagem <strong>de</strong> transporte e venda quando<br />

o circuito <strong>de</strong> distribuição é curto;<br />

- Trabalhar sob condições rigorosas <strong>de</strong><br />

higiene, quer dos trabalhadores envolvidos<br />

directamente no manuseamento do produto,<br />

quer <strong>de</strong> todo o equipamento que possa<br />

ser usado na preparação do pêssego;<br />

- Colher <strong>de</strong> manhã ou ao anoitecer, quando<br />

a temperatura é mais baixa evitando<br />

exposição solar prolongada;<br />

- Arrefecer imediatamente os frutos após a colheita.<br />

Parâmetros da Qualida<strong>de</strong> do Produto a Colher<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento e estado <strong>de</strong> maturação do pêssego à colheita <strong>de</strong>ve ser<br />

tal, que lhe permita suportar o transporte e a chegada ao <strong>de</strong>stino em<br />

condições satisfatórias. Assim o pêssego <strong>de</strong>ve apresentar-se:<br />

- inteiro;<br />

- são (ausência <strong>de</strong> podridão ou outras alterações que tornem o pêssego<br />

impróprio para consumo);<br />

- limpo, praticamente isento <strong>de</strong> matéria estranha visível;<br />

Figura 3:<br />

Colheita do pêssego.<br />

Figura 4:<br />

Prática a evitar na<br />

colheita.<br />

11


Figura 5:<br />

Calibração <strong>de</strong> pêssego<br />

12<br />

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- isento <strong>de</strong> parasitas e <strong>de</strong> danos causados por eles;<br />

- sem humida<strong>de</strong> exterior anormal;<br />

- sem cheiro e/ou sabor estranhos;<br />

PREPARAÇÃO<br />

Pré Arrefecimento<br />

O pré arrefecimento <strong>de</strong>ve ser aplicado rapidamente após a colheita. O<br />

arrefecimento por ar forçado é o método mais eficaz, embora o mais<br />

comum seja o uso <strong>de</strong> câmaras sem circulação forçada. As temperaturas<br />

favoráveis à conservação durante esta etapa variam entre 8 e 12 0C para<br />

períodos curtos, e 3 e 5 0C para períodos superiores a 5 dias (Tabela 5).<br />

Descarga<br />

A <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong>ve ser cuidadosa para evitar danos mecânicos nos frutos.<br />

Devem igualmente ser evitadas pilhas <strong>de</strong> produto.<br />

Triagem<br />

A selecção <strong>de</strong>ve ser extremamente rigorosa <strong>de</strong> modo a evitar a conservação<br />

<strong>de</strong> produto que não irá ser comercializado. Ao rejeitar pêsse-


D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - P Ê S S E G O<br />

gos podres, com fendas não cicatrizadas, com danos causados por parasitas<br />

ou com queimaduras provocadas pelo sol ou pelo gelo, reduzem-<br />

-se os custos <strong>de</strong> conservação e, no caso <strong>de</strong> podridões, evita-se a contaminação<br />

<strong>de</strong> pêssego são. O produto que foi rejeitado, <strong>de</strong>ve ser recolhido<br />

para contentor próprio e <strong>de</strong>scartado logo que possível.<br />

Separação em Categorias, Cor e Calibre<br />

Existem três categorias <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pêssego: Extra, I e II. Na categoria<br />

Extra apenas <strong>de</strong>ve ser encontrado produto <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> superior,<br />

isento <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos. Na categoria I é incluído produto <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>,<br />

sendo permitidos ligeiros <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong> forma, <strong>de</strong>senvolvimento e coloração.<br />

Na categoria II, o pêssego po<strong>de</strong> apresentar alguns <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong> forma, <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento e <strong>de</strong> coloração um pouco mais pronunciados do que na<br />

categoria I. No anexo I encontram-se especificadas as características <strong>de</strong><br />

cada categoria <strong>de</strong> acordo com as normas em vigor.<br />

Calibragem<br />

A separação por calibres é baseada na circunferência e no diâmetro máximo<br />

da secção equatorial dos frutos. Na Tabela 3 é apresentado o código<br />

<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação do calibre em função do diâmetro e circunferência do<br />

produto.<br />

Diâmetro (d) I<strong>de</strong>ntificação do Calibre (código) Circunferência (c)<br />

≥ 90 mm<br />

80mm ≤ d < 90mm<br />

73mm ≤ d < 80mm<br />

67mm ≤ d < 73mm<br />

61mm ≤ d < 67mm<br />

56mm ≤ d < 61mm<br />

51mm ≤ d < 56mm<br />

AAAA<br />

AAA<br />

AA<br />

A<br />

B<br />

C<br />

D<br />

≥ 28cm<br />

25cm ≤ c < 28cm<br />

23cm ≤ c < 25cm<br />

21cm ≤ c < 23cm<br />

19cm ≤ c < 21cm<br />

17,5cm ≤ c < 19cm<br />

16cm ≤ c < 17,5cm<br />

Tabela 3:<br />

Intervalos <strong>de</strong> diâmetro e<br />

circunferência estipulados<br />

por norma para o<br />

pêssego<br />

13


Figura 6:<br />

Embalagem <strong>de</strong> pêssego<br />

14<br />

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Cuidados a ter na Preparação<br />

Nas instalações:<br />

- Limpeza regular do pavilhão (tectos, pare<strong>de</strong>s e chão);<br />

- Limpeza regular da linha <strong>de</strong> calibragem;<br />

- Limpeza regular das embalagens reutilizáveis usadas na colheita e<br />

comercialização;<br />

- Boa iluminação;<br />

- Usar planos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sratização;<br />

- Formação específica do pessoal.<br />

Com o produto:<br />

- A manipulação do pêssego na linha <strong>de</strong> calibragem <strong>de</strong>ve ser feita com muita<br />

precaução, <strong>de</strong> forma a minimizar danos internos e externos do fruto;<br />

EMBALAGEM<br />

O pêssego <strong>de</strong> categoria “Extra” é<br />

comercializado em pequenas embalagens,<br />

numa só camada e, cada fruto<br />

<strong>de</strong>ve estar isolado dos outros frutos.<br />

Para as categorias I e II o acondicionamento<br />

é habitualmente feito<br />

numa ou duas camadas, admitindo-se<br />

no entanto, quatro camadas quando<br />

os frutos são colocados em suportes<br />

alveolares rígidos, <strong>de</strong> modo que não<br />

repousem directamente em cima dos<br />

frutos da camada inferior.<br />

O acondicionamento dos pêssegos é geralmente feito em caixas <strong>de</strong> cartão<br />

canelado contendo 5 a 12 kg <strong>de</strong> frutos, dispostos em duas camadas regulares<br />

separadas entre si por bases alveolares rígidas, <strong>de</strong> plástico, ou em<br />

tabuleiros contendo 6 a 7 kg <strong>de</strong> pêssegos numa só camada regular.


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Cuidados a ter no Embalamento<br />

- O conteúdo <strong>de</strong> cada embalagem <strong>de</strong>ve ser homogéneo no que respeita à<br />

origem, varieda<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong>, estado <strong>de</strong> maturação e calibre;<br />

- Para as categorias "Extra", o produto acondicionado na mesma embalagem<br />

<strong>de</strong>verá também ter uma coloração uniforme;<br />

- A parte visível da embalagem <strong>de</strong>ve ser representativa do conjunto;<br />

- O acondicionamento <strong>de</strong>ve permitir durante a manutenção e transporte<br />

uma protecção a<strong>de</strong>quada ao produto;<br />

- Os materiais utilizados no interior da embalagem <strong>de</strong>vem ser novos,<br />

limpos e tais que não provoquem ao produto quaisquer alterações externas<br />

ou internas;<br />

- As impressões ou rotulagem têm <strong>de</strong> ser efectuadas com uma tinta ou cola<br />

não tóxicas;<br />

- As embalagens <strong>de</strong>vem estar isentas <strong>de</strong> qualquer corpo estranho;<br />

- As caixas reutilizáveis <strong>de</strong>vem estar igualmente limpas e tais que não<br />

provoquem qualquer dano ao produto.<br />

CONSERVAÇÃO<br />

Período <strong>de</strong> Conservação<br />

O pêssego po<strong>de</strong> ser conservado por períodos longos, que se po<strong>de</strong>m esten<strong>de</strong>r<br />

às 4 semanas.<br />

Temperatura Humida<strong>de</strong> Relativa Concentração O 2 e CO 2<br />

-1 a 0 ºC 90-95% 6% O 2 e 17% CO 2<br />

Temperatura Óptima<br />

As <strong>práticas</strong> culturais têm um papel importante <strong>de</strong>terminando a qualida<strong>de</strong><br />

do pêssego e a sua vida útil. O seu potencial <strong>de</strong> armazenamento varia com<br />

as varieda<strong>de</strong>s e é fortemente afectado pela temperatura <strong>de</strong> manuseamento.<br />

Pêssegos quase completamente maduros po<strong>de</strong>rão ser mantidos a<br />

4 0C, por alguns dias sem perda <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. No entanto, se o período<br />

<strong>de</strong> armazenagem exce<strong>de</strong>r as duas semanas, não amadurecerão conve-<br />

Tabela 4:<br />

Condições óptimas para<br />

a conservação <strong>de</strong><br />

pêssego<br />

15


Tabela 5:<br />

Condições favoráveis<br />

para a conservação <strong>de</strong><br />

pêssego<br />

Fonte: CTIFL, cit. Vidaut,<br />

J. (1990)<br />

16<br />

D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - P Ê S S E G O<br />

nientemente e sofrerão danos internos. Frutos menos maduros po<strong>de</strong>m ser<br />

armazenados a 0 0C até 2 a 3 semanas, após o que também surgirão dados<br />

internos. Na Tabela 5 estão indicadas as temperaturas no armazenamento<br />

em diferentes períodos e precauções a tomar.<br />

Pré refrigeração<br />

Armazenagem<br />

Precauções<br />

Saída <strong>de</strong> Frio<br />

Curto Prazo (1 a 4 dias) Longo Prazo (> 5 dias)<br />

8 a 12 ºC<br />

10 ºC – 1 dia<br />

5 a 8 ºC – 3 dias<br />

Higrometria elevada<br />

Ventilação para reduzir a<br />

con<strong>de</strong>nsação<br />

3 a 5 ºC<br />

2 a 4 ºC – 5 dias<br />

0 ºC - >5 dias<br />

Higrometria elevada<br />

Ventilação elevada após a refrigeração<br />

Vigilância <strong>de</strong> doenças fúngicas<br />

Reaquecimento progressivo<br />

Concentração em O 2 e CO 2 Óptimas<br />

A composição gasosa <strong>de</strong> 6% O 2 +17% CO 2 (Tabela 4) é sugerida para a<br />

redução <strong>de</strong> danos internos durante o transporte. No entanto, a eficácia<br />

<strong>de</strong>sta atmosfera está relacionada com factores como a varieda<strong>de</strong>, factores<br />

pré colheita e tempo <strong>de</strong> transporte.<br />

Resposta ao Etileno<br />

De uma forma geral, pêssegos colhidos após a sua maturação fisiológica,<br />

prosseguem o processo <strong>de</strong> maturação sem necessitar <strong>de</strong> exposição a<br />

etileno exógeno. Este promoverá apenas o amadurecimento mais uniforme<br />

sem contudo o acelerar. Só algumas varieda<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>rão precisar<br />

da exposição ao etileno para amadurecerem <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada.<br />

Resposta a Atmosferas Controladas (AC)<br />

O principal benefício do uso <strong>de</strong> AC no armazenamento é a retenção da<br />

firmeza e da cor do fruto. Fontes bibliográficas sugerem que uma composição<br />

<strong>de</strong> 6% <strong>de</strong> oxigénio e 17% <strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong> carbono <strong>de</strong> atmosfera<br />

reduz a ocorrência <strong>de</strong> danos internos na conservação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo no<br />

entanto da cultivar, <strong>de</strong> factores pré colheita entre outros.


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Cuidados a ter na Conservação<br />

- Limpar regularmente as câmaras;<br />

- Evitar misturas com produtos sensíveis ao etileno;<br />

- Não exce<strong>de</strong>r a capacida<strong>de</strong> das câmaras;<br />

- Manter corredores entre paletes <strong>de</strong> forma a permitir uma correcta circulação<br />

do ar;<br />

- I<strong>de</strong>ntificar a<strong>de</strong>quadamente os contentores (palox);<br />

- Evitar variações bruscas <strong>de</strong> temperatura nas câmaras;<br />

- Evitar a acumulação <strong>de</strong> gotículas <strong>de</strong> água na epi<strong>de</strong>rme resultante da<br />

con<strong>de</strong>nsação;<br />

- Abastecer o ponto <strong>de</strong> venda à medida das necessida<strong>de</strong>s.<br />

DISTRIBUIÇÃO<br />

Expedição<br />

A distância entre o local <strong>de</strong> produção e o <strong>de</strong> consumo é por vezes muito<br />

gran<strong>de</strong> sendo necessário transporte refrigerado. O transporte com temperatura<br />

controlada tem custos muito superiores aos do transporte à temperatura<br />

ambiente, por isso a optimização dos veículos é ainda mais importante.<br />

O carregamento para o transporte <strong>de</strong>ve ser feito em condições <strong>de</strong> temperatura<br />

e humida<strong>de</strong> relativa óptimas, referidas anteriormente, sendo<br />

necessários os mesmos cuidados e precauções referidos para as etapas<br />

anteriores.<br />

Apesar <strong>de</strong> normalmente serem usados veículos refrigerados entre o entreposto<br />

e a loja, nas outras fases da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> distribuição a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> frio<br />

é muitas vezes interrompida. Acresce o facto dos veículos transportarem<br />

cargas mistas com diferentes exigências ao nível da temperatura e humida<strong>de</strong><br />

relativa. Actualmente já existem carros com divisórias móveis que<br />

admitem duas ou três temperaturas diferentes, permitindo assim o transporte<br />

simultâneo <strong>de</strong> produtos congelados e frescos. Por exemplo, na<br />

ausência <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> transporte po<strong>de</strong>m ser usados pequenos contentores<br />

com refrigeração autónoma.<br />

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18<br />

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Cuidados a ter Durante o Carregamento<br />

Os problemas mais comuns na expedição são <strong>de</strong>vidos a variações <strong>de</strong> temperatura.<br />

Para que estes problemas sejam evitados <strong>de</strong>vem ser tomadas as<br />

seguintes precauções antes <strong>de</strong> carregar o veículo:<br />

- Arrefecer previamente a galera frigorífica à temperatura recomendada<br />

e testar o sistema <strong>de</strong> circulação <strong>de</strong> ar;<br />

- Colocar o produto no veículo <strong>de</strong> transporte à temperatura pretendida,<br />

uma vez que no transporte refrigerado apenas se mantém a temperatura<br />

do produto (sem o arrefecer);<br />

- Estacionar o veículo <strong>de</strong> transporte o mais próximo possível da câmara<br />

frigorífica on<strong>de</strong> se encontra armazenado o produto e sempre que possível<br />

ligar estes dois por um túnel. Uma alternativa interessante passa<br />

pela existência <strong>de</strong> um cais refrigerado para expedição, permitindo que<br />

o carregamento se faça directamente para o veículo. O cais <strong>de</strong>ve estar<br />

isolado do exterior por portas <strong>de</strong> bandas <strong>de</strong> borracha que se ajustam ao<br />

perfil do veículo;<br />

- Uma vez iniciado efectuar o carregamento sem <strong>de</strong>mora;<br />

- Se o processo <strong>de</strong> carga for interrompido por qualquer motivo, fechar as<br />

portas e ligar o aparelho <strong>de</strong> frio até que sejam retomadas as operações;<br />

- Fechar a porta do veículo e pôr os ventiladores em funcionamento assim<br />

que as paletes estejam na galera;<br />

- Garantir que durante o transporte o produto não sofre oscilações importantes<br />

<strong>de</strong> temperatura;<br />

- Não carregar lotes on<strong>de</strong> tenham sido <strong>de</strong>tectadas temperaturas anormais;<br />

- Limitar a altura máxima <strong>de</strong> carregamento, para garantir uma boa repartição<br />

<strong>de</strong> ar sobre todo o compartimento do veículo, prevendo um espaço<br />

livre <strong>de</strong> 10 a 20 cm abaixo do tecto;<br />

- Assegurar a limpeza, externa e interna, do veículo e garantir a ausência<br />

<strong>de</strong> qualquer cheiro e/ou humida<strong>de</strong> no interior da caixa.<br />

É frequente o carregamento <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> produtos em veículos <strong>de</strong> transporte<br />

secundário sem pré refrigeração, obrigando-se o sistema <strong>de</strong> frio do<br />

veículo a fazer o arrefecimento. Esta prática <strong>de</strong>ve ser evitada porque<br />

como o sistema <strong>de</strong> frio está dimensionado apenas para manter a temperatura,<br />

o arrefecimento é lento.


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VENDA<br />

Manipulação no Ponto <strong>de</strong> Venda<br />

No ponto <strong>de</strong> venda é também necessário que sejam tomadas algumas precauções<br />

<strong>de</strong> modo a não comprometer todo o processo anterior:<br />

- Minimizar a manipulação, <strong>de</strong> forma a reduzir os choques mecânicos;<br />

- Eliminar os frutos podres com excesso <strong>de</strong> maturação, estragados, <strong>de</strong>masiadamente<br />

pequenos, etc.;<br />

- Comercializar em primeiro lugar os produtos adquiridos há mais tempo;<br />

- Armazenar, se possível, o produto em câmaras frigoríficas a temperaturas<br />

entre 8 e 12 0C;<br />

- Evitar variações bruscas <strong>de</strong> temperatura;<br />

- Apresentar os produtos preferencialmente nas caixas <strong>de</strong> origem;<br />

- Evitar pilhas <strong>de</strong> produto;<br />

- Abastecer o ponto <strong>de</strong> venda à medida das necessida<strong>de</strong>s.<br />

Exposição no Ponto <strong>de</strong> Venda<br />

O sucesso da venda dos produtos passa também pela forma como os produtos<br />

são apresentados ao consumidor, <strong>de</strong>ve-se assim:<br />

- Rotular <strong>de</strong> forma visível e precisa;<br />

- Expor em quantida<strong>de</strong> suficiente;<br />

- Iluminar e arranjar bem o produto;<br />

- Cuidar diariamente da apresentação e limpeza do espaço <strong>de</strong>stinado à<br />

venda dos produtos;<br />

- Colocar na banca/expositor apenas embalagens limpas;<br />

- Manter as etiquetas sempre limpas;<br />

- Não colocar os produtos em contacto com o pavimento.<br />

Como Comprar Pêssego <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong><br />

A coloração do pêssego e a sua dureza são os factores <strong>de</strong> selecção na<br />

compra. Os frutos são consi<strong>de</strong>rados maduros quando o seu toque é macio<br />

e a cavida<strong>de</strong> junto ao pedúnculo adquire tonalida<strong>de</strong>. Devem ser rejeitados<br />

os pêssegos abertos na cavida<strong>de</strong> junto ao pedúnculo (caroço aberto).<br />

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Como Conservar Correctamente o Pêssego<br />

O tempo <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do estado <strong>de</strong> maturação, po<strong>de</strong>ndo ser<br />

conservado por vários dias à temperatura ambiente. Os frutos <strong>de</strong>vem ser<br />

colocados no frigorífico 1 a 2 horas antes <strong>de</strong> servir.<br />

Se na altura da compra, os pêssegos ainda não estiverem suficientemente<br />

maduros, <strong>de</strong>vem ser guardados em sacos <strong>de</strong> papel castanho à temperatura<br />

ambiente até que a pele comece a amolecer e <strong>de</strong>pois transferi-los para o<br />

frigorífico. Nestas condições o tempo <strong>de</strong> vida útil é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 3 a 5 dias.<br />

Se congelado, o pêssego po<strong>de</strong> ser armazenado durante 1 ano.


D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - P Ê S S E G O<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

GARCIA, L. L.; VALERO, C.; ALTISENT, M.R. 1999 – Parâmetros <strong>de</strong><br />

Calidad Organoléptica en el Melocotón. Fruticultura Profesional. 101.<br />

69 – 79.<br />

MADRP, 1988 - Normas <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> – Produtos Hortofrutícolas Frescos.<br />

Lisboa.<br />

MADRP, [s.d.] - Qualida<strong>de</strong> e Apresentação <strong>de</strong> Frutas e Legumes – Guia<br />

Prático para o Pequeno Retalhista. [MADRP]. Lisboa<br />

MADRP, 1999 - Secretaria <strong>de</strong> Estado da Mo<strong>de</strong>rnização Agrícola da<br />

Qualida<strong>de</strong> Alimentar – Normalização das Frutas e Legumes. Garantia<br />

da Qualida<strong>de</strong> – Guia Prático para o Consumidor. [MADRP]. Lisboa.<br />

MILLS, HARRY A. and JONES, J. B. Jr. 1996 - Plant Analysis Handbook<br />

II. MicroMacro Publishing, Inc. Athens.<br />

VALERO, C.; ALTISENT, M. R.. 1998 – Equipos <strong>de</strong> Medida <strong>de</strong> Calidad<br />

Organoléptica em Frutas. Fruticultura Profesional. 95. 38 – 45.<br />

VIDAUD, J. 1990 – Le Pêcher Réferences et Techniques. Ed. CTIFL. Paris.<br />

451 p.p.<br />

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D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - P Ê S S E G O<br />

ANEXO I<br />

Normas Oficiais <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> para o Pêssego<br />

(Regulamento CE nº 1107/91, <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong> Março)<br />

1. Definição do Produto<br />

A presente norma visa os pêssegos das varieda<strong>de</strong>s (cultivares) do género<br />

Prunus persica Sieb e Zucc, <strong>de</strong>stinadas a serem entregues ao consumidor<br />

no seu estado fresco, à excepção dos pêssegos <strong>de</strong>stinados à transformação<br />

industrial.<br />

2. Disposições Relativas à Qualida<strong>de</strong><br />

A norma tem como objectivo <strong>de</strong>finir as qualida<strong>de</strong>s que <strong>de</strong>vem apresentar<br />

os pêssegos após acondicionamento e embalagem.<br />

2.1. Características Mínimas<br />

Em todas as categorias, tendo em conta as disposições especiais previstas<br />

para cada categoria e as tolerâncias admitidas, os pêssegos <strong>de</strong>vem ser:<br />

- inteiros,<br />

- sãos; são excluídos os produtos atingidos <strong>de</strong> podridão ou alterações que<br />

os tornem impróprios para o consumo,<br />

- limpos, praticamente isentos <strong>de</strong> matéria estranha visível,<br />

- praticamente isentos <strong>de</strong> parasitas,<br />

- praticamente isentos <strong>de</strong> danos causados por parasitas,<br />

- isentos <strong>de</strong> humida<strong>de</strong> exterior anormal,<br />

- isentos <strong>de</strong> odor e/ou sabor estranhos.<br />

Os pêssegos <strong>de</strong>vem ter sido cuidadosamente colhidos.<br />

Os produtos <strong>de</strong>vem apresentar um <strong>de</strong>senvolvimento e um estado que lhes<br />

permitam:<br />

- suportar o transporte e a manutenção,<br />

- chegar em condições satisfatórias ao local <strong>de</strong> <strong>de</strong>stino.


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2.2. Classificação<br />

Os pêssegos são objecto <strong>de</strong> uma classificação em três categorias a seguir<br />

<strong>de</strong>finidas:<br />

a) Categoria "Extra"<br />

Os pêssegos classificados nesta categoria <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> superior.<br />

Devem apresentar a forma, o <strong>de</strong>senvolvimento e a coloração típicos<br />

da varieda<strong>de</strong>, aten<strong>de</strong>ndo à zona <strong>de</strong> produção. Devem estar isentos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>feitos, com excepção dos <strong>de</strong>feitos superficiais muito ligeiros, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />

estes não prejudiquem nem a qualida<strong>de</strong> nem o aspecto do produto, nem<br />

a apresentação na embalagem.<br />

b) Categoria I<br />

Os pêssegos classificados nesta categoria <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong> e<br />

aten<strong>de</strong>ndo à zona <strong>de</strong> produção, apresentar as características do tipo varietal.<br />

Po<strong>de</strong>m contudo apresentar um ligeiro <strong>de</strong>feito <strong>de</strong> forma, <strong>de</strong>senvolvimento<br />

ou <strong>de</strong> coloração.<br />

A polpa <strong>de</strong>ve estar isenta <strong>de</strong> qualquer <strong>de</strong>terioração.<br />

Po<strong>de</strong>m, no entanto ter ligeiros <strong>de</strong>feitos ao nível da epi<strong>de</strong>rme, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />

estes não prejudiquem o aspecto geral do produto, a sua conservação, a<br />

sua qualida<strong>de</strong> e a sua apresentação na embalagem, <strong>de</strong>ntro dos seguintes<br />

limites:<br />

- 1 cm <strong>de</strong> comprimento para os <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong> forma alongada,<br />

- 0,5 cm 2 da superfície total para os outros <strong>de</strong>feitos.<br />

c) Categoria II<br />

Esta categoria inclui os pêssegos que não po<strong>de</strong>m ser classificados nas<br />

categorias superiores mas que correspon<strong>de</strong>m às características mínimas<br />

antes <strong>de</strong>finidas.<br />

A polpa não <strong>de</strong>ve apresentar <strong>de</strong>feitos graves.<br />

Além disso os frutos abertos no ponto <strong>de</strong> inserção do pedúnculo só são<br />

admitidos no âmbito das tolerâncias da qualida<strong>de</strong>.<br />

Os pêssegos po<strong>de</strong>m apresentar <strong>de</strong>feitos da epi<strong>de</strong>rme, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que sejam<br />

mantidas as suas características essenciais <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> conservação<br />

e <strong>de</strong> apresentação <strong>de</strong>ntro dos seguintes limites:<br />

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D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - P Ê S S E G O<br />

- 2 cm <strong>de</strong> comprimento para os <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong> forma alongada,<br />

- 1,5 cm 2 da superfície total para outros <strong>de</strong>feitos.<br />

3. Disposições Relativas à Calibragem<br />

O calibre é <strong>de</strong>terminado:<br />

– pela circunferência,<br />

– pelo diâmetro máximo da secção equatorial.<br />

Os pêssegos são calibrados <strong>de</strong> acordo com a seguinte escala:<br />

Diâmetro I<strong>de</strong>ntificação do<br />

calibre (código)<br />

Superior a 90 mm inclusive<br />

<strong>de</strong> 80 mm inclusive a 90 mm exclusive<br />

<strong>de</strong> 73 mm inclusive a 80 mm exclusive<br />

<strong>de</strong> 67 mm inclusive a 73 mm exclusive<br />

<strong>de</strong> 61 mm inclusive a 67 mm exclusive<br />

<strong>de</strong> 56 mm inclusive a 61 mm exclusive<br />

<strong>de</strong> 51 mm inclusive a 56 mm exclusive<br />

AAAA<br />

AAA<br />

AA<br />

A<br />

B<br />

C<br />

D<br />

O calibre do código D (diâmetro <strong>de</strong> 51 mm inclusive ou circunferência <strong>de</strong><br />

16 cm inclusive a 17,5 cm exclusive) só é permitido durante o período compreendido<br />

entre o início <strong>de</strong> campanha <strong>de</strong> comercialização e 30 <strong>de</strong> Junho.<br />

O calibre mínimo admitido para a categoria "Extra" é <strong>de</strong> 56 mm<br />

(diâmetro) e <strong>de</strong> 17,5 cm (circunferência). A calibragem é obrigatória para<br />

todas as categorias.<br />

4. Disposições Relativas às Tolerâncias<br />

Circunferência<br />

Superior a 28 cm inclusive<br />

<strong>de</strong> 25 cm inclusive a 28 cm exclusive<br />

<strong>de</strong> 23 cm inclusive a 25 cm exclusive<br />

<strong>de</strong> 21 cm inclusive a 23 cm exclusive<br />

<strong>de</strong> 19 cm inclusive a 21 cm exclusive<br />

<strong>de</strong> 17,5 cm inclusive a 19 cm exclusive<br />

<strong>de</strong> 16 cm inclusive a 17,5 cm exclusive<br />

São admitidas tolerâncias <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> calibre, em cada embalagem<br />

para os produtos não conformes às exigências da categoria indicada.


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4.1. Tolerâncias <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong><br />

a) Categoria "Extra"<br />

- 5% em número ou em peso, <strong>de</strong> pêssegos que não correspondam às características<br />

da categoria, mas são conformes às exigências da categoria<br />

I ou sejam, excepcionalmente, admitidos nas tolerâncias <strong>de</strong>sta categoria.<br />

b) Categoria I<br />

- 10% em número ou em peso, <strong>de</strong> pêssegos que não correspondam às características<br />

da categoria, mas são conformes às da categoria II ou sejam,<br />

excepcionalmente, admitidos nas tolerâncias <strong>de</strong>sta categoria.<br />

c) Categoria II<br />

- 10% em número ou em peso <strong>de</strong> pêssegos, que não correspondam às características<br />

da categoria nem às características mínimas, com exclusão<br />

dos produtos afectados por podridão, com contusões pronunciadas ou<br />

qualquer outra alteração que os tornem impróprios para consumo.<br />

4.2. Tolerâncias <strong>de</strong> Calibre<br />

Para todas as categorias, 10% em número ou em peso, <strong>de</strong> frutos que se<br />

afastem do calibre mencionado na embalagem, <strong>de</strong>ntro do limite <strong>de</strong> 3 mm<br />

a mais ou a menos no caso da calibragem com base na circunferência.<br />

No entanto, para os frutos classificados no calibre mais pequeno, esta<br />

tolerância só se aplica aos pêssegos cujo calibre não seja inferior em mais<br />

<strong>de</strong> 2 mm (diâmetro) ou <strong>de</strong> 6 mm (circunferência) aos limites fixados.<br />

5. Disposições Relativas à Apresentação<br />

5.1. Homogeneida<strong>de</strong><br />

O conteúdo <strong>de</strong> cada embalagem <strong>de</strong>ve ser homogéneo e <strong>de</strong>ve incluir apenas<br />

frutos da mesma origem, varieda<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong>, estado <strong>de</strong> maturação<br />

e calibre e, para a categoria "Extra", <strong>de</strong> coloração uniforme.<br />

A parte aparente do conteúdo da embalagem <strong>de</strong>ve ser representativa do<br />

conjunto.<br />

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D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - P Ê S S E G O<br />

5.2. Acondicionamento<br />

Os pêssegos <strong>de</strong>vem ser acondicionados <strong>de</strong> modo a assegurar uma protecção<br />

conveniente do produto.<br />

Os materiais utilizados no interior da embalagem <strong>de</strong>vem ser novos, limpos<br />

e <strong>de</strong> uma matéria que não possa causar aos produtos alterações externas<br />

ou internas. A utilização <strong>de</strong> materiais e nomeadamente <strong>de</strong> papéis ou selos<br />

que incluam indicações comerciais é autorizada sob condições da<br />

impressão ou da rotulagem ser realizada com a ajuda <strong>de</strong> uma tinta ou cola<br />

não tóxica.<br />

Os frutos da categoria "Extra" <strong>de</strong>vem ter uma apresentação especialmente<br />

cuidada.<br />

As embalagens <strong>de</strong>vem ser isentas <strong>de</strong> qualquer corpo estranho.<br />

5.3 Apresentação<br />

Os pêssegos <strong>de</strong>vem ser apresentados <strong>de</strong> um dos seguintes modos:<br />

- em pequenas embalagens,<br />

- numa só camada, para a categoria "Extra"; cada fruto <strong>de</strong>sta categoria<br />

<strong>de</strong>ve estar isolado dos frutos vizinhos.<br />

- Para as categorias I e II:<br />

- Numa ou duas camadas, ou<br />

- Em quatro camadas, no máximo, sempre que os frutos sejam colocados<br />

em suportes alvéolares rígidos, concebidos <strong>de</strong> modo a que não<br />

repousem em cima dos frutos da camada inferior.<br />

6. Disposições Relativas à Marcação<br />

Cada embalagem <strong>de</strong>ve trazer, em caracteres agrupados do mesmo lado,<br />

legíveis, in<strong>de</strong>léveis e visíveis do exterior, as seguintes indicações:<br />

6.1. I<strong>de</strong>ntificação<br />

Embalador e/ou expedidor - nome e en<strong>de</strong>reço ou i<strong>de</strong>ntificação simbólica


D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - P Ê S S E G O<br />

emitida ou reconhecida por um serviço oficial. Todavia, sempre que seja<br />

utilizado um código (i<strong>de</strong>ntificação simbólica), a menção "embalador e/ou<br />

expedidor (ou uma abreviatura equivalente)" <strong>de</strong>ve ser indicada na proximida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ste código (i<strong>de</strong>ntificação simbólica).<br />

6.2. Natureza do Produto<br />

– "pêssegos" se o conteúdo não for visível do exterior,<br />

– nome da varieda<strong>de</strong> para as categorias "Extra" e I.<br />

6.3. Origem do Produto<br />

País <strong>de</strong> origem e, eventualmente, zona <strong>de</strong> produção ou <strong>de</strong>signação<br />

nacional, regional ou local.<br />

6.4. Características Comerciais<br />

- categoria,<br />

- calibre (expresso pelos diâmetros mínimos e máximos ou pela i<strong>de</strong>ntificação<br />

prevista no ponto 3 "calibragem".<br />

- número <strong>de</strong> peças (facultativo).<br />

6.5. Marca Oficial <strong>de</strong> Controlo (Facultativa)<br />

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