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Síntese Histórica sobre a actividade da Fábrica de Cortiça Robinson ...

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Espaço <strong>Robinson</strong>____________________________________________________________<br />

Nota <strong>Histórica</strong><br />

<strong>Síntese</strong> <strong>Histórica</strong> <strong>sobre</strong> a <strong>activi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> <strong>Fábrica</strong> <strong>de</strong> <strong>Cortiça</strong> <strong>Robinson</strong> em Portalegre<br />

I.1 - <strong>Síntese</strong> <strong>Histórica</strong>:<br />

As referências escritas mais remotas i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s acerca <strong>da</strong> existência <strong>de</strong> uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

transformadora <strong>de</strong> cortiça na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Portalegre remontam ao ano <strong>de</strong> 1835. Segundo os registos,<br />

uma família inglesa <strong>de</strong> nome Reynolds, explorava a essa <strong>da</strong>ta uma pequena fábrica <strong>de</strong> cortiça.<br />

Por essa mesma altura, outro ci<strong>da</strong>dão <strong>da</strong> nação inglesa, George <strong>Robinson</strong>, rumava a estas paragens<br />

para se documentar mais profun<strong>da</strong>mente <strong>sobre</strong> a matéria-prima que há longa <strong>da</strong>ta vinha<br />

processando em Halifax, na Inglaterra.<br />

Rapi<strong>da</strong>mente, se afeiçoou ao “modus vivendis” português <strong>de</strong>cidindo fixar-se com a família em<br />

Portalegre. Nas traseiras <strong>da</strong> 1ª casa que adquiriu no sítio <strong>da</strong> Boavista, instalou o primeiro núcleo <strong>de</strong><br />

produção <strong>de</strong> rolhas.<br />

Por volta <strong>de</strong> 1840 adquire aos seus conterrâneos Reynolds, o direito <strong>de</strong> exploração <strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> que<br />

estes tinham instalado no edifício em ruínas do extinto Convento <strong>de</strong> São Francisco.<br />

Rapi<strong>da</strong>mente faz progredir a sua <strong>activi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong>, adquirindo extensas áreas <strong>de</strong> montado, estabelecendo<br />

contratos <strong>de</strong> 50 anos para tiragem <strong>de</strong> cortiça, diversificando produções. Traz consigo os novos<br />

conceitos <strong>de</strong> industrialização. Instala tecnologias até então <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong>s do incipiente meio<br />

corticeiro. A pequena uni<strong>da</strong><strong>de</strong> rapi<strong>da</strong>mente se transforma num importante centro corticeiro.<br />

Mas será o seu filho, George Wheelhouse <strong>Robinson</strong> a figura mais marcante <strong>da</strong> história <strong>da</strong> fábrica<br />

<strong>de</strong> cortiça <strong>de</strong> Portalegre. Inteligente, dinâmico e <strong>de</strong> uma formação técnica e humana fora do<br />

comum para época, o jovem <strong>Robinson</strong> ficará para sempre associado à historia industrial e social<br />

<strong>de</strong>sta pequena ci<strong>da</strong><strong>de</strong> do interior alentejano.<br />

Introduz profun<strong>da</strong>s alterações tecnológicas (máquina a vapor, gerador eléctrico, novos métodos <strong>de</strong><br />

corte e brocagem <strong>de</strong> rolhas, etc), racionaliza lay-out’s produtivos, melhora produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Alarga a<br />

sua <strong>activi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> industrial à Extremadura Espanhola, adquirindo diversas fábricas em San Vicente <strong>de</strong><br />

Alcântara.<br />

Preocupa-se <strong>sobre</strong>maneira com a segurança dos seus operários. Em 1900, a “<strong>Fábrica</strong> <strong>da</strong> Rolha”<br />

como então era conheci<strong>da</strong>, concentrava mais <strong>de</strong> 2000 trabalhadores. Wheelhouse cria o primeiro<br />

sindicato operário <strong>da</strong> história <strong>da</strong> <strong>activi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> corticeira, uma creche para os filhos dos operários e a<br />

cooperativa <strong>de</strong> abastecimento operária. Patrocina sistemáticas <strong>activi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong>s anónimas <strong>de</strong> apoio aos<br />

mais necessitados. Está na origem <strong>da</strong> Associação <strong>de</strong> Bombeiros <strong>de</strong> Portalegre, fun<strong>da</strong><strong>da</strong> em 1899.<br />

Em 1903, fun<strong>da</strong> a sua própria Corporação <strong>de</strong> Bombeiros Privativos que se mantém activa até aos<br />

nossos dias.<br />

Em termos fabris vai <strong>de</strong>senvolvendo novas metodologias produtivas. Entre 1910 e 1915 instala a<br />

primeira produção <strong>de</strong> aglomerados <strong>de</strong> cortiça para revestimento. Traz <strong>de</strong> Inglaterra a tecnologia <strong>de</strong><br />

trituração e compactação. Progri<strong>de</strong> na formulação <strong>de</strong> pavimentos coloridos por utilização <strong>de</strong><br />

anilinas. Apesar <strong>de</strong> os promover, esta será uma solução que sempre abominará. No seu<br />

entendimento a cortiça processa<strong>da</strong> <strong>de</strong>verá permanecer fiel à sua origem 100% natural.<br />

G. W. <strong>Robinson</strong> morre em Janeiro <strong>de</strong> 1932. Numa poética carta que em finais <strong>de</strong> 1931 dirigia a<br />

um seu familiar expressava a ausência <strong>de</strong> temor <strong>da</strong> morte que pressentia aproximar-se <strong>sobre</strong>tudo<br />

porque “tinha conduzido a sua vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> modo a que tinha a certeza <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar este mundo em<br />

melhores circunstâncias do que quando o encontrou”.<br />

1


Espaço <strong>Robinson</strong>____________________________________________________________<br />

Nota <strong>Histórica</strong><br />

Seguem-se anos difíceis para a fábrica <strong>de</strong> Portalegre. A perturbação trazi<strong>da</strong> à Europa pelos ventos<br />

<strong>da</strong> 2ª Guerra Mundial e a postura pseudo-neutral do Governo <strong>de</strong> Salazar terão tido o seu<br />

contributo no agudizar <strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

A fábrica chegará a estar encerra<strong>da</strong> por um período <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 3 anos. Em 1942, os her<strong>de</strong>iros <strong>da</strong><br />

casa <strong>Robinson</strong> vêem-se na contingência <strong>de</strong> se <strong>de</strong>sfazer <strong>da</strong> centenária fábrica.<br />

Um grupo português passa a coman<strong>da</strong>r os <strong>de</strong>stinos <strong>da</strong> fábrica. Respeitosamente, conservará a<br />

<strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> origem.<br />

Num período <strong>de</strong> 10 anos, a centenária fábrica recupera a vitali<strong>da</strong><strong>de</strong> produtiva e comercial. No início<br />

dos anos 40, inicia-se na produção dos aglomerados puros expandidos, vulgo aglomerado negro.<br />

As preocupações <strong>de</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> passam a ser uma regra básica para o <strong>de</strong>senvolvimento produtivo.<br />

Os anos 60 correspon<strong>de</strong>m a um novo período áureo para a <strong>activi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> fábrica <strong>Robinson</strong> o qual<br />

se prolongará pela déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70.<br />

A revolução <strong>de</strong> Abril, corporiza<strong>da</strong> pelas profun<strong>da</strong>s mutações sociais vivi<strong>da</strong>s no Alentejo, <strong>de</strong>ixa<br />

marcas na <strong>activi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> velha corticeira.<br />

Os sinais <strong>de</strong> envelhecimento tornam-se ca<strong>da</strong> vez mais evi<strong>de</strong>ntes: nas Máquinas, nos Edifícios e na<br />

vonta<strong>de</strong> dos Homens.<br />

A déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 80 clama por mu<strong>da</strong>nças estruturais que acabam por não acontecer com a<br />

profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>seja<strong>da</strong>.<br />

Os anos 90 diagnosticam com objectivi<strong>da</strong><strong>de</strong> a situação: apesar <strong>da</strong> <strong>de</strong>bili<strong>da</strong><strong>de</strong> óbvia, subsiste um<br />

espaço comercial no universo dos produtos corticeiros que viabiliza o prosseguimento <strong>da</strong><br />

<strong>activi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> corticeira <strong>da</strong> <strong>Fábrica</strong> <strong>Robinson</strong> numa nova uni<strong>da</strong><strong>de</strong> a implantar na zona industrial <strong>de</strong><br />

Portalegre.<br />

Para trás ficam mais <strong>de</strong> 160 anos <strong>da</strong> história corticeira que interessa estu<strong>da</strong>r e preservar do ponto<br />

<strong>de</strong> vista social e arqueológico-industrial. No emblemático Espaço <strong>Robinson</strong>, do Largo do Jardim<br />

Operário, po<strong>de</strong>rá então nascer um espaço multidisciplinar, direccionado para a pesquisa histórica e<br />

cientifica, a cultura e o lazer.<br />

Designação: <strong>Fábrica</strong> <strong>Robinson</strong><br />

Local / En<strong>de</strong>reço: Largo do Jardim Operário, nº 5, 7300 Portalegre<br />

Freguesia: Sé<br />

Concelho e Distrito : Portalegre - Portugal<br />

Registo do imóvel Conservatória: Art 2682, <strong>da</strong> Freguesia <strong>da</strong> Sé, Concelho <strong>de</strong> Portalegre<br />

II.1.- Origem do Edifício – Construção religiosa: Convento <strong>de</strong> São Francisco (1272 –<br />

1835)<br />

O Convento <strong>de</strong> São Francisco é o único edifício que resta <strong>da</strong> época em que a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Portalegre<br />

recebeu foral. O que remanesce do Convento original será provavelmente o conjunto monástico<br />

mais antigo existente na capital do Alto Alentejo. Trata-se <strong>de</strong> obra <strong>de</strong> D. Sancho II que pretendia<br />

dotar a nova urbe com uma instituição religiosa. Da construção primitiva, <strong>da</strong>ta<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1275 ain<strong>da</strong><br />

são visíveis duas capelas laterais góticas. O Altar-Mor (barroco) é o resultado <strong>de</strong> intervenção<br />

posterior. Em 1571, a igreja foi alvo <strong>de</strong> novas obras, cujo efeito é hoje difícil <strong>de</strong> reconhecer. No seu<br />

interior permanece bem preservado o túmulo <strong>de</strong> Gaspar Fragoso.<br />

2<br />

II – Edificios Históricos <strong>da</strong> <strong>Fábrica</strong> <strong>Robinson</strong> <strong>de</strong> <strong>Cortiça</strong> - I<strong>de</strong>ntificação e<br />

Caracterização


Espaço <strong>Robinson</strong>____________________________________________________________<br />

Nota <strong>Histórica</strong><br />

No séc. XVIII, a igreja é alvo <strong>de</strong> nova intervenção <strong>de</strong> fundo <strong>da</strong> qual resta o portal e o corpo <strong>da</strong><br />

nave. Estas obras <strong>de</strong>vem ter eliminado gran<strong>de</strong> parte dos belos frescos <strong>da</strong>s capelas. Subsistem<br />

apenas resquícios difíceis <strong>de</strong> restaurar. Introduzem-se nesta altura os mármores do altar-mor,<br />

oriundos <strong>de</strong> Vila Viçosa e a azulejaria.<br />

A Or<strong>de</strong>m foi extinta em 1835.<br />

No período <strong>de</strong> 1835 – 2001, o corpo original do Convento, foi alvo <strong>de</strong> a<strong>da</strong>ptações sucessivas e<br />

acréscimos especialmente vocaciona<strong>da</strong>s para a <strong>activi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> industrial <strong>de</strong> transformação <strong>da</strong> cortiça.<br />

II.2 - Função Origem: O edifício fronteiro principal foi originalmente o corpo do Convento <strong>de</strong><br />

São Francisco. Este <strong>de</strong>veria ser o único edifício existente em 1835, <strong>da</strong>ta em que se supõe ter sido<br />

“ocupado” pela família inglesa Reynolds para aí instalar um pequeno fabrico <strong>de</strong> cortiça. O<br />

Convento já estava extinto a essa <strong>da</strong>ta. Em 1840, a família Reynolds transfere a <strong>activi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> corticeira<br />

para outra família inglesa, os <strong>Robinson</strong>, cujo patriarca terá rumado a Portalegre por essa altura.<br />

II.3 - Função Actual: Des<strong>de</strong> 1835 que o antigo edifício do Convento foi utilizado,<br />

exclusivamente, como instalação corticeira. Após 1840 e até aos nossos dias as alterações<br />

estruturais são múltiplas. Diversos novos edifícios foram implantados no período entre 1840 e<br />

1910 no espaço que se supõe ter sido o logradouro original do extinto convento.<br />

Entre 1860 e 1930, a família <strong>Robinson</strong> adquire sucessivas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s nas imediações do bloco<br />

fronteiro. Nestes terrenos, continuarão a ser implantados diferentes tipos <strong>de</strong> blocos fabris, <strong>de</strong><br />

arquitectura diversa. O perímetro fabril só cessará o seu crescimento após os anos 60 do séc. XX.<br />

Através do espólio fotográfico também é possível perceber algumas edificações <strong>de</strong> carácter<br />

temporário, geralmente feitos em ma<strong>de</strong>ira e que periodicamente foram <strong>de</strong>smantela<strong>da</strong>s (telheiros,<br />

estaleiros, etc.).<br />

A fábrica <strong>de</strong> cortiça <strong>Robinson</strong> mantém-se em <strong>activi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> ininterrupta, nas mesmas instalações até<br />

aos nossos dias.<br />

II.4 - Enquadramento: A <strong>Fábrica</strong> <strong>Robinson</strong> situa-se na zona alta <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Portalegre, em<br />

plena zona histórica, junto à Praça <strong>da</strong> República.<br />

II.5 - Descrição Geral e Pormenores Importantes:<br />

Edifício Fronteiro: Na sua versão original trata-se <strong>de</strong> um edifício <strong>de</strong> dois pisos, com um gran<strong>de</strong><br />

portão principal e duas fia<strong>da</strong>s <strong>de</strong> janelas em guilhotina, com alisares em arco.<br />

Quando por volta <strong>de</strong> 1835, os Reynolds se instalam para <strong>de</strong>senvolver a <strong>activi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> corticeira, a<br />

or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> franciscanos encontra-se extinta e o edifício há muito <strong>de</strong>votado ao abandono.<br />

Por mais <strong>de</strong> 100 anos a facha<strong>da</strong> permanecerá com as suas marcas conventuais bem evi<strong>de</strong>ntes.<br />

Nesta área fronteira, os <strong>Robinson</strong> limitam-se a acrescentar em comprimento o edifício, fazendo um<br />

novo bloco on<strong>de</strong> se localizará o primeiro escritório <strong>da</strong> fábrica. A traça <strong>de</strong>ste bloco permanecerá até<br />

aos nossos dias com o perfil original.<br />

A maior intervenção é realiza<strong>da</strong> nos anos 50, já com a nova estrutura societária composta 100%<br />

por capitais portugueses, com o crescimento <strong>de</strong> um piso e o completo <strong>de</strong>sfigurar <strong>da</strong>s janelas<br />

originais. As novas janelas <strong>de</strong> ferro alinha<strong>da</strong>s <strong>de</strong> forma rectangular por frisos conferem à facha<strong>da</strong> a<br />

forma <strong>de</strong>finitiva <strong>de</strong> uma estrutura fabril.<br />

No interior produzem-se também profun<strong>da</strong>s alterações sem que contudo se consiga apagar em<br />

<strong>de</strong>finitivo as origens conventuais. Persistem pequenos recantos, abóba<strong>da</strong>s, corredores, esca<strong>da</strong>s<br />

3


Espaço <strong>Robinson</strong>____________________________________________________________<br />

Nota <strong>Histórica</strong><br />

sinuosas e estreitas, cortes <strong>de</strong> telhado, pequenas janelas interiores que fixam em <strong>de</strong>finitivo a<br />

memória em tempos em que a <strong>activi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> não era industrial.<br />

Neste edifício encontram-se múltiplos equipamentos <strong>de</strong> origem que <strong>de</strong>verão permanecer na<br />

instalação, como peças <strong>de</strong> arqueologia - industrial, após a <strong>de</strong>sactivação prevista <strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> fabril.<br />

Entre o equipamento e espólio mais relevante que consta <strong>de</strong>ste edifício:<br />

4<br />

- 1 Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Vapor Babcock & Wilcox 1905<br />

- 1 Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Vapor Babcock & Wilcox 1924<br />

- 1 Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Vapor Babcock & Wilcox 1934<br />

- 1 Tanque <strong>de</strong> Cozimento <strong>de</strong> <strong>Cortiça</strong><br />

- Conjuntos <strong>de</strong> Trituração<br />

- Bomba <strong>de</strong> Êmbolos Verticais (finais séc. XIX)<br />

- Linha <strong>de</strong> 12 Autoclaves para fabrico <strong>de</strong> Aglomerado Negro<br />

- Conjunto <strong>de</strong> Campânulas <strong>de</strong> Rega <strong>de</strong> Blocos<br />

- Linha <strong>de</strong> Serras Circulares para 1º Corte<br />

- Serra <strong>de</strong> Corte <strong>de</strong> Quentes<br />

- Conjunto <strong>de</strong> Lixadora e Serras <strong>de</strong> Dimensionamento<br />

- Espólio múltiplo <strong>da</strong> corporação <strong>de</strong> Bombeiros Privativos<br />

- Conjunto museológico provisório contendo parte do espólio <strong>da</strong> <strong>Fábrica</strong><br />

<strong>Robinson</strong>. Acervo documental e fotográfico.<br />

Chaminés: Estas constituem um dos elementos mais emblemáticos <strong>da</strong> centenária fábrica<br />

<strong>Robinson</strong>.<br />

Uma primeira chaminé, para escape <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> uma cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> aquecimento <strong>de</strong> água <strong>de</strong>verá ter<br />

surgido junto ao primeiro edifício <strong>de</strong> anexos. Esta chaminé observa-se em diversas fotografias e<br />

<strong>de</strong>verá estar associa<strong>da</strong> à presença inicial dos Reynolds. Desta estrutura existe apenas um vestígio<br />

<strong>da</strong> base <strong>de</strong>vendo ter sido <strong>de</strong>struí<strong>da</strong> antes <strong>de</strong> 1900.<br />

Antes <strong>de</strong> 1900 surge uma <strong>da</strong>s mais duradouras versões: a <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> Chaminé <strong>da</strong> Bola a qual foi<br />

construí<strong>da</strong> junto ao corpo principal do edifício fronteiro fazendo o escape <strong>de</strong> gases do novo<br />

equipamento <strong>de</strong> vapor trazido <strong>de</strong> Inglaterra por George <strong>Robinson</strong>.<br />

Com o inicio <strong>da</strong> fabricação do aglomerado negro, nos anos 30, a instalação <strong>de</strong> vapor cresce,<br />

contemplando 3 geradores <strong>de</strong> vapor Babcock & Wilcox. Surge a segun<strong>da</strong> chaminé com uma altura<br />

<strong>de</strong> 50 m.<br />

A Chaminé <strong>da</strong> Bola, sofre por esta época um primeiro acrescento em altura.<br />

Nesta <strong>da</strong>ta são afixa<strong>da</strong>s nas duas chaminés os caracteres R-O-B-I-N-S-O-N na vertical.<br />

Nos anos 60, a chaminé <strong>da</strong> bola (também chama<strong>da</strong> a Pequena), sofre um último acrescento<br />

atingindo os mesmos 50 m <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> chaminé.<br />

São estas as duas versões <strong>de</strong> chaminés que po<strong>de</strong>mos observar nos nossos dias em perfeito estado<br />

funcional.<br />

Armazéns e Quadra: - Conjunto <strong>de</strong> edifícios <strong>de</strong> origem, que serviam <strong>de</strong> anexos à estrutura<br />

principal do convento. O primeiro edifício <strong>de</strong> anexos tem uma cave, subdividi<strong>da</strong> em 4 espaços<br />

distintos. Em dois <strong>de</strong>stes espaços encontra-se um conjunto <strong>de</strong> arca<strong>da</strong>s sumptuosas suporta<strong>da</strong>s por<br />

altas colunas <strong>de</strong> pedra granítica, com tectos em abóba<strong>da</strong>.<br />

Os <strong>Robinson</strong> passaram a utilizar esta cave como Quadra para as múltiplas parelhas <strong>de</strong> muares que<br />

asseguravam o transporte <strong>de</strong> cortiça para a fábrica.


Espaço <strong>Robinson</strong>____________________________________________________________<br />

Nota <strong>Histórica</strong><br />

Nos finais dos anos 50, este espaço fica <strong>de</strong>finitivamente convertido em armazém <strong>de</strong> materiais.<br />

Os actualmente <strong>de</strong>nominados Armazéns tiveram, ao longo dos tempos, diversas utilizações<br />

funcionais, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente oficinas <strong>de</strong> rolhas, tipografia e na fase terminal oficina <strong>de</strong> pintura <strong>de</strong><br />

aglomerado negro para revestimentos externos.<br />

Oficina <strong>da</strong> Prancha: - Construção isola<strong>da</strong>, fronteira ao Edifício <strong>da</strong>s rolhas. Esta oficina sofreu<br />

diversas alterações arquitectónicas.<br />

Actualmente, serve <strong>de</strong> Armazém <strong>de</strong> Regranulado.<br />

Armazém <strong>da</strong> Prancha: Bloco contíguo à Oficina <strong>da</strong> Prancha.<br />

No r/c <strong>de</strong>ste edifício procedia-se ao armazenamento <strong>de</strong> prancha <strong>de</strong> cortiça após cozimento. Nos<br />

altos do mesmo, estiveram instala<strong>da</strong>s brocas para fabrico <strong>de</strong> rolhas.<br />

Contém apenas pontuais registos <strong>da</strong> sua traça original. No seu interior encontra-se um interessante<br />

conjunto <strong>de</strong> colunas em ferro que sustentam vigamentos <strong>de</strong> suporte a pequenas abóba<strong>da</strong>s.<br />

Edifício <strong>da</strong>s Rolhas: Conjunto <strong>de</strong> 2 Edifícios dos finais do séc. XIX, man<strong>da</strong>dos construir por<br />

George W. <strong>Robinson</strong>, filho do fun<strong>da</strong>dor, composto por 3 pisos. Possui um conjunto magnifico <strong>de</strong><br />

janelas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira (com vidros <strong>de</strong> origem) em torno <strong>de</strong> todo o edifício o que confere ao interior<br />

uma luminosi<strong>da</strong><strong>de</strong> excepcional ao longo <strong>de</strong> todo o período diurno.<br />

No piso térreo, on<strong>de</strong> originalmente se localizava a zona <strong>de</strong> rabaneação e brocagem <strong>de</strong> rolhas, o<br />

edifício <strong>de</strong>senvolve-se num conjunto harmonioso <strong>de</strong> colunas e arcos.<br />

No piso intermédio e <strong>de</strong> maior pé direito, procedia-se à escolha <strong>da</strong>s rolhas.<br />

No último piso, procedia-se à secagem natural <strong>da</strong>s rolhas.<br />

As divisórias entre os pisos 1 e 2 são <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> origem, sustentados em três fia<strong>da</strong>s <strong>de</strong> vigas<br />

verticais <strong>de</strong> ferro. Os pisos são amplos espaços abertos apenas entrecortados pelos vigamentos.<br />

A movimentação <strong>da</strong>s rolhas entre pisos fazia-se por que<strong>da</strong>, em campânulas e canais <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira.<br />

Num pequeno anexo a este edifício encontra-se, em localização <strong>de</strong> origem, um Gerador Eléctrico<br />

(ain<strong>da</strong> em funcionamento) que <strong>de</strong>verá permanecer no espaço a preservar.<br />

Oficinas Anexas / Edifícios <strong>da</strong>s Rolhas: lateralmente ao Edifício <strong>da</strong>s Rolhas foram construí<strong>da</strong>s<br />

duas pequenas oficinas <strong>de</strong> preparação <strong>de</strong> cortiça. Nos finais dos anos 40 estas oficinas foram<br />

<strong>de</strong>finitivamente converti<strong>da</strong>s à sua <strong>activi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> actual: Manutenção fabril.<br />

5<br />

Portalegre, Janeiro <strong>de</strong> 2003<br />

Manuela Men<strong>de</strong>s

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