17.04.2013 Views

NOTAS SOBRE TOPOLOGIA EM R - deetc

NOTAS SOBRE TOPOLOGIA EM R - deetc

NOTAS SOBRE TOPOLOGIA EM R - deetc

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>NOTAS</strong> <strong>SOBRE</strong><br />

<strong>TOPOLOGIA</strong><br />

<strong>EM</strong> R<br />

1


Algumas noções topológicas em ℜ<br />

Noção de Distância em ℜ<br />

A distância que usualmente interessa considerar em ℜ é a função:<br />

( x , y )<br />

2<br />

( x , y ) = x y<br />

d : ℜ → ℜ , d<br />

−<br />

d designa-se por distância de x a y.<br />

Espaço de Vizinhanças<br />

O conjunto E constitui um espaço de vizinhanças quando, para cada ponto<br />

p ∈ E , se fixa uma família de conjuntos { V p } que verifica as seguintes condições:<br />

i) p ∈ V p<br />

ii) p E ⊂ V .<br />

de p.<br />

Cada p<br />

V é uma vizinhança de p e a família V } é a família das vizinhanças<br />

Vizinhança de um ponto em ℜ<br />

+<br />

{ p<br />

Seja a ∈ ℜ e ε ∈ ℜ . Vizinhança de centro em a e raio ε ou vizinhança ε de a é o<br />

conjunto dos números reais cuja distância a a é inferior a ε, ou seja:<br />

ε<br />

( a ) x ∈ ℜ : d ( x , a )<br />

{ < ε}<br />

= { x ∈ ℜ : x − < ε}<br />

V = a .<br />

Em ℜ, uma vizinhança é um intervalo aberto:<br />

Exemplo: V ( 2)<br />

= x ∈ ℜ : d ( x 2 , )<br />

0 5 .<br />

V<br />

ε<br />

( a ) = ] a − ε , a + ε[<br />

{ < 0 5 . } = { x ∈ ℜ : x − 2 < 0 5 . } = ] 1 5 . 2 , 5 . [<br />

Reciprocamente, todo o intervalo real aberto é uma vizinhança.<br />

Exemplo:<br />

5 + 9<br />

] 5, 9[<br />

é intervalo aberto pelo que é vizinhança com a = = 7 e<br />

2<br />

9 − 5<br />

ε = = 2 .<br />

2<br />

9 7 V = , .<br />

Assim ] [ ( )<br />

5 2<br />

2


Exemplos<br />

1 Seja E ≡ Q ; para cada racional r, fixa-se a família de conjuntos { V r } , tal que:<br />

V ε ( r ) = { s ∈Q<br />

: r − 1 < s < r + n , n = 1 2 , ,... } . { V r } constitui um espaço de<br />

vizinhanças, pois verifica i) e ii) .<br />

2 Se<br />

V<br />

para cada a ∈ ℜ se fixar a<br />

a = { a ∈ ℜ : ] a − ε , a + ε[<br />

, ∀ε<br />

∈ ℜ,<br />

ε > 0}<br />

,<br />

família<br />

obtém-se<br />

de<br />

o<br />

conjuntos:<br />

espaço de<br />

vizinhanças habituais de ℜ (são intervalos abertos).<br />

<br />

3 Se para cada a ∈ ℜ<br />

⎪⎧<br />

⎨<br />

⎪⎩<br />

n<br />

a) { V ( a ) } : x ∈ ℜ : ( x − a )<br />

ε<br />

<br />

n<br />

= ∑<br />

i = 1<br />

se fixarem as famílias de conjuntos:<br />

n<br />

i<br />

2<br />

i<br />

⎪⎫<br />

< ε , ∀ε<br />

> 0⎬<br />

⎪⎭<br />

<br />

n<br />

b) { V ' ( a ) } : = { x ∈ R : max x − a < ε,<br />

∀ε<br />

> 0}<br />

c) { V ' ' ( a )<br />

ε i i<br />

ε<br />

<br />

} :<br />

⎧<br />

⎨x<br />

∈ R<br />

⎩<br />

n<br />

n<br />

= : ∑<br />

i = 1<br />

obtemos espaços de vizinhanças.<br />

⎫<br />

x i − ai<br />

< ε , ∀ε<br />

> 0⎬<br />

⎭<br />

Passa-se à apresentação de algumas definições, no conjunto dos reais, que se<br />

devem ter sempre presentes.<br />

No que se segue, considere-se um conjunto A de números reais.<br />

Def. 1 Ponto interior de X ⊂ ℜ<br />

Um ponto x de ℜ é ponto interior do conjunto A ⊂ ℜ sse existe uma<br />

vizinhança de x totalmente contida em A , i.e. , sse ∃ V : V ∩ A = V<br />

x x x .<br />

Def. 2 Interior de um conjunto A ⊂ ℜ<br />

O interior de um conjunto A é o conjunto dos seus pontos interiores e<br />

representa-se por Int (A).<br />

3


Def. 3 Ponto exterior a um conjunto A ⊂ ℜ<br />

Um ponto x de ℜ diz-se ponto exterior do conjunto A ⊂ ℜ sse existe uma<br />

V V ∩ = .<br />

vizinhança de x , disjunta de A , i.e. , sse ∃ A { }<br />

Def. 4 Exterior de um conjunto<br />

x : x<br />

O exterior de um conjunto A é o conjunto dos seus pontos exteriores, e<br />

representa-se por Ext (A).<br />

Def. 5 Ponto fronteiro de um conjunto<br />

Um ponto x de ℜ diz-se ponto fronteiro do conjunto A ⊂ ℜ sse qualquer<br />

vizinhança de x contém pontos de A e pontos do complementar de A.<br />

Def. 6 Fronteira de um conjunto<br />

A fronteira de um conjunto A é o conjunto dos seus pontos fronteiros, e<br />

representa-se por Fr (A) ou δ(A).<br />

Def. 7 Ponto aderente de um conjunto<br />

Um ponto x de ℜ diz-se ponto aderente do conjunto A ⊂ ℜ se é ponto<br />

interior de A ou ponto fronteiro de A, ou seja ∀ V ( ) : V ( x ) ∩ A ≠ { } .<br />

Def. 8 Fecho ou Aderência de um conjunto<br />

ε x ε<br />

O fecho ou aderência do conjunto A ⊂ ℜ é o conjunto A = int ( A)<br />

∪ δ ( A)<br />

.<br />

Def. 9 Conjunto fechado<br />

Um conjunto A ⊂ ℜ diz-se fechado se for igual à sua aderência , i.e. se<br />

A = A .<br />

Def. 10 Conjunto aberto<br />

Um conjunto diz-se aberto se for igual ao seu interior i.e. se A = int A .<br />

Def. 11 Conjunto limitado<br />

Um conjunto diz-se limitado se existir uma vizinhança que o contenha.<br />

4


Def. 12 Majorante de um conjunto<br />

∀ .<br />

a é majorante de um conjunto A sse x ∈ A , a ≥ x<br />

Def. 13 Minorante de um conjunto<br />

∀ .<br />

a é minorante de um conjunto A sse x ∈ A , a ≤ x<br />

Def. 14 Supremo e máximo de um conjunto<br />

Ao menor dos majorantes de um conjunto A dá-se o nome de supremo. Se o<br />

supremo pertencer ao conjunto toma o nome de máximo.<br />

Axioma do supremo: Qualquer subconjunto de ℜ não vazio que seja majorado<br />

tem supremo.<br />

Def. 15 Ínfimo e mínimo de um conjunto<br />

Ao maior dos minorantes de um conjunto A dá-se o nome de ínfimo. Se o ínfimo<br />

pertencer ao conjunto toma o nome de mínimo.<br />

Teorema do ínfimo: Qualquer subconjunto de ℜ não vazio que seja minorado tem<br />

ínfimo.<br />

Exemplo:<br />

Seja = { x ∈ ℜ : 0 < 2x<br />

− 1 < 5 ∨ x − 4 ≤ 0}<br />

A .<br />

⎤ 1 ⎡ ⎤1<br />

⎡<br />

Resolvendo as inequações obtém-se: A = ⎥−<br />

2, ∪ 3 ∪ {} 4<br />

2<br />

⎢ ⎥ ,<br />

2<br />

⎢ .<br />

⎦ ⎣ ⎦ ⎣<br />

⎤ 1 ⎡ ⎤1<br />

⎡<br />

IntA = ⎥−<br />

2 , ⎢ ∪ ⎥ 3 , ⎢<br />

⎦ 2⎣<br />

⎦2<br />

⎣<br />

⎧ 1 ⎫<br />

FrA = ⎨−<br />

2 , 3 , , 4⎬<br />

⎩ 2 ⎭<br />

A = IntA ∪ FrA = ,<br />

[ − 2 3]<br />

∪ {} 4<br />

O conjunto A não é aberto pois A ≠ IntA .<br />

O conjunto A não é fechado porque A ≠ A .<br />

O conjunto A é limitado porque tem majorantes, como por exemplo 4 que é<br />

supremo e máximo de A, e minorantes como por exemplo –2 que é apenas ínfimo. O<br />

conjunto A não tem mínimo.<br />

5


Def. 16 Ponto de acumulação de um conjunto<br />

Consideremos o conjunto A ⊂ ℜ .<br />

Um ponto a ∈ ℜ diz-se ponto de acumulação de A sse em qualquer das<br />

V de a existe pelo menos um ponto de A distinto de a, ou seja,<br />

∈ ℜ<br />

V : V − a ∩ ≠ .<br />

vizinhanças a<br />

a diz-se ponto de acumulação de A sse ∀ ( { } ) A { }<br />

Nota: Não confundir com ponto aderente!<br />

Def. 17 Derivado de um conjunto<br />

O conjunto de todos os pontos de acumulação de um conjunto A designa-se<br />

por derivado de A e representa-se por A'.<br />

Def. 18 Ponto isolado<br />

Um ponto do conjunto A diz-se isolado se não for ponto de acumulação do<br />

conjunto.<br />

Def. 19 Conjunto compacto<br />

Em ℜ um conjunto limitado e fechado diz-se um conjunto compacto.<br />

Def. 20 Conjuntos separados<br />

Dois conjuntos dizem-se separados se cada um deles está contido no exterior<br />

do outro.<br />

Def. 21 Conjunto desconexo<br />

Um conjunto diz-se desconexo se é a união de conjuntos separados.<br />

Def. 22 Conjunto conexo<br />

Um conjunto diz-se conexo se não é desconexo.<br />

Teorema de Bolzano-Weierstrass<br />

Se A ⊂ ℜ é um conjunto limitado e infinito, ele admite pelo menos um ponto<br />

de acumulação.<br />

Teorema<br />

Se o conjunto A ⊂ ℜ tem supremo (ínfimo), então esse supremo (ínfimo) de<br />

A ou é elemento do conjunto e nesse caso é o máximo (mínimo) ou é ponto de<br />

acumulação do conjunto.<br />

a<br />

a<br />

6

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!