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avaliação da efetividade das medidas de controle previstas no ...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO<br />

CENTRO TECNOLÓGICO<br />

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL<br />

ANDRÉ NOVAES DA ROCHA<br />

AVALIAÇÃO DA EFETIVIDADE DAS MEDIDAS DE CONTROLE<br />

PREVISTAS NO TERMO DE COMPROMISSO AMBIENTAL VALE<br />

SOBRE A DEPOSIÇÃO DE MATERIAL PARTICULADO NA<br />

REGIÃO DA GRANDE VITÓRIA<br />

VITÓRIA<br />

2011


ANDRÉ NOVAES DA ROCHA<br />

AVALIAÇÃO DA EFETIVIDADE DAS MEDIDAS DE CONTROLE<br />

PREVISTAS NO TERMO DE COMPROMISSO AMBIENTAL VALE<br />

SOBRE A DEPOSIÇÃO DE MATERIAL PARTICULADO NA<br />

REGIÃO DA GRANDE VITÓRIA<br />

Projeto <strong>de</strong> Graduação apresentado ao<br />

Departamento <strong>de</strong> Engenharia Ambiental <strong>da</strong><br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Espírito Santo como<br />

requisito parcial para obtenção do Grau em<br />

Bacharel em Engenharia Ambiental.<br />

Orientador: Professor Neyval Costa Reis Junior<br />

VITÓRIA<br />

2011


ANDRÉ NOVAES DA ROCHA<br />

AVALIAÇÃO DA EFETIVIDADE DAS MEDIDAS DE CONTROLE<br />

PREVISTAS NO TERMO DE COMPROMISSO AMBIENTAL VALE<br />

SOBRE A DEPOSIÇÃO DE MATERIAL PARTICULADO NA<br />

REGIÃO DA GRANDE VITÓRIA<br />

Projeto <strong>de</strong> Graduação apresentado ao Departamento <strong>de</strong> Engenharia Ambiental <strong>da</strong><br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Espírito Santo como requisito parcial para obtenção do Grau em<br />

Bacharel em Engenharia Ambiental.<br />

Comissão Examinadora<br />

Aprova<strong>da</strong> em 13 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2011.<br />

____________________________________<br />

Professor Neyval Costa Reis Junior<br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Espírito Santo<br />

____________________________________<br />

Professora Jane Meri Santos<br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Espírito Santo<br />

__________________________________<br />

Msc Ayres Geraldo Loriato<br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Espírito Santo


Agra<strong>de</strong>cimentos<br />

Agra<strong>de</strong>ço primeiramente à Deus, pela força e conquistas realiza<strong>da</strong>s em todo período<br />

acadêmico.<br />

Agra<strong>de</strong>ço aos meus pais e à minha irmã pelo suporte e apoio que sempre foi <strong>da</strong>do. Pel a<br />

educação e caráter <strong>de</strong>monstrado. À Virgínia pelo apoio e incentivo.<br />

À todos os professores <strong>da</strong> Engenharia Ambiental pelo conhecimento transmitido ao longo<br />

<strong>de</strong>sses cinco a<strong>no</strong>s e que contribuíram <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as formas elaboração <strong>de</strong>sse trabalho.<br />

Ao professor Neyval e aos <strong>de</strong>mais integrantes <strong>da</strong> banca examinadora pela orientação.<br />

À Íris Bortolotti, Larissa Souza, Alexsan<strong>de</strong>r Silveira e Nilson Castiglioni do IEMA pelas<br />

informações cedi<strong>da</strong>s.<br />

E aos meus amigos <strong>da</strong> Engenharia Ambiental pelos ótimos momentos vividos n os últimos<br />

cinco a<strong>no</strong>s.


Resumo<br />

A poluição atmosférica é um problema ca<strong>da</strong> vez mais preocupante nas gran<strong>de</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Por<br />

isso a gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar pelo po<strong>de</strong>r público é <strong>de</strong> suma importância para a<br />

manutenção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população. Contudo, ain<strong>da</strong> se busca ferramentas para<br />

melhor <strong>controle</strong> e fiscalização. A utilização <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los que visam i<strong>de</strong>ntificar as<br />

contribuições <strong>da</strong>s fontes poluidoras tem se tornado uma gran<strong>de</strong> alia<strong>da</strong>. Na região <strong>da</strong> Gran<strong>de</strong><br />

Vitória a presença <strong>de</strong> material particulado sedimentável tem fomentado <strong>de</strong>scontentament o<br />

por parte <strong>da</strong> população pelo incômodo causado pela <strong>de</strong>posição em áreas <strong>de</strong> uso cotidia<strong>no</strong>.<br />

Este trabalho utiliza <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo receptor para tentar i<strong>de</strong>ntificar alterações nas contribuições<br />

<strong>de</strong> material particulado sedimentável pela empresa Vale na região <strong>da</strong> Ilha do Boi. A referi<strong>da</strong><br />

região possui posicionamento tal que, com a ação dos ventos, recebe diretamente as<br />

emissões <strong>da</strong> empresa. Assim, o objetivo do trabalho é levantar os investimentos <strong>da</strong> empresa<br />

com relação ao <strong>controle</strong> <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> material particulado e verificar alterações nas<br />

contribuições <strong>no</strong> particulado coletado na região. Para tanto foram analisados o fluxo mensal<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>posição, a composição química do material coletado e do material particulado emitido<br />

pelas principais fontes <strong>da</strong> região, para, por fim, utilizar o método “Balanço Químico <strong>de</strong><br />

Massa” para i<strong>de</strong>ntificar as contribuições <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> fonte. Os resultados não conseguiram<br />

<strong>de</strong>monstrar a evolução <strong>da</strong>s contribuições <strong>da</strong>s fontes contempla<strong>da</strong>s pelas medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />

<strong>controle</strong>, apenas foi possível concluir alterações <strong>no</strong> fluxo <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição durante o período. O<br />

trabalho conclui que houve uma pequena redução do fluxo <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> material<br />

particulado quando comparado os a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> 2009, 2010 e 2011. Observou -se uma diminuição<br />

<strong>da</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Ferro nas amostras <strong>de</strong> material sedimentado <strong>da</strong> região.<br />

Palavras-chave: Partículas sedimentáveis. Mo<strong>de</strong>lo Receptor. Controle Ambiental


Lista <strong>de</strong> Figuras<br />

Figura 1 - Diâmetros equivalentes .................................................................................... 16<br />

Figura 2 - Distribuição média urbana por número <strong>de</strong> partículas ......................................... 18<br />

Figura 3 - Distribuição volumétrica <strong>da</strong>s partículas e mecanismos <strong>de</strong> formação .................. 18<br />

Figura 4 - Veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sedimentação <strong>da</strong>s partículas <strong>de</strong> acordo com o tamanho ............... 25<br />

Figura 5 - Detalhes topográficos <strong>da</strong> RGV e localização <strong>da</strong>s estações meteorológicas <strong>de</strong><br />

superfície ........................................................................................................................ 29<br />

Figura 6 - Precipitação pluviométrica do período <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2010 a maio <strong>de</strong> 2011. ........ 30<br />

Figura 7 - Rosa dos ventos do período <strong>de</strong> abril a <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2009. ................................. 31<br />

Figura 8 - Rosa dos ventos do a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 2010 ....................................................................... 31<br />

Figura 9 - Rosa dos ventos do período <strong>de</strong> janeiro a maio <strong>de</strong> 2011. ..................................... 32<br />

Figura 10 - Contribuição do material particulado total na RGV por fontes segundo<br />

Inventário 2011 ............................................................................................................... 33<br />

Figura 11 - Localização <strong>da</strong>s estações do RAMQAR .......................................................... 35<br />

Figura 12- Gráfico <strong>da</strong> evolução do IQA para PM10 na Estação Cariacica .......................... 36<br />

Figura 13 - Composição química <strong>da</strong>s amostras <strong>da</strong> Ilha do Boi ........................................... 37<br />

Figura 14 - Exemplo <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> supressor <strong>de</strong> pó ....................................................... 42<br />

Figura 15 - Calha na ponta <strong>de</strong> lança <strong>de</strong> um carregador <strong>de</strong> navios ....................................... 43<br />

Figura 16 - Wind Fence na Vale ....................................................................................... 43<br />

Figura 17 – Imagem <strong>de</strong> satélite <strong>da</strong> região <strong>de</strong> estudo (RGV), apresentando os pontos <strong>de</strong><br />

coletas <strong>de</strong> MS. ................................................................................................................. 47<br />

Figura 18 - (a) Coletor projetado <strong>de</strong> acordo com a <strong>no</strong>rma ASTM D1739. Cotas em metros.<br />

(b) Foto do coletor instalado. (c) Detalhe do coletor projetado. ......................................... 49<br />

Figura 19 - Exemplo <strong>de</strong> resultado principal do EPA-CMB8.2 ............................................ 55


Figura 20 - Tela <strong>da</strong>s Concentrações <strong>de</strong> Espécies - EPA-CMB8.2 ....................................... 57<br />

Figura 21 - Matrix MPIN – EPA CMB8.2 ......................................................................... 58<br />

Figura 22 - Evolução <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>no</strong> ponto SENAC. ........................................... 60<br />

Figura 23 - Comparação mensal <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>no</strong> ponto SENAC. ........................... 60<br />

Figura 24 - Evolução <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>no</strong> ponto Ítalo ................................................. 62<br />

Figura 25 - Comparação mensal <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>no</strong> ponto Ítalo. ................................ 62<br />

Figura 26 - Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> partículas na Ilha do Boi ............................................... 64<br />

Figura 27 - Comparação mensal <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição na Ilha do Boi. ............................... 65<br />

Figura 28 – (a) Rosa dos ventos <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2010; (b) Rosa dos ventos <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2011 66<br />

Figura 29 - (a) Rosa dos ventos <strong>de</strong> <strong>no</strong>vembro <strong>de</strong> 2009; (b) Rosa dos ventos <strong>de</strong> <strong>no</strong>vembro <strong>de</strong><br />

2010. ............................................................................................................................... 66<br />

Figura 30 - Composição química <strong>da</strong>s amostras eliminando o Oxigênio .............................. 67<br />

Figura 31 - Variação temporal <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> PS relativo às contribuições <strong>da</strong>s<br />

fontes. ............................................................................................................................. 69<br />

Figura 32 - Contribuição média para dois períodos: (a) Nov/09, Dez/09 e Jan/10; (b)<br />

Nov/10, Dez/10 e Jan11 ................................................................................................... 70


Lista <strong>de</strong> Tabelas<br />

Tabela 1 - Informações sobre ca<strong>da</strong> fração <strong>de</strong> material particulado ..................................... 20<br />

Tabela 2 - Perfis <strong>de</strong> Composição <strong>de</strong> fontes ....................................................................... 21<br />

Tabela 3 - Dados gerais RGV x ES ................................................................................... 28<br />

Tabela 4 - Taxa <strong>de</strong> emissão para ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s segundo Inventário 2010 ................................ 33<br />

Tabela 5 - Poluentes e parâmetros meteorológicos monitorados por ca<strong>da</strong> estação do<br />

RAMQAR ....................................................................................................................... 35<br />

Tabela 6 - Composição química <strong>da</strong>s fontes em valores percentuais <strong>da</strong> massa ..................... 39<br />

Tabela 7 - Datas <strong>de</strong> início <strong>de</strong> operação dos sistemas <strong>de</strong> <strong>controle</strong> <strong>de</strong> material particulado. ... 45<br />

Tabela 8 - Fontes consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s e atualizações. ................................................................. 50<br />

Tabela 9 - Perfil <strong>da</strong> fonte Pedreiras .................................................................................. 54<br />

Tabela 10 - Perfil <strong>de</strong> receptor ........................................................................................... 54<br />

Tabela 11 - Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>no</strong> ponto SENAC .............................................................. 59<br />

Tabela 12 - Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>no</strong> ponto Ítalo ................................................................... 61<br />

Tabela 13 - Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição na Ilha do Boi ................................................................... 63<br />

Tabela 14 - Contribuição percentual dos subgrupos .......................................................... 68


Sumário<br />

1 Introdução ................................................................................................................ 10<br />

2 Objetivo ................................................................................................................... 12<br />

2.1 Objetivos específicos ......................................................................................... 12<br />

3 Revisão Bibliográfica ................................................................................................ 13<br />

3.1 Material Particulado ........................................................................................... 13<br />

3.1.1 Classificação e Fontes ................................................................................. 13<br />

3.1.2 Tamanho <strong>da</strong>s Partículas ............................................................................... 15<br />

3.1.3 Composição Química ................................................................................... 19<br />

3.1.4 Efeitos à saú<strong>de</strong> ............................................................................................ 22<br />

3.2 Partículas Sedimentáveis .................................................................................... 24<br />

4 Região <strong>de</strong> Estudo ...................................................................................................... 28<br />

4.1 Caracterização Meteorológica ............................................................................. 29<br />

4.2 Principais fontes <strong>de</strong> poluição .............................................................................. 32<br />

4.3 Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar na Região <strong>da</strong> Gran<strong>de</strong> Vitória ..................................................... 33<br />

4.4 Composição química <strong>da</strong>s partículas .................................................................... 36<br />

4.4.1 Fontes ......................................................................................................... 37<br />

4.4.2 Receptores .................................................................................................. 37<br />

5 Termo <strong>de</strong> Compromisso Ambiental <strong>da</strong> Vale ............................................................... 41<br />

5.1 Aplicação <strong>de</strong> supressor <strong>de</strong> pó na operação <strong>de</strong> manuseio <strong>de</strong> pelotas e aplicação <strong>de</strong><br />

polímeros <strong>no</strong>s pátios <strong>de</strong> carvão e <strong>de</strong> fi<strong>no</strong>s <strong>de</strong> minério. ................................................... 41<br />

5.2 Novas tec<strong>no</strong>logias para <strong>controle</strong> durante operação <strong>de</strong> carregamento <strong>de</strong> minério e<br />

pelotas <strong>no</strong>s navios. ....................................................................................................... 42<br />

5.3 Wind Fence ........................................................................................................ 42


5.4 Enclausuramento <strong>da</strong>s transferências <strong>da</strong>s correias transportadoras......................... 44<br />

5.5 Precipitador Eletrostático ................................................................................... 44<br />

5.6 Datas <strong>de</strong> início <strong>de</strong> operação dos equipamentos .................................................... 45<br />

5.6.1 Sistema <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> supressores <strong>de</strong> pó e polímeros. ................................ 45<br />

5.6.2 Controle <strong>de</strong> emissões na operação <strong>de</strong> carregamento <strong>de</strong> navios ....................... 45<br />

5.6.3 Instalação <strong>de</strong> Wind Fences em pátios <strong>de</strong> estocagem ...................................... 46<br />

5.6.4 Instalação <strong>da</strong>s Casas <strong>de</strong> Transferência <strong>de</strong> Correias ....................................... 46<br />

5.6.5 Instalação dos Precipitadores Eletrostáticos ................................................. 46<br />

6 Metodologia ............................................................................................................. 47<br />

6.1 Coleta <strong>de</strong> MP sedimentável <strong>no</strong>s receptores e <strong>de</strong>terminação do fluxo. ................... 48<br />

6.2 Caracterização química dos receptores ................................................................ 50<br />

6.3 Composição do material particulado <strong>da</strong>s fontes ................................................... 50<br />

6.4 Mo<strong>de</strong>lo Receptor ................................................................................................ 52<br />

6.4.1 EPA-CMB8.2 .............................................................................................. 53<br />

7 Resultados e discussões ............................................................................................ 59<br />

7.1 Análise Quantitativa ........................................................................................... 59<br />

7.1.1 Ponto SENAC ............................................................................................. 59<br />

7.1.2 Ponto Ítalo .................................................................................................. 61<br />

7.1.3 Dados médios para Ilha do Boi .................................................................... 63<br />

7.2 Variação <strong>da</strong> composição química do material particulado sedimentado ................ 66<br />

7.3 Contribuição <strong>da</strong>s fontes do material sedimentável <strong>da</strong> Ilha do Boi ......................... 67<br />

8 Conclusões ............................................................................................................... 71<br />

9 Referências ............................................................................................................... 73


APÊNDICE A – Rosas dos Ventos <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 2009 à Maio <strong>de</strong> 2011 ................................ 78<br />

APÊNDICE B – Resultados do EPA-CMB8.2 ................................................................... 81<br />

APENDICE C – Método PIXE ......................................................................................... 90<br />

APENDICE D – Método TOT .......................................................................................... 92


1 Introdução<br />

Des<strong>de</strong> a revolução industrial, quando se iniciou a utilização <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e carvão como fonte<br />

<strong>de</strong> energia <strong>de</strong> trabalho, <strong>de</strong>senvolveu-se uma preocupação com o problema <strong>da</strong> poluição. A<br />

Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6938/81) <strong>de</strong>fine poluição como “a <strong>de</strong>grad ação <strong>da</strong><br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental, que é resultado <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que direta ou indiretamente: prejudiquem<br />

a saú<strong>de</strong>, o bem estar e a segurança <strong>da</strong> população; criem condições adversas às ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

sociais e econômicas; afetem negativamente a biota, as condições est éticas ou sanitárias do<br />

meio ambiente; lancem matérias ou energia em <strong>de</strong>sacordo com os padrões ambientais<br />

estabelecidos”. A poluição do ar, especificamente, ganha ca<strong>da</strong> vez mais atenção acadêmica,<br />

pois é responsável por inúmeras consequências adversas ao meio ambiente, entre elas estão<br />

o efeito estufa, consequência <strong>da</strong> emissão dos gases estufa (CO 2, CH4, etc.), e a chuva áci<strong>da</strong>,<br />

consequência <strong>da</strong> emissão <strong>de</strong> óxidos na atmosfera (NO X, SOX). Esses problemas são<br />

frequentemente <strong>no</strong>ticiados <strong>no</strong>s meios <strong>de</strong> comunicação, pois possuem impacto em escala<br />

mundial.<br />

Os problemas causados por gases oriundos <strong>de</strong> processos antrópicos, entretanto, não se<br />

restringem a <strong>da</strong><strong>no</strong>s ao meio ambiente. Muitos são os prejuízos à saú<strong>de</strong>. O monóxido <strong>de</strong><br />

carbo<strong>no</strong> (CO), por exemplo, po<strong>de</strong> causar asfixia, problemas <strong>no</strong> sistema nervoso central,<br />

pulmonar e cardiovascular. Os hidrocarbonetos (HC) causam irritação <strong>no</strong>s olhos, pele e<br />

nariz, além <strong>de</strong> muitos serem consi<strong>de</strong>rados carci<strong>no</strong>gênicos e mutagênicos. Esses gases, por<br />

sua vez, têm suas consequências em escala local.<br />

Outro tipo <strong>de</strong> poluente problemático emitido na atmosfera é o Material Particulado (MP).<br />

Eles são os sólidos ou líquidos que, <strong>de</strong>vido ao seu tamanho, se mantém suspenso s na<br />

atmosfera por algum tempo. São originados <strong>de</strong> processos industriais, combustão <strong>de</strong> veículos<br />

automotores, ressuspensão <strong>de</strong> solo <strong>de</strong>scoberto, entre outros. Tem efeitos comuns como:<br />

irritação <strong>no</strong>s olhos e garganta, alteração na visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> do meio, <strong>da</strong>nificação <strong>da</strong> vegetação,<br />

entre vários outros.<br />

Dentro do grupo dos particulados, os sedimentáveis representam a parte com maior<br />

granulometria e po<strong>de</strong>m causar consi<strong>de</strong>ráveis incômodos à população, <strong>de</strong>vido a sua <strong>de</strong>posição<br />

sobre as superfícies. São formados por partículas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> diâmetro e por pequenas<br />

partículas agrupa<strong>da</strong>s. Não estão diretamente ligados a problemas físicos à população uma<br />

vez que o mecanismo fisiológico <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa dos homens e animais previne a penetração <strong>de</strong>la<br />

<strong>no</strong>s pulmões (BASCOM et al., 1996). Contudo, não se po<strong>de</strong> afirmar que esse mesmo<br />

particulado não cause <strong>da</strong><strong>no</strong> à saú<strong>de</strong>, pois a Organização Mundial <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> (OMS) <strong>de</strong>fine o<br />

10


tema como “um estado <strong>de</strong> completo <strong>de</strong>senvolvimento físico, mental e <strong>de</strong> bem -estar social, e<br />

não apenas a ausência <strong>de</strong> doença” (WHO, 2011).<br />

Na Região <strong>da</strong> Gran<strong>de</strong> Vitória (RGV) estão presentes os principais alicerces <strong>da</strong> eco<strong>no</strong>mia<br />

estadual. As ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> transformação e <strong>de</strong> serviços são as mais representativas. A<br />

Metalurgia representa<strong>da</strong> por Vale e ArcelorMittal é a principal ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> econômica. Na<br />

região, estão presentes entre 55% e 65% <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s poluidoras do estado e as partículas<br />

sedimentáveis são problemas do cotidia<strong>no</strong> <strong>da</strong> população (IEMA, acesso em 20 <strong>de</strong> março <strong>de</strong><br />

2011).<br />

O Relatório <strong>de</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do Ar na Região <strong>da</strong> Gran<strong>de</strong> Vitória <strong>de</strong> 2007 (IEMA, 2008) revela<br />

que em nenhum registro a concentração <strong>de</strong> Partículas Totais em Suspensão (PTS) e<br />

Partículas Inaláveis (PM10) foram superiores ao padrão secundário estabelecido pela<br />

Resolução do CONAMA nº3 <strong>de</strong> 1990. Entretanto, estudos mostram que a população está<br />

<strong>de</strong>scontente com a poluição <strong>de</strong> particulado. Estudo feito por Alves et al. (2006) constatou<br />

que 75% dos entrevistados se sentem muito incomo<strong>da</strong><strong>da</strong>s com a poeira presente <strong>no</strong><br />

ambiente. Foram entrevista<strong>da</strong>s 653 pessoas maiores <strong>de</strong> 14 a<strong>no</strong>s, <strong>de</strong> três municípios <strong>da</strong><br />

Região <strong>da</strong> Gran<strong>de</strong> Vitória, ES – Vila Velha, Serra e Vitória.<br />

Contudo, buscando aten<strong>de</strong>r a crescente pressão <strong>da</strong> população e tentando melhorar o<br />

<strong>de</strong>sempenho ambiental, os empreendimentos poluidores investem ca<strong>da</strong> vez mais <strong>no</strong> <strong>controle</strong><br />

<strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> poluentes. Inúmeras medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> <strong>controle</strong> são toma<strong>da</strong>s com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

emitir me<strong>no</strong>s e melhorar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar <strong>da</strong> região. O Termo <strong>de</strong> Compromisso Ambiental<br />

(TCA) que foi firmado em 13 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2007 pelo Instituto Estadual <strong>de</strong> Meio Ambiente e<br />

Recursos Hídricos (IEMA), pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo e pela atual<br />

Vale, aparece como ferramenta para diminuir os impactos <strong>de</strong> material particulado na<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar <strong>da</strong> região <strong>da</strong> Gran<strong>de</strong> Vitória. Nele são estabeleci<strong>da</strong>s várias ações <strong>de</strong><br />

aprimoramento <strong>de</strong> <strong>controle</strong> ambiental e é cria<strong>da</strong> uma comissão <strong>de</strong> acompanhamento<br />

compostas por representantes <strong>da</strong>s instituições envolvi<strong>da</strong>s e comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Entre as ações, cujos investimentos são <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente R$ 500 milhões , estão a<br />

instalação <strong>de</strong> Wind Fences, <strong>de</strong> <strong>no</strong>vas tec<strong>no</strong>logias nas operações <strong>de</strong> carregamento <strong>de</strong> navios,<br />

<strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> supressores <strong>de</strong> pó e polímeros, e o enclausuramento <strong>da</strong>s<br />

transferências <strong>de</strong> correias transportadoras. Os inícios <strong>de</strong> operação dos principais sistemas <strong>de</strong><br />

<strong>controle</strong> estão previstos para 2010 e 2011. Neste contexto é importante realizar um estudo<br />

com o objetivo <strong>de</strong> avaliar a efetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> <strong>controle</strong> adota<strong>da</strong>s e verificar se<br />

ocorreu alguma alteração <strong>no</strong> fluxo do material particulado na região e nas contribuições <strong>da</strong>s<br />

fontes contempla<strong>da</strong>s.<br />

11


2 Objetivo<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é analisar as medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> <strong>controle</strong> <strong>de</strong> poluição atmosférica <strong>da</strong> Vale,<br />

especificamente material particulado, <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s 2010 e 2011, e analisar seu impacto na<br />

contribuição <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar na região <strong>de</strong> interesse.<br />

Para tanto, será analisado qualitativa e quantitativamente o material particulado<br />

sedimentável coletado <strong>no</strong>s pontos <strong>de</strong> monitoramento <strong>no</strong> período <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2009 e maio <strong>de</strong><br />

2011.<br />

2.1 Objetivos específicos<br />

Na tentativa <strong>de</strong> alcançar o objetivo principal do projeto, é necessária a realização <strong>de</strong> alguns<br />

objetivos específicos.<br />

Analisar o fluxo <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> material particulado <strong>no</strong>s pontos <strong>de</strong> monitoramento.<br />

Analisar a caracterização química <strong>da</strong>s partículas sedimentáveis coleta<strong>da</strong>s a fim <strong>de</strong><br />

correlacionar com sua origem.<br />

Utilizar um mo<strong>de</strong>lo receptor para <strong>de</strong>terminar a origem <strong>da</strong>s partículas sedimentáveis<br />

coleta<strong>da</strong>s <strong>no</strong>s pontos <strong>de</strong> monitoramento e sua variação com o tempo.<br />

Verificar se houve redução dos níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição e contribuição industrial na<br />

região analisa<strong>da</strong>.<br />

12


3 Revisão Bibliográfica<br />

Neste capítulo, serão abor<strong>da</strong>dos os conceitos mais importantes para o trabalho. Incluindo a<br />

conceituação <strong>de</strong> material particulado, suas principais fontes, classificações, distribuiç ões<br />

granulométricas, composição química e efeitos à saú<strong>de</strong> (Seção 3.1).<br />

A Seção 3.2 discute material particulado sedimentável e processos <strong>de</strong> sedimentação.<br />

3.1 Material Particulado<br />

O aumento <strong>da</strong> poluição atmosférica urbana <strong>de</strong>vido à instalação <strong>de</strong> indústrias próximas <strong>da</strong>s<br />

gran<strong>de</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s e ao aumento <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> automóveis circulando <strong>no</strong>s centros urba<strong>no</strong>s é<br />

um gran<strong>de</strong> problema ambiental em <strong>no</strong>ssos dias. O material particulado, por ficar em<br />

suspensão por longos períodos, é preocupação constante e po<strong>de</strong> afetar diretamente a saú<strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> população, especialmente crianças e idosos, além afetar a fauna, flora e materiais.<br />

Essa crescente preocupação com o meio ambiente e a saú<strong>de</strong> humana acarretou um aumento<br />

significativo <strong>no</strong> interesse científico por assuntos relacionados ao material particulado. A<br />

maior parte dos trabalhos científicos sobre a presença <strong>de</strong>sse poluente na atmosfera está<br />

relaciona<strong>da</strong> a partículas mais finas PM2,5 (me<strong>no</strong>res que 2,5 µm <strong>de</strong> diâmetro) e PM10<br />

(me<strong>no</strong>res que 10 µm <strong>de</strong> diâmetro), <strong>de</strong>vido aos seus efeitos sobre a saú<strong>de</strong> pulmonar dos seres<br />

huma<strong>no</strong>s (CHIO e LIAO, 2008; HAUCK et al., 2004). Entretanto, partículas maiores<br />

também po<strong>de</strong>m causar consi<strong>de</strong>ráveis incômodos à população, <strong>de</strong>vido a sua <strong>de</strong>posição sobre<br />

as superfícies.<br />

3.1.1 Classificação e Fontes<br />

Consi<strong>de</strong>rando a origem do poluente, o MP po<strong>de</strong> ser classificado <strong>de</strong> duas maneiras: poluente<br />

primário ou poluente secundário. MP primário é aquele que é emitido diretamente pela<br />

fonte, não participa <strong>de</strong> nenhuma reação na atmosfera, e se encontra com as mesmas<br />

características <strong>de</strong> como foi formado. MP secundário é aquele formado através <strong>de</strong> reações<br />

químicas na atmosfera envolvendo comumente Oxigênio Atmosférico (O 2), vapor <strong>de</strong> água<br />

(H2O), Ozônio (O3), Dióxido <strong>de</strong> enxofre (SO2), óxidos <strong>de</strong> nitrogênio (NOX), radicais como<br />

hidroxila (OH - ) e nitrato (NO3 2- ), e gases orgânicos (USEPA, 2004).<br />

Gran<strong>de</strong> parte do MP é proveniente <strong>da</strong> ressuspensão dos materiais <strong>da</strong> crosta terrestre, tais<br />

como as poeiras provenientes <strong>de</strong> processos <strong>da</strong> agricultura trazi<strong>da</strong>s pelos ventos, do solo a<br />

céu aberto, <strong>de</strong> ruas não pavimenta<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>sgaste do asfalto ou operações <strong>de</strong> mineração. Essas<br />

13


partículas po<strong>de</strong>m também ser forma<strong>da</strong>s pela liberação <strong>de</strong> material não queimado gerado pela<br />

combustão incompleta <strong>de</strong> biomassa (USEPA, 2004).<br />

A i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s fontes <strong>de</strong> MP em diversas regiões é motivo <strong>de</strong> preocupação por parte<br />

dos órgãos públicos e por isso também ganha importância <strong>no</strong> meio acadêmico. Alguns<br />

estudos que objetivaram i<strong>de</strong>ntificar as fontes <strong>de</strong> MP são citados.<br />

Soluri et al (2007) analisaram o PM 2,5(partículas me<strong>no</strong>res que 2,5 µm) e PM10 (partículas<br />

me<strong>no</strong>res que 10 µm) em <strong>de</strong>z regiões do Rio <strong>de</strong> Janeiro entre Setembro/2003 e<br />

Setembro/2007 em uma base semanal <strong>de</strong> amostragens <strong>de</strong> 24 horas. Foram coleta<strong>da</strong>s amostras<br />

usando um sistema com filtros em série. Essas foram analisa<strong>da</strong>s através <strong>da</strong> cromatografia <strong>de</strong><br />

íons para <strong>de</strong>terminar a fração solúvel <strong>da</strong>s amostras (Amônia, Potássio, Sódio, Cálcio,<br />

Magnésio, Nitrato, Sulfato e Cloreto) e técnicas <strong>de</strong> ICP-MS para a fração insolúvel,<br />

Alumínio, Cálcio, Ferro, Magnésio, Potássio, Sódio e Titânio. O solo ressuspenso foi<br />

i<strong>de</strong>ntificado como responsável por 37-63% <strong>da</strong> massa <strong>da</strong> fração PM10 e o aerossol secundário<br />

mais o carbo<strong>no</strong> elementar como 45-58% <strong>da</strong> massa <strong>da</strong> fração fina (PM2,5), indicando a<br />

queima <strong>de</strong> combustíveis como fonte importante <strong>de</strong>sse material.<br />

Braga et al (2005) também analisaram o PM2,5 e PM10, na região <strong>no</strong>r<strong>de</strong>ste do Rio Gran<strong>de</strong> do<br />

Sul, a fim <strong>de</strong> caracterizar quimicamente o MP utilizando o método PIXE e, assim, procurar<br />

i<strong>de</strong>ntificar as fontes <strong>de</strong> emissão através <strong>de</strong> análises estatísticas. As coletas foram re aliza<strong>da</strong>s<br />

a ca<strong>da</strong> 15 dias utilizando múltiplos filtros para separar as frações. O estudo concluiu que<br />

diferentes fontes são responsáveis pelo MP presente na região, entre elas: usinas<br />

si<strong>de</strong>rúrgicas, queima <strong>de</strong> material hospitalar, queima <strong>de</strong> combustíveis oriun<strong>da</strong> <strong>da</strong>s usinas, <strong>de</strong><br />

automóveis e <strong>de</strong> indústrias, e sal marinho como fonte natural.<br />

De Souza et al (2010) citam que, <strong>no</strong> Brasil, as maiores fontes <strong>de</strong> poluição em regiões<br />

urbanas e industrializa<strong>da</strong>s são a queima <strong>de</strong> combustíveis fósseis, os processos industri ais, a<br />

incineração do lixo urba<strong>no</strong>, a mineração, a construção civil e as práticas agrícolas<br />

ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s associa<strong>da</strong>s às ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> queima<strong>da</strong>s.<br />

Na Região Metropolitana <strong>da</strong> Gran<strong>de</strong> São Paulo, as principais fontes <strong>de</strong> PM10, em 2009,<br />

foram os veículos automotores (veículos leves e pesados) representando uma contribuição<br />

<strong>de</strong> 40% <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a emissão do poluente (Cetesb, 2010). Esse resultado mostra a importância<br />

<strong>de</strong> tal fonte.<br />

Também na Região Metropolitana <strong>de</strong> São Paulo, Castanho, et al (2001) realizaram um<br />

estudo para i<strong>de</strong>ntificar as contribuições <strong>de</strong> PM10 e PM2,5 <strong>no</strong> período <strong>de</strong> inver<strong>no</strong> e <strong>de</strong> verão.<br />

As partículas foram coleta<strong>da</strong>s usando filtros sequenciais. O monitoramento em tempo real<br />

14


<strong>de</strong> PM10 fornecia a massa, abundância <strong>de</strong> carbo<strong>no</strong> elementar e orgânico e <strong>de</strong> black carbo<strong>no</strong>.<br />

Para análise química foi utilizado o método PIXE. Foram realiza<strong>da</strong>s mo<strong>de</strong>lagens<br />

meteorológicas complexas e mo<strong>de</strong>los estatísticos para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> contribuição <strong>de</strong><br />

fontes <strong>de</strong> poluição. O resultado mostrou pouca variação <strong>da</strong>s contribuições entre os dois<br />

períodos <strong>de</strong> análise. Para PM2,5, e períodos <strong>de</strong> inver<strong>no</strong> e verão, os veículos automotores<br />

representaram 28% e 24% <strong>da</strong>s contribuições respectivamente. Solo ressuspenso, 25% e 30%<br />

respectivamente. Queima <strong>de</strong> óleo representaram 18% e 21% respectivamente. Sultafos<br />

somaram 23% e 17% respectivamente. E as emissões industriais contribuíram com 5% e 6%<br />

respectivamente. Já para PM10 o solo ressuspenso representou gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong>s<br />

contribuições (75-78%).<br />

Na Gran<strong>de</strong> Vitória, segundo o Relatório <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do Ar na Região <strong>da</strong> Gran<strong>de</strong> Vitória<br />

2007 (IEMA, 2008), as principais fontes <strong>de</strong> poluição são as indústrias <strong>de</strong> pelotização, <strong>de</strong><br />

si<strong>de</strong>rurgia, as pedreiras e cimenteiras, os veículos automotores, entre outros .<br />

3.1.2 Tamanho <strong>da</strong>s Partículas<br />

O tamanho <strong>da</strong> partícula é o principal fator para caracterizá-la, tanto sob a ótica <strong>da</strong>s suas<br />

proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s quanto do seu comportamento aerodinâmico. O tamanho é o principal fator que<br />

<strong>de</strong>termina até on<strong>de</strong> uma partícula po<strong>de</strong> chegar ao organismo vivo, ou mais especificamente,<br />

ao organismo huma<strong>no</strong>, e qual <strong>da</strong><strong>no</strong> po<strong>de</strong> causar-lhe (USEPA, 1999).<br />

Além disso, o tamanho <strong>da</strong>s partículas exerce influência <strong>no</strong> transporte, tempo <strong>de</strong> residência<br />

<strong>no</strong> ambiente, taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição atmosférica, penetração <strong>no</strong> trato respiratório, etc. Almei<strong>da</strong><br />

(1999) cita que partículas <strong>de</strong> diferentes tamanhos comportam-se por diferentes leis físicas.<br />

A faixa <strong>de</strong> tamanhos <strong>de</strong> MP encontrado na atmosfera é entre 1 nm e 100 µm, abrangendo,<br />

assim, cinco or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za (USEPA, 2004). As partículas me<strong>no</strong>res que 2,5 µm <strong>de</strong><br />

diâmetro (PM2,5) alojam-se <strong>no</strong> bronquíolo terminal, enquanto as partículas me<strong>no</strong>res que 10<br />

µm (PM10) po<strong>de</strong>m ficar reti<strong>da</strong>s <strong>no</strong> nariz e nasofaringe, po<strong>de</strong>ndo ser, posteriormente,<br />

elimina<strong>da</strong>s do sistema respiratório pelos mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa do organismo huma<strong>no</strong><br />

(HOLGATE et al., 1999).<br />

Os efeitos ambientais e biológicos causados pelo MP estão diretamente ligados ao seu<br />

tamanho, formato e composição química, assim, é fun<strong>da</strong>mental sua divisão com relação ao<br />

tamanho.<br />

15


3.1.2.1 Diâmetro Equivalente<br />

Partículas presentes na atmosfera geralmente não são esféricas. Por isso, o Diâmetro<br />

Equivalente aparece como um conceito utilizado para <strong>de</strong>finir o tamanho <strong>de</strong> uma partícula.<br />

Ela <strong>de</strong>termina o tamanho <strong>de</strong> uma esfera <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> unitária que possui o mesmo valor <strong>de</strong><br />

uma proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> física ou comportamento <strong>da</strong> partícula (USEPA, 2004).<br />

Por consequência <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>finição, uma mesma partícula po<strong>de</strong> apresentar diferentes<br />

diâmetros equivalentes, uma vez que possui diferentes proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s (Figura 1). De acordo<br />

com os fenôme<strong>no</strong>s mais importantes para o estudo realizado, ou <strong>de</strong> acordo com o método <strong>de</strong><br />

análise utilizado, são estabelecidos diferentes diâmetros equivalentes.<br />

O diâmetro óptico (do), por exemplo, é o diâmetro <strong>de</strong> uma partícula esférica que possui a<br />

mesmo índice <strong>de</strong> refração <strong>da</strong> partícula analisa<strong>da</strong>.<br />

Já o diâmetro aerodinâmico (<strong>da</strong>) é o mais apropriado para discussões <strong>de</strong> coleta e <strong>de</strong>posição<br />

<strong>de</strong> partículas. Esse diâmetro equivalente consiste em equiparar a partícula com uma esfera<br />

que possui iguais proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s gravitacionais, como a veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> terminal <strong>de</strong> sedimentação.<br />

Para partículas me<strong>no</strong>res, cujo fenôme<strong>no</strong> <strong>de</strong> difusão é importante, é comum a utilização do<br />

diâmetro <strong>de</strong> Stokes que <strong>de</strong>screve o tamanho <strong>de</strong> uma esfera que possui a mesma força <strong>de</strong><br />

arraste aerodinâmico <strong>no</strong> fluido.<br />

Outros diâmetros equivalentes também são utilizados, alguns exemplos são: diâmetro <strong>de</strong><br />

superfície (ds); diâmetro <strong>de</strong> perímetro (dp); diâmetro <strong>de</strong> volume (dv); diâmetro <strong>de</strong> Feret (df);<br />

diâmetro <strong>de</strong> que<strong>da</strong> livre (dql); diâmetro <strong>de</strong> Martin (dm); diâmetro <strong>de</strong> área projeta<strong>da</strong> (<strong>da</strong>p).<br />

Para encontrar <strong>de</strong>scrições <strong>de</strong> alguns <strong>de</strong>sses diâmetros equivalentes, buscar em Seinfeld e<br />

Pandis (2006).<br />

Figura 1 - Diâmetros equivalentes<br />

Fonte: Almei<strong>da</strong> (1999) – A<strong>da</strong>ptado<br />

16


3.1.2.2 Granulometria<br />

O estudo <strong>da</strong> granulometria <strong>de</strong> partículas em suspensão na atmosfera é muito importante<br />

<strong>de</strong>vido aos efeitos adversos a saú<strong>de</strong> provocados por algumas faixas <strong>de</strong> tamanho. Partículas<br />

pequenas (2,5 µm ou me<strong>no</strong>s <strong>de</strong> diâmetro) tem a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> atravessar o sistema<br />

respiratório inferior e alcançar os alvéolos pulmonares. As partículas maiores que 10 µm<br />

têm maior possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> serem reti<strong>da</strong>s nas vias respiratórias superiores, po<strong>de</strong>ndo ser<br />

removi<strong>da</strong>s pelo nariz ou garganta (WHO, 2006). Este último grupo, por não alcançarem os<br />

pulmões, po<strong>de</strong>m não causar <strong>da</strong><strong>no</strong>s físicos aos seres huma<strong>no</strong>s, mas preocupa com relação ao<br />

incômodo à população.<br />

Uma forma <strong>de</strong> classificar o material particulado por tamanho é feito por pontos <strong>de</strong> corte e<br />

baseia-se <strong>no</strong> efeito que a partícula po<strong>de</strong> causar à saú<strong>de</strong> humana. As partículas são dividi<strong>da</strong>s<br />

em três frações: inalável, torácica e respirável. (Ruzer e Harley, 2005)<br />

As partículas inaláveis são as que possuem diâmetros me<strong>no</strong>res que 10 µm (PM10). Essas<br />

conseguem entrar <strong>no</strong> nariz ou boca. Dentro <strong>de</strong>ssa fração, as partículas en tre 4 µm e 10 µm<br />

ficam reti<strong>da</strong>s <strong>no</strong> sistema respiratório superior e as partículas me<strong>no</strong>res que 4 µm,<br />

<strong>de</strong><strong>no</strong>mina<strong>da</strong>s torácicas, po<strong>de</strong>m alcançar o tórax.<br />

Já as partículas com ponto <strong>de</strong> corte me<strong>no</strong>r que 2,5 µm são as <strong>de</strong><strong>no</strong>mina<strong>da</strong>s respiráveis. São<br />

aquelas que po<strong>de</strong>m alcançar a região alveolar do sistema respiratório, mas não<br />

necessariamente se <strong>de</strong>positar. As que possuem diâmetro entre 0,1 µm e 2,5 µm ficam retidos<br />

<strong>no</strong>s brônquios e po<strong>de</strong>m ser eliminados <strong>no</strong>s processos <strong>de</strong> expectoração. As me<strong>no</strong>res que 0,1<br />

µm tem potencial <strong>de</strong> penetração elevado <strong>no</strong> pulmão, po<strong>de</strong>ndo causar gran<strong>de</strong>s <strong>da</strong><strong>no</strong>s (Ruzer e<br />

Harley, 2005).<br />

Contudo, há outras maneiras <strong>de</strong> se dividir as partículas presentes na atmosfera <strong>de</strong> acordo<br />

com seu tamanho.<br />

USEPA (2004), por exemplo, sugere outra divisão para as partículas pr esentes na atmosfera.<br />

Nela essas partículas se distribuem em duas frações <strong>de</strong> tamanhos diferentes, as finas<br />

(diâmetros me<strong>no</strong>res que 2,5 µm, PM2,5) e grossas (diâmetros maiores que 2,5 µm). Segundo<br />

Andra<strong>de</strong> (1993), essa divisão é bastante conveniente uma vez que frações <strong>de</strong> diâmetros<br />

aerodinâmicos diferentes possuem proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicas e químicas diferentes.<br />

Graficamente, é possível representar a distribuição granulométrica consi<strong>de</strong>rando vários<br />

parâmetros como o volume que ocupam essas partículas, o número <strong>de</strong> partículas<br />

encontra<strong>da</strong>s, a massa <strong>da</strong>s partículas, a área superficial ou concentração encontra<strong>da</strong>.<br />

17


A Figura 2 exemplifica uma distribuição urbana média com relação ao número <strong>de</strong> partículas.<br />

Figura 2 - Distribuição média urbana por número <strong>de</strong> partículas<br />

Fonte: A<strong>da</strong>ptado Seinfeld e Pandis (2006)<br />

Já a Figura 3 mostra a distribuição volumétrica <strong>da</strong>s partículas medi<strong>da</strong> experimentalmente e<br />

ain<strong>da</strong> mostra os principais mecanismos <strong>de</strong> formação.<br />

Figura 3 - Distribuição volumétrica <strong>da</strong>s partículas e mecanismos <strong>de</strong> formação<br />

Fonte: Wilson et al. (1977) e Wilson and Suh (1997) apud USEPA, 2004 (a<strong>da</strong>ptado).<br />

As partículas <strong>de</strong><strong>no</strong>mina<strong>da</strong>s finas, diâmetros me<strong>no</strong>res que 2,5 µm, são as mais <strong>da</strong><strong>no</strong>sas ao ser<br />

huma<strong>no</strong> e também influenciam a visibili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Sua formação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong>s condições<br />

atmosféricas como umi<strong>da</strong><strong>de</strong>, radiação e temperatura. Po<strong>de</strong>m originar-se <strong>de</strong> processos que<br />

envolvem con<strong>de</strong>nsação <strong>de</strong> vapores quentes, transformação <strong>de</strong> gases em partículas,<br />

coagulação e partículas forma<strong>da</strong>s fotoquimicamente. Dessa maneira, uma única partícula<br />

po<strong>de</strong> ser composta por elementos <strong>de</strong> diversas fontes.<br />

18


Por terem origem em reações químicas, essas partículas me<strong>no</strong>res po<strong>de</strong>m conter mais<br />

substâncias tóxicas que as partículas maiores. Praticamente todo o enxofre encontrado <strong>no</strong><br />

aerossol atmosférico está na fração mais fina (USEPA, 2004).<br />

As partículas mais grossas, que por sua vez possuem diâmetro maior que 2,5 µm, estão mais<br />

sujeitas a força gravitacional, são forma<strong>da</strong>s a partir <strong>de</strong> processos mecânicos, como<br />

ressuspensão <strong>de</strong> poeira <strong>de</strong> solo por ventos, sal marinho, cinzas <strong>de</strong> combustão e emissões<br />

biogênicas naturais. (Pandis et al, 1992 apud Queiroz, 2007).<br />

Na Tabela 1 estão presentes informações como a origem, composição, solubili<strong>da</strong><strong>de</strong>, origem,<br />

tempo <strong>de</strong> residência, processo <strong>de</strong> remoção e distâncias alcança<strong>da</strong>s <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> fração do MP.<br />

3.1.3 Composição Química<br />

A composição química do MP é outra característica fun<strong>da</strong>mental para o estudo <strong>de</strong> seus<br />

efeitos ao ambiente e à saú<strong>de</strong>. Segundo Godish (1991), o MP possui uma gran<strong>de</strong><br />

variabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> elementos em sua composição. Alguns po<strong>de</strong>m atingir centenas <strong>de</strong><br />

compostos diferentes. Esse número é atribuído pela gran<strong>de</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> absorção <strong>da</strong>s<br />

partículas finas, que entram em associação com os gases que as ro<strong>de</strong>iam. Portanto, para se<br />

<strong>de</strong>terminar a composição do material particulado é necessário avaliar sua fonte e sua<br />

permanência na atmosfera.<br />

A análise <strong>da</strong> composição química permite também i<strong>de</strong>ntificar a origem <strong>de</strong>sse material, o que<br />

possibilita que algumas ações possam ser toma<strong>da</strong>s para que sua emissão seja atenua<strong>da</strong>, por<br />

exemplo, pavimentação <strong>de</strong> ruas, reflorestamento, instalação <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> <strong>controle</strong> <strong>de</strong><br />

poluição.<br />

Para tanto, perfis <strong>de</strong> composição são encontrados na literatura <strong>de</strong> acordo com sua origem<br />

(Tabela 2).<br />

Diferenças locais po<strong>de</strong>m alterar a composição geral <strong>da</strong>s fontes, mas os elementos mais<br />

representativos são geralmente os mesmos. Para solos e crosta terrestre, por exemplo, Si, Al<br />

e Fe, encontrados na forma <strong>de</strong> vários minerais, são os mais representativos (USEPA, 2004).<br />

Em áreas próximas ao litoral é comum encontrar partículas <strong>de</strong> sal marinho, com<br />

predominância <strong>de</strong> Na e Cl como componentes formadoras.<br />

19


Tabela 1 - Informações sobre ca<strong>da</strong> fração <strong>de</strong> material particulado<br />

Partículas Finas<br />

Ultrafinas Modo <strong>de</strong> acumulação<br />

Processo <strong>de</strong><br />

Formação<br />

Formado por<br />

Composto <strong>de</strong><br />

Solubili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Origens<br />

Via<br />

Atmosférica<br />

Processo <strong>de</strong><br />

Remoção<br />

Partículas Grossas<br />

Combustão, processos <strong>de</strong> alta temperatura e reações atmosféricas. Quebra <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s sólidos e gotas líqui<strong>da</strong>s.<br />

Nucleação; con<strong>de</strong>nsação e<br />

coagulação.<br />

Sulfato; carbo<strong>no</strong> elementar;<br />

compostos metálicos; compostos<br />

orgânicos com muito baixa<br />

pressão <strong>de</strong> vapor <strong>de</strong> saturação na<br />

temperatura ambiente.<br />

Provavelmente me<strong>no</strong>s solúvel<br />

que o modo <strong>de</strong> acumulação.<br />

Combustão; transformação<br />

atmosférica <strong>de</strong> SO2 e alguns<br />

compostos orgânicos; processos<br />

<strong>de</strong> alta temperatura.<br />

Con<strong>de</strong>nsação; coagulação; reações <strong>de</strong> gases<br />

<strong>de</strong>ntro ou sobre as partículas, evaporação<br />

<strong>de</strong> neblina ou nuvem; gotas líqui<strong>da</strong>s<br />

dissolvi<strong>da</strong>s ou reagi<strong>da</strong>s por gases<br />

Íons sulfato, nitrato, amônia e hidrogênio;<br />

carbo<strong>no</strong> elementar; gran<strong>de</strong> varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

compostos orgânicos; metais: compostos <strong>de</strong><br />

chumbo, cádmio, níquel, cobre, zinco,<br />

manganês, ferro, etc.; partículas envoltas<br />

em água.<br />

Amplamente solúvel e higroscópico<br />

(absorve umi<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar)<br />

Combustão <strong>de</strong> carvão, óleo, gasolina, diesel<br />

e ma<strong>de</strong>ira; Transformação atmosférica <strong>de</strong><br />

NOx, SO2 e compostos orgânicos,<br />

incluindo espécies orgânicas biogênicas;<br />

processos <strong>de</strong> alta temperatura, moinhos <strong>de</strong><br />

aço, etc.<br />

Ruptura mecânica; evaporação <strong>de</strong> sprays; suspensão <strong>de</strong> poeiras;<br />

reações <strong>de</strong> gases <strong>de</strong>ntro ou sobre partículas.<br />

Suspensão <strong>de</strong> solo ou poeira; cinzas voláteis <strong>da</strong> combustão não<br />

controla<strong>da</strong> <strong>de</strong> carvão, óleo e ma<strong>de</strong>ira; nitratos, clorados,<br />

sulfatos <strong>da</strong> reação <strong>de</strong> HNO3/HCL/SO2 com partículas grossas;<br />

óxidos <strong>de</strong> materiais brutos; CaCO3; CaSO4; NaCl; sal marinho;<br />

pólen; fragmentos <strong>de</strong> plantas e animais; resíduos <strong>de</strong> pneus,<br />

pastilhas <strong>de</strong> freio e <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong> estra<strong>da</strong>s<br />

Amplamente insolúvel e não higroscópico.<br />

Ressuspensão <strong>de</strong> poeiras industriais e <strong>de</strong> solos em ruas e<br />

estra<strong>da</strong>s; suspensão após movimentação <strong>no</strong> solo; construções e<br />

<strong>de</strong>molições; combustão não controla<strong>da</strong> <strong>de</strong> carvão e óleo; spray<br />

do ocea<strong>no</strong>; fontes biológicas.<br />

Minutos a horas. Dias a semanas. Minutos a horas.<br />

Quando crescem e passam para o<br />

modo <strong>de</strong> acumulação; difusas por<br />

gotas <strong>de</strong> chuva.<br />

Formação <strong>de</strong> gotas nas nuvens e chuvas;<br />

<strong>de</strong>posição seca.<br />

Distância <strong>de</strong><br />

Percurso<br />

1 a <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> km. Centenas a milhares <strong>de</strong> km.<br />

Fonte: USEPA (2004)<br />

Deposição seca por que<strong>da</strong>; remoção por gotas <strong>de</strong> chuva.<br />

1 a <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> km, centenas a milhares <strong>de</strong> km em tempesta<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> poeira.<br />

20


Tabela 2 - Perfis <strong>de</strong> Composição <strong>de</strong> fontes<br />

Composição <strong>da</strong>s fontes<br />

Tamanho <strong>da</strong>s<br />

partículas<br />

Elementos químicos em porcentagem <strong>de</strong> massa<br />

10%<br />

Poeira <strong>de</strong> rua<br />

pavimenta<strong>da</strong> a<br />

Grossa Rb, Ni, Zr, Sr, Cu, Mn, Pb,<br />

P, Zn, K + , Ti, S, SO 4- ,<br />

K<br />

EC, Fe, Al Si, OC, Ca<br />

Poeira <strong>de</strong> rua<br />

<strong>de</strong>spavimenta<strong>da</strong> a Grossa<br />

Y, Cu Pb, Rb, Cr, Br, Zr, Ni, Zn, Mn,<br />

Sr, Cl - , P, K +<br />

Ti, SO4 2- , S, NO 3- K, EC, Fe, Al,<br />

OC<br />

Si, Ca<br />

Construção b Grossa Cr, Mn, Zn, Sr, Ba SO4 2- , K + , S, Ti<br />

OC, Al, K, Ca,<br />

Fe<br />

Si<br />

Solos b Grossa Cr, Mn, Sr, Zn, Ba.<br />

Cl - , Na + , EC, P, S, Cl,<br />

Ti<br />

OC, Al, Mg, K,<br />

Ca, Fe,<br />

Si<br />

Veículos a Fina Br, Mn, Cu Na + , Zn, Fe S OC, EC<br />

Queima <strong>de</strong> vegetação a Fina Ni, Se, Rb, Zn Al, NO 3- , S SO4 2- , K, Cl - , Cl OC, EC<br />

Mar b Fina e Grossa Ti, V, Ni, Sr, Zr, Pb, Ag, Sn, Sb, Pb<br />

Al, Si, K, Ca, Fe, Cu,<br />

Zn, Ba, La<br />

NO 3- , SO4 2- , OC,<br />

EC<br />

Cl - , Na + ,<br />

Na, Cl<br />

Fonte: a Chow et al. (2004) e b Chow (1995) apud Trin<strong>da</strong><strong>de</strong> (2009)<br />

21


Há ain<strong>da</strong> materiais <strong>de</strong> origem orgânica, partículas oriun<strong>da</strong>s <strong>de</strong> processo <strong>de</strong> combustão em<br />

geral – Carbo<strong>no</strong> Orgânico (OC) e Carbo<strong>no</strong> Elementar (EC). Partículas <strong>de</strong> óxido <strong>de</strong> ferro <strong>de</strong><br />

origem industrial, entre vários outros.<br />

Os resultados <strong>da</strong>s análises químicas, também servem como <strong>da</strong>do <strong>de</strong> entra<strong>da</strong> para mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminação <strong>da</strong>s contribuições <strong>de</strong> fonte para o MP na atmosfera, como Balanço Químico<br />

<strong>de</strong> Massa e Fatoração <strong>de</strong> Matriz Positiva.<br />

Queiroz et al (2007) <strong>de</strong>senvolveram um estudo cujo objetivo era a i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s fontes<br />

geradoras <strong>de</strong> MP presentes <strong>no</strong> município <strong>de</strong> Sete Lagoas, MG, através dos métodos Balanço<br />

Químico <strong>de</strong> Massa e Fatoração <strong>de</strong> Matriz Positiva. A coleta foi feita por meio <strong>de</strong><br />

amostradores que utilizava filtros <strong>de</strong> celulose para a <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong>s partículas totais em<br />

suspensão (PTS) e filtros <strong>de</strong> microssílica para a <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong>s partículas inaláveis<br />

(PM10). Foi utilizado a gravimetria para <strong>de</strong>terminar a concentração média do material<br />

particulado coletado <strong>no</strong>s filtros. A composição mineralógica do PTS e PM10 foi <strong>de</strong>termina<strong>da</strong><br />

pela técnica <strong>de</strong> difração <strong>de</strong> raios X, método pó. A análise para <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> composição<br />

elementar <strong>da</strong>s amostras <strong>de</strong> filtros <strong>de</strong> celulose e microssílica foi realiza<strong>da</strong> por meio <strong>da</strong><br />

técnica <strong>de</strong> ativação neutrônica, método-k0. Os resultados dos mo<strong>de</strong>los mostraram uma<br />

contribuição significativa <strong>da</strong> extração e beneficiamento <strong>de</strong> calcário e fabricação <strong>de</strong> concret o<br />

e produtos cerâmicos <strong>no</strong> PTS e contribuição <strong>da</strong> indústria si<strong>de</strong>rúrgica <strong>no</strong> PM 10.<br />

3.1.4 Efeitos à saú<strong>de</strong><br />

Os efeitos à saú<strong>de</strong> causados pelo material particulado ganham ca<strong>da</strong> vez mais atenção na<br />

área acadêmica à medi<strong>da</strong> que a poluição cresce <strong>no</strong>s gran<strong>de</strong>s centros urba<strong>no</strong>s, locais on<strong>de</strong> se<br />

concentra maior parte <strong>da</strong> população mundial. As partículas inaláveis (PM 10) são as<br />

principais responsáveis por esses efeitos. Por possuírem peque<strong>no</strong>s diâmetros, essas<br />

conseguem atravessar as vias respiratórias superiores.<br />

Além disso, partículas finas (PM2,5), que po<strong>de</strong>m ser forma<strong>da</strong> a partir <strong>de</strong> reações químicas e<br />

físicas, geralmente contêm mais substâncias tóxicas que as partículas maiores. Elas também<br />

conseguem atingir as vias respiratórias mais inferiores, como os alvéolos pulmonares.<br />

Outros fatores agravantes são que (1) elas são biologicamente mais reativas, (2) têm muito<br />

mais área superficial e são mais numerosas por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> massa e (3) se <strong>de</strong>positam com<br />

muita eficiência <strong>no</strong>s pulmões (Ruzer e Harley, 2005).<br />

Os estudos <strong>de</strong> várias enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s, entre elas a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> Americana <strong>de</strong> Câncer, indicam que<br />

problemas cardiorrespiratórios e até morte por câncer <strong>de</strong> pulmão possuem aumentos<br />

22


estatisticamente relacionados às concentrações <strong>de</strong> PM 2,5 (WHO, 2003). Os efeitos,<br />

entretanto, estão relacionados à suscetibili<strong>da</strong><strong>de</strong> do agente receptor. A principal afeta<strong>da</strong> é a<br />

parcela <strong>da</strong> população mais frágil, como idosos, crianças e pessoas que já apresentam<br />

doenças respiratórias (WHO, 2006)<br />

Segundo a OMS, geralmente os efeitos e sintomas provocados em curto prazo são: reaçõe s<br />

inflamatórias <strong>no</strong> pulmão, insuficiência respiratória, efeitos adversos <strong>no</strong> sistema<br />

cardiovascular, aumento do uso <strong>de</strong> medicamento, aumento <strong>de</strong> internações hospitalares,<br />

mortali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Já sob longo período <strong>de</strong> exposição os sintomas e efeitos são: diminuição <strong>da</strong><br />

capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> respiração, redução <strong>da</strong> função pulmonar <strong>da</strong>s crianças, obstrução pulmonar<br />

crônica, redução <strong>da</strong> expectativa <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, mortali<strong>da</strong><strong>de</strong>s por doenças cardiovasculares e<br />

respiratórias e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> câncer <strong>no</strong>s pulmões (WHO, 2006).<br />

Muitos estudos são realizados para i<strong>de</strong>ntificar as consequências à saú<strong>de</strong> do particulado,<br />

consi<strong>de</strong>rando, por exemplo, o número <strong>de</strong> atendimentos ambulatoriais. Foi o que fizeram Do<br />

Carmo et. al. (2010). O trabalho tentou investigar os efeitos à curto prazo <strong>da</strong> exposição <strong>da</strong><br />

população ao MP <strong>de</strong> queima<strong>da</strong>s <strong>da</strong> Amazônia na <strong>de</strong>man<strong>da</strong> diária <strong>de</strong> atendimento por<br />

doenças respiratórias. Foram levantados registros diários <strong>de</strong> 14 uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>no</strong><br />

período <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2004 a <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2005 <strong>no</strong> município <strong>de</strong> Alta Floresta - MT, além<br />

dos níveis diários <strong>de</strong> material particulado fi<strong>no</strong> (PM 2,5). Utilizou-se regressão <strong>de</strong> Poisson<br />

para relacionar os dois parâmetros. Os resultados sugerem que os níveis <strong>de</strong> material<br />

particulado <strong>da</strong>s queima<strong>da</strong>s estão associados aos efeitos adversos à saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> crianças. Um<br />

incremento <strong>de</strong> 10 µg <strong>de</strong> MP esteve associado a aumentos <strong>de</strong> 2,9% e 2,6% <strong>no</strong>s atendimentos<br />

ambulatoriais por doenças respiratórias <strong>de</strong> crianças <strong>no</strong> 6º e 7º dia subsequente à exposição.<br />

Outro estudo parecido foi realizado por Braga et al (2007). Nele foram analisados os efeitos<br />

<strong>de</strong> material particulado inalável (PM10) com atendimentos <strong>de</strong> emergência <strong>de</strong>vido a<br />

problemas respiratórios e cardiovasculares em Itabira – MG. Foi adotado o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

regressão <strong>de</strong> Poisson para fazer as correlações. Os resultados indicaram que uma maior<br />

exposição a esse poluente po<strong>de</strong> acarretar problemas à saú<strong>de</strong>. Foi verificado que, para um<br />

aumento <strong>de</strong> 10 µg <strong>de</strong> PM10, estava associado um aumento <strong>de</strong> 4% <strong>no</strong>s atendimentos a<br />

crianças e adolescentes até 13 a<strong>no</strong>s até o 1º dia após a exposição e 12% <strong>no</strong>s três dias<br />

subsequentes para doenças respiratórias. Já para doenças cardiovasculares, houve aumento<br />

<strong>de</strong> 4% principalmente para pessoas entre 45 e 64 a<strong>no</strong>s.<br />

23


3.2 Partículas Sedimentáveis<br />

To<strong>da</strong>s as partículas, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do seu tamanho, ten<strong>de</strong>m a se <strong>de</strong>positar. Contudo,<br />

geralmente, quanto maior o seu tamanho, mais rápido isso irá ocorrer. O tempo <strong>de</strong> retenção<br />

<strong>da</strong>s partículas maiores que 2,5µm ten<strong>de</strong> a ser bem me<strong>no</strong>r do que a fração <strong>de</strong> partículas<br />

me<strong>no</strong>res (EPA, 1999).<br />

Há dois mecanismos principais <strong>da</strong> remoção <strong>de</strong> partículas <strong>da</strong> atmosfera. São eles: <strong>de</strong>posição<br />

a seco e úmi<strong>da</strong> (TASDEMIR e ESEN, 2007).<br />

Deposição seca é um processo <strong>de</strong> remoção que ocorre <strong>de</strong> maneira lenta e contínua que<br />

transfere os poluentes <strong>da</strong> atmosfera até a superfície do solo, água e vegetação quando não<br />

há precipitação (TASDEMIR e ESEN, 2007).<br />

A ocorrência <strong>de</strong>ste é resultado <strong>de</strong> diversos fenôme<strong>no</strong>s, incluindo movimento Brownia<strong>no</strong>,<br />

ação <strong>da</strong> gravi<strong>da</strong><strong>de</strong> e ação do vento (IANOMATA et. al., 2009).<br />

Com isso, a intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>de</strong>posição seca <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> diversos fatores:<br />

Peso <strong>da</strong> espécie (forma gasosa ou partícula),<br />

Índices pluviométricos <strong>da</strong> região,<br />

Complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> do terre<strong>no</strong> e <strong>da</strong> cobertura <strong>da</strong> superfície.<br />

O nível <strong>de</strong> turbulência atmosférica, especialmente nas cama<strong>da</strong>s mais próximas do<br />

solo, em que <strong>de</strong>termina a taxa em que as espécies serão envia<strong>da</strong>s para a su perfície,<br />

Da natureza <strong>da</strong> superfície <strong>da</strong> partícula. Uma superfície reativa po<strong>de</strong> permitir a<br />

absorção ou adsorção <strong>de</strong> certos gases e assim aumentar o seu peso. Já uma superfície<br />

lisa po<strong>de</strong> conduzir uma partícula para fora.<br />

Na <strong>de</strong>posição seca, partículas com gran<strong>de</strong>s diâmetros (maiores que 5 µm) se <strong>de</strong>positam,<br />

principalmente, por impactação e sedimentação gravitacional. Partículas me<strong>no</strong> res (entre 0,2<br />

e 2 µm), não são predominantemente <strong>de</strong>posita<strong>da</strong>s por esse processo e ten<strong>de</strong>m a percorrer<br />

gran<strong>de</strong>s distâncias até eventual <strong>de</strong>posição, geralmente através <strong>da</strong> precipitação.<br />

A <strong>de</strong>posição úmi<strong>da</strong> por sua vez, é resultado <strong>da</strong> incorporação <strong>da</strong>s partículas nas nuvens e<br />

posteriormente precipitação como chuva ou neve, ou <strong>da</strong> captura <strong>da</strong>s partículas pelas gotas<br />

<strong>de</strong> chuvas ou flocos <strong>de</strong> neve (USEPA, 2004).<br />

24


Esse processo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> amplamente <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> chuva e <strong>da</strong> concentração do poluente<br />

na atmosfera, mas ain<strong>da</strong> varia com as proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> partícula e rugosi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> superfície.<br />

A Figura 4 mostra a variação <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição em função do diâmetro <strong>da</strong>s<br />

partículas.<br />

Figura 4 - Veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sedimentação <strong>da</strong>s partículas <strong>de</strong> acordo com o tamanho<br />

Fonte: USEPA (2004)<br />

Como mostrado na figura e citado anteriormente, quanto maior o diâmetro, maior a<br />

veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sedimentação. Para as partículas entre 0,1 e 1 µm, entretanto, a veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

sedimentação não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do tamanho, neste caso a <strong>de</strong>posição é controla<strong>da</strong> pela<br />

turbulência atmosférica. A interceptação e a impactação é mais representativo que a difusão<br />

Browniana nessa faixa, o que explica a me<strong>no</strong>r sedimentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> quando compara<strong>da</strong> às<br />

partículas me<strong>no</strong>res (USEPA, 2004).<br />

O grupo <strong>de</strong> material particulado sedimentável (PS) é caracterizado por ter maior diâmetro<br />

aerodinâmico, que são <strong>de</strong>positados sobre superfícies, <strong>de</strong>vido, principalmente, à ação<br />

gravitacional.<br />

A ASTM (1998) <strong>de</strong>fine material particulado sedimentável como “qualquer material<br />

composto <strong>de</strong> partículas pequenas o bastante para passar por uma peneira <strong>de</strong> tela <strong>de</strong> seleção<br />

<strong>de</strong> 1 mm e gran<strong>de</strong> o suficiente para se sedimentar em virtu<strong>de</strong> do seu peso em um container<br />

exposto ao ar ambiente”.<br />

No Brasil, a ABNT (Associação Brasileira <strong>de</strong> Normas Técnicas) dá essa <strong>de</strong>finição: “Poeira<br />

presente na atmosfera, suscetível à coleta por sedimentação livre, composta <strong>de</strong> partículas<br />

25


sóli<strong>da</strong>s ou líqui<strong>da</strong>s suficientemente gran<strong>de</strong>s para se <strong>de</strong>positarem <strong>no</strong> frasco coletor , e<br />

bastante pequenas para atravessarem a peneira <strong>de</strong> 0,84 mm” (ABNT – MB 3402, 1991).<br />

Este grupo não representa <strong>da</strong><strong>no</strong> físico à saú<strong>de</strong>, visto que seu tamanho reduz a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> penetração profun<strong>da</strong> <strong>no</strong> sistema respiratório, mas é um constante problema para a<br />

população por se <strong>de</strong>positar em locais <strong>de</strong> uso cotidia<strong>no</strong>.<br />

As partículas po<strong>de</strong>m sedimentar e <strong>de</strong>positar sobre materiais, edificações e monumentos<br />

causando a <strong>de</strong>scoloração e a <strong>de</strong>composição <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> construção (Boubel et al., 1994) .<br />

Po<strong>de</strong>m se <strong>de</strong>positar nas folhas dos vegetais e reduzir a penetração <strong>da</strong> luz, o que diminui a<br />

capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> fotossintetizadora do vegetal (Almei<strong>da</strong>, 1999).<br />

Além disso, a presença <strong>de</strong>sse poluente em residências gera uma necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> limpeza<br />

constante, ou obriga esses locais estarem sempre fechados a fim <strong>de</strong> evitar a entra<strong>da</strong> do MP.<br />

O que impe<strong>de</strong> o usufruto ple<strong>no</strong> <strong>de</strong>ssas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

O PS, por ser um poluente visual e por acarretar problemas visíveis e constantes, acaba por<br />

ser um dos poluentes mais percebidos pela população.<br />

Stenlund et al. (2009) realizaram um estudo para investigar a percepção <strong>da</strong> poluição, os<br />

riscos <strong>de</strong>ssa poluição, o incômodo e os sintomas à saú<strong>de</strong> na população <strong>da</strong> região <strong>de</strong><br />

Oxelösund, Suécia. A pesquisa <strong>de</strong> opinião foi realiza<strong>da</strong> em dois momentos, antes e após o<br />

fechamento <strong>de</strong> uma área <strong>de</strong> sinterização, para ser analisa<strong>da</strong> a percepção <strong>da</strong> alteração <strong>da</strong><br />

poluição e seus efeitos. Verificaram que a poeira e fumaça eram os problemas ambientais<br />

que mais incomo<strong>da</strong>vam a região. 83,7% dos entrevistados indicaram graus entre 1 e 3 <strong>de</strong><br />

uma escala <strong>de</strong> 1 a 10, sendo 1 mais problemático e 10 me<strong>no</strong>s problemático.<br />

Alves et al. (2006) fizeram uma análise <strong>de</strong> percepção ambiental à poeira sedimentável <strong>da</strong><br />

população <strong>de</strong> três municípios <strong>da</strong> Região <strong>da</strong> Gran<strong>de</strong> Vitória, ES – Vila Velha, Serra e<br />

Vitória. Entrevistando 653 pessoas maiores que 14 a<strong>no</strong>s, distribuí<strong>da</strong>s proporcionalmente<br />

<strong>no</strong>s municípios, um dos objetivos do trabalho era mostrar a percepção <strong>da</strong> população quanto<br />

à poluição atmosférica <strong>de</strong> particulado sedimentável evi<strong>de</strong>nciando sua intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

incômodo. 28% dos entrevistados se sentem extremamente incomo<strong>da</strong>dos com a poeira<br />

presente <strong>no</strong> ambiente; 47%, muito incomo<strong>da</strong>dos; 23%, pouco incomo<strong>da</strong>dos; e 1% na<strong>da</strong><br />

incomo<strong>da</strong>do.<br />

Em diversas locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s já existem padrões para limites <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> PS, que,<br />

quando ultrapassados, po<strong>de</strong>m causar incomodo à população afeta<strong>da</strong>. Alguns valores para<br />

média anual são: Argentina (10 g/m 2 /30dias), EUA (5,5 a 10 g/m 2 /30dias), Canadá (4,6 a<br />

26


5,4 g/m 2 /30dias), Espanha (6 g/m 2 /30dias) e Finlândia (10 g/m 2 /30dias). Outros valores<br />

para média mensal: Austrália (4 a 10 g/m 2 /30dias), Canadá (5,25 a 8,7 g/m 2 /30dias), <strong>no</strong>s<br />

EUA (3,0 a 15 g/m 2 /30dias) e em Minas Gerais (5 a 10 g/m 2 /30dias) (Santos e Reis, 2011).<br />

Alguns trabalhos são realizados a fim <strong>de</strong> quantificar a poeira sedimentável que a população<br />

urbana está exposta <strong>no</strong> cotidia<strong>no</strong>.<br />

Jereb et al. (2009) realizaram um monitoramento em 10 pontos nas proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do porto<br />

<strong>de</strong> Koper na Eslovênia. As amostras foram coleta<strong>da</strong>s e analisa<strong>da</strong>s gravimetricamente <strong>no</strong>s<br />

primeiros 15 dias <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> mês, <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2007 até <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2008. O estudo<br />

salienta que existe constante reclamação por parte dos habitantes <strong>da</strong> região com relação à<br />

poluição oriun<strong>da</strong> <strong>da</strong>s emissões do porto, e que tal problema é visível <strong>no</strong>s jardins,<br />

residências, roupas e vegetais. O resultado mostrou variações entre 0 mg/m².dia e 250<br />

mg/m².dia. Variação atribuí<strong>da</strong> às mu<strong>da</strong>nças nas condições climáticas.<br />

Em 2009, Zhang et al. (2009) analisaram os <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> monitoramento do período <strong>de</strong> 1982 e<br />

2003 em 93 ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> China, abrangendo várias regiões. De 1981 a 2004, a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

média <strong>de</strong> material sedimentável <strong>no</strong> período total analisado era <strong>de</strong> 240,5 t/k m².a<strong>no</strong>, atingido<br />

pico <strong>de</strong> 717,2 t/km².a<strong>no</strong> na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> interiorana <strong>de</strong> Baotou. Zhang et al. i<strong>de</strong>ntificaram uma<br />

média anual <strong>de</strong> material sedimentável 335 t/km².a<strong>no</strong> <strong>no</strong> período <strong>de</strong> 1981 a 1989, que<br />

<strong>de</strong>cresceu para 203 t/km².a<strong>no</strong> na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1990 e atingiu 146 t/km².an o entre 2000 e 2004.<br />

Foi sugerido que a diminuição <strong>de</strong>sses parâmetros esta liga<strong>da</strong> à mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> estrutura<br />

energética, ao reflorestamento, a melhora <strong>da</strong> engenharia sanitária do país e aos melhores<br />

métodos <strong>de</strong> <strong>controle</strong> <strong>de</strong> poluição, sobretudo na queima do carvão.<br />

27


4 Região <strong>de</strong> Estudo<br />

A Região Metropolitana <strong>da</strong> Gran<strong>de</strong> Vitória é forma<strong>da</strong> por sete municípios: Cariacica,<br />

Fundão, Guarapari, Serra, Viana, Vila Velha e Vitória. Abrange uma área <strong>de</strong> 2.331 km²,<br />

representando apenas 5% <strong>da</strong> área total do Espírito Santo (46.098 km²). Está posiciona<strong>da</strong> na<br />

porção centro-leste do estado e possui uma população <strong>de</strong> 1.687.704 habitantes, <strong>de</strong>sses<br />

98,7% estão em área urbana. Aquele número representa quase meta<strong>de</strong> (48%) do total do<br />

estado, que soma 3.514.952 habitantes. Dessa forma, a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica média <strong>da</strong><br />

região é significativa, atingindo média municipal <strong>de</strong> 1.102 hab./km², enquanto que a média<br />

municipal <strong>no</strong> estado é <strong>de</strong> apenas 144 hab./km² (IBGE, acesso em 9 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2011).<br />

Tabela 3 - Dados gerais RGV x ES<br />

Dados Gerais<br />

RGV ES<br />

População 1.687.704 3.514.952<br />

População Urbana 98,30% 83,40%<br />

Área Total 2.331 46.098<br />

O crescimento <strong>da</strong> população <strong>da</strong> Gran<strong>de</strong> Vitória é <strong>de</strong> 17% entre 2000 e 2010, enquanto que o<br />

número <strong>de</strong> veículos já ultrapassava 550 mil na Gran<strong>de</strong> Vitória em 2009, um crescimento <strong>de</strong><br />

9% com relação a 2008.<br />

A região é limita<strong>da</strong> ao <strong>no</strong>rte pelos municípios Aracruz e Ibiraçu, à Noroeste por Santa<br />

Teresa, à Oeste por Domingos Martins, Marechal Floria<strong>no</strong> e Santa Leopoldina, à Sudoeste<br />

por Alfredo Chaves, ao Sul pelo Município <strong>de</strong> Anchieta e ao Leste pelo Ocea<strong>no</strong> Atlântico.<br />

A região está localiza<strong>da</strong> aproxima<strong>da</strong>mente na latitu<strong>de</strong> 20º18’ Sul, e longitu<strong>de</strong> 40º19’ Oeste.<br />

A topografia <strong>da</strong> região é complexa, varia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> planícies litorâneas a colinas (Figura 5). Os<br />

<strong>de</strong>staques são o Mestre Álvaro, com 833 metros <strong>de</strong> altura <strong>no</strong> município <strong>de</strong> Serra; a reserva<br />

<strong>de</strong> Duas Bocas <strong>no</strong> município <strong>de</strong> Cariacica, que possui picos com altur a variando <strong>de</strong> 200 a<br />

800 metros; maciços costeiros, <strong>de</strong>stacando-se entre eles o Maciço Central <strong>no</strong> município <strong>de</strong><br />

Vitória, que ocupa quase to<strong>da</strong> a região <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, com altura estima<strong>da</strong> em 293 metros até a<br />

sua fronteira leste com o ocea<strong>no</strong> Atlântico. À Oeste, mas já fora <strong>da</strong> região <strong>de</strong> estudo, inicia-<br />

se a área montanhosa do estado.<br />

28


Figura 5 - Detalhes topográficos <strong>da</strong> RGV e localização <strong>da</strong>s estações meteorológicas <strong>de</strong><br />

superfície<br />

Fonte: Santiago (2009)<br />

4.1 Caracterização Meteorológica<br />

De acordo com o relatório anual do IEMA (2008), a Região <strong>da</strong> Gran<strong>de</strong> Vitória é<br />

caracteriza<strong>da</strong> por um clima tropical quente e úmido. Temperaturas médias dos meses mais<br />

frios maiores que 18º C e úmido com subseção <strong>no</strong> mês <strong>de</strong> Agosto.<br />

Tal tipo climático tem comportamento pelo inver<strong>no</strong> ame<strong>no</strong> e seco, e verão chuvoso e<br />

quente. O período quente se esten<strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente <strong>de</strong> outubro à abril, com maior<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> em <strong>de</strong>zembro e janeiro.<br />

As chuvas ten<strong>de</strong>m a se concentrar <strong>no</strong> verão e tem uma média anual <strong>de</strong> 1250 mm. No a<strong>no</strong> <strong>de</strong><br />

2010, <strong>no</strong> entanto, foi registrado um total <strong>de</strong> 1384 mm <strong>de</strong> precipitação pluviométrica. A<br />

29


Figura 6 mostra a distribuição mensal encontra<strong>da</strong> na estação meteorológica <strong>de</strong> Carapina <strong>no</strong><br />

período do estudo, entre janeiro <strong>de</strong> 2010 e maio <strong>de</strong> 2011. Observa-se que a distribuição teve<br />

um comportamento atípico do característico do clima na região. Apesar <strong>de</strong> um período <strong>de</strong><br />

seca <strong>no</strong>s meses mais frios (maio a outubro), o período <strong>no</strong>s meses <strong>de</strong> calor (<strong>no</strong>vembro a<br />

abril) apresentou algumas a<strong>no</strong>malias em meses <strong>de</strong> janeiro e fevereiro <strong>de</strong> 2010 e 2011 .<br />

Precipitação Pluviométrica (mm)<br />

400<br />

350<br />

300<br />

250<br />

200<br />

150<br />

100<br />

50<br />

0<br />

Período (mês)<br />

Figura 6 - Precipitação pluviométrica do período <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2010 a maio <strong>de</strong> 2011.<br />

A precipitação é um parâmetro meteorológico muito importante para a análise <strong>da</strong><br />

concentração <strong>de</strong> material particulado presente na atmosfera, uma vez que contribui para a<br />

remoção <strong>de</strong>ste através <strong>da</strong> <strong>de</strong>posição úmi<strong>da</strong>. Esse processo consiste na captura e carreamento<br />

até a superfície do poluente pelas gotículas <strong>de</strong> água.<br />

É possível verificar que a maior frequência <strong>de</strong> ventos é do quadrante <strong>no</strong>rte <strong>no</strong>r<strong>de</strong>ste, e isso é<br />

característica <strong>da</strong> região, sendo observa<strong>da</strong> em muitos registros. As figuras mostram os<br />

registros dos ventos na estação Carapina <strong>no</strong>s períodos entre abril e <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2009,<br />

Janeiro e Dezembro <strong>de</strong> 2010, e Janeiro e Maio <strong>de</strong> 2011.<br />

30


Figura 7 - Rosa dos ventos do período <strong>de</strong> abril a <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2009.<br />

Figura 8 - Rosa dos ventos do a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 2010<br />

NORTH<br />

WEST EAST<br />

4%<br />

SOUTH<br />

8%<br />

NORTH<br />

SOUTH<br />

8%<br />

12%<br />

12%<br />

16%<br />

16%<br />

20%<br />

20%<br />

4%<br />

WEST EAST<br />

WIND SPEED<br />

(m/s)<br />

>= 4,0<br />

3,0 - 4,0<br />

2,0 - 3,0<br />

1,0 - 2,0<br />

0,5 - 1,0<br />

Calms: 5,89%<br />

WIND SPEED<br />

(m/s)<br />

>= 4,0<br />

3,0 - 4,0<br />

2,0 - 3,0<br />

1,0 - 2,0<br />

0,5 - 1,0<br />

Calms: 8,47%<br />

31


Figura 9 - Rosa dos ventos do período <strong>de</strong> janeiro a maio <strong>de</strong> 2011.<br />

4.2 Principais fontes <strong>de</strong> poluição<br />

A RGV possui 55 a 65% <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s industriais potencialmente poluidoras instala<strong>da</strong>s <strong>no</strong><br />

Espírito Santo (IEMA, acesso em 20 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2011), entre elas estão ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

portuárias, cimenteiras, fabricas <strong>de</strong> concreto, frigoríficos, fundição, ind ústrias alimentícias,<br />

indústrias químicas, indústrias têxtis, indústrias <strong>de</strong> cerâmica, pedreiras, pelotização,<br />

si<strong>de</strong>rurgia, usinas <strong>de</strong> asfalto, e veículos (IEMA, 2008).<br />

O inventário do IEMA (2011) trás um levantamento <strong>da</strong>s origens do MP <strong>da</strong> RGV. Os<br />

resultados mostraram que o principal responsável pelo poluente são as partículas oriun<strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong> ressuspensão <strong>da</strong>s vias (68%) <strong>de</strong>vido ao tráfego ou vento. Logo <strong>de</strong>pois vem a Vale com<br />

contribuições <strong>de</strong> 15,8%, a ArcelorMittal Tubarão com 6,1%, os veículos automotores são<br />

responsáveis por 3,7% do total, a Sol Coqueria vem com contribuição <strong>de</strong> 1,1%,<br />

ArcelorMittal Cariacica com 0,8% e outras fontes por 2,7% (IEMA, 2011). Conforme<br />

apresentado na Figura 10.<br />

NORTH<br />

WEST EAST<br />

4%<br />

SOUTH<br />

8%<br />

12%<br />

16%<br />

20%<br />

WIND SPEED<br />

(m/s)<br />

>= 4,0<br />

3,0 - 4,0<br />

2,0 - 3,0<br />

1,0 - 2,0<br />

0,5 - 1,0<br />

Calms: 20,47%<br />

32


Figura 10 - Contribuição do material particulado total na RGV por fontes segundo<br />

Inventário 2011<br />

Fonte: IEMA (2011)<br />

Segundo o Inventário <strong>de</strong> Emissões Atmosféricas <strong>da</strong> Região <strong>da</strong> Gran<strong>de</strong> Vitória (IEMA,<br />

2011), as emissões industriais <strong>de</strong> material particulado alcançam um valor <strong>de</strong> 1047,5 kg/h. Já<br />

as emissões veiculares atingiram 2.891,6kg/h, o que inclui ressuspensão <strong>de</strong> poeira e a<br />

emissão advin<strong>da</strong> propriamente <strong>de</strong> veículos (combustão e <strong>de</strong>sgastes). Portos somaram um<br />

total <strong>de</strong> 96,64 kg/h. A Tabela 4 mostra as taxas médias para as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s inventaria<strong>da</strong>s.<br />

Tabela 4 - Taxa <strong>de</strong> emissão para ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s segundo Inventário 2010<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> Taxa <strong>de</strong> Emissão (kg/h)<br />

Alimentícia 4,8<br />

Produtos minerais 78,5<br />

Industrial<br />

Química 9,9<br />

Minero Si<strong>de</strong>rúrgica 954,4<br />

Total 1.047,5<br />

Escapamento e Evaporativa 107,0<br />

Veiculares<br />

Desgaste <strong>de</strong> Pneus<br />

Ressuspensão <strong>de</strong> Partículas<br />

41,9<br />

2.742,7<br />

Total 2.891,6<br />

Logísticas (portos e aeroportos) 98,6<br />

Emissões resi<strong>de</strong>nciais e comerciais 2,0<br />

Aterros Sanitários 0,5<br />

Outras 3,0<br />

Total RGV<br />

Fonte: IEMA (2011)<br />

4.043,1<br />

4.3 Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar na Região <strong>da</strong> Gran<strong>de</strong> Vitória<br />

O crescente problema <strong>da</strong> poluição do ar, simultaneamente com o aumento <strong>da</strong><br />

conscientização ambiental e crescimento <strong>de</strong> exigências <strong>de</strong> melhorias por parte <strong>da</strong><br />

33


população, faz surgir ca<strong>da</strong> vez mais instrumentos que subsidiam a gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar<br />

pelo po<strong>de</strong>r público.<br />

O monitoramento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar é um <strong>de</strong>sses instrumentos. Permite o traçado <strong>de</strong><br />

estratégias <strong>de</strong> <strong>controle</strong> ambiental e auxilia em toma<strong>da</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões. Sustenta programas <strong>de</strong><br />

<strong>controle</strong> <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ar e permite ações emergenciais em caso <strong>de</strong> necessi <strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Além disso, permite avaliar os efeitos <strong>da</strong> poluição à população e ao meio ambiente,<br />

acompanhar as tendências <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar, fornecer <strong>da</strong>dos para a fixação <strong>de</strong> padrões <strong>da</strong><br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar.<br />

A resolução CONAMA nº 03 <strong>de</strong> 1990 estabelece que o monitoramento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar<br />

seja atribuição dos Estados. Com isso, é função dos órgãos ambientais estaduais<br />

estabelecer, manter, coor<strong>de</strong>nar e administrar os programas <strong>de</strong> monitoramento em suas áreas.<br />

Na RGV, o Instituto Estadual <strong>de</strong> Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA) realiza o<br />

monitoramento através <strong>da</strong> Re<strong>de</strong> Automática <strong>de</strong> Monitoramento <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do Ar<br />

(RAMQAR). A referi<strong>da</strong> re<strong>de</strong> foi implanta<strong>da</strong> com equipamentos <strong>de</strong> medição avançados, e<br />

tem como objetivo controlar e conhecer os impactos na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar causados pelas<br />

diversas fontes poluidoras presentes, auxiliar a ação mais rápi<strong>da</strong> e eficaz <strong>no</strong> <strong>controle</strong> e na<br />

fiscalização por parte do órgão e garantir, assim, a melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

população <strong>da</strong> Região <strong>da</strong> Gran<strong>de</strong> Vitória (IEMA, 2008).<br />

A RAMQAR é composta por 8 (oito) estações distribuí<strong>da</strong>s em 5 municípios (Figura 11):<br />

Serra: 2 estações (Laranjeiras, Carapina);<br />

Vitória: 3 estações (Jardim Camburí, Ensea<strong>da</strong> do Suá e Vitória - Centro);<br />

Cariacica: 1 estação (Cariacica)<br />

Vila Velha: 2 estações (Centro e Ibes)<br />

Uma vez que a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> poluentes presentes na atmosfera é gran<strong>de</strong>, a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

selecionar substâncias representativas para monitoramento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar é <strong>de</strong> suma<br />

importância para sua eficiência econômica. Assim, a RAMQAR realiza o monitoramento <strong>de</strong><br />

compostos consagrados que servem <strong>de</strong> indicadores <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar e que estão ligados a<br />

maior frequência <strong>de</strong> ocorrência e aos efeitos à saú<strong>de</strong> (IEMA, 2008). A lém disso, eles são<br />

regulamentados pelo CONAMA:<br />

Dióxido <strong>de</strong> Enxofre (SO2)<br />

Material Particulado (PTS e PM 10)<br />

34


Monóxido <strong>de</strong> Carbo<strong>no</strong> (CO)<br />

Ozônio (O3)<br />

Hidrocarbonetos Totais (HC)<br />

Óxidos <strong>de</strong> Nitrogênio (NO e NO2).<br />

Figura 11 - Localização <strong>da</strong>s estações do RAMQAR<br />

Fonte: IEMA (2008)<br />

A re<strong>de</strong> realiza ain<strong>da</strong> monitoramento <strong>de</strong> parâmetros meteorológicos para viabilizar a análise<br />

<strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ar: Direção e Veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> dos Ventos, Precipitação Pluviométrica, Umi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Relativa do Ar, Temperatura, Pressão Atmosférica e Radiação Solar.<br />

Os poluentes e parâmetros meteorológicos monitorados nas estações estão mostrados na<br />

Tabela 5.<br />

Tabela 5 - Poluentes e parâmetros meteorológicos monitorados por ca<strong>da</strong> estação do<br />

RAMQAR<br />

Estação PTS PM10 SO2 CO NO HC O3 Meteorologia<br />

Laranjeiras X X X X X X<br />

Carapina X X DV, VV, UR, PP, P, T, I<br />

Jardim Camburí X X X X<br />

Ensea<strong>da</strong> do Suá X X X X X X X DV, VV<br />

Vitória - Centro X<br />

X X X X X X<br />

Ibes X X X X X X X DV, VV<br />

Vila Velha X X<br />

Cariacica X X X X X X DV, VV, T, UR<br />

PTS: Partículas Totais em Suspensão; PM10: Partículas Inaláveis me<strong>no</strong>res <strong>de</strong> 10 µm; SO2:<br />

Dióxido <strong>de</strong> Enxofre; NOx: Óxidos <strong>de</strong> Nitrogênio; O3: Ozônio; HC: Hidrocarbonetos; CO:<br />

Monóxido <strong>de</strong> Carbo<strong>no</strong>. DV: Direção <strong>de</strong> Vento; PP: Precipitação Pluviométrica; VV:<br />

Veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> do Vento; UR: Umi<strong>da</strong><strong>de</strong> Relativa; I:Insolação; P: Pressão; T: Temperatu ra.<br />

35


Fonte: IEMA (2008)<br />

Segundo o Relatório <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do Ar na Região <strong>da</strong> Gran<strong>de</strong> Vitória (IEMA, 2008), a<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar constatado pelo monitoramento está, na maior parte do tempo, <strong>de</strong>ntro dos<br />

padrões primários segundo resolução CONAMA 03/1990. Material particulado e Ozônio<br />

apresentaram alguns momentos <strong>de</strong> concentrações relativamente mais altas, alterando o IQA<br />

(índice <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar) <strong>da</strong> condição “boa” para “regular” em algumas locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s, como<br />

mostra a Figura 12.<br />

Figura 12- Gráfico <strong>da</strong> evolução do IQA para PM10 na Estação Cariacica<br />

Fonte: IEMA (2008)<br />

Para valores <strong>de</strong> Monóxido <strong>de</strong> Carbo<strong>no</strong> (CO) foi encontrados níveis <strong>de</strong> concentração<br />

relativamente mais elevados na estação Centro Vitória, local <strong>de</strong> intenso fluxo <strong>de</strong> veículos.<br />

Nela os valores variaram <strong>de</strong> 249,7 μg/m3 e 6009,0 μg/m3, e registrou valor máximo <strong>de</strong><br />

média aritmética <strong>de</strong> 8 horas <strong>de</strong> 3576,9 μg/m3 em abril <strong>de</strong> 2007. As <strong>de</strong>mais estações<br />

registraram médias aritméticas <strong>de</strong> 8 horas me<strong>no</strong>res que 1511,2 μg/m3 (agosto - Cariacica).<br />

Para Dióxido <strong>de</strong> Nitrogênio (NO2) as médias aritméticas anuais pouco variaram, <strong>de</strong> 21,94<br />

μg/m3 (Laranjeiras) até 27,58 μg/m3 (Cariacica). Para esse poluente, as maiores<br />

concentrações foram registra<strong>da</strong>s entre maio e setembro.<br />

4.4 Composição química <strong>da</strong>s partículas<br />

Nesta seção são mostrados os resultados <strong>da</strong>s composições químicas <strong>da</strong>s amostras coleta<strong>da</strong>s,<br />

tanto nas fontes quanto <strong>no</strong>s receptores.<br />

36


4.4.1 Fontes<br />

Os perfis encontrados nas amostras <strong>de</strong> material particulado <strong>da</strong>s fontes são apresentados na<br />

Tabela 6. Os resultados foram obtidos junto ao relatório “Caracterização e Quantificação <strong>de</strong><br />

Partículas Sedimenta<strong>da</strong>s na Região <strong>da</strong> Gran<strong>de</strong> Vitória”.<br />

De forma geral, os perfis <strong>da</strong>s fontes seguiram a composição encontra<strong>da</strong> na literatura. Por<br />

exemplo, solo com abundância <strong>de</strong> Si, Al, Fe e OC. Construção Civil com Fe e Ca<br />

abun<strong>da</strong>ntes. E fontes <strong>de</strong> indústrias si<strong>de</strong>rúrgicas com elevados níveis <strong>de</strong> Fe e OC.<br />

4.4.2 Receptores<br />

Para a região estu<strong>da</strong><strong>da</strong>, foram analisa<strong>da</strong>s 9 amostras. Uma que representa o período <strong>de</strong> abril<br />

a setembro <strong>de</strong> 2009, e as <strong>de</strong>mais, os respectivos meses: <strong>no</strong>vembro e <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2009,<br />

janeiro, fevereiro, março, <strong>no</strong>vembro e <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2010 e janeiro <strong>de</strong> 2011.<br />

A Figura 13 ilustra a composição química i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> nas amostras, ca<strong>da</strong> cor represen ta um<br />

elemento diferente.<br />

Composição [%]<br />

100%<br />

90%<br />

80%<br />

70%<br />

60%<br />

50%<br />

40%<br />

30%<br />

20%<br />

10%<br />

0%<br />

19%<br />

5%<br />

3%<br />

23% 43% 38% 45%<br />

3%<br />

7%<br />

4%<br />

44%<br />

3%<br />

4%<br />

2%<br />

Figura 13 - Composição química <strong>da</strong>s amostras <strong>da</strong> Ilha do Boi<br />

O Oxigênio é, <strong>no</strong>rmalmente, o elemento mais encontrado nas amostras, isso se explica pelo<br />

fato <strong>de</strong> que a maioria dos elementos é encontra<strong>da</strong> na forma <strong>de</strong> óxidos. Contudo, ele não é<br />

indicativo <strong>de</strong> fontes contribuintes.<br />

8% 9% 8% 10% 9%<br />

5% 2%<br />

3%<br />

2%<br />

8%<br />

0% 0%<br />

8% 11%<br />

2%<br />

41%<br />

35%<br />

22%<br />

4%<br />

4%<br />

20%<br />

3%<br />

4% 2%<br />

4% 1% 1%<br />

3% 4% 5%<br />

6%<br />

5%<br />

3% 3% 3% 3%<br />

35%<br />

2%<br />

5%<br />

3%<br />

39% 42% 39% 39% 42% 40% 36%<br />

13%<br />

7% 11%<br />

4%<br />

2%<br />

8%<br />

2%<br />

4%<br />

4%<br />

30%<br />

2%<br />

4%<br />

3%<br />

44%<br />

35%<br />

2%<br />

5%<br />

3%<br />

41%<br />

Outros<br />

EC<br />

OC<br />

Fe<br />

Ca<br />

Si<br />

Al<br />

* O<br />

37


O Ferro também é outro elemento muito abun<strong>da</strong>nte nas amostras, ele representa um grupo<br />

<strong>de</strong> fontes poluidoras encontrado à <strong>no</strong>r<strong>de</strong>ste <strong>da</strong> região <strong>de</strong> coleta, as si<strong>de</strong>rúrgicas ( Tabela 6).<br />

A abundância <strong>de</strong>sse elemento nas amostras é um indicativo <strong>da</strong> contribuição <strong>de</strong>ssas fontes <strong>no</strong><br />

material sedimentável coletado na região.<br />

Dentre os “outros” elementos, o Cloro aparece com maior importância relativa em massa.<br />

Po<strong>de</strong>ndo indicar uma boa contribuição <strong>de</strong> mar, sinterização e LTQ. Cálcio e Silício indicam<br />

contribuição, também <strong>de</strong> solo e ressuspensão. OC e EC <strong>de</strong> fontes si<strong>de</strong>rúrgicas.<br />

38


Tabela 6 - Composição química <strong>da</strong>s fontes em valores percentuais <strong>da</strong> massa<br />

39


Tabela 6 - Composição química <strong>da</strong>s fontes em valores percentuais <strong>da</strong> massa (continuação)<br />

Fonte: Santos e Reis (2011).<br />

40


5 Termo <strong>de</strong> Compromisso Ambiental <strong>da</strong> Vale<br />

O TCA é um termo assinado <strong>no</strong> dia 13 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2007 pela empresa Vale, pelo IEMA e<br />

pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MP-ES) com o intuito <strong>de</strong> prevenir e<br />

minimizar os impactos associados à presença <strong>de</strong> material particulado <strong>no</strong> ar <strong>da</strong> Gran<strong>de</strong><br />

Vitória.<br />

As medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> <strong>controle</strong> que constam <strong>no</strong> TCA são: (1) Aplicação <strong>de</strong> supressor <strong>de</strong> pó na<br />

operação <strong>de</strong> manuseio <strong>de</strong> pelotas e aplicação <strong>de</strong> polímeros <strong>no</strong>s pátios <strong>de</strong> carvão e <strong>de</strong> fi<strong>no</strong>s<br />

<strong>de</strong> minério, (2) uso <strong>de</strong> ‘tromba’ na ponta <strong>de</strong> lança dos carregadores, (3) Instalação <strong>de</strong> Wind<br />

Fence, (4) Enclausuramento <strong>da</strong>s transferências <strong>da</strong>s correias transportadoras. Atingindo<br />

valores <strong>de</strong> investimentos <strong>de</strong> R$ 500 milhões.<br />

O documento estabeleceu também que a empresa <strong>de</strong>vesse manter a a<strong>de</strong>são e o apoio ao<br />

projeto “Núcleo <strong>de</strong> Estudos <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do Ar <strong>no</strong> Espírito Santo”, a ser <strong>de</strong>senvolvido pelo<br />

IEMA e pela Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Espírito Santo. Tal projeto tem como objetivo<br />

quantificar e caracterizar as partículas sedimentáveis presente <strong>no</strong> ar <strong>da</strong> Gran<strong>de</strong> Vitória, bem<br />

como qualificar os níveis <strong>de</strong> incômodo à população. Para, posteriormente, estabelecer uma<br />

<strong>no</strong>rma legal que <strong>de</strong>termine as metas <strong>da</strong> presença <strong>de</strong>sses poluentes segundo condições <strong>de</strong><br />

sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Foi constituí<strong>da</strong> uma Comissão <strong>de</strong> Acompanhamento <strong>da</strong> execução do TCA composta por<br />

quatro membros, sendo um representante do MP-ES, um representante <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, um<br />

representante do IEMA e um representante <strong>da</strong> Vale.<br />

Por fim, ficaram estabelecido medi<strong>da</strong>s restritivas, sanções, e obrigações às partes.<br />

5.1 Aplicação <strong>de</strong> supressor <strong>de</strong> pó na operação <strong>de</strong> manuseio <strong>de</strong> pelotas e aplicação <strong>de</strong><br />

polímeros <strong>no</strong>s pátios <strong>de</strong> carvão e <strong>de</strong> fi<strong>no</strong>s <strong>de</strong> minério.<br />

Anteriormente ao TCA, a prática <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> supressor <strong>de</strong> pó na operação <strong>de</strong> manuseio<br />

<strong>de</strong> pelotas já estava sendo estu<strong>da</strong><strong>da</strong> pela Vale. Contudo, foram <strong>da</strong>dos prazos para a<br />

instalação e início <strong>de</strong> operação do sistema.<br />

O uso <strong>de</strong> supressores <strong>de</strong> pó tem como objetivo tornar as partículas mais pesa<strong>da</strong>s e impedir<br />

que elas sejam arrasta<strong>da</strong>s pelos ventos. Esse processo consiste em utilizar agentes químicos<br />

para aglomerar as partículas e criar uma película protetora. As partículas mais pesa<strong>da</strong>s são<br />

41


me<strong>no</strong>s suscetíveis à ação do vento, pois são necessários ventos mais fortes para conseguir<br />

suspen<strong>de</strong>-las ou carregá-las. Os polímeros também funcionam <strong>da</strong> mesma maneira.<br />

Há supressores que são formados por látex, glicerina, silicone, polissiloxa<strong>no</strong>. Mas é <strong>de</strong><br />

interesse dos fabricantes <strong>de</strong>sses produtos que sua composição não seja revela<strong>da</strong>.<br />

Figura 14 - Exemplo <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> supressor <strong>de</strong> pó<br />

5.2 Novas tec<strong>no</strong>logias para <strong>controle</strong> durante operação <strong>de</strong> carregamento <strong>de</strong> minério e<br />

pelotas <strong>no</strong>s navios.<br />

Foi estabelecido que a empresa <strong>de</strong>vesse promover um estudo técnico contendo proposta <strong>de</strong><br />

<strong>controle</strong> <strong>da</strong>s emissões <strong>de</strong> material particulado gerados na ponta <strong>da</strong> lança dos carre gadores<br />

<strong>de</strong> navio dos píeres I e II durante a operação <strong>de</strong> carregamento dos navios com pelotas e<br />

minério. Entre esses estudos estaria o uso <strong>de</strong> ‘calhas’ e ‘saias’ na ponta <strong>de</strong> lança dos<br />

carregadores (Figura 15). Caso esses estudos fossem viáveis, a empresa <strong>de</strong>veria apresentar<br />

um cro<strong>no</strong>grama para a instalação do sistema. Caso contrário, a conclusão do estudo seria<br />

submeti<strong>da</strong> à apreciação <strong>da</strong> Comissão <strong>de</strong> Acompanhamento, e a Vale se comprometeria a<br />

continuar a <strong>de</strong>senvolver outros estudos, adotando medi<strong>da</strong>s mitigadoras provisórias.<br />

5.3 Wind Fence<br />

No documento ficou estabelecido que a Vale <strong>de</strong>vesse estu<strong>da</strong>r a alternativa <strong>da</strong> instalação <strong>de</strong><br />

“Wind Fences” (Figura 16) com o objetivo <strong>de</strong> diminuir as emissões dos pátios <strong>de</strong> estocagem<br />

<strong>de</strong> pelota, minério e carvão <strong>no</strong> Complexo <strong>de</strong> Tubarão.<br />

42


Constituí<strong>da</strong> <strong>de</strong> uma estrutura metálica fecha<strong>da</strong> por telas <strong>de</strong> polipropile<strong>no</strong>, c om capaci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

para conter ventos <strong>de</strong> até 120 km/h, as “Wind Fences”, ou barreiras <strong>de</strong> ventos, funcionam<br />

como uma cerca, diminuindo ação do vento nas pilhas. Ao passar pela barreira, o vento<br />

per<strong>de</strong> veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> dificultando, assim, seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> arraste.<br />

Figura 15 - Calha na ponta <strong>de</strong> lança <strong>de</strong> um carregador <strong>de</strong> navios<br />

Figura 16 - Wind Fence na Vale<br />

43


Depois <strong>da</strong>s conclusões dos estudos <strong>de</strong> viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> para esse sistema, foi firmado o primeiro<br />

aditivo do TCA. Neste aditivo o objetivo era incluir dois itens com relação à instalação do<br />

sistema <strong>de</strong> <strong>controle</strong> “Wind Fence”.<br />

No aditivo ficou estabelecido que a Vale <strong>de</strong>vesse, inicialmente, implantar o sistema e<br />

monitorar sua eficiência <strong>no</strong> pátio <strong>de</strong> pelotas <strong>da</strong>s usinas I e IV. E, posteriormente, implantá-<br />

los <strong>no</strong>s <strong>de</strong>mais pátios <strong>de</strong> manuseio <strong>de</strong> pelotas e carvão: Pátios <strong>de</strong> estocagem Área Nova e<br />

pátio <strong>de</strong> estocagem Área Velha, pátio <strong>de</strong> pelotas <strong>da</strong>s Usinas V e VII.<br />

Ao todo serão 9 quilômetros <strong>de</strong> comprimento, com altura variando <strong>de</strong> 19 a 30 metros. Os<br />

estudos realizados pela Vale concluiu que a eficiência <strong>de</strong>sse sistema <strong>de</strong> <strong>controle</strong> é <strong>de</strong><br />

77,4%.<br />

5.4 Enclausuramento <strong>da</strong>s transferências <strong>da</strong>s correias transportadoras<br />

Foi acor<strong>da</strong>do que a empresa <strong>de</strong>veria concluir o levantamento <strong>de</strong> <strong>avaliação</strong> técnica já em<br />

an<strong>da</strong>mento, projetar e implantar o enclausuramento <strong>da</strong>s transferências <strong>de</strong> correias<br />

transportadoras <strong>no</strong> Complexo <strong>de</strong> Tubarão, quando for tecnicamente viável.<br />

5.5 Precipitador Eletrostático<br />

Além <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as medi<strong>da</strong>s estabeleci<strong>da</strong>s <strong>no</strong> TCA, a Vale realizou a implementaç ão <strong>de</strong> outro<br />

sistema <strong>de</strong> <strong>controle</strong> como condicionantes <strong>de</strong> licenças.<br />

Foram instalado 4 <strong>no</strong>vos precipitadores eletrostáticos contemplando ca<strong>da</strong> Usina <strong>de</strong><br />

Pelotização <strong>da</strong> empresa. Dessa maneira, ca<strong>da</strong> usina recebeu seu 3º precipitador. Esses<br />

equipamentos tem o objetivo <strong>de</strong> controlar as emissões fugitivas em áreas que não eram<br />

contempla<strong>da</strong>s pelos outros dois precipitadores.<br />

Precipitadores eletrostáticos são equipamentos altamente eficientes que ionizam as<br />

partículas <strong>de</strong> um fluxo gasoso, forçando-as a se a<strong>de</strong>rirem às placas eletricamente<br />

carrega<strong>da</strong>s. Po<strong>de</strong>m tratar gran<strong>de</strong>s volumes <strong>de</strong> gases e trabalham em ampla faixa <strong>de</strong><br />

temperaturas e <strong>de</strong> diâmetros <strong>de</strong> partículas. Além <strong>de</strong> exigir alto custo <strong>de</strong> investimento, seu<br />

custo <strong>de</strong> operação é consi<strong>de</strong>rado baixo.<br />

44


5.6 Datas <strong>de</strong> início <strong>de</strong> operação dos equipamentos<br />

As <strong>da</strong>tas <strong>de</strong> início <strong>da</strong> operação dos sistemas <strong>de</strong> <strong>controle</strong> <strong>de</strong> material particulado adotados<br />

estão sintetiza<strong>da</strong>s na Tabela 7.<br />

Tabela 7 - Datas <strong>de</strong> início <strong>de</strong> operação dos sistemas <strong>de</strong> <strong>controle</strong> <strong>de</strong> material particulado.<br />

Supressores e Polímeros ●<br />

Carregadores <strong>de</strong> Navios<br />

Wind Fence;<br />

Enclausuramento <strong>de</strong><br />

Transferências <strong>de</strong> Correias<br />

2007 2008<br />

Precipitadores eletrostáticos ● ●<br />

*contagem cumulativa<br />

Abril-<br />

Jun/09<br />

Jul-<br />

Set/09<br />

O maior <strong>de</strong>talhamento está exposto nas seções que seguem.<br />

●<br />

Out-<br />

Dez/09<br />

5.6.1 Sistema <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> supressores <strong>de</strong> pó e polímeros.<br />

23<br />

●<br />

Jul-<br />

Set/10<br />

46 59<br />

●<br />

Out-<br />

Dez/10<br />

45<br />

Jan-<br />

Mar/11<br />

● ●<br />

A Implantação do Sistema <strong>de</strong>finitivo <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> Supressor <strong>de</strong> pó nas operações <strong>de</strong><br />

manuseio <strong>de</strong> pelotas (empilhamento, recuperação e transporte) encontra-se implantado e em<br />

operação. O início <strong>de</strong> operação é 21/06/2007.<br />

Houve ain<strong>da</strong>, <strong>no</strong> mesmo período, o início <strong>da</strong> aplicação <strong>de</strong> polímeros nas pilhas <strong>de</strong><br />

estocagem <strong>de</strong> minério <strong>de</strong> ferro e carvão.<br />

5.6.2 Controle <strong>de</strong> emissões na operação <strong>de</strong> carregamento <strong>de</strong> navios<br />

A empresa realizou a adoção <strong>de</strong> três medi<strong>da</strong>s a fim <strong>de</strong> diminuir as emissões <strong>de</strong> material<br />

particulado durante o carregamento <strong>de</strong> navios:<br />

Substituição dos Carregadores <strong>de</strong> Navios CN1 e CN2 do Píer I por <strong>no</strong>vos<br />

carregadores, os quais possuem instala<strong>da</strong>s calhas direcionadoras nas pontas <strong>da</strong>s<br />

lanças dos mesmos.<br />

o Operação: CN1 – 30/11/2009 e CN2 – 10/10/2009<br />

Repotenciamento do sistema <strong>de</strong> aspersão <strong>de</strong> água <strong>no</strong> manuseio <strong>de</strong> pelotas (03<br />

recuperadoras e 08 pontos <strong>de</strong> transferências <strong>de</strong> correias)<br />

o Operação: 20/04/10<br />

Analisador on-line <strong>de</strong> umi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> pelotas<br />

o Operação: 10/04/2010<br />


5.6.3 Instalação <strong>de</strong> Wind Fences em pátios <strong>de</strong> estocagem<br />

Já foram instala<strong>da</strong>s ao todo 4 barreiras <strong>de</strong> vento na empresa e 1 está sendo instala<strong>da</strong>:<br />

Pátio <strong>de</strong> Pelotas <strong>da</strong>s Usinas I a IV - Instalação concluí<strong>da</strong> em Set/2009;<br />

Pátio <strong>de</strong> Pelotas <strong>da</strong>s Usinas V a VII - Instalação concluí<strong>da</strong> em 31/12/2010*;<br />

Pátio <strong>da</strong> Área Velha - Instalação concluí<strong>da</strong> em 28/02/2011*;<br />

Pátio <strong>da</strong> Área Nova - Instalação concluí<strong>da</strong> em 31/03/2011*;<br />

Pátio <strong>de</strong> Carvão Mineral - Prazo previsto para conclusão: 31/07/2011.<br />

As barreiras cujas <strong>da</strong>tas <strong>de</strong> conclusão estão assinala<strong>da</strong>s com asterisco (*) não possuem <strong>da</strong>ta<br />

<strong>de</strong> conclusão oficial. As <strong>da</strong>tas expostas são as <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> conclusão, porém po<strong>de</strong> ter<br />

ocorrido antes do prazo.<br />

5.6.4 Instalação <strong>da</strong>s Casas <strong>de</strong> Transferência <strong>de</strong> Correias<br />

As casas <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> correias (CATs) foram concluí<strong>da</strong>s concomitantemente ao longo<br />

do tempo, <strong>de</strong>sta forma, as <strong>da</strong>tas mostra<strong>da</strong>s indicam a conclusão <strong>de</strong> certo número <strong>de</strong><br />

equipamentos, sendo cumulativo.<br />

16/04/09, Concluído <strong>de</strong> enclausuramento <strong>de</strong> 23 CATs;<br />

22/10/09, Concluído <strong>de</strong> enclausuramento <strong>de</strong> 46 CATs;<br />

16/07/10, Concluído o enclausuramento <strong>de</strong> 59 CATs;<br />

Previsão <strong>de</strong> conclusão do enclausuramento <strong>da</strong>s outras 17 CATs restantes é<br />

31/07/2011.<br />

5.6.5 Instalação dos Precipitadores Eletrostáticos<br />

3º PE <strong>da</strong> Usina IV – operando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Out/2007;<br />

3º PE <strong>da</strong> Usina III – operando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 01/08/2009*;<br />

3º PE <strong>da</strong> Usina II – operando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 23/11/2009;<br />

3º PE <strong>da</strong> Usina I - operando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 18/12/2010.<br />

A <strong>da</strong>ta assinala<strong>da</strong> não é oficial, esta é a <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> conclusão <strong>de</strong> instalação, que<br />

po<strong>de</strong> ter ocorrido antes do prazo final previsto.<br />

46


6 Metodologia<br />

As análises apresenta<strong>da</strong>s neste trabalho são baseados, principalmente, <strong>no</strong>s resultados<br />

obtidos pela re<strong>de</strong> <strong>de</strong> monitoramento <strong>de</strong> partículas sedimentáveis opera<strong>da</strong> pelo IEMA e <strong>no</strong>s<br />

resultados <strong>da</strong>s análises químicas e mapeamento <strong>da</strong>s fontes apresentados <strong>no</strong> relatório<br />

“Caracterização e Quantificação <strong>de</strong> Partículas Sedimentáveis na Região <strong>da</strong> Gran<strong>de</strong> Vitória”.<br />

A re<strong>de</strong> <strong>de</strong> monitoramento <strong>de</strong> partículas sedimentáveis opera<strong>da</strong> pelo IEMA possui 11 pontos<br />

<strong>de</strong> coleta, sendo 8 pontos nas estações <strong>da</strong> Re<strong>de</strong> Automáticas <strong>de</strong> Monitoramento <strong>da</strong><br />

Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do Ar (RAMQAR), 2 pontos na Ilha do Boi (Hotel SENAC e Clube Ítalo<br />

Brasileiro) e um ponto adicional <strong>no</strong> centro <strong>de</strong> Vitória na esquina <strong>da</strong> Av. Jerônimo Monteiro<br />

e a Rua Pitrângelo Biasi. A Figura 17 mostra a localização dos pontos <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong><br />

partículas sedimentáveis.<br />

Figura 17 – Imagem <strong>de</strong> satélite <strong>da</strong> região <strong>de</strong> estudo (RGV), apresentando os pontos <strong>de</strong><br />

coletas <strong>de</strong> MS.<br />

Fonte: Rigo (2010).<br />

Em ca<strong>da</strong> ponto <strong>de</strong> coleta foram instalados 4 coletores a fim <strong>de</strong> se possibilitar que<br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> massa suficiente seja coleta<strong>da</strong> para análise qualitativa, uma vez que os<br />

métodos <strong>de</strong> análise sugerem que são necessários entre 1 a 2 gramas. E também permitir que<br />

alguma amostra possa ser eventualmente rejeita<strong>da</strong>. A configuração dos coletores e<br />

procedimentos <strong>de</strong> coleta e análise são baseados na <strong>no</strong>rma D1739 <strong>da</strong> ASTM e na ABNT<br />

MB3402.<br />

47


A região <strong>da</strong> Ilha do Boi é fortemente influencia<strong>da</strong> pelas empresas <strong>de</strong> mineração presentes<br />

<strong>no</strong> Complexo <strong>de</strong> Tubarão. Como o vento predominante é do quadrante <strong>no</strong>rte-<strong>no</strong>r<strong>de</strong>ste, as<br />

empresas são responsáveis por gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> poeira <strong>da</strong> região. Levando em<br />

consi<strong>de</strong>ração tamanha contribuição, essa região foi a seleciona<strong>da</strong> para realização <strong>de</strong>sse<br />

estudo.<br />

6.1 Coleta <strong>de</strong> MP sedimentável <strong>no</strong>s receptores e <strong>de</strong>terminação do fluxo.<br />

A coleta do material particulado sedimentável foi realiza<strong>da</strong> junto ao IEMA, <strong>de</strong> acordo com<br />

a <strong>no</strong>rma ASTM D 1739 – 98 “Stan<strong>da</strong>rd Test Method for Collection and Measurement of<br />

Dustfall (Settleable Particulate Matter)”.<br />

Os coletores foram confeccionados seguindo o padrão <strong>da</strong> <strong>no</strong>rma, com coletor cilíndrico com<br />

abertura superior a 150 mm <strong>de</strong> diâmetro, e altura não inferior a duas vezes o diâmetro<br />

(Figura 18).<br />

Para a quantificação <strong>da</strong> poeira sedimenta<strong>da</strong> foi utiliza<strong>da</strong> a <strong>no</strong>rma ABNT MB3402 (1991),<br />

exceto em relação ao algici<strong>da</strong> recomen<strong>da</strong>do que causou interferência na caracterização<br />

química, uma solução <strong>de</strong> cobre foi utiliza<strong>da</strong> em substituição.<br />

O procedimento <strong>da</strong> quantificação <strong>de</strong> MP está <strong>de</strong>scrito:<br />

Pesagem do béquer sem amostra em balança <strong>de</strong> precisão 0,1 mg,<br />

O material particulado coletado pelo frasco coletor foi lavado com água <strong>de</strong>stila<strong>da</strong><br />

com a aju<strong>da</strong> <strong>de</strong> um bastão <strong>de</strong> vidro com ponta <strong>de</strong> borracha, e foi t ransferido para<br />

béqueres <strong>de</strong> 250 ml,<br />

A seguir, os béqueres foram colocados em uma estufa para retirar to<strong>da</strong> a umi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

amostra,<br />

Depois <strong>de</strong> esfriado em <strong>de</strong>ssecador, o béquer foi <strong>no</strong>vamente pesado.<br />

Por fim, as duas pesagens do béquer foram compara<strong>da</strong>s e a quanti <strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> MP foi<br />

<strong>de</strong>termina<strong>da</strong>.<br />

Para a <strong>de</strong>terminação do fluxo <strong>de</strong> sedimentação, foi realizado um simples cálculo<br />

com a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> coleta<strong>da</strong>:<br />

48<br />

Equação 1<br />

Sendo Q (g/m².mês) o fluxo <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição, M (g) a massa coleta<strong>da</strong>, t (dias) o tempo <strong>de</strong><br />

exposição do coletor e A (cm²) a área <strong>de</strong> abertura do frasco.


(a) (b)<br />

Figura 18 - (a) Coletor projetado <strong>de</strong> acordo com a <strong>no</strong>rma ASTM D1739. Cotas em metros.<br />

(b) Foto do coletor instalado. (c) Detalhe do coletor projetado.<br />

Fonte: Santos e Reis (2011)<br />

(c)<br />

49<br />

Detalhe do alinhamento do<br />

coletor e <strong>da</strong> proteção. Ambos<br />

<strong>de</strong>vem estar alinhados ou a<br />

distância entre a proteção e o<br />

coletor não <strong>de</strong>ve ultrapassar<br />

0,01m.


6.2 Caracterização química dos receptores<br />

As amostras coleta<strong>da</strong>s foram analisa<strong>da</strong>s pelo laboratório Elemental Analysis Inc. para<br />

<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> elementos químicos e <strong>de</strong> carbo<strong>no</strong> nas formas orgânica e elementar através<br />

dos métodos PIXE (Particle Induced X Ray Emission) e TOT (Thermo Optical<br />

Transmittance), respectivamente. Maiores informações sobre os métodos <strong>de</strong> análise química<br />

estão <strong>no</strong> ANEXO A.<br />

6.3 Composição do material particulado <strong>da</strong>s fontes<br />

A composição química <strong>da</strong>s fontes que foram utilizados <strong>no</strong> trabalho foram os utilizados <strong>no</strong><br />

Relatório “Caracterização e Quantificação <strong>da</strong>s Partículas Sedimenta<strong>da</strong>s na Região <strong>da</strong><br />

Gran<strong>de</strong> Vitória”. Os perfis <strong>de</strong> fontes já existentes foram fornecidos pelo IEMA, e os <strong>de</strong>mais<br />

foram elaborados por projetos financiados por empresas locais. Todos os perfis foram<br />

atualizados conforma necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> utilizando os métodos PIXE e TOT.<br />

As fontes foram seleciona<strong>da</strong>s levando em consi<strong>de</strong>ração sua representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> segundo o<br />

inventário <strong>de</strong> fontes realizado pelo IEMA em 2005. As fontes seleciona<strong>da</strong>s e suas<br />

<strong>de</strong>scrições quanto necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> atualização e método <strong>de</strong> amostragem estão <strong>de</strong>scritas na<br />

Tabela 8.<br />

Tabela 8 - Fontes consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s e atualizações.<br />

Fontes Observações<br />

MAR Perfil obtido através <strong>de</strong> análise <strong>da</strong> amostra <strong>de</strong> água do mar borrifa<strong>da</strong> em<br />

filtro <strong>de</strong> quartzo.<br />

Não foi necessário atualização.<br />

QUEIMADA Perfil obtido do Speciate 4.2 (USEPA, 2009) Não foi necessária<br />

SOLOS<br />

E RUAS<br />

CONSTRUÇÃO<br />

CIVIL<br />

atualização.<br />

Foi realiza<strong>da</strong> atualização <strong>de</strong>ste perfil.<br />

Foram separados em dois grupos distintos <strong>de</strong> fontes: solos e ressuspensão<br />

em ruas.<br />

As amostragens dos solos e <strong>da</strong>s ruas foram realiza<strong>da</strong>s 5 pontos diferentes<br />

ao redor <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> estação <strong>de</strong> monitoramento e as amostras peneira<strong>da</strong>s 70<br />

mesh (210um).<br />

Este perfil foi incluído.<br />

Foram realiza<strong>da</strong>s amostragens em 3 construções distintas para ca<strong>da</strong> fases<br />

<strong>da</strong> construção (acabamento, estrutura e alvenaria) e as amostras<br />

peneira<strong>da</strong>s 70 mesh (210um).<br />

CIMENTEIRAS Este perfil foi atualizado (Mizu). A amostragem foi realiza<strong>da</strong> na chaminé<br />

e <strong>no</strong>s filtros <strong>de</strong> manga (do for<strong>no</strong>) usando o Método 5 EPA com filtro <strong>de</strong><br />

quartzo. . Foram coletados 3 filtros por chaminé.<br />

PEDREIRAS Foram realiza<strong>da</strong>s <strong>no</strong>vas amostragens para tornar o perfil mais<br />

representativo.Foram coleta<strong>da</strong>s amostras em 2 pedreiras, com 3 amostras<br />

por pedreira que foram peneira<strong>da</strong>s 70 mesh. (Rydiem e Brasitália). Não foi<br />

necessário realizar amostragem na empresa Sobrita.<br />

50


Tabela 8 – Fontes consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s e atualizações (continuação)<br />

Não é necessário atualização. Perfil CETESB para frota nacional para<br />

VEÍCULARES emissões <strong>de</strong> escapamento e perfil do Speciate EPA para emissões <strong>de</strong><br />

pastilhas <strong>de</strong> freio (<strong>no</strong>vo perfil incluído).<br />

FORNOS DE Foram realiza<strong>da</strong>s <strong>no</strong>vas amostragens para tornar o perfil mais<br />

PELOTAS representativo.<br />

VALE<br />

Método 5 EPA com filtro <strong>de</strong> quartzo. Longa exposição com a maior<br />

boquilha disponível, sem necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> garantir isocinética para coleta<br />

suficiente <strong>de</strong> massa.<br />

Amostragem em chaminés: 3 grupos <strong>de</strong> usinas: 1 e 2 (redução direta –<br />

40%); 3 e 4; 5, 6 e 7 (alto for<strong>no</strong> – 45%). Na época <strong>da</strong>s coletas não foi<br />

produzi<strong>da</strong> pelota <strong>de</strong> alta sílica (<strong>no</strong>rmalmente 15%) nas usinas 5, 6 e 7.<br />

To<strong>da</strong>s à gás. Serão coletados 3 filtros por chaminé.<br />

MINÉRIO Foram realiza<strong>da</strong>s <strong>no</strong>vas amostragens para tornar o perfil mais<br />

VALE<br />

representativo.<br />

Foram realiza<strong>da</strong>s amostragens em 3 diferentes pilhas <strong>de</strong> minério ( pellet<br />

feed, sinter feed e granulado) em locais diferentes <strong>da</strong> mesma pilha. Três<br />

posições horizontais, em três alturas diferentes na mesma pilha. Foram<br />

combina<strong>da</strong>s as amostras coleta<strong>da</strong>s nas posições horizontais a fim <strong>de</strong> obter<br />

3 amostras por pilha.<br />

PELOTAS Foram realiza<strong>da</strong>s <strong>no</strong>vas amostragens para tornar o perfil mais<br />

VALE<br />

representativo.<br />

Foram coleta<strong>da</strong>s amostras <strong>de</strong> 3 pilhas <strong>de</strong> pelotas <strong>de</strong> tipos diferentes em<br />

locais diferentes <strong>da</strong> mesma pilha. Três posições horizontais, em três<br />

alturas diferentes na mesma pilha. As <strong>no</strong>ve amostras foram mistura<strong>da</strong>s e<br />

re-dividi<strong>da</strong>s em 3 amostras.<br />

CALCÁRIO Este perfil não foi fornecido. Foi utilizado o perfil obtido através do<br />

VALE<br />

banco <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos SPECIATE 4.2 <strong>da</strong> USEPA (2009).<br />

CARVÃO Foram realiza<strong>da</strong>s <strong>no</strong>vas amostragens para tornar o perfil mais<br />

VALE e<br />

representativo.<br />

ARCELOR As amostragens nas pilhas <strong>de</strong> carvão foram realiza<strong>da</strong>s <strong>de</strong> forma<br />

TUBARÃO semelhante àquela realiza<strong>da</strong> para as pilhas <strong>de</strong> minério. Mesmos<br />

fornecedores para ambas as empresas.<br />

COQUE E Coque - Foram realiza<strong>da</strong>s <strong>no</strong>vas amostragens (nas pilhas ou silos e fontes<br />

COQUERIA pontuais) para tornar o perfil mais representativo. Foram realiza<strong>da</strong>s<br />

ARCELOR amostragens do coque já resfriado nas duas coquerias <strong>da</strong> ARCELOR.<br />

TUBARÃO Peneiramento 200 mesh.<br />

Coqueria - Amostragem na chaminé principal <strong>da</strong> Coqueria e Filtro <strong>de</strong><br />

Mangas do Desenfornamento <strong>de</strong> Coque, usando o Método 5 EPA com<br />

filtro <strong>de</strong> quartzo. Foram coletados 3 filtros por chaminé.<br />

SINTER E Foram realiza<strong>da</strong>s <strong>no</strong>vas amostragens para tornar o perfil mais<br />

SINTERIZAÇÃO representativo. Amostragem na chaminé principal <strong>da</strong> Sinterização Método<br />

ARCELOR 5 EPA com filtro <strong>de</strong> quartzo. Foram coletados 3 filtros por chaminé. Para<br />

TUBARÃO o perfil do SINTER foi utilizado o perfil obtido através do banco <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos<br />

SPECIATE 4.2 <strong>da</strong> USEPA (2009).<br />

AFORNO Foram realiza<strong>da</strong>s <strong>no</strong>vas amostragens para tornar o perfil mais<br />

ARCELOR representativo. Amostragem nas chaminés dos filtros <strong>de</strong> manga <strong>da</strong> casa <strong>de</strong><br />

TUBARÃO corri<strong>da</strong> e stock-house, usando Método 5 EPA com filtro <strong>de</strong> quartzo. Foram<br />

coletados 3 filtros por chaminé.<br />

ACIARIA Este perfil não foi fornecido. Foi utilizado o perfil obtido através do<br />

ARCELOR<br />

TUBARÃO<br />

banco <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos SPECIATE 4.2 <strong>da</strong> USEPA (2009).<br />

51


Tabela 8 – Fontes consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s e atualizações (continuação)<br />

TERMELÉTRICA<br />

ARCELOR<br />

TUBARÃO<br />

LAMINAÇÃO<br />

ARCELOR<br />

TUBARÃO<br />

ARCELOR<br />

CARIACICA<br />

OUTRAS<br />

FONTES<br />

INDUSTRIAIS<br />

Fonte: Santos e Reis (2011)<br />

6.4 Mo<strong>de</strong>lo Receptor<br />

Foram realiza<strong>da</strong>s <strong>no</strong>vas amostragens para tornar o perfil mais<br />

representativo. Amostragem na chaminé principal Método 5 EPA com<br />

filtro <strong>de</strong> quartzo. Foram coletados 3 filtros por chaminé.<br />

Foram realiza<strong>da</strong>s <strong>no</strong>vas amostragens para tornar o perfil mais<br />

representativo. Amostragem na chaminé do For<strong>no</strong> <strong>de</strong> Aquecimento <strong>de</strong><br />

Placas com o Método 5 EPA com filtro <strong>de</strong> quartzo. Foram coletados 3<br />

filtros por chaminé.<br />

Foram realiza<strong>da</strong>s <strong>no</strong>vas amostragens para tornar o perfil mais<br />

representativo. Amostragem na chaminé dos filtros <strong>de</strong> mangas do for<strong>no</strong><br />

elétrico com o Método 5 EPA com filtro <strong>de</strong> quartzo. Foram coletados 3<br />

filtros por chaminé.<br />

Foram realiza<strong>da</strong>s amostragens na indústria <strong>de</strong> cerâmica (Biancogrês),<br />

têxtil (Poltex), fábrica <strong>de</strong> eletrodos (Elken). A empresa alimentícia Buaiz<br />

não realizou a amostragem. A Companhia si<strong>de</strong>rúrgica Santa Barbara e<br />

CBF não estão em funcionamento. Amostragens na chaminé principal,<br />

usando o Método 5 EPA com filtro <strong>de</strong> quartzo. Foram coletados 3 filtros<br />

por chaminé.<br />

A partir <strong>da</strong>s análises químicas <strong>da</strong>s amostras e <strong>da</strong>s fontes, foi possível utilizar os <strong>da</strong>dos para<br />

trabalhar com mo<strong>de</strong>lo estatístico, o Balanço <strong>de</strong> Químico <strong>de</strong> Massa. Foi utilizado, neste<br />

trabalho, o programa EPA-CMB8.2, disponibilizado pela USEPA, agência <strong>de</strong> proteção<br />

ambiental <strong>no</strong>rte americana.<br />

O Balanço Químico <strong>de</strong> Massa é um <strong>de</strong> vários dos mo<strong>de</strong>los chamados mo<strong>de</strong>los receptores.<br />

Tais mo<strong>de</strong>los usam as características químicas e físicas <strong>da</strong>s partículas e gases medi<strong>da</strong>s <strong>no</strong><br />

receptor e na fonte para i<strong>de</strong>ntificar as contribuições <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> fonte <strong>no</strong>s receptores.<br />

Geralmente esse tipo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo é utilizado conjuntamente com mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> dispersão que<br />

estimam taxas <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> poluentes, simulam transporte e transformações na atmosfera,<br />

utilizam <strong>da</strong>dos meteorológicos para, por fim, estimar a concentração <strong>no</strong>s receptores e<br />

contribuição <strong>da</strong>s fontes.<br />

Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> dispersão e mo<strong>de</strong>los receptores são mo<strong>de</strong>los complementares, pois carência <strong>de</strong><br />

um mo<strong>de</strong>lo é supri<strong>da</strong> pela especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> do outro mo<strong>de</strong>lo.<br />

52


6.4.1 EPA-CMB8.2<br />

O procedimento <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem pelo CMB percorre cinco passos: i) i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s fontes;<br />

ii) seleção <strong>da</strong>s espécies químicas ou outras proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s que serão incluí<strong>da</strong>s <strong>no</strong> cálculo; iii)<br />

conhecimento dos perfis <strong>da</strong>s fontes; iv) estimação <strong>da</strong>s incertezas dos perfis <strong>da</strong>s fontes e dos<br />

receptores; v) solução <strong>da</strong>s equações <strong>de</strong> balanço químico <strong>de</strong> massa.<br />

O CMB exige que as fontes tenham diferentes quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> elemento. Essa diferença<br />

é mais importante que a presença <strong>de</strong> um elemento em alguma fonte e ausência <strong>de</strong>ste em<br />

outra. A singulari<strong>da</strong><strong>de</strong> é importante apenas para <strong>de</strong>terminar quais fontes <strong>de</strong>verão ser<br />

incluídos <strong>no</strong> inventário analisado. Fontes que possuem perfis parecidos não conseguem ser<br />

distintas pelo programa.<br />

Outro ponto importante é que a combinação <strong>de</strong> perfis que melhor explicam as medições<br />

po<strong>de</strong> variar <strong>de</strong> uma amostra para a outra, mesmo que elas sejam l ocaliza<strong>da</strong>s <strong>no</strong> mesmo<br />

ponto. Isto porque há diferenças nas taxas <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> alguma fonte, por exemplo, por ter<br />

dias em que há queima <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e outros dias em que não há; por ter variação nas<br />

condições meteorológicas (mu<strong>da</strong>nças <strong>de</strong> veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> e direção do vento, precipitação, etc.);<br />

e mu<strong>da</strong>nças na composição <strong>da</strong>s emissões <strong>da</strong>s mesmas fontes.<br />

Os princípios básicos dos mo<strong>de</strong>los receptores são a conservação e o balanço <strong>de</strong> massa <strong>da</strong><br />

composição química <strong>da</strong> amostra. Para realizar este balanço é necessário analisar gra n<strong>de</strong><br />

número <strong>de</strong> constituintes químicos <strong>da</strong>s amostras coleta<strong>da</strong>s. Hopke (2003) sugere a Equação 2<br />

para o balanço <strong>de</strong> massa para todos os constituintes elementares do MP coletados para p<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes fontes.<br />

∑<br />

53<br />

Equação 2<br />

On<strong>de</strong>, é a concentração medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> espécie j na amostra i, é a fração <strong>da</strong> espécie j<br />

presente na fonte p, é a contribuição <strong>da</strong> fonte p na amostra i e é a parte <strong>da</strong> amostra<br />

que não po<strong>de</strong> ser ajusta<strong>da</strong> pelo mo<strong>de</strong>lo.<br />

Na prática é a matriz on<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> coluna representa a composição química <strong>da</strong> amostra e<br />

é a matriz <strong>da</strong>s composições químicas <strong>da</strong>s fontes. Assim, através <strong>de</strong> combinações<br />

lineares é possível chegar à contribuição <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> fonte. O termo <strong>de</strong> erro ( representa a<br />

parte <strong>da</strong> medi<strong>da</strong> que não po<strong>de</strong>m ser enquadrados pelo mo<strong>de</strong>lo (USEPA, 2009).


O CMB soluciona a equação 1 para 54 elementos <strong>de</strong> um receptor a partir <strong>de</strong> um algoritmo<br />

<strong>de</strong> efetiva variância dos mínimos quadrados, o que minimiza a diferença entre o valor<br />

medido e o valor calculado (WITTIG & ALLEN, 2008).<br />

Os <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> entra<strong>da</strong> do programa são os perfis <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> fonte, ou seja, a porção <strong>de</strong> ca<strong>da</strong><br />

elemento presente nela (Tabela 9), e também os perfis <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> receptor (Tabela 10).<br />

Tabela 9 - Perfil <strong>da</strong> fonte Pedreiras<br />

Na Mg Al Si P S Cl K<br />

1,87% 2,11% 8,17% 23,00% 0,73% 0,35% 0,21% 2,82%<br />

Ca Ti V Cr Mn Fe Ni Cu<br />

4,09% 0,90% 0,00% 0,00% 0,08% 5,31% 0,00% 0,00%<br />

Zn Ga Ge As Se Br Rb Sr<br />

0,01% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,10%<br />

Y Zr Mo Hf Hg Pb OC EC<br />

0,00% 0,06% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,20% 0,00%<br />

Tabela 10 - Perfil <strong>de</strong> receptor<br />

Na Mg Al Si P S Cl K<br />

7,56% 2,20% 3,74% 6,53% 0,11% 2,39% 6,23% 0,58%<br />

Ca Ti V Cr Mn Fe Ni Cu<br />

2,76% 0,17% 0,00% 0,01% 0,08% 23,40% 0,00% 0,02%<br />

Zn Ga Ge As Se Br Rb Sr<br />

0,14% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,01% 0,00% 0,01%<br />

Y Zr Mo Hf Hg Pb OC EC<br />

0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 3,39% 4,79%<br />

Como saí<strong>da</strong>, o programa mostra o resultado do cálculo do valor <strong>da</strong> contribuição <strong>de</strong> ca<strong>da</strong><br />

fonte representa<strong>da</strong> por um perfil para a massa total e para a massa <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> espécie química,<br />

assim como o valor <strong>da</strong>s respectivas incertezas e os parâmetros <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos resultados<br />

(CHI², R², Massa calcula<strong>da</strong> e Graus <strong>de</strong> Liber<strong>da</strong><strong>de</strong>) (Figura 19).<br />

Os parâmetros <strong>de</strong> <strong>controle</strong> que o CMB utiliza para avaliar a vali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> estimação <strong>de</strong><br />

contribuição <strong>da</strong>s fontes são o Chi-quadrado (χ²), R-quadrado (R²), grau <strong>de</strong> liber<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

porcentagem em massa, erro padrão e T-estatístico.<br />

O Chi-quadrado é a soma pon<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> dos quadrados <strong>da</strong>s diferenças entre os valores<br />

calculados e os valores medidos <strong>da</strong>s concentrações <strong>da</strong>s espécies. O i<strong>de</strong>al é que não haja<br />

diferenças entre os valores calculados e os valores medidos e esse parâmetro <strong>de</strong> <strong>controle</strong>.<br />

Contudo, valores me<strong>no</strong>res que 1 indicam que o ajuste dos <strong>da</strong>dos foi muito bom, enquanto<br />

que valores entre 1 e 2 são aceitáveis. Valores maiores que 4 indicam o resultado <strong>da</strong><br />

concentração <strong>de</strong> uma ou mais espécies não está bem explicado pelo mo<strong>de</strong>lo.<br />

54


Figura 19 - Exemplo <strong>de</strong> resultado principal do EPA-CMB8.2<br />

O grau <strong>de</strong> liber<strong>da</strong><strong>de</strong> é igual ao número <strong>de</strong> espécies me<strong>no</strong>s o número <strong>de</strong> fontes e é usado<br />

quando testes estatísticos são aplicados ao Chi- quadrado. No CMB é requisito que o grau<br />

<strong>de</strong> liber<strong>da</strong><strong>de</strong> seja maior que zero, mas para obter uma boa simulação é necess ário ter pelo<br />

me<strong>no</strong>s grau <strong>de</strong> liber<strong>da</strong><strong>de</strong> 5.<br />

O R-quadrado po<strong>de</strong> variar <strong>de</strong> 0 a 1, e é <strong>de</strong>terminado pela regressão linear dos valores<br />

medidos versus valores calculados pelo mo<strong>de</strong>lo. É o coeficiente <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação do ajuste<br />

entre os resultados <strong>da</strong>s concentrações <strong>da</strong>s espécies calcula<strong>da</strong>s pelo mo<strong>de</strong>lo e as<br />

concentrações <strong>da</strong>s espécies medi<strong>da</strong>s <strong>no</strong> receptor. Quanto mais próximo <strong>de</strong> 1 for o valor <strong>de</strong><br />

R², melhor foi o ajuste feito pelo mo<strong>de</strong>lo, isto é, melhor as estimativas <strong>de</strong> contribuição<br />

55


explicam as concentrações medi<strong>da</strong>s. Por outro lado, valores <strong>de</strong> R² me<strong>no</strong>res que 0.8 indicam<br />

que o ajuste não foi satisfatório.<br />

Vários fatores po<strong>de</strong>m explicar os valores <strong>de</strong>sses parâmetros fora <strong>da</strong> faixa aceitável, alguns<br />

<strong>de</strong>les são: i) erros <strong>no</strong>s <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> entra<strong>da</strong> que po<strong>de</strong>m significar erros <strong>de</strong> medição; ii ) omissão<br />

<strong>de</strong> uma ou mais fontes significativas; iii) inclusão <strong>de</strong> um ou mais perfis que não são<br />

representativos para a fonte; iv) subestimação <strong>da</strong>s precisões <strong>no</strong>s <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> incerteza <strong>no</strong>s<br />

perfis do receptor e <strong>da</strong>s fontes.<br />

A porcentagem em massa é a razão entre a massa calcula<strong>da</strong> e a massa medi<strong>da</strong>. I<strong>de</strong>almente,<br />

espera-se que esse valor atinja 100%, mas valores entre 80% e 120% são aceitáveis.<br />

Outros resultados são apresentados pelo programa a fim <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar possíveis erros. Um<br />

<strong>de</strong>les é a Tela <strong>da</strong>s Concentrações <strong>de</strong> Espécies (Species Concentrations Display), que mostra<br />

o quão satisfatório as concentrações individuais dos receptores são reproduzi<strong>da</strong>s pela<br />

contribuição <strong>da</strong>s fontes (Figura 20). Essa tela permite avaliar se existem espécies<br />

superestima<strong>da</strong>s, ou subestima<strong>da</strong>s, e se <strong>de</strong>vem ser removi<strong>da</strong>s do grupo, através <strong>de</strong> um<br />

parâmetro <strong>de</strong> medi<strong>da</strong> <strong>de</strong>sempenho que consiste <strong>da</strong> razão entre a concentração estima<strong>da</strong> e a<br />

medi<strong>da</strong>. Outra conclusão que se po<strong>de</strong> chegar é que existe uma fonte que contribui<br />

excessivamente para uma <strong>da</strong><strong>da</strong> espécie e <strong>de</strong>ve ser excluí<strong>da</strong>.<br />

Outra tela <strong>de</strong> resultado é a matriz MPIN (Modified Pseudo Inverse Normalizer) (Figura 21).<br />

Ela mostra se um elemento causa influência ou não na contribuição e <strong>no</strong> erro padrão <strong>da</strong><br />

fonte. Os valores <strong>de</strong>ssa matriz variam <strong>de</strong> -1 até 1. Para valores cujo módulo está entre 0,5 e<br />

1, significa que o elemento influencia os valores <strong>da</strong>quela fonte. Valores me<strong>no</strong>res cujo<br />

módulo é me<strong>no</strong>r que 0,3 significam que o elemento não influencia a fonte. Já para valores<br />

cujo módulo fica entre 0,3 e 0,5 há ambigui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> conclusão, mas geralmente <strong>de</strong>vem ser<br />

consi<strong>de</strong>rados que não influenciam.<br />

Como todo mo<strong>de</strong>lo, o CMB faz algumas consi<strong>de</strong>rações, que se traduzem em limitações,<br />

para realizar a mo<strong>de</strong>lagem, são eles:<br />

A composição química <strong>da</strong>s amostras <strong>da</strong>s fontes é sempre constante, ou seja , não é<br />

consi<strong>de</strong>rado que po<strong>de</strong>m ocorrer reações com o poluente <strong>no</strong> período que vai <strong>da</strong><br />

emissão até a captura pelo receptor.<br />

As espécies químicas não reagem entre si, ou seja, elas se adicionam<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente.<br />

To<strong>da</strong>s as fontes com potencial <strong>de</strong> contribuição para o receptor são i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s e<br />

têm contribuições calcula<strong>da</strong>s.<br />

56


O número <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong>ve ser me<strong>no</strong>r ou igual ao número <strong>de</strong> espécies seleciona<strong>da</strong>s<br />

para o cálculo.<br />

Os perfis <strong>da</strong>s fontes são linearmente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes uma <strong>da</strong>s outras.<br />

Os cálculos <strong>da</strong>s incertezas são randômicos, não correlaciona<strong>da</strong>s e com distribuição<br />

<strong>no</strong>rmal.<br />

Para obtenção <strong>de</strong> resultados satisfatórios, portanto, é importante a escolha <strong>de</strong> fontes<br />

representativas <strong>no</strong> período anterior à utilização do mo<strong>de</strong>lo. Essa seleção <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong>ve ser<br />

tal que represente <strong>de</strong> maneira fiel às contribuições em <strong>da</strong>do receptor. O procedimento <strong>de</strong><br />

inventário <strong>de</strong> fontes requer um planejamento apurado, pois é ela <strong>de</strong>man<strong>da</strong> recursos para<br />

análises.<br />

SPECIES CONCENTRATIONS:<br />

CALCULATED RESIDUAL<br />

------------------------ ------------------<br />

SPECIES FIT MEASURED CALCULATED MEASURED UNCERTAINTY<br />

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------<br />

TOTAL IC1 1.00000+- 0.10000 1.07143+- 0.08993 1.07+- 0.14 0.5<br />

Na IC2 * 0.07200+- 0.00720 0.05890+- 0.00580 0.82+- 0.11 -1.4<br />

Mg IC3 0.01670+- 0.00167 0.00163+- 0.00079 0.10+- 0.05 -8.2<br />

Al IC4 * 0.02710+- 0.00271 0.01556+- 0.00785 0.57+- 0.30 -1.4<br />

Si IC5 * 0.04210+- 0.00421 0.05575+- 0.03969 1.32+- 0.95 0.3<br />

P IC6 * 0.00096+- 0.00010 0.00036+- 0.00018 0.38+- 0.19 -2.9<br />

S IC7 * 0.02620+- 0.00262 0.02263+- 0.00306 0.86+- 0.15 -0.9<br />

Cl IC8 * 0.05230+- 0.00523 0.05803+- 0.00578 1.11+- 0.16 0.7<br />

K IC9 * 0.00290+- 0.00029 0.00355+- 0.00043 1.22+- 0.19 1.2<br />

Ca IC10 * 0.01940+- 0.00194 0.01772+- 0.00242 0.91+- 0.15 -0.5<br />

Ti IC12 * 0.00104+- 0.00010 0.00100+- 0.00023 0.96+- 0.24 -0.2<br />

V IC13 * 0.00000< 0.00007 0.00000< 0.00004 0.00< 0.00 0.0<br />

Cr IC14 * 0.00000< 0.00006 0.00001< 0.00005 0.00< 0.00 0.1<br />

Mn IC15 * 0.00083+- 0.00008 0.00073+- 0.00058 0.88+- 0.70 -0.2<br />

Fe IC16 * 0.30100+- 0.03010 0.32327+- 0.03423 1.07+- 0.16 0.5<br />

Ni IC18 * 0.00000< 0.00002 0.00001< 0.00002 0.00< 0.00 0.4<br />

Cu IC19 * 0.00018+- 0.00002 0.00019+- 0.00003 1.07+- 0.21 0.4<br />

Zn IC20 * 0.00084+- 0.00008 0.00042+- 0.00021 0.50+- 0.25 -1.9<br />

Ga IC21 * 0.00000< 0.00001 0.00000< 0.00001 0.00< 0.00 0.1<br />

Ge IC22 * 0.00000< 0.00001 0.00000< 0.00001 0.00< 0.00 0.3<br />

As IC23 * 0.00000< 0.00002 0.00001< 0.00002 0.00< 0.00 0.2<br />

Se IC24 * 0.00000< 0.00001 0.00002< 0.00017 0.00< 0.00 0.1<br />

Br IC25 * 0.00013+- 0.00002 0.00002+- 0.00002 0.13+- 0.17 -3.5<br />

Rb IC26 * 0.00021+- 0.00005 0.00002+- 0.00005 0.09+- 0.24 -2.6<br />

Sr IC27 * 0.00000< 0.00004 0.00010< 0.00004 0.00< 0.00 1.8<br />

Y IC28 * 0.00000< 0.00001 0.00000< 0.00002 0.00< 0.00 0.0<br />

Zr IC29 * 0.00000< 0.00007 0.00011< 0.00005 0.00< 0.00 1.3<br />

Mo IC31 * 0.00000< 0.00003 0.00002< 0.00004 0.00< 0.00 0.4<br />

Hf IC60 * 0.00000< 0.00006 0.00000< 0.00004 0.00< 0.00 0.0<br />

Hg IC68 * 0.00000< 0.00003 0.00001< 0.00003 0.00< 0.00 0.3<br />

Pb IC70 * 0.00000< 0.00005 0.00014< 0.00020 0.00< 0.00 0.7<br />

OC IC74 * 0.02500+- 0.00276 0.03180+- 0.00833 1.27+- 0.36 0.8<br />

EC IC75 * 0.07860+- 0.00813 0.09023+- 0.01591 1.15+- 0.23 0.7<br />

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------<br />

Figura 20 - Tela <strong>da</strong>s Concentrações <strong>de</strong> Espécies - EPA-CMB8.2<br />

Fonte: USEPA (Acesso em: 2 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2011)<br />

57


Figura 21 - Matrix MPIN – EPA CMB8.2<br />

Fonte: USEPA (Acesso em: 2 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2011)<br />

58


7 Resultados e discussões<br />

Os resultados apresentados neste capítulo estão divididos em três grupos: análise<br />

quantitativa, composição química do material coletado e contribuição <strong>da</strong>s fontes.<br />

7.1 Análise Quantitativa<br />

A análise quantitativa foi dividi<strong>da</strong> em três partes: ponto SENAC, ponto Ítalo e resultado<br />

médio dos dois pontos, uma vez que estão localiza<strong>da</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> área <strong>de</strong> estudo.<br />

7.1.1 Ponto SENAC<br />

No ponto SENAC, a coleta iniciou-se <strong>no</strong> mês <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2009. Os valores encontrados <strong>de</strong><br />

taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>no</strong> ponto estão expostos na Tabela 11.<br />

Tabela 11 - Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>no</strong> ponto SENAC<br />

Mês Taxa (g/m².mês) Mês Taxa (g/m².mês) Mês Taxa (g/m².mês)<br />

ABR/09 2,61 JAN/10 10,53 OUT/10 6,63<br />

MAI/09 3,72 FEV/10 10,18 NOV/10 9,89<br />

JUN/09 3,44 MAR/10 9,12 DEZ/10 16,22<br />

JUL/09 4,78 ABR/10 4,88 JAN/11 10,83<br />

AGO/09 5,66 MAI/10 1,81 FEV/11 11,06<br />

SET/09 11,69 JUN/10 1,14 MAR/11 4,63<br />

OUT/09 9,65 JUL/10 4,48 ABR/11 3,62<br />

NOV/09 16,16 AGO/10 4,56 MAI/11 2,69<br />

DEZ/09 13,44 SET/10 6,90 MÉDIA 7,32<br />

A média <strong>da</strong>s taxas foi <strong>de</strong> 7,32 g/m².mês. Com valores variando <strong>de</strong> 1,14 g/m².mês<br />

(junho/2010) até 16,22 g/m².mês (<strong>de</strong>zembro/2010).<br />

A Figura 22 mostra a evolução temporal <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>no</strong> ponto SENAC.<br />

59


Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição mensal (g/m².mês)<br />

18,0<br />

16,0<br />

14,0<br />

12,0<br />

10,0<br />

8,0<br />

6,0<br />

4,0<br />

2,0<br />

0,0<br />

Figura 22 - Evolução <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>no</strong> ponto SENAC.<br />

A evolução <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição apresenta um comportamento sazonal com maiores valores<br />

<strong>no</strong>s meses entre setembro e março, coincidindo com o período mais quente <strong>da</strong> região e com<br />

o período <strong>de</strong> maiores veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>s e permanência <strong>de</strong> ventos <strong>no</strong> sentido <strong>no</strong>rte e <strong>no</strong>r<strong>de</strong>ste. Os<br />

me<strong>no</strong>res valores foram encontrados <strong>no</strong>s meses <strong>de</strong> abril a agosto.<br />

A Figura 23 compara os <strong>da</strong>dos mensais obtidos para os a<strong>no</strong>s 2009, 2010 e 2011.<br />

Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição mensal (g/m².mês)<br />

18<br />

16<br />

14<br />

12<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

Período (mês)<br />

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez<br />

Período (mês)<br />

Figura 23 - Comparação mensal <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>no</strong> ponto SENAC.<br />

2009<br />

2010<br />

2011<br />

60


Comparando os meses <strong>de</strong> 2010 com 2009, observa-se uma diminuição em sete dos <strong>no</strong>ves<br />

meses passíveis <strong>de</strong> comparação. Apenas abril e <strong>de</strong>zembro foram registrados um aumento <strong>da</strong><br />

<strong>de</strong>posição, <strong>de</strong> 2,61 g/m².mês para 4,88 g/m².mês <strong>no</strong> primeiro mês (2,28 g/m².mês ou 87%) e<br />

13,44 g/m².mês para 16,22 g/m².mês <strong>no</strong> segundo mês (2,78 g/m².mês ou 21%). Fazendo<br />

uma média pon<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> com a massa, o percentual <strong>de</strong> diminuição é <strong>de</strong> 21% entre 2009 e<br />

2010.<br />

Comparando 2011 com 2010, houve crescimento em três dos cinco meses analisados:<br />

janeiro, fevereiro e maio, com crescimento <strong>de</strong> 0,29 g/m².mês ou 3%, 0,88 g/m².mês ou 9% e<br />

0,89 ou 49%, respectivamente. Em março e abril, diminuição <strong>de</strong> 9,12 g/m².mês para 4,63<br />

g/m².mês (4,49 g/m².mês ou 49%) e <strong>de</strong> 4,88 g/m².mês para 3,62 g/m².mês (1,26 g/m².mês ou<br />

26%) (Figura 23).<br />

7.1.2 Ponto Ítalo<br />

No ponto Ítalo as taxas começaram a ser <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s a partir do mês <strong>no</strong>vembro <strong>de</strong> 2009.<br />

Os valores encontrados <strong>de</strong> taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>no</strong> ponto estão expostos na Tabela 12.<br />

Tabela 12 - Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>no</strong> ponto Ítalo<br />

Mês<br />

Taxa<br />

(g/m².mês)<br />

Mês<br />

Taxa<br />

(g/m².mês)<br />

Mês<br />

Taxa<br />

(g/m².mês)<br />

NOV/09 15,05 JUN/10 2,41 JAN/11 7,99<br />

DEZ/09 10,98 JUL/10 5,31 FEV/11 7,70<br />

JAN/10 8,98 AGO/10 3,61 MAR/11 5,48<br />

FEV/10 6,86 SET/10 8,37 ABR/11 4,77<br />

MAR/10 8,11 OUT/10 5,62 MAI/11 3,23<br />

ABR/10 5,67 NOV/10 7,46 MÉDIA 6,86<br />

MAI/10 2,62 DEZ/10 10,12<br />

A média <strong>da</strong>s taxas encontra<strong>da</strong>s foi 6,68 g/m².mês, com valores variando <strong>de</strong> 2,41 g/m².mês<br />

em junho <strong>de</strong> 2010 e 15,05 g/m².mês em <strong>no</strong>vembro <strong>de</strong> 2009. Observa-se que as variações<br />

foram um pouco me<strong>no</strong>s acentua<strong>da</strong>s que o ponto SENAC.<br />

A Figura 24 mostra a evolução <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>no</strong> ponto Ítalo.<br />

61


Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição mensal (g/m².mês)<br />

18,0<br />

16,0<br />

14,0<br />

12,0<br />

10,0<br />

8,0<br />

6,0<br />

4,0<br />

2,0<br />

0,0<br />

Figura 24 - Evolução <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>no</strong> ponto Ítalo<br />

Como esperado, a evolução <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição foi similar ao ponto SENAC graças à<br />

proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> entre os dois pontos (Figura 24). Os maiores valores foram obtidos <strong>no</strong> período<br />

<strong>de</strong> setembro até março, coincidindo com o período mais quente. E os me<strong>no</strong>res valores<br />

ficaram <strong>no</strong> período <strong>de</strong> Abril à Agosto. Não é possível prever um comportamento <strong>da</strong> taxa<br />

pois não há <strong>da</strong>dos suficientes.<br />

A Figura 25 compara os valores mensais obtidos <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s 2009, 2010 e 2011.<br />

Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição mensal (g/m².mês)<br />

18<br />

16<br />

14<br />

12<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

Período (mês)<br />

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez<br />

Período (mês)<br />

Figura 25 - Comparação mensal <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>no</strong> ponto Ítalo.<br />

2009<br />

2010<br />

2011<br />

62


Comparando o a<strong>no</strong> 2010 com 2009, é observado apenas redução <strong>no</strong>s meses passíveis <strong>de</strong><br />

análises. Novembro caiu <strong>de</strong> 15,05 g/m².mês para 7,46 g/m².mês uma diminuição 7,59<br />

g/m².mês ou 50%. Em <strong>de</strong>zembro, <strong>de</strong> 10,98 g/m².mês para 10,12 g/m².mês, 0,86 ou 8% <strong>de</strong><br />

redução.<br />

Entre 2011 e 2010, houve redução em três dos cinco meses analisados: Janeiro (8,98<br />

g/m².mês para 7,99 g/m².mês; 11%), março (8,11 g/m².mês para 5,48 g/m².mês; 32%) e<br />

abril (5,67 g/m².mês para 4,77 g/m².mês; 16%). Observou-se aumento em fevereiro (6,86<br />

g/m².mês para 7,7, g/m².mês; 12%) e em maio (2,62 g/m².mês para 3,23 g/m².mês; 24%).<br />

7.1.3 Dados médios para Ilha do Boi<br />

A Tabela 13 mostra os valores <strong>da</strong>s taxas <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição na Ilha do Boi. Tais valores foram<br />

obtidos através <strong>da</strong>s médias dos valores medidos <strong>no</strong>s pontos SENAC e Ítalo.<br />

Tabela 13 - Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição na Ilha do Boi<br />

Mês<br />

Taxa<br />

(g/m².mês)<br />

Mês<br />

Taxa<br />

(g/m².mês)<br />

Mês<br />

Taxa<br />

(g/m².mês)<br />

ABR/09 2,61 JAN/10 9,76 OUT/10 6,12<br />

MAI/09 3,72 FEV/10 8,52 NOV/10 8,67<br />

JUN/09 3,44 MAR/10 8,61 DEZ/10 13,17<br />

JUL/09 4,78 ABR/10 5,28 JAN/11 9,41<br />

AGO/09 5,66 MAI/10 2,21 FEV/11 9,38<br />

SET/09 11,69 JUN/10 1,78 MAR/11 5,05<br />

OUT/09 9,65 JUL/10 4,89 ABR/11 4,20<br />

NOV/09 15,61 AGO/10 4,08 MAI/11 2,96<br />

DEZ/09 12,21 SET/10 7,63 MÉDIA 6,97<br />

A média durante o período <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2009 até Maio <strong>de</strong> 2011 foi <strong>de</strong> 6,97 g/m².mês, com<br />

valor máximo <strong>de</strong> 15,61 g/m².mês (<strong>no</strong>vembro <strong>de</strong> 2009) e mínimo <strong>de</strong> 1,78 g/m².mês (junho <strong>de</strong><br />

2010).<br />

A Figura 26 mostra a evolução <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> partículas para a Ilha do Boi.<br />

63


Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição Mensal (g/m².mês)<br />

18,00<br />

16,00<br />

14,00<br />

12,00<br />

10,00<br />

8,00<br />

6,00<br />

4,00<br />

2,00<br />

0,00<br />

Figura 26 - Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> partículas na Ilha do Boi<br />

O comportamento dos registros se caracterizou <strong>de</strong> forma sazonal ao longo do a<strong>no</strong>, obtendo<br />

maiores valores entre os meses <strong>de</strong> setembro e fevereiro. Esse acontecimento <strong>de</strong> máximos<br />

durante os meses <strong>de</strong> verão e valores baixos na época <strong>de</strong> inver<strong>no</strong> indica uma característica<br />

<strong>da</strong>s taxas <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição. (Figura 26).<br />

Nos meses <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2010 e abril <strong>de</strong> 2010, a constância, direção e veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> dos ventos<br />

alteraram drasticamente, <strong>de</strong> uma frequência <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 20% <strong>no</strong>rte -<strong>no</strong>r<strong>de</strong>ste para<br />

uma frequência <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 22% para sul-su<strong>de</strong>ste. Essa alteração contribuiu para<br />

uma diminuição <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> 8,61 g/m².mês para 5,28 g/m².mês.<br />

A Figura 27 compara os valores mensais dos a<strong>no</strong>s 2009, 2010 e 2011.<br />

Outro período que essa mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> ventos influencia na taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição é entre fevereiro<br />

e março <strong>de</strong> 2011. A incidência <strong>de</strong> ventos também alterou drasticamente e as taxas mu<strong>da</strong>ram<br />

<strong>de</strong> 9,38 g/m².mês para 5,05 g/m².mês.<br />

Período (mês)<br />

64


Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição mensal (g/m².mês)<br />

18<br />

16<br />

14<br />

12<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez<br />

Período (mês)<br />

Figura 27 - Comparação mensal <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição na Ilha do Boi.<br />

Na análise dos meses <strong>de</strong> 2010 com 2009, são observados diminuições em seis dos <strong>no</strong>ve<br />

meses passíveis <strong>de</strong> comparação. Aumento apenas <strong>no</strong>s meses <strong>de</strong> abril (2,61 g/m².mês para<br />

5,28 g/m².mês; 102%), julho (4,78 g/m².mês para 4,89 g/m².mês; 2%) e <strong>de</strong>zembro (12,21<br />

g/m².mês para 13,17 g/m².mês; 8%) (Figura 27).<br />

Comparando 2011 com 2010, apenas os meses <strong>de</strong> janeiro a maio po<strong>de</strong>m ser analisados. Dos<br />

cinco, três apresentaram diminuição nas taxas <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição: janeiro (9,76 g/m².mês para<br />

9,41 g/m².mês; 4%), março (8,65 g/m².mês para 5,05 g/m².mês; 41%) e abril (5,28 g/m².mês<br />

para 4,20 g/m².mês; 20%). Fevereiro e maio tiveram taxas crescentes, <strong>de</strong> 8,52 g/m².mês<br />

para 9,38 g/m².mês ou 10% <strong>no</strong> primeiro, e <strong>de</strong> 2,21 g/m².mês para 2,96 g/m².mês <strong>no</strong><br />

segundo, 34% (Figura 27).<br />

Apesar <strong>da</strong>s variações encontra<strong>da</strong>s, não <strong>de</strong> po<strong>de</strong> afirmar que houve uma variação<br />

significativa dos níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong>vido à efetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> <strong>controle</strong>. As<br />

variações po<strong>de</strong>m estar relaciona<strong>da</strong>s as variações meteorológicas <strong>no</strong> período <strong>de</strong> estudo.<br />

Por exemplo, entre março <strong>de</strong> 2010 e 2011 po<strong>de</strong> ter sido influencia<strong>da</strong> pela alteração <strong>da</strong><br />

predominância dos ventos (Figura 28). Em março <strong>de</strong> 2010 registrou-se maior ocorrência <strong>de</strong><br />

ventos <strong>no</strong>r<strong>de</strong>ste e veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>s entre 3 m/s e 4 m/s. Já em 2011 esses ventos não ocorreram<br />

como em 2010, os ventos predominantes foram o sul e veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>s dominantes <strong>de</strong><br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> entre 1 m/s e 2 m/s.<br />

2009<br />

2010<br />

2011<br />

65


NORTH<br />

6%<br />

WEST EAST<br />

SOUTH<br />

(a) 1,0 - 2,0<br />

(b)<br />

0,5 - 1,0<br />

Figura 28 – (a) Rosa dos ventos <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2010; (b) Rosa dos ventos <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2011<br />

Entre <strong>no</strong>vembro <strong>de</strong> 2009 e <strong>no</strong>vembro <strong>de</strong> 2010 também po<strong>de</strong>m ter sido influencia<strong>da</strong> pela<br />

alteração <strong>da</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos ventos. Apesar <strong>da</strong>s frequências direcionais serem pareci<strong>da</strong>s,<br />

em 2010 os ventos <strong>no</strong>r<strong>de</strong>stes foram mais frequentes nas veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>s 2 m/s até 3 m/s.<br />

NORTH<br />

SOUTH<br />

12%<br />

12%<br />

18%<br />

18%<br />

24%<br />

24%<br />

30%<br />

30%<br />

6%<br />

WEST EAST<br />

1,0 - 2,0<br />

(a) (b)<br />

0,5 - 1,0<br />

Figura 29 - (a) Rosa dos ventos <strong>de</strong> <strong>no</strong>vembro Calms: <strong>de</strong> 5,48% 2009; (b) Rosa dos ventos <strong>de</strong> <strong>no</strong>vembro <strong>de</strong><br />

2010.<br />

7.2 Variação <strong>da</strong> composição química do material particulado sedimentado<br />

Os resultados <strong>da</strong>s análises químicas <strong>da</strong>s fontes e dos receptores estão apresentados <strong>no</strong><br />

Capítulo 4. Os resultados mostrados Figura 30 são as composições químicas <strong>da</strong>s amostras<br />

<strong>no</strong>s receptores sem a presença do oxigênio.<br />

WIND SPEED<br />

(m/s)<br />

>= 4,0<br />

3,0 - 4,0<br />

2,0 - 3,0<br />

Calms: 7,94%<br />

WIND SPEED<br />

(m/s)<br />

>= 4,0<br />

3,0 - 4,0<br />

2,0 - 3,0<br />

NORTH<br />

6%<br />

WEST EAST<br />

SOUTH<br />

NORTH<br />

SOUTH<br />

12%<br />

12%<br />

18%<br />

18%<br />

24%<br />

24%<br />

30%<br />

30%<br />

6%<br />

WEST EAST<br />

66<br />

WIND SPEED<br />

(m/s)<br />

>= 4,0<br />

3,0 - 4,0<br />

2,0 - 3,0<br />

1,0 - 2,0<br />

0,5 - 1,0<br />

Calms: 11,94%<br />

WIND SPEED<br />

(m/s)<br />

>= 4,0<br />

3,0 - 4,0<br />

2,0 - 3,0<br />

1,0 - 2,0<br />

0,5 - 1,0<br />

Calms: 14,93%


Composição [%]<br />

100%<br />

90%<br />

80%<br />

70%<br />

60%<br />

50%<br />

40%<br />

30%<br />

20%<br />

10%<br />

0%<br />

Figura 30 - Composição química <strong>da</strong>s amostras eliminando o Oxigênio<br />

Ao fazer uma análise na abundância <strong>de</strong> ferro nas amostras através <strong>da</strong> Figura 30, é possível<br />

verificar uma variação entre 33% e 69% <strong>da</strong> composição. Além disso, ao ser comparado<br />

<strong>no</strong>vembro, <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2009 e janeiro <strong>de</strong> 2010 com <strong>no</strong>vembro e <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2010 e<br />

janeiro <strong>de</strong> 2011 observa-se uma diminuição percentual média <strong>da</strong> proporção <strong>de</strong> Fe, <strong>de</strong> 63%<br />

para 47%.<br />

7.3 Contribuição <strong>da</strong>s fontes do material sedimentável <strong>da</strong> Ilha do Boi<br />

As composições químicas dos receptores <strong>de</strong>scritas na seção anterior foram utiliza<strong>da</strong>s como<br />

<strong>da</strong>dos <strong>de</strong> entra<strong>da</strong> para o mo<strong>de</strong>lo receptor CMB 8.2. Conforme <strong>de</strong>scrito anteriormente, o<br />

mo<strong>de</strong>lo EPA-CMB8.2 tem a dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhar com perfis similares. Por isso, para<br />

melhor análise dos resultados, foram estabelecidos grupos que agrupam as fontes cujos<br />

perfis são similares. Ao todo foram estabelecidos quatro grupos representando fontes<br />

si<strong>de</strong>rúrgicas:<br />

30%<br />

8%<br />

5%<br />

37%<br />

12% 13% 11% 15% 14%<br />

8%<br />

4%<br />

11%<br />

3%<br />

63% 57%<br />

4% 0% 0%<br />

3%<br />

12% 16%<br />

69%<br />

60%<br />

4%<br />

5% 3%<br />

10% 4% 4%<br />

3%<br />

2% 2%<br />

3% 4%<br />

6% 7% 6% 7% 9% 9% 8% 7% 8%<br />

6% 4% 4% 4% 4% 4% 5% 5% 5% 5%<br />

Subgrupo 1: Carvão, Coque e Coqueria;<br />

Subgrupo 2: LTQ e Term_AMT;<br />

Subgrupo 3: Minério, Pelotas e For<strong>no</strong>s <strong>de</strong> Pelotização Vale.<br />

Subgrupo 4: Sínter, Sinterização, Aciaria e Alto-for<strong>no</strong>.<br />

É importante informar que quando aparece a contribuição <strong>de</strong> uma <strong>da</strong>s fontes <strong>de</strong> um grupo,<br />

<strong>no</strong>rmalmente não é encontrado contribuição <strong>de</strong> outra fonte do mesmo grupo, <strong>de</strong>v ido à<br />

52%<br />

37%<br />

6%<br />

7%<br />

33%<br />

20%<br />

13%<br />

17%<br />

14% 6%<br />

7%<br />

3% 7%<br />

4%<br />

54% 53% 54%<br />

Outros<br />

EC<br />

OC<br />

Fe<br />

Ca<br />

Si<br />

Al<br />

67


similari<strong>da</strong><strong>de</strong> dos perfis. Porém não se po<strong>de</strong> afirmar que não houve contribuição por parte<br />

<strong>da</strong>s outras fontes do grupo, apenas não foi possível fazer a separação <strong>da</strong>s contribuições. Por<br />

exemplo, as fontes Carvão, Coque e Coqueria possuem perfis muito simi lares. Neste caso,<br />

quando aparece uma <strong>de</strong>stas fontes, não significa que não há influência <strong>da</strong> outra e sim que<br />

esta fonte atua como representante <strong>de</strong>ste grupo. Não é possível especificar o percentual <strong>de</strong><br />

contribuição entre elas.<br />

A Tabela 14 apresenta os resultados obtidos pelo mo<strong>de</strong>lo CMB, que aten<strong>de</strong>ram aos critérios<br />

estatísticos para ajustes significativos.<br />

O Subgrupo 2, por ser composto por processos <strong>de</strong> combustão, po<strong>de</strong> se r confundido com<br />

veículos, porém a direção do vento predominante na região indica maior influência <strong>da</strong>s<br />

fontes do grupo. Além disso, a seleção do Subgrupo 2apresenta melhores indicadores<br />

estatísticos que a seleção <strong>de</strong> veículos.<br />

Tabela 14 - Contribuição percentual dos subgrupos<br />

abr-set/09 <strong>no</strong>v/10 <strong>de</strong>z/09 jan/10 fev/10 mar/10 <strong>no</strong>v/10 <strong>de</strong>z/10 jan/11<br />

Ressusp 23,00% 6,40% 10,60% 7,30% 10,50% 15,00% 16,80% 5,60% 6,70%<br />

Mar 16,50% 6,50% 5,10% 5,50% 8,30% 6,10% 29,40% 14,40% 13,50%<br />

Cimento 5,40% 6,70% 4,60% 0,00% 0,00% 11,80% 3,70% 5,70% 5,10%<br />

Subgrupo1 4,20% 4,50% 6,60% 2,50% 0,00% 0,00% 4,30% 4,50% 9,40%<br />

Subgrupo2 11,90% 6,90% 12,40% 3,30% 0,00% 14,40% 3,10% 5,30% 8,60%<br />

Subgrupo3 25,90% 65,20% 53,50% 72,60% 59,90% 42,80% 23,80% 64,50% 56,70%<br />

Subgrupo4 13,10% 3,90% 7,20% 8,80% 21,30% 10,00% 18,80% 0,00% 0,00%<br />

Na Tabela 14 são encontra<strong>da</strong>s as contribuições dos meses que foram feitas análises<br />

químicas. Esses resultados foram utilizados para estimar a contribuição quantitativa <strong>de</strong> ca<strong>da</strong><br />

grupo <strong>de</strong> fonte, consi<strong>de</strong>rando os fluxos mensais encontrados. Para os meses que não foram<br />

feitas análises químicas utilizou-se a média <strong>da</strong>s contribuições, com exceção <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong><br />

2009 que foi utilizado a contribuição <strong>de</strong> <strong>no</strong>vembro <strong>de</strong> 2009. Assim foi possível levantar a<br />

evolução <strong>da</strong>s contribuições mensais para análise (Figura 31).<br />

As fontes MINÉRIO, PELOTAS, FORNOS VALE, A. FORNO, ACIARIA e<br />

SINTERIZAÇÃO possuem perfis com elementos químicos principais muito similares e em<br />

alguns meses não foi possível separar as influências <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> fonte individualmente ou dos<br />

subgrupos <strong>de</strong>finidos. Neste caso, <strong>no</strong>s meses em que apenas o Subgrupo 3 aparece com<br />

valores não nulos <strong>de</strong> contribuição, isto não significa que não há influência <strong>da</strong>s outras fontes<br />

ou subgrupos e sim que subgrupo atua para os <strong>de</strong>mais, não sendo possível especificar o<br />

percentual <strong>de</strong> contribuição entre eles.<br />

68


Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição mensal (g/m².mês)<br />

20<br />

18<br />

16<br />

14<br />

12<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

Período (mês)<br />

Figura 31 - Variação temporal <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> PS relativo às contr ibuições <strong>da</strong>s fontes.<br />

Subgrupo 1<br />

Subgrupo 4<br />

Subgrupo 3<br />

Subgrupo 2<br />

Cimento<br />

Mar<br />

Ressuspensão<br />

69


O mar obteve valores <strong>de</strong> contribuição que ficaram entre 0,21 g/m².mês (junho/10) e 2,56<br />

g/m².mês (<strong>no</strong>vembro/10). Representando uma média <strong>de</strong> 12% <strong>de</strong> contribuição do material<br />

particulado na Ilha do Boi durante o período <strong>de</strong> estudo. O que mostra a influência <strong>de</strong>ssa<br />

fonte natural que circun<strong>da</strong> a região.<br />

O grupo si<strong>de</strong>rúrgico é, <strong>no</strong>ta<strong>da</strong>mente, o principal contribuinte pelo material particulado na<br />

região. Juntos eles representam uma média <strong>de</strong> 69% <strong>da</strong>s contribuições , indo <strong>de</strong> 50%<br />

(<strong>no</strong>vembro/10) até 87% (janeiro/10). Os valores <strong>da</strong>s taxas <strong>de</strong> sedimentação ficaram entre<br />

1,3 g/m².mês (junho/10) e 12,6 g/m².mês (<strong>no</strong>vembro/09).<br />

Analisando to<strong>da</strong>s as fontes industriais (si<strong>de</strong>rúrgico mais cimento), as contribuições sobem<br />

para 74% em média e vão <strong>de</strong> 1,4 g/m².mês até 13,6 g/m².mês.<br />

Quando todos os subgrupos <strong>da</strong> si<strong>de</strong>rurgia estão presentes, é possível verificar uma<br />

contribuição eleva<strong>da</strong> do subgrupo 3. Este subgrupo chega a representar 83% (janeiro/ 2010)<br />

do total <strong>da</strong>s contribuições do grupo si<strong>de</strong>rurgia e mantém em média 65% <strong>de</strong>ssa contribuição.<br />

Os subgrupos 1, 2 e 4 apresentam uma contribuição média <strong>de</strong> 7%, 11% e 17%<br />

respectivamente.<br />

A Figura 32 - Contribuição média para dois períodos: (a) Nov/09, Dez/09 e Jan/10; (b)<br />

Nov/10, Dez/10 e Jan11 mostra as contribuições médias <strong>de</strong> dois períodos, o primeiro<br />

<strong>no</strong>vembro/09, <strong>de</strong>zembro/09 e janeiro/10 e o segundo <strong>no</strong>vembro/10, <strong>de</strong>zembro/10 e<br />

janeiro/11.<br />

Ressuspensão<br />

Mar<br />

Cimento<br />

Subgrupo 2<br />

Subgrupo 3<br />

Subgrupo 4<br />

Subgrupo 1<br />

(a) (b)<br />

Figura 32 - Contribuição média para dois períodos: (a) Nov/09, Dez/09 e Jan/10; (b)<br />

Nov/10, Dez/10 e Jan11<br />

Ao fazer uma comparação entre os dois períodos cujas análises químicas constataram uma<br />

diminuição <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ferro, é possível i<strong>de</strong>ntificar uma diminuiçã o na contribuição<br />

do subgrupo 3 e um aumento <strong>da</strong> contribuição <strong>da</strong> fonte Mar <strong>no</strong> MP <strong>da</strong> região.<br />

70<br />

Ressuspensão<br />

Mar<br />

Cimento<br />

Subgrupo 2<br />

Subgrupo 3<br />

Subgrupo 4<br />

Subgrupo 1


8 Conclusões<br />

Com relação ao fluxo <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> material sedimentável coletado na região <strong>da</strong> Ilha do<br />

Boi. Po<strong>de</strong>-se concluir que:<br />

Há gran<strong>de</strong>s variações entre o me<strong>no</strong>r valor encontrado e o maior valor encontrado,<br />

1,78 g/m².mês e 15,61 g/m².mês, respectivamente.<br />

O valor <strong>da</strong> média anual <strong>de</strong> 2010, 6,97 g/m².mês, está em conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> com os<br />

limites máximos <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> várias locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

Há um comportamento sazonal <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> sedimentação na região. Com maiores<br />

valores <strong>no</strong>s meses quentes e mínimos na época fria.<br />

A predominância e veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> do vento têm influencia na taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição. Como<br />

era <strong>de</strong> se esperar, o vento <strong>no</strong>rte <strong>no</strong>r<strong>de</strong>ste está associado a uma alteração na taxa <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>posição. É possível verificar essa influência ao fazer, tanto uma análise <strong>de</strong><br />

sequencias <strong>de</strong> meses, quanto uma análise do mesmo mês <strong>de</strong> diferentes a<strong>no</strong>s. Isso<br />

mostra que não apenas a emissão em si <strong>da</strong> fonte influencia <strong>no</strong> fluxo <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>da</strong><br />

fonte, mas o vento também é importante na análise.<br />

Ao fazer uma média pon<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> dos percentuais <strong>da</strong>s alterações, cujo fator <strong>de</strong><br />

pon<strong>de</strong>ração é a massa, encontra-se uma diminuição <strong>de</strong> 22% na taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição<br />

entre os a<strong>no</strong>s 2009 e 2010, e <strong>de</strong> 10% entre os a<strong>no</strong>s 2011 e 2010.<br />

Sobre a composição química <strong>da</strong>s partículas coleta<strong>da</strong>s na região:<br />

O Ferro é o elemento mais abun<strong>da</strong>nte em to<strong>da</strong>s as amostras, excluindo o Oxigênio<br />

<strong>da</strong> análise.<br />

Verificou-se uma diminuição <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ferro quando comparado os meses<br />

<strong>no</strong>vembro, <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2009 e janeiro <strong>de</strong> 2010 com <strong>no</strong>vembro e <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2010<br />

e janeiro <strong>de</strong> 2011 observa-se uma diminuição percentual <strong>da</strong> proporção <strong>de</strong> Fe, <strong>de</strong> 63%<br />

para 47%, o que po<strong>de</strong> indicar uma diminuição <strong>da</strong>s contribuições <strong>da</strong>s fontes<br />

si<strong>de</strong>rúrgicas.<br />

Ao fazer o levantamento dos investimentos feitos pela Vale, era <strong>de</strong> se esperar que o<br />

Subgrupo 1 e Subgrupo 3 obtivessem <strong>de</strong>crescimento nas contribuições <strong>no</strong> material<br />

particulado sedimentável na região <strong>da</strong> Ilha do Boi. A comparação entre dois períodos – o<br />

primeiro <strong>no</strong>vembro/09, <strong>de</strong>zembro/09 e janeiro/10 e o segundo <strong>no</strong>vembro/10, <strong>de</strong>zembro/10 e<br />

janeiro/11 – constatou que houve uma diminuição significativa <strong>da</strong> contribuição do subgrupo<br />

3. E um aumento <strong>da</strong> contribuição <strong>da</strong> fonte Mar, sinalizando uma possível redução <strong>de</strong><br />

emissão por aquelas fontes.<br />

71


Apesar <strong>da</strong>s variações encontra<strong>da</strong>s, não <strong>de</strong> po<strong>de</strong> afirmar que essa variação dos níveis <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>posição esteja apenas justifica<strong>da</strong> pela efetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> <strong>controle</strong>. As variações<br />

também po<strong>de</strong>m estar relaciona<strong>da</strong>s às variações meteorológicas <strong>no</strong> período <strong>de</strong> estudo.<br />

Por fim, aconselha-se um melhor trabalho <strong>de</strong> acompanhamento qualitativo do material<br />

sedimentável na região <strong>da</strong> Ilha do Boi a fim <strong>de</strong> se obter mais <strong>da</strong>dos para a tarefa <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ntificar as fontes contribuintes <strong>da</strong> região.<br />

72


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Cleaner Production. V. 15. P. 772-781, 2007<br />

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Health risks of particulate matter from<br />

long-range transboun<strong>da</strong>ry air pollution. 2006, 113p. Disponível em:<br />

Acesso em: 25 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2011.<br />

76


World Health Organization; WHO Air quality gui<strong>de</strong>lines for particulate matter, ozone,<br />

nitrogen dioxi<strong>de</strong> and sulfur dioxi<strong>de</strong>, Global up<strong>da</strong>te 2005, Summary of risk assessment,<br />

WHO Press: Geneva, 2006.<br />

INOMATA, Y., IGARASHI, Y., CHIBA M., SHINODA, Y., TAKAHASHI, H. Dry and wet<br />

<strong>de</strong>position of water-insoluble dust and water-soluble chemical species during spring 2007<br />

in Tsukuba, Japan. Atmospheric Environment, V. 43. Pg. 4503-4512, 2009<br />

77


APÊNDICE A – Rosas dos Ventos <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 2009 à Maio <strong>de</strong> 2011<br />

Tabela A1 – Rosas dos Ventos <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong>2009 à Maio <strong>de</strong> 2011<br />

NORTH<br />

6%<br />

WEST EAST<br />

SOUTH<br />

12%<br />

18%<br />

24%<br />

30%<br />

WIND SPEED<br />

(m/s)<br />

>= 4,0<br />

3,0 - 4,0<br />

2,0 - 3,0<br />

1,0 - 2,0<br />

1,0 - 2,0<br />

Abril 2009 Maio 0,5 - 1,0 2009 Junho 0,5 - 1,0 2009<br />

NORTH<br />

SOUTH<br />

12%<br />

6%<br />

WEST EAST<br />

Calms: 7,25%<br />

NORTH<br />

6%<br />

WEST EAST<br />

SOUTH<br />

Julho 2009 0,5 Agosto - 1,0<br />

0,5 - 1,0<br />

2009 Setembro 2009<br />

NORTH<br />

18%<br />

24%<br />

30%<br />

8%<br />

WEST EAST<br />

SOUTH<br />

Outubro 2009 Novembro 0,5 - 1,0 2009 Dezembro 0,5 - 1,0 2009<br />

NORTH<br />

SOUTH<br />

16%<br />

16%<br />

24%<br />

24%<br />

32%<br />

32%<br />

40%<br />

40%<br />

8%<br />

WEST EAST<br />

WIND SPEED<br />

(m/s)<br />

>= 4,0<br />

3,0 - 4,0<br />

2,0 - 3,0<br />

1,0 - 2,0<br />

Calms: 10,34%<br />

WIND SPEED<br />

(m/s)<br />

NORTH<br />

SOUTH<br />

1,0 - 2,0<br />

Janeiro 2010 Fevereiro 0,5 - 1,0 2010 Março 0,5 - 1,0 2010<br />

12%<br />

12%<br />

18%<br />

18%<br />

24%<br />

24%<br />

30%<br />

30%<br />

6%<br />

WEST EAST<br />

>= 4,0<br />

3,0 - 4,0<br />

2,0 - 3,0<br />

1,0 - 2,0<br />

Calms: 5,33%<br />

WIND SPEED<br />

(m/s)<br />

NORTH<br />

9%<br />

WEST EAST<br />

>= 4,0<br />

3,0 - 4,0<br />

2,0 - 3,0<br />

Calms: 1,35%<br />

SOUTH<br />

NORTH<br />

SOUTH<br />

18%<br />

12%<br />

27%<br />

18%<br />

36%<br />

24%<br />

45%<br />

30%<br />

6%<br />

WEST EAST<br />

WIND SPEED<br />

(m/s)<br />

>= 4,0<br />

3,0 - 4,0<br />

2,0 - 3,0<br />

Calms: 20,00%<br />

WIND SPEED<br />

(m/s)<br />

NORTH<br />

6%<br />

WEST EAST<br />

>= 4,0<br />

3,0 - 4,0<br />

2,0 - 3,0<br />

1,0 - 2,0<br />

Calms: 1,30%<br />

WIND SPEED<br />

(m/s)<br />

SOUTH<br />

NORTH<br />

SOUTH<br />

12%<br />

12%<br />

18%<br />

18%<br />

24%<br />

24%<br />

30%<br />

30%<br />

6%<br />

WEST EAST<br />

>= 4,0<br />

3,0 - 4,0<br />

2,0 - 3,0<br />

1,0 - 2,0<br />

Calms: 0,00%<br />

WIND SPEED<br />

(m/s)<br />

NORTH<br />

8%<br />

WEST EAST<br />

>= 4,0<br />

3,0 - 4,0<br />

2,0 - 3,0<br />

1,0 - 2,0<br />

Calms: 5,48%<br />

SOUTH<br />

16%<br />

NORTH<br />

SOUTH<br />

12%<br />

24%<br />

18%<br />

32%<br />

24%<br />

40%<br />

30%<br />

6%<br />

WEST EAST<br />

78<br />

WIND SPEED<br />

(m/s)<br />

>= 4,0<br />

3,0 - 4,0<br />

2,0 - 3,0<br />

1,0 - 2,0<br />

0,5 - 1,0<br />

Calms: 5,81%<br />

WIND SPEED<br />

(m/s)<br />

>= 4,0<br />

3,0 - 4,0<br />

2,0 - 3,0<br />

1,0 - 2,0<br />

0,5 - 1,0<br />

Calms: 3,92%<br />

WIND SPEED<br />

(m/s)<br />

>= 4,0<br />

3,0 - 4,0<br />

2,0 - 3,0<br />

1,0 - 2,0<br />

0,5 - 1,0<br />

Calms: 0,00%<br />

WIND SPEED<br />

(m/s)<br />

>= 4,0<br />

3,0 - 4,0<br />

2,0 - 3,0<br />

1,0 - 2,0<br />

0,5 - 1,0<br />

Calms: 7,94%


Tabela A1 – Rosas dos Ventos <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong>2009 à Maio <strong>de</strong> 2011 (continuação).<br />

NORTH<br />

6%<br />

WEST EAST<br />

SOUTH<br />

12%<br />

18%<br />

24%<br />

30%<br />

WIND SPEED<br />

(m/s)<br />

>= 4,0<br />

3,0 - 4,0<br />

2,0 - 3,0<br />

1,0 - 2,0<br />

1,0 - 2,0<br />

0,5 - 1,0<br />

Abril 2010 Maio 2010 0,5 - 1,0 Junho 2010<br />

NORTH<br />

6%<br />

WEST EAST<br />

SOUTH<br />

Calms: 5,56%<br />

NORTH<br />

6%<br />

WEST EAST<br />

SOUTH<br />

1,0 - 2,0<br />

1.0 - 2.0<br />

Julho 2010 0.5 - 1.0 Agosto 2010 0,5 - 1,0 Setembro 2010<br />

NORTH<br />

12%<br />

18%<br />

24%<br />

30%<br />

8%<br />

WEST EAST<br />

SOUTH<br />

0,5 - 1,0<br />

0,5 - 1,0<br />

Outubro 2010 Novembro 2010 Dezembro 2010<br />

NORTH<br />

SOUTH<br />

16%<br />

14%<br />

24%<br />

21%<br />

32%<br />

28%<br />

40%<br />

35%<br />

7%<br />

WEST EAST<br />

WIND SPEED<br />

(m/s)<br />

>= 4.0<br />

3.0 - 4.0<br />

2.0 - 3.0<br />

Calms: 13.33%<br />

WIND SPEED<br />

(m/s)<br />

NORTH<br />

SOUTH<br />

2 - 3<br />

2 - 3<br />

Janeiro 2011 1 Fevereiro 2011 1 Março 2011<br />

12%<br />

12%<br />

18%<br />

18%<br />

24%<br />

24%<br />

30%<br />

30%<br />

6%<br />

WEST EAST<br />

>= 4,0<br />

3,0 - 4,0<br />

2,0 - 3,0<br />

1,0 - 2,0<br />

Calms: 13,04%<br />

WIND SPEED<br />

(K<strong>no</strong>ts)<br />

NORTH<br />

9%<br />

WEST EAST<br />

>= 8<br />

6 - 7<br />

4 - 5<br />

Calms: 10,74%<br />

SOUTH<br />

18%<br />

NORTH<br />

SOUTH<br />

12%<br />

27%<br />

18%<br />

36%<br />

24%<br />

45%<br />

30%<br />

6%<br />

WEST EAST<br />

WIND SPEED<br />

(m/s)<br />

>= 4,0<br />

3,0 - 4,0<br />

2,0 - 3,0<br />

Calms: 14,89%<br />

WIND SPEED<br />

(m/s)<br />

NORTH<br />

SOUTH<br />

12%<br />

18%<br />

24%<br />

30%<br />

79<br />

6%<br />

WEST EAST<br />

>= 4,0<br />

3,0 - 4,0<br />

2,0 - 3,0<br />

Calms: 12,20%<br />

WIND SPEED<br />

(m/s)<br />

NORTH<br />

6%<br />

WEST EAST<br />

>= 4,0<br />

3,0 - 4,0<br />

2,0 - 3,0<br />

1,0 - 2,0<br />

Calms: 4,92%<br />

WIND SPEED<br />

(K<strong>no</strong>ts)<br />

SOUTH<br />

NORTH<br />

SOUTH<br />

12%<br />

16%<br />

18%<br />

24%<br />

24%<br />

32%<br />

30%<br />

40%<br />

8%<br />

WEST EAST<br />

>= 8<br />

6 - 7<br />

4 - 5<br />

Calms: 17,98%<br />

NORTH<br />

SOUTH<br />

12%<br />

18%<br />

24%<br />

30%<br />

6%<br />

WEST EAST<br />

WIND SPEED<br />

(m/s)<br />

>= 4,0<br />

3,0 - 4,0<br />

2,0 - 3,0<br />

1,0 - 2,0<br />

0,5 - 1,0<br />

Calms: 9,09%<br />

WIND SPEED<br />

(m/s)<br />

>= 4,0<br />

3,0 - 4,0<br />

2,0 - 3,0<br />

1,0 - 2,0<br />

0,5 - 1,0<br />

Calms: 5,06%<br />

WIND SPEED<br />

(m/s)<br />

>= 4,0<br />

3,0 - 4,0<br />

2,0 - 3,0<br />

1,0 - 2,0<br />

0,5 - 1,0<br />

Calms: 8,22%<br />

WIND SPEED<br />

(K<strong>no</strong>ts)<br />

>= 8<br />

6 - 7<br />

4 - 5<br />

2 - 3<br />

1<br />

Calms: 18,22%


Tabela A1 – Rosas dos Ventos <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong>2009 à Maio <strong>de</strong> 2011 (continuação).<br />

NORTH<br />

6%<br />

WEST EAST<br />

SOUTH<br />

12%<br />

18%<br />

24%<br />

30%<br />

WIND SPEED<br />

(K<strong>no</strong>ts)<br />

2 - 3<br />

Abril 2011 1 Maio 2011<br />

>= 8<br />

6 - 7<br />

4 - 5<br />

Calms: 28,79%<br />

NORTH<br />

SOUTH<br />

12%<br />

18%<br />

24%<br />

30%<br />

6%<br />

WEST EAST<br />

WIND SPEED<br />

(K<strong>no</strong>ts)<br />

>= 8<br />

6 - 7<br />

4 - 5<br />

2 - 3<br />

1<br />

Calms: 19,30%<br />

80


APÊNDICE B – Resultados do EPA-CMB8.2<br />

Chemical Mass Balance Version EPA-CMB8.2<br />

Report Date: 09/04/2011<br />

SAMPLE: OPTIONS: INPUT<br />

FILES:<br />

SITE: 9_Sen_Set BRITT & LUECKE: No<br />

SAMPLE DATE: 010609 SOURCE ELIMINATION: No<br />

DURATION: 30 BEST FIT: No<br />

START HOUR: 0<br />

SIZE: COARS<br />

AD_Recept.txt<br />

PR_Fontes.txt<br />

Species Array: 1<br />

Sources Array: 1<br />

FITTING STATISTICS:<br />

R SQUARE 0.93 % MASS 99.8<br />

CHI SQUARE 1.69 DEGREES FREEDOM 23<br />

SOURCE CONTRIBUTION ESTIMATES:<br />

SOURCE<br />

EST CODE NAME SCE(µg/m³) Std Err Tstat<br />

----------------------------------------------------<br />

YES 2 PELOTAS 0.25880 0.06284 4.11840<br />

YES 13 RES_MED 0.22928 0.02587 8.86428<br />

YES 14 COQUE 0.04211 0.01180 3.56985<br />

YES 27 MIZU 0.05399 0.01821 2.96535<br />

YES 29 AFORNO 0.13085 0.03317 3.94456<br />

YES 32 LTQ 0.01683 0.00327 5.13872<br />

YES 34 TERM_AMT 0.10150 0.02324 4.36753<br />

YES 38 MAR 0.16430 0.01656 9.92276<br />

----------------------------------------------------<br />

0.99766<br />

Figura B1 – Resultado CMB - Abril a Setembro <strong>de</strong> 2009<br />

81


Figura B2 – Resultado CMB - Novembro <strong>de</strong> 2009<br />

Chemical Mass Balance Version EPA-CMB8.2<br />

Report Date: 09/04/2011<br />

SAMPLE: OPTIONS: INPUT<br />

FILES:<br />

SITE: 9_Sen_Nov BRITT & LUECKE: No<br />

SAMPLE DATE: 011109 SOURCE ELIMINATION: No<br />

DURATION: 30 BEST FIT: No<br />

START HOUR: 0<br />

SIZE: COARS<br />

AD_Recept.txt<br />

PR_Fontes.txt<br />

Species Array: 1<br />

Sources Array: 1<br />

FITTING STATISTICS:<br />

R SQUARE 0.95 % MASS 112.3<br />

CHI SQUARE 1.04 DEGREES FREEDOM 21<br />

SOURCE CONTRIBUTION ESTIMATES:<br />

SOURCE<br />

EST CODE NAME SCE(µg/m³) Std Err Tstat<br />

----------------------------------------------------<br />

YES 2 PELOTAS 0.73208 0.10592 6.91128<br />

YES 13 RES_MED 0.07134 0.01872 3.81149<br />

YES 14 COQUE 0.05057 0.01053 4.80312<br />

YES 27 MIZU 0.07520 0.02401 3.13226<br />

YES 29 AFORNO 0.04412 0.02093 2.10782<br />

YES 34 TERM_AMT 0.07719 0.01441 5.35521<br />

YES 38 MAR 0.07258 0.00741 9.79897<br />

----------------------------------------------------<br />

1.12307<br />

82


Figura B3 – Resultado CMB - Dezembro <strong>de</strong> 2009<br />

Chemical Mass Balance Version EPA-CMB8.2<br />

Report Date: 09/04/2011<br />

SAMPLE: OPTIONS: INPUT<br />

FILES:<br />

SITE: 9_Sen_Dez BRITT & LUECKE: No<br />

SAMPLE DATE: 011209 SOURCE ELIMINATION: No<br />

DURATION: 30 BEST FIT: No<br />

START HOUR: 0<br />

SIZE: COARS<br />

AD_Recept.txt<br />

PR_Fontes.txt<br />

Species Array: 1<br />

Sources Array: 1<br />

FITTING STATISTICS:<br />

R SQUARE 0.93 % MASS 112.4<br />

CHI SQUARE 1.36 DEGREES FREEDOM 19<br />

SOURCE CONTRIBUTION ESTIMATES:<br />

SOURCE<br />

EST CODE NAME SCE(µg/m³) Std Err Tstat<br />

----------------------------------------------------<br />

YES 2 PELOTAS 0.60183 0.09174 6.55998<br />

YES 13 RES_MED 0.11896 0.01992 5.97114<br />

YES 14 COQUE 0.07427 0.01618 4.59074<br />

YES 27 MIZU 0.05132 0.02211 2.32143<br />

YES 29 AFORNO 0.08069 0.02116 3.81268<br />

YES 34 TERM_AMT 0.13964 0.02262 6.17389<br />

YES 38 MAR 0.05739 0.00820 6.99810<br />

----------------------------------------------------<br />

1.12409<br />

83


Figura B4 – Resultado CMB - Janeiro <strong>de</strong> 2010<br />

Chemical Mass Balance Version EPA-CMB8.2<br />

Report Date: 09/04/2011<br />

SAMPLE: OPTIONS: INPUT<br />

FILES:<br />

SITE: 9_Sen_Jan BRITT & LUECKE: No<br />

SAMPLE DATE: 010110 SOURCE ELIMINATION: No<br />

DURATION: 30 BEST FIT: No<br />

START HOUR: 0<br />

SIZE: COARS<br />

AD_Recept.txt<br />

PR_Fontes.txt<br />

Species Array: 1<br />

Sources Array: 1<br />

FITTING STATISTICS:<br />

R SQUARE 0.91 % MASS 103.1<br />

CHI SQUARE 1.53 DEGREES FREEDOM 22<br />

SOURCE CONTRIBUTION ESTIMATES:<br />

SOURCE<br />

EST CODE NAME SCE(µg/m³) Std Err Tstat<br />

----------------------------------------------------<br />

YES 2 PELOTAS 0.74896 0.11046 6.78028<br />

YES 13 RES_MED 0.07521 0.01850 4.06546<br />

YES 14 COQUE 0.02545 0.00593 4.29511<br />

YES 29 AFORNO 0.03290 0.01323 2.48707<br />

YES 34 TERM_AMT 0.03383 0.00710 4.76320<br />

YES 38 MAR 0.05683 0.00829 6.85874<br />

YES 44 SINTER 0.05823 0.02530 2.30174<br />

----------------------------------------------------<br />

1.03141<br />

84


Figura B5 – Resultado CMB - Fevereiro <strong>de</strong> 2010<br />

Chemical Mass Balance Version EPA-CMB8.2<br />

Report Date: 09/04/2011<br />

SAMPLE: OPTIONS: INPUT<br />

FILES:<br />

SITE: 9_Sen_Fev BRITT & LUECKE: No<br />

SAMPLE DATE: 010210 SOURCE ELIMINATION: No<br />

DURATION: 30 BEST FIT: No<br />

START HOUR: 0<br />

SIZE: COARS<br />

AD_Recept.txt<br />

PR_Fontes.txt<br />

Species Array: 1<br />

Sources Array: 1<br />

FITTING STATISTICS:<br />

R SQUARE 0.96 % MASS 105.7<br />

CHI SQUARE 0.72 DEGREES FREEDOM 10<br />

SOURCE CONTRIBUTION ESTIMATES:<br />

SOURCE<br />

EST CODE NAME SCE(µg/m³) Std Err Tstat<br />

----------------------------------------------------<br />

YES 5 MINERIO 0.44017 0.14403 3.05609<br />

YES 13 RES_MED 0.11088 0.03359 3.30147<br />

YES 29 AFORNO 0.11094 0.05063 2.19136<br />

YES 36 VALE_2 0.19327 0.09465 2.04208<br />

YES 38 MAR 0.08759 0.01262 6.94233<br />

YES 44 SINTER 0.11433 0.04965 2.30277<br />

----------------------------------------------------<br />

1.05719<br />

85


Figura B6 – Resultado CMB - Março <strong>de</strong> 2010<br />

Chemical Mass Balance Version EPA-CMB8.2<br />

Report Date: 09/04/2011<br />

SAMPLE: OPTIONS: INPUT<br />

FILES:<br />

SITE: 9_Sen_Mar BRITT & LUECKE: No<br />

SAMPLE DATE: 010310 SOURCE ELIMINATION: No<br />

DURATION: 30 BEST FIT: No<br />

START HOUR: 0<br />

SIZE: COARS<br />

AD_Recept.txt<br />

PR_Fontes.txt<br />

Species Array: 2<br />

Sources Array: 1<br />

FITTING STATISTICS:<br />

R SQUARE 0.93 % MASS 112.2<br />

CHI SQUARE 1.59 DEGREES FREEDOM 19<br />

SOURCE CONTRIBUTION ESTIMATES:<br />

SOURCE<br />

EST CODE NAME SCE(µg/m³) Std Err Tstat<br />

----------------------------------------------------<br />

YES 2 PELOTAS 0.47976 0.08624 5.56276<br />

YES 13 RES_MED 0.16840 0.02450 6.87468<br />

YES 27 MIZU 0.13198 0.02987 4.41878<br />

YES 29 AFORNO 0.11211 0.03280 3.41778<br />

YES 34 TERM_AMT 0.16166 0.02397 6.74510<br />

YES 38 MAR 0.06795 0.00716 9.49044<br />

----------------------------------------------------<br />

1.12185<br />

86


Figura B7 – Resultado CMB - Novembro <strong>de</strong> 2010<br />

Chemical Mass Balance Version EPA-CMB8.2<br />

Report Date: 09/04/2011<br />

SAMPLE: OPTIONS: INPUT<br />

FILES:<br />

SITE: 9_10_SeN BRITT & LUECKE: No<br />

SAMPLE DATE: 010320 SOURCE ELIMINATION: No<br />

DURATION: 30 BEST FIT: No<br />

START HOUR: 0<br />

SIZE: COARS<br />

AD_Recept.txt<br />

PR_Fontes.txt<br />

Species Array: 1<br />

Sources Array: 1<br />

FITTING STATISTICS:<br />

R SQUARE 0.90 % MASS 89.1<br />

CHI SQUARE 1.86 DEGREES FREEDOM 22<br />

SOURCE CONTRIBUTION ESTIMATES:<br />

SOURCE<br />

EST CODE NAME SCE(µg/m³) Std Err Tstat<br />

----------------------------------------------------<br />

YES 13 RES_MED 0.15003 0.02252 6.66132<br />

YES 14 COQUE 0.03838 0.00958 4.00868<br />

YES 23 SINTERIZ 0.00855 0.00194 4.41270<br />

YES 27 MIZU 0.03329 0.01458 2.28374<br />

YES 29 AFORNO 0.15907 0.03896 4.08338<br />

YES 32 LTQ 0.02760 0.00483 5.71153<br />

YES 36 VALE_2 0.21221 0.08265 2.56757<br />

YES 38 MAR 0.26218 0.02606 10.06047<br />

----------------------------------------------------<br />

0.89130<br />

87


Figura B8 – Resultado CMB - Dezembro <strong>de</strong> 2010<br />

Chemical Mass Balance Version EPA-CMB8.2<br />

Report Date: 09/04/2011<br />

SAMPLE: OPTIONS: INPUT<br />

FILES:<br />

SITE: 9_10_SeD BRITT & LUECKE: No<br />

SAMPLE DATE: 010323 SOURCE ELIMINATION: No<br />

DURATION: 30 BEST FIT: No<br />

START HOUR: 0<br />

SIZE: COARS<br />

AD_Recept.txt<br />

PR_Fontes.txt<br />

Species Array: 1<br />

Sources Array: 1<br />

FITTING STATISTICS:<br />

R SQUARE 0.89 % MASS 111.6<br />

CHI SQUARE 1.77 DEGREES FREEDOM 24<br />

SOURCE CONTRIBUTION ESTIMATES:<br />

SOURCE<br />

EST CODE NAME SCE(µg/m³) Std Err Tstat<br />

----------------------------------------------------<br />

YES 5 MINERIO 0.71977 0.09841 7.31417<br />

YES 13 RES_MED 0.06215 0.02192 2.83496<br />

YES 24 COQUERIA 0.05022 0.01209 4.15247<br />

YES 27 MIZU 0.06347 0.01493 4.25121<br />

YES 32 LTQ 0.01502 0.00314 4.78025<br />

YES 34 TERM_AMT 0.04429 0.02055 2.15474<br />

YES 38 MAR 0.16080 0.01562 10.29377<br />

----------------------------------------------------<br />

1.11571<br />

88


Figura B9 – Resultado CMB – Janeiro <strong>de</strong> 2011<br />

Chemical Mass Balance Version EPA-CMB8.2<br />

Report Date: 09/04/2011<br />

SAMPLE: OPTIONS: INPUT<br />

FILES:<br />

SITE: 9_10_SeJ BRITT & LUECKE: No<br />

SAMPLE DATE: 010325 SOURCE ELIMINATION: No<br />

DURATION: 30 BEST FIT: No<br />

START HOUR: 0<br />

SIZE: COARS<br />

AD_Recept.txt<br />

PR_Fontes.txt<br />

Species Array: 1<br />

Sources Array: 1<br />

FITTING STATISTICS:<br />

R SQUARE 0.89 % MASS 107.1<br />

CHI SQUARE 1.91 DEGREES FREEDOM 24<br />

SOURCE CONTRIBUTION ESTIMATES:<br />

SOURCE<br />

EST CODE NAME SCE(µg/m³) Std Err Tstat<br />

----------------------------------------------------<br />

YES 5 MINERIO 0.60726 0.08757 6.93457<br />

YES 13 RES_MED 0.07184 0.02130 3.37224<br />

YES 24 COQUERIA 0.10090 0.02133 4.73072<br />

YES 27 MIZU 0.05448 0.01352 4.02840<br />

YES 32 LTQ 0.01425 0.00299 4.76504<br />

YES 34 TERM_AMT 0.07812 0.02614 2.98909<br />

YES 38 MAR 0.14459 0.01414 10.22245<br />

----------------------------------------------------<br />

1.07143<br />

89


APENDICE C – Método PIXE<br />

O PIXE (Particle Induced X Ray Emission) é um método físico <strong>de</strong> análise quantitativa<br />

multielementar, não <strong>de</strong>strutiva e <strong>de</strong> alta sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Consiste em irradiar a amostra a ser<br />

analisa<strong>da</strong> com feixe <strong>de</strong> íons (prótons, alfas, etc.), visando induzir a emissão <strong>de</strong> espectro <strong>de</strong><br />

raios-x característico <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> elemento (Figura A1).<br />

Figura C1 – Resultado CMB – Janeiro <strong>de</strong> 2011<br />

Fonte: Govil (2001)<br />

A energia lança<strong>da</strong> na amostra inci<strong>de</strong> sobre as cama<strong>da</strong>s internas dos átomos, excitando os<br />

elétrons lá presentes. O elétron excitado, contudo, ten<strong>de</strong> a retornar à sua configuração<br />

eletrônica original, e retornem à cama<strong>da</strong> <strong>de</strong> energias me<strong>no</strong>s energéticas (mais internas). Esse<br />

retor<strong>no</strong> se realiza com a emissão <strong>de</strong> uma radiação eletromagnética característica do átomo.<br />

90


Figura C2 – Resultado CMB – Janeiro <strong>de</strong> 2011<br />

Fonte: Govil (2001)<br />

A frequência <strong>da</strong> radiação emiti<strong>da</strong> é função do número atômico. Assim, a composição elementar<br />

<strong>da</strong> amostra po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> pelas radiações que são emiti<strong>da</strong>s por ela. A <strong>de</strong>tecção é<br />

realiza<strong>da</strong> por um <strong>de</strong>tector <strong>de</strong> Si(Li) que permite a medi<strong>da</strong> simultânea <strong>da</strong>s radiações emiti<strong>da</strong>s.<br />

O método é capaz <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar e quantificar elementos <strong>de</strong> número atômico maior que 10,<br />

<strong>de</strong>vido à absorção <strong>de</strong> radiações com energias baixas. Tem um limite <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> 10 14 átomos<br />

por cm².<br />

91


APENDICE D – Método TOT<br />

O método TOT (Thermo Optical Transmittance) é uma técnica <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> carbo<strong>no</strong> orgânico<br />

(OC) e carbo<strong>no</strong> elementar (EC) basea<strong>da</strong> <strong>no</strong> <strong>controle</strong> e monitoramento contínuo <strong>da</strong> absorbância<br />

óptica <strong>da</strong> amostra durante a análise.<br />

Esse método se divi<strong>de</strong> basicamente em duas etapas. A primeira é o aquecimento <strong>da</strong> amostra<br />

numa atmosfera <strong>de</strong> hélio (100%) até atingir aproxima<strong>da</strong>mente 820ºC, nesta fase todo o OC<br />

volatiliza <strong>da</strong> amostra. Na segun<strong>da</strong> etapa o for<strong>no</strong> é resfriado e <strong>no</strong>vamente aquecido até 860ºC,<br />

agora numa atmosfera <strong>de</strong> mistura <strong>de</strong> 10% O 2. Nesta fase são realiza<strong>da</strong>s as medições <strong>de</strong> EC.<br />

(USEPA, 2004)<br />

No laboratório Elemental Analysis, Inc., on<strong>de</strong> foram realiza<strong>da</strong>s as amostras para esse trabalho, os<br />

procedimentos <strong>de</strong> análise para EC e OC se resumem em três etapas (Elemental Analysis, Inc., acesso em<br />

07 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2011).<br />

A primeira é o aquecimento <strong>da</strong> amostra na atmosfera <strong>de</strong> hélio em quatro estágios <strong>de</strong><br />

temperatura a fim <strong>de</strong> remover o OC. A transição <strong>da</strong> terceira para a quarta temperatura (500ºC –<br />

700ºC) <strong>de</strong>compõe os carbonatos i<strong>no</strong>rgânicos, o que produz picos característicos. Nesta fase,<br />

também, alguns compostos orgânicos são convertidos por pirólise para EC. Essa con versão é<br />

monitora<strong>da</strong> durante to<strong>da</strong> a análise pela transmissão <strong>de</strong> um laser através <strong>da</strong> amostra. Enquanto os<br />

compostos orgânicos são vaporizados, estes são imediatamente oxi<strong>da</strong>dos em dióxido <strong>de</strong> carbo<strong>no</strong><br />

num for<strong>no</strong> <strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>ção acoplado ao for<strong>no</strong> <strong>da</strong> amostra. O fluxo <strong>de</strong> hélio, que contém o CO2 é<br />

direcionado a um for<strong>no</strong> <strong>de</strong> metanização on<strong>de</strong> o CO 2 é reduzido a meta<strong>no</strong>. O meta<strong>no</strong> é então<br />

<strong>de</strong>tectado pelo <strong>de</strong>tector <strong>de</strong> chama <strong>de</strong> ionização (Flame Ionization Detector – FID).<br />

Na segun<strong>da</strong> etapa, após o resfriamento <strong>da</strong> amostra a 525°C, a atmosfera <strong>de</strong> hélio puro á<br />

substituí<strong>da</strong> por uma mistura <strong>de</strong> 2% O 2/He <strong>no</strong> for<strong>no</strong> <strong>da</strong> amostra, cuja temperatura é ajusta<strong>da</strong> para<br />

850°C, <strong>no</strong> qual tanto o carbo<strong>no</strong> elementar original quanto o produzido pela pirólise do carbo<strong>no</strong><br />

orgânico é oxi<strong>da</strong>do a CO2 <strong>de</strong>vido à presença <strong>de</strong> oxigênio. Esse CO2 é convertido em meta<strong>no</strong> e<br />

<strong>de</strong>tectado pelo FID.<br />

Na etapa final, <strong>de</strong>pois que todo o carbo<strong>no</strong> foi oxi<strong>da</strong>do <strong>da</strong> amostra, um volume com<br />

concentração conheci<strong>da</strong> <strong>de</strong> meta<strong>no</strong> é injetado <strong>no</strong> for<strong>no</strong> e <strong>de</strong>sta forma é calibrado para ca<strong>da</strong><br />

amostra analisa<strong>da</strong> por meio <strong>de</strong> uma quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> carbo<strong>no</strong> conheci<strong>da</strong>.<br />

A precisão do método TOT é medi<strong>da</strong> pelo <strong>de</strong>svio padrão e se encontra <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> faixa <strong>de</strong> 4 -6%<br />

para amostras que se encontram <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> faixa <strong>de</strong> 5-400g/cm 2 <strong>de</strong> OC e 1-15 g/cm 2 <strong>de</strong> EC. O<br />

limite <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção do método, tanto para medi<strong>da</strong> <strong>de</strong> EC quanto OC, é <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 0,2 g/cm 2 .<br />

92

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