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Sociologia da adultez livro.pdf - Memoriamedia

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1.4.2.1. A transição para a vi<strong>da</strong> adulta<br />

O QUE É “SER ADULTO”? – PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS<br />

As novas formas de entra<strong>da</strong> na vi<strong>da</strong> activa, as novas condições <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> familiar e<br />

matrimonial e to<strong>da</strong>s as mu<strong>da</strong>nças socioeconómicas dos últimos trinta anos abalaram os<br />

sistemas de referência que estavam na base dos processos de transição para a vi<strong>da</strong><br />

adulta. Estes sistemas tornaram-se ultrapassados e as novas formas de transição<br />

promoveram novos modos de entender e viver a <strong>adultez</strong>.<br />

Actualmente, o tempo que medeia entre o fim <strong>da</strong> escolari<strong>da</strong>de e o exercício de uma<br />

profissão não é linear, alonga-se e perde o carácter de instantanei<strong>da</strong>de. A definição do<br />

estatuto de adulto passa agora por um período de indeterminação. Quando saem do<br />

ensino obrigatório, secundário ou superior, a maioria dos jovens passa por um período<br />

de “interregno” entre a escola e o emprego. Os itinerários de passagem para a vi<strong>da</strong><br />

activa (que caracterizam esse período de “interregno”) são ca<strong>da</strong> vez mais marcados pelo<br />

desemprego, o emprego intermitente, a formação, o subemprego e a inactivi<strong>da</strong>de (Pais,<br />

1990, 1991a,1991b,1993).<br />

A indeterminação profissional, familiar e conjugal junto com a extensão dos tempos<br />

de formação promove o prolongamento <strong>da</strong> juventude, categoria social que é, por<br />

excelência, protagonista de um novo modelo de transição – o modelo de<br />

experimentação – caracterizado pela «passagem por diversas experiências sociais, ao<br />

longo de um processo interactivo» (Galland, 1996, p.43).<br />

O modelo base dos processos de transição para a vi<strong>da</strong> adulta de Galland (1984) é<br />

largamente referenciado na investigação social. Neste, a juventude é defini<strong>da</strong> como uma<br />

fase de passagem que se efectua entre quatro limites importantes: o fim dos estudos, o<br />

início <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> profissional, a parti<strong>da</strong> <strong>da</strong> casa dos pais e a formação do casal. Existe o<br />

eixo que vai <strong>da</strong> escola ao trabalho – eixo público, escolar/profissional – e o eixo que vai<br />

<strong>da</strong> dependência <strong>da</strong> família de origem à formação de um agregado familiar próprio – eixo<br />

privado, familiar/matrimonial (vide figura 3).<br />

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