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Sociologia da adultez livro.pdf - Memoriamedia

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O QUE É “SER ADULTO”? – PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS<br />

velha socie<strong>da</strong>de, dos seus valores e constrangimentos, reclamando-se de valores<br />

modernos: democracia política, democratização do ensino, abolição <strong>da</strong>s fronteiras entre<br />

homens e mulheres”. Desafiavam as instituições, os professores e o Estado, exigiam a<br />

“legitimação social e novas formas de contratuali<strong>da</strong>de social e familiar” (Bandeira,<br />

1996a, p.330). A juventude ganhou particular representativi<strong>da</strong>de a partir <strong>da</strong> segun<strong>da</strong><br />

metade dos anos 60 e foi reforça<strong>da</strong> com o surgimento <strong>da</strong>s juventudes partidárias e outras<br />

organizações juvenis de âmbito nacional ou local a partir de 1974, com a plurali<strong>da</strong>de<br />

política possibilita<strong>da</strong> pelo 25 de Abril.<br />

As representações que predominavam sobre uma “juventude ‘militante’, ‘utópica’ e<br />

cultivadora <strong>da</strong> ‘soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de’ dos anos 60 e princípios <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 70” são, contudo,<br />

substituí<strong>da</strong>s, em Portugal, nos anos 80 e 90, por uma “doxa dominante [que] contrapõe<br />

uma juventude mais ‘céptica’, ‘pragmática’ e ‘individualista’” (Pais, 1990, p. 144).<br />

Retomando uma abor<strong>da</strong>gem mais abrangente, desde 1950 até hoje, são vários os<br />

temas tratados no estudo social <strong>da</strong> juventude: as carreiras escolares; a inserção<br />

profissional; o lazer; a sociabili<strong>da</strong>de; a relação dos jovens com os seus pares; a relação<br />

com a família; as relações amorosas; os consumos; os comportamentos desviantes, entre<br />

outros. Particularmente a partir dos anos 80, o interesse centra-se no estudo <strong>da</strong> transição<br />

dos jovens para a vi<strong>da</strong> adulta e na aquisição de independência económica, residencial e<br />

familiar.<br />

De uma abor<strong>da</strong>gem dita tradicional, onde a transição para a vi<strong>da</strong> adulta se efectua de<br />

forma linear, passa-se a discutir um modelo onde a juventude se prolonga por tempos de<br />

experimentação (Pais, 1990, 1991a,1991b,1993). A partir de 2000, desconstroem-se os<br />

modelos de transição assentes em limites de passagem e enfatiza-se o modo como,<br />

mesmo dependentes <strong>da</strong> família de origem, os jovens tornam-se autónomos e progridem<br />

para a vi<strong>da</strong> adulta. Abor<strong>da</strong>-se a questão dos momentos esporádicos, acontecimentos<br />

pontuais importantes para a formação do indivíduo, mas que não passam por<br />

experiências decisivas ou limites de transição (Cicchelli, 2001; Galland, 2001; Bozon,<br />

2002a; Singly, 2002; Ramos, 2002).<br />

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