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Sociologia da adultez livro.pdf - Memoriamedia

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O QUE É “SER ADULTO”? – PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS<br />

Entre 1950 e 1970 o conceito de juventude referenciava-se numa destas duas<br />

correntes teóricas e as culturas juvenis que não se adequavam às mesmas eram<br />

considera<strong>da</strong>s desviantes (Pais, 1990). Em comum, ambas as correntes, geracional e<br />

classista, defendiam o surgimento <strong>da</strong>s culturas juvenis por oposição a uma cultura<br />

dominante: a cultura dominante <strong>da</strong>s gerações mais velhas na corrente geracional e a<br />

cultura <strong>da</strong> classe dominante na corrente classista. Ambas apresentavam, ain<strong>da</strong>,<br />

limitações: a corrente geracional foi critica<strong>da</strong> porque identificava a juventude como uma<br />

enti<strong>da</strong>de homogénea sem espaço para a diversi<strong>da</strong>de; a corrente classista tinha<br />

dificul<strong>da</strong>de em explicar quer as semelhanças culturais detecta<strong>da</strong>s entre jovens de<br />

diferentes condições sociais, quer as diferenças regista<strong>da</strong>s entre jovens <strong>da</strong> mesma<br />

origem social (Pais, 1990).<br />

A juventude do rock’n roll dos anos 50 e a vertigem dos anos 60<br />

Nos anos 50 a juventude é influencia<strong>da</strong> pelas transformações do pós-guerra. O<br />

crescimento económico, a escassez de mão-de-obra e o aumento dos níveis de vi<strong>da</strong><br />

promovem a “era do jovem trabalhador próspero (…), os teddy boys e o rock’n roll<br />

influenciaram uma corrente de culturas de juventude que a maioria dos pais, professores<br />

e outros adultos não controlavam nem sequer compreendiam” (Roberts & Parsell, 1990,<br />

p.167). Nesta época, a corrente geracional sustenta a orientação <strong>da</strong>s questões <strong>da</strong><br />

juventude na perspectiva <strong>da</strong> socialização contínua. Roberts e Parsell (1990), atendendo<br />

à reali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Grã-Bretanha, evocam esta perspectiva ao afirmarem que, no contexto<br />

dos anos 50, por mais estranhas que fossem as aparências superficiais dos jovens, “a<br />

ver<strong>da</strong>deira função <strong>da</strong>s culturas de juventude era transmitir as aptidões e as atitudes<br />

necessárias para se ingressar na socie<strong>da</strong>de adulta” (1990, p. 168). A juventude<br />

enquadrava-se assim num processo gradual onde os indivíduos se emancipavam <strong>da</strong>s<br />

restrições <strong>da</strong> infância e começavam a apreender os modos de vi<strong>da</strong> dos adultos.<br />

Yonnet (1983), ao identificar diferentes culturas de juventude através de<br />

diferentes tipos de música, também vai definir a juventude dos anos 50, do estilo rock’n<br />

roll (de Elvis Presley, Bill Haley, Little Richard; Buddy Holly, Gene Vicent, Eddie<br />

Cochran entre outros), como a juventude que, por um lado, tenta subverter a ordem<br />

estabiliza<strong>da</strong> mas, por outro lado, aspira à integração social. Para este autor, não se pode<br />

identificar o rock como música de ruptura, o rock caracterizava-se pela repetição<br />

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