17.04.2013 Views

Sociologia da adultez livro.pdf - Memoriamedia

Sociologia da adultez livro.pdf - Memoriamedia

Sociologia da adultez livro.pdf - Memoriamedia

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

1.4.2. A <strong>Sociologia</strong> <strong>da</strong> Juventude<br />

O QUE É “SER ADULTO”? – PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS<br />

A identificação <strong>da</strong> juventude enquanto categoria de proprie<strong>da</strong>des defini<strong>da</strong>s tem<br />

origem num conjunto de questões similares às coloca<strong>da</strong>s no âmbito <strong>da</strong> problemática <strong>da</strong>s<br />

gerações e <strong>da</strong>s i<strong>da</strong>des: a juventude é uma reali<strong>da</strong>de meramente biológica e natural? A<br />

juventude afirma-se por critérios etários? É um conjunto de indivíduos que apresentam<br />

similari<strong>da</strong>des ou que se diferenciam entre si? É uma categoria social ou, como referiu<br />

Bourdieu (1984), é “apenas uma palavra”? (um género de social no man’s land onde o<br />

indivíduo é adulto para certas coisas e para outras não).<br />

Tal como aconteceu com outras fases <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, a discussão em torno <strong>da</strong> problemática<br />

<strong>da</strong> juventude também se situou, no início, entre duas tendências distintas: a <strong>da</strong><br />

homogenei<strong>da</strong>de – onde a juventude é um todo constituído por indivíduos semelhantes e<br />

caracterizado especialmente em termos etários – e a <strong>da</strong> heterogenei<strong>da</strong>de – segundo a<br />

qual a juventude se divide conforme as origens sociais dos indivíduos. Estas duas<br />

perspectivas resumem as correntes teóricas que estiveram na origem <strong>da</strong> <strong>Sociologia</strong> <strong>da</strong><br />

Juventude, a corrente geracional e a corrente classista.<br />

A corrente geracional enfatizou o facto <strong>da</strong> cultura juvenil ter surgido como<br />

oposição às gerações adultas através: a) de um relacionamento aproblemático, em que<br />

os jovens são socializados de acordo com as normas e valores dos adultos (socialização<br />

contínua) ou b) através de um relacionamento problemático com rupturas e<br />

descontinui<strong>da</strong>des intergeracionais (Pais, 1990, 1991a,1991b,1993).<br />

Para a corrente classista, as diversas culturas juvenis são resultado <strong>da</strong>s relações<br />

antagónicas de classe, são as soluções encontra<strong>da</strong>s para os problemas comuns dos<br />

jovens de uma determina<strong>da</strong> origem social. Segundo esta perspectiva, mesmo as atitudes<br />

mais excêntricas dos jovens são formas de resistência a contradições de classe (Pais,<br />

1990). “As distinções simbólicas entre jovens (diferenças de vestuário, hábitos<br />

linguísticos, práticas de consumo, etc.) são sempre vistas como diferenças interclassistas<br />

e raramente como diferenças intraclassistas” (Pais, 1990, p.158).<br />

79

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!