17.04.2013 Views

Sociologia da adultez livro.pdf - Memoriamedia

Sociologia da adultez livro.pdf - Memoriamedia

Sociologia da adultez livro.pdf - Memoriamedia

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

O QUE É “SER ADULTO”? – PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS<br />

No estádio autoprotector a criança compreende que existem regras, começa a<br />

entender alguns dos seus impulsos e a tentar controlá-los de modo a ganhar alguma<br />

vantagem com isso. Para Loevinger, alguns adultos permanecem to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong> neste<br />

estádio desenvolvendo relações interpessoais de tipo manipulador que visam a<br />

exploração dos outros em seu favor. Este autor considera assim que o primeiro impulso<br />

detectado na fase adulta é o do oportunismo (Loevinger, 1985,1997).<br />

O oportunismo <strong>da</strong>rá lugar ao respeito pelas regras, a um impulso que vai promover<br />

relações interpessoais de tipo cooperativo e leal em que se valorizam as noções de<br />

gentileza e prestabili<strong>da</strong>de. O jovem, o adulto ou o idoso que se situa no estádio do<br />

conformismo identifica-se com um grupo de referência (família, amigos, colegas de<br />

trabalho) e age, pensa e sente de acordo com o estereótipo consentido pelo grupo.<br />

Obedece às regras para fugir às sanções do grupo e interpreta a desaprovação do mesmo<br />

como uma punição. O conformista mostra-se pouco sensível às diferenças individuais,<br />

tende a avaliar os comportamentos pelos seus aspectos exteriores e a classificar as suas<br />

próprias emoções de modo superficial (Loevinger, 1985, 1997).<br />

Posteriormente, o indivíduo revelar-se-á mais autoconsciente, autocrítico,<br />

responsável e intenso (Loevinger, 1997). No estádio <strong>da</strong> consciência desenvolve-se a<br />

identi<strong>da</strong>de social e a capaci<strong>da</strong>de de reflectir sobre si mesmo. As regras deixam de ser<br />

ti<strong>da</strong>s como absolutas e procura-se viver de acordo com os valores que o próprio<br />

indivíduo determina para si – «O sujeito consciente vê-se enquanto dono do seu próprio<br />

destino» (Loevinger & Blasi, 1976, p. 21). O indivíduo passa a fazer uma avaliação<br />

mais profun<strong>da</strong> e relativa <strong>da</strong>s atitudes e dos acontecimentos, deixando de os avaliar<br />

exclusivamente como correctos ou errados. Apresenta uma vi<strong>da</strong> interior mais rica em<br />

que, por exemplo, o sentimento de culpa deixa de se reportar à infracção <strong>da</strong>s regras para<br />

passar a relacionar-se com o sofrimento que os seus actos possam infligir nos outros.<br />

Desenvolve também relações interpessoais mútuas deriva<strong>da</strong>s de uma maior<br />

compreensão e tolerância para com o outro.<br />

No estádio <strong>da</strong> autonomia o indivíduo, para além de encarar o mundo como<br />

multifacetado e complexo, manifesta uma maior tolerância à ambigui<strong>da</strong>de e passa a<br />

relacionar ideias que até então considerava incompatíveis entre si (Loevinger & Blasi,<br />

66

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!