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Sociologia da adultez livro.pdf - Memoriamedia

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O QUE É “SER ADULTO”? – PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS<br />

podem contribuir de modo fun<strong>da</strong>mental para manter a energia e as competências<br />

psicológicas durante as i<strong>da</strong>des mais avança<strong>da</strong>s.<br />

O declínio mental deixa de ser explicado exclusivamente através do factor biológico<br />

e neurológico para ser também relacionado com factores profissionais, educacionais e<br />

sociais. No seguimento desta perspectiva, foram desenvolvidos, a partir dos anos 70,<br />

vários estudos junto de adultos, e principalmente junto de idosos, com o propósito de<br />

determinar procedimentos que potenciassem a activação cognitiva, que estimulassem,<br />

portanto, a inteligência.<br />

De tais investigações resultaram as seguintes ilações: (a) a regressão intelectual não<br />

é irreversível, resulta mais do desuso <strong>da</strong>s capaci<strong>da</strong>des do que de uma irrecuperável<br />

deterioração fisiológica (reflecte mais diferenças ao nível <strong>da</strong> performance do que<br />

diferenças ao nível <strong>da</strong>s competências de ca<strong>da</strong> indivíduo); (b) o declínio mental pode ser<br />

prevenido através de intervenções que treinem e estimulem a mente, aumentando desse<br />

modo o desempenho intelectual dos adultos e idosos; (c) a plastici<strong>da</strong>de é uma quali<strong>da</strong>de<br />

intrínseca à inteligência.<br />

Provou-se que fornecendo expedientes de orientação e utilizando métodos de<br />

aprendizagem que valorizassem as experiências passa<strong>da</strong>s era possível compensar as<br />

ligeiras per<strong>da</strong>s regista<strong>da</strong>s ao nível <strong>da</strong>s capaci<strong>da</strong>des de memória e <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de de<br />

resposta. Estas capaci<strong>da</strong>des eram substituí<strong>da</strong>s, por exemplo, pela menor probabili<strong>da</strong>de<br />

de errar uma resposta (Simões, 1979; Baltes et al, 1998; Schaie & Willis, 2002).<br />

Também no domínio <strong>da</strong>s prestações científicas, artísticas, sociais, religiosas ou políticas<br />

dos indivíduos de i<strong>da</strong>des mais avança<strong>da</strong>s verificou-se que, embora estas diminuíssem<br />

em termos de quanti<strong>da</strong>de, raramente diminuíam em termos de quali<strong>da</strong>de sendo, por<br />

vezes, a criativi<strong>da</strong>de ou originali<strong>da</strong>de compensa<strong>da</strong> pela profundi<strong>da</strong>de ou<br />

pormenorização do estudo ou <strong>da</strong> acção (Jacques, 1965; Bromley, 1969).<br />

Em síntese, pode concluir-se que embora exista um envelhecimento cognitivo que<br />

se manifesta em i<strong>da</strong>des avança<strong>da</strong>s (a partir dos 70/80 anos de i<strong>da</strong>de, caso não exista<br />

patologia), este não afecta de igual modo to<strong>da</strong>s as capaci<strong>da</strong>des intelectuais e to<strong>da</strong>s as<br />

pessoas (os indivíduos que exercem activi<strong>da</strong>de intelectual intensa podem não perder<br />

aptidões ao longo <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>), não se podendo, portanto, afirmar que exista uma<br />

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