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Sociologia da adultez livro.pdf - Memoriamedia

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O QUE É “SER ADULTO”? – PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS<br />

considera<strong>da</strong> segundo o sistema de valores global. Para este autor, é urgente a<br />

descriminação positiva sobre tudo o que promove o contacto e a troca entre os mais<br />

jovens e os mais velhos – “terá de ser assim até ao dia em que a socie<strong>da</strong>de seja<br />

ver<strong>da</strong>deiramente intergeracional” (2006, p.26). Mesmo que a fecundi<strong>da</strong>de e as<br />

migrações internacionais aumentem, o envelhecimento demográfico vai continuar e os<br />

países têm de se a<strong>da</strong>ptar às profun<strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças <strong>da</strong> estrutura de i<strong>da</strong>des <strong>da</strong>s suas<br />

populações.<br />

Para Moscovici (1979) a inovação gravita em torno <strong>da</strong> criação de conflitos. As<br />

minorias, sujeitas às exigências de um grupo dominante e a modelos genéricos,<br />

desenvolvem a ideia de “conflito estruturante” que instiga a mu<strong>da</strong>nça e a inovação.<br />

Muitas vezes o conflito entre gerações, nomea<strong>da</strong>mente entre pais e filhos, foi<br />

considerado inevitável – o conflito é uma <strong>da</strong>s formas de confrontar o projecto do outro<br />

com o projecto do próprio. Nesta perspectiva, as relações intergeracionais implicam<br />

sempre assimetrias de poder e de autori<strong>da</strong>de (Jansen, 1977; Moscovici, 1979; Pais,<br />

1998a).<br />

Actualmente, é a repartição dos benefícios ou as penalizações sociais e fiscais que<br />

parecem estar em causa quando se enuncia um cenário de conflito complexo. Os novos<br />

contextos demográficos já enumerados – a baixa fecundi<strong>da</strong>de, o aumento <strong>da</strong> esperança<br />

de vi<strong>da</strong> e o envelhecimento <strong>da</strong> população – potenciam novas recomposições relacionais.<br />

Ao prever-se que, nas próximas déca<strong>da</strong>s, o processo de envelhecimento demográfico<br />

agrave os desequilíbrios existentes entre contribuintes e beneficiários, aumenta a<br />

possibili<strong>da</strong>de de marginalização social <strong>da</strong> população idosa ou de um conflito entre as<br />

gerações activas e as gerações inactivas, entre jovens e idosos (Rosa, 1996; Pais,<br />

1998a).<br />

Neste conflito, o adulto (por encontrar-se numa posição única em relação à sua<br />

família – “é filho e pai ao mesmo tempo”) deve assumir o papel de mediador. Uma<br />

tarefa complica<strong>da</strong> na medi<strong>da</strong> em que também ele está sujeito à concorrência e às<br />

adversi<strong>da</strong>des do mercado de trabalho. O adulto está na dita “geração sanduíche” que<br />

acumula papéis e tem de estar atenta tanto à educação, crescimento e necessi<strong>da</strong>des dos<br />

seus filhos como aos cui<strong>da</strong>dos que os seus pais requerem devido ao envelhecimento<br />

(Schaie & Willis, 2002). Tal como salienta Mannheim (1986), no processo cultural as<br />

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