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Sociologia da adultez livro.pdf - Memoriamedia

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1.3.1.4. As relações intergeracionais<br />

O QUE É “SER ADULTO”? – PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS<br />

Ao estudo <strong>da</strong>s i<strong>da</strong>des está subjacente a análise <strong>da</strong>s relações de conflito ou de<br />

cooperação que as gerações experimentam nos diferentes domínios <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> social. As<br />

relações intergeracionais têm um carácter “qualitativo” envolvendo elementos afectivos,<br />

simbólicos e de valor mas são também caracteriza<strong>da</strong>s pelo peso que ca<strong>da</strong> geração tem<br />

na população: “o chamado ‘equilíbrio entre gerações’ é, em primeiro lugar, um facto<br />

morfológico, um facto que se mede em termos de composição <strong>da</strong> pirâmide <strong>da</strong>s i<strong>da</strong>des e<br />

do peso respectivo de ca<strong>da</strong> classe de i<strong>da</strong>de dentro <strong>da</strong> população de um país” (Forquin,<br />

2003, p. 12).<br />

A caracterização <strong>da</strong>s relações geracionais apresenta diferentes contornos: a) no<br />

interior <strong>da</strong> família nuclear 22 – as relações, para além de sustentarem certos conflitos,<br />

baseiam-se na negociação, na afectivi<strong>da</strong>de e na soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de intergeracional,<br />

comportamentos que se insurgem sobre a concorrência e as dificul<strong>da</strong>des<br />

socioeconómicas, nomea<strong>da</strong>mente as dificul<strong>da</strong>des senti<strong>da</strong>s pelas gerações mais novas; b)<br />

ao nível <strong>da</strong> família alarga<strong>da</strong> 23 – a existência, em simultâneo, <strong>da</strong> institucionalização <strong>da</strong><br />

velhice e <strong>da</strong> manutenção de redes de soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de familiar e c) a nível macro, relações<br />

onde a competição se instala e as relações de soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de são menos frequentes<br />

(Roussel & Girard, 1982, Véron, 2006). Estas perspectivas, desenvolvi<strong>da</strong>s a seguir,<br />

coexistem e influenciam-se mutuamente.<br />

Relações intergeracionais – família nuclear e família alarga<strong>da</strong><br />

Nas relações intergeracionais <strong>da</strong> actual família nuclear, a dita família “aberta”, as<br />

dinâmicas autoritárias, características <strong>da</strong> estrutura hierárquica <strong>da</strong>s famílias tradicionais,<br />

vão sendo substituí<strong>da</strong>s por trocas afectivas enaltecendo-se um modelo de relação<br />

democrático mais flexível (Pais, 1998a). As estratégias de controlo dos pais não se<br />

situam nem no autoritarismo rigoroso nem na demissão <strong>da</strong>s responsabili<strong>da</strong>des<br />

educativas ilustra<strong>da</strong> muitas vezes, no final dos anos 60, por uma atitude lassair-faire<br />

caótica, vazia de referências ou de orientações (Cicchelli, 2001; Roussel, 2001; Singly,<br />

22 Homem, mulher ou casal com filhos biológicos ou adoptados.<br />

23 Relação com outros parentes que não os <strong>da</strong> família nuclear, considerando particularmente os avós.<br />

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