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Sociologia da adultez livro.pdf - Memoriamedia

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O QUE É “SER ADULTO”? – PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS<br />

projectos autónomos <strong>da</strong>s etapas socialmente aceites ou predefini<strong>da</strong>s pelos ciclos de vi<strong>da</strong><br />

biológicos.<br />

Os resultados apontam para a crescente dissociação entre a <strong>adultez</strong> e o casamento.<br />

Cerca de 65% dos inquiridos consideram que para se “ser adulto” é na<strong>da</strong> ou pouco<br />

importante “estar casado” e não chega a metade <strong>da</strong> amostra os que acham importante ou<br />

muito importante “viver em conjugali<strong>da</strong>de” (45,4%).<br />

Considerando os <strong>da</strong>dos biográficos, entre os valores acumulados dos percursos <strong>da</strong>s<br />

duas gerações mais afasta<strong>da</strong>s (a de 1952-61 e a de 1972-81) a percentagem de indivíduos<br />

que viveram a primeira relação conjugal até aos 25 anos diminui cerca de 33%. Parte dos<br />

inquiridos <strong>da</strong> geração de 1962-71 e dos mais novos (geração de 1972-81) adiaram a<br />

entra<strong>da</strong> na conjugali<strong>da</strong>de para o percurso vivido entre os 25 e os 30 anos.<br />

Promovem-se, também, novos valores sobre a procriação e o lugar que a criança<br />

ocupa na família. Em relação à <strong>adultez</strong>, não chegam a metade do total <strong>da</strong> amostra os<br />

inquiridos que acham importante ou muito importante “ter filhos” para se “ser adulto”<br />

(48,9%). O nascimento do primeiro filho e a procriação deixam de ser considerados<br />

aspectos fun<strong>da</strong>mentais para a entra<strong>da</strong> na vi<strong>da</strong> adulta. Estes passam a ser entendidos como<br />

desafios adiados para as i<strong>da</strong>des dos 25 aos 30 anos ou mesmo para depois dos 30 anos.<br />

Entre a geração de 1952-61 e a geração de 1972-81 verifica-se que a percentagem<br />

dos inquiridos que tiveram o primeiro filho até aos 25 anos diminui na ordem dos 30%.<br />

O início <strong>da</strong> procriação tende a ser mais tardio diminuindo também a probabili<strong>da</strong>de de se<br />

ter um elevado número de filhos.<br />

A escolha do “momento certo” para ter filhos depende de estratégias individualmente<br />

conscientes relaciona<strong>da</strong>s, por exemplo, com o grau de envolvimento do casal e com as<br />

priori<strong>da</strong>des individuais. Por outro lado, o adulto remete a ideia de procriação para mais<br />

tarde devido a uma estratégia socialmente influencia<strong>da</strong>, ou seja, a desvalorização <strong>da</strong><br />

parentali<strong>da</strong>de para se “ser adulto” pode ser consequência <strong>da</strong>s pressões socioeconómicas a<br />

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