Sociologia da adultez livro.pdf - Memoriamedia

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50% 40% 30% 20% 10% 0% 46,8% 35,5% 15,8% O QUE É “SER ADULTO”? – PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS 38,2% 42,4% 38,9% 263 33,3% 22,6% 11,6% 8,5% 3,7% 2,8% Nenhum filho 1filho 2 filhos 3 ou mais filhos Figura 69. Número de filhos até aos 30 anos por gerações Geração 72-81 Geração 62-71 Geração 52-61 Comparando as gerações mais afastadas, por exemplo aos 30 anos, a percentagem dos inquiridos que têm dois filhos decresce 21,7%: 33,3% dos indivíduos da geração de 1952-61 já tinham dois filhos até essa idade, valor que desce para 11,6% entre a geração mais nova (vide figura 69). Existe uma associação estatisticamente significativa entre a geração a que se pertence e o número de filhos que se tem (χ 2 = 140,569, p-value=0,000 até aos 25 anos e χ 2 = 105,084, p- value=0,000 até aos 30 anos). Resumindo, o início da procriação tende a ser mais tardio diminuindo a probabilidade de se ter um elevado número de filhos e verificando-se, actualmente, uma maior incidência de famílias com a chamada estrutura triangular invertida de seis para um (quatro avós e dois pais para uma criança, estrutura na qual os progenitores estão em maioria). Conforme os principais indicadores conjunturais de fecundidade em Portugal (referidos no ponto 1.3.1.2 do capítulo 1) em 2007 o número médio de crianças nascidas por mulher em idade fértil (dos 15 aos 49 anos) regista o valor mais baixo de sempre – 1,33 – e a idade média das mulheres no nascimento do primeiro filho situa-se nos 28,2 anos (INE, 2008b, 2008c).
O QUE É “SER ADULTO”? – PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS O nascimento do primeiro filho e a procriação deixam de ser considerados aspectos fundamentais para o jovem adulto assumir a entrada na vida adulta estável. Deixam igualmente de apresentar-se como momentos de passagem biológica e socialmente pré- definidos para serem entendidos, segundo uma “nova ética de vida”, como desafios adiados para as idades dos 25 aos 30 anos ou mesmo para depois dos 30 anos. Nas idades avançadas, perante o fenómeno da fecundidade tardia e do aumento das famílias recompostas, a procriação, desvinculando-se dos eventos da transição para a vida adulta, pode mesmo assumir-se como prática de “rejuvenescimento” na adultez. 264
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