Sociologia da adultez livro.pdf - Memoriamedia

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O QUE É “SER ADULTO”? – PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS
O adulto liberta-se, aos poucos, da ideia de linearidade e de ter um único ciclo de vida
familiar. É importante, no entanto, sublinhar o facto de que, ao nível da conjugalidade, as
trajectórias ainda se mantêm predominantemente simples e únicas. Analisado o número
de experiências vividas ao nível do eixo público e privado da vida adulta e, tal como foi
referido anteriormente, independentemente do número de experiências profissionais e
residenciais a maioria dos inquiridos vive uma única relação conjugal.
Considerando todos os inquiridos que já viveram em conjugalidade constata-se, por
exemplo que, aos 35 anos, 84,8% dos indivíduos viveram uma única relação, apenas
13% experienciaram duas relações e 2,2% três ou mais relações (vide figura 65).
97,9%
92,2%
7,5%
87,0%
12,0%
Figura 65. Número de relações conjugais por etapas de vida (entre os que já viveram em
conjugalidade)
Conclui-se que «a relação conjugal continua a revelar todo o seu poder atractivo,
reparador, regenerador, e até transcendente como promessa» (Torres, 2000, p.155). A
mudança está no aumento da valorização do sentimento e da qualidade da relação para
que ela persista. Não se menospreza a conjugalidade, mas passa-se a rejeitar certos
valores tradicionais que não permitiam promover o bem-estar individual na relação
(Vasconcelos, 1998; Torres 2000; Singly 2001; Aboim & Wall, 2002).
259
84,2% 84,0% 84,6%
13,0% 12,6% 12,7% 13,7%
2,1%
0,0%
0,3%
1,0%
2,2% 3,2% 3,4%
1,7%
até aos 20 anos até aos 25 anos até aos 30 anos até aos 35 anos até aos 40 anos até aos 45 anos até aos 50 anos
84,8%
Uma única relação
2 relações
3 ou mais relações