Sociologia da adultez livro.pdf - Memoriamedia

O QUE É “SER ADULTO”? – PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS
optaram pelo casamento até aos 25 anos possuem maioritariamente o ensino básico e
estão empregados. A maior parte dos jovens adultos que iniciaram a conjugalidade entre
os 25 e os 30 anos através da união de facto têm predominantemente o ensino secundário
e superior e encontram-se na situação de activos (empregados ou desempregados).
A passagem de um modelo conjugal mais institucional para um modelo mais
relacional parece, assim, ser uma passagem geracional dos mais velhos para os mais
novos e do eixo socialmente mais desfavorecido para um eixo socialmente mais
favorecido, nomeadamente em termos de capital escolar (Vasconcelos, 1998).
Verifica-se, ainda, o predomínio do casamento entre indivíduos que estão
empregados, ou seja, o estatuto matrimonial depende de relativa autonomia profissional
e económica e, neste caso, o amor romântico pragmatiza-se na materialidade das
relações e dos seus contextos.
O casamento de um jovem adulto empregado com uma jovem adulta que nunca
trabalhou ou está desempregada é uma situação marginal. Devido à quase paridade entre
a taxa de actividade feminina e masculina, o casamento como estratégia feminina de
mobilidade social e emancipação familiar tem vindo a perder significado. Entre as jovens
adultas oriundas das classes médias desenvolvem-se estratégias de valorização pessoal e
profissional que implicam um diferimento do casamento em favor de modos de vida que
assegurem maior autonomia, especialmente nas estratégias profissionais.
255