Sociologia da adultez livro.pdf - Memoriamedia

O QUE É “SER ADULTO”? – PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS
vivido em residência própria, valor que desce para 64,8% entre os indivíduos da geração
de 1962-71 e para os 50,9% na geração de 1972-81. Comparando gerações, em cerca de
trinta anos, a percentagem dos indivíduos que vivem em residência própria até aos 25
anos diminui cerca de 30% (vide figura 51).
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
36,0%
29,2%
20,1%
50,9%
78,6%
64,8%
até aos 20 anos até aos 25 anos até aos 30 anos até aos 35 anos
246
90,4%
84,7%
71,3%
94,1%
90,7%
Geração 1972-81
Geração 1962-71
Geração 1952-61
Figura 51. Aquisição da primeira residência própria por gerações e etapas de vida (% acumulada)
Verifica-se, em alguns casos, um processo gradual na saída de casa da família de
origem, um processo em “vários episódios”: a uma primeira partida pode suceder um
retorno seguido de uma segunda partida. Na amostra analisada, 12,8% dos inquiridos
voltam a viver em casa da família de origem uma segunda vez, o que aconteceu,
principalmente, até aos 35 anos de idade. Os motivos da reversibilidade têm a ver com
dificuldades financeiras, rupturas conjugais, perda de emprego ou o fim dos estudos.
Foi possível verificar uma associação estatisticamente significativa entre a idade em
que se volta a viver em casa da família de origem e a geração a que se pertence (χ 2 =
12,800, p-value=0,012), o nível de escolaridade adquirido (χ 2 = 18,652, p-value=0,001), a situação
conjugal (χ 2 = 24,175, p-value=0,000) e actividade profissional (χ 2 = 23,022, p-value=0,003). Os
que voltaram a residir com a família de origem entre os 26 e 35 anos pertencem,
predominantemente, à geração mais nova, têm o 12º ano ou a escolaridade média e
superior, actualmente não vivem em conjugalidade e trabalham como administrativos e
em profissões pouco qualificadas na área de serviços e vendas. São jovens adultos que