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Sociologia da adultez livro.pdf - Memoriamedia

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O QUE É “SER ADULTO”? – PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS<br />

Os jovens diplomados do ensino superior encontram-se, em relação à geração mais<br />

velha com as mesmas habilitações escolares, mais susceptíveis a um primeiro emprego<br />

abaixo <strong>da</strong>s suas qualificações ou a empregos sem benefícios sociais ou garantias de<br />

continui<strong>da</strong>de.<br />

As primeiras experiências profissionais vivi<strong>da</strong>s pelos jovens adultos influenciam<br />

significativamente a elaboração dos projectos de vi<strong>da</strong> e vão imprimir uma marca<br />

profun<strong>da</strong> na identi<strong>da</strong>de profissional do adulto. Os primeiros contactos com o mercado de<br />

trabalho caracterizam-se, frequentemente, por processos de destabilização que implicam<br />

uma a<strong>da</strong>ptação progressiva dos jovens adultos à vi<strong>da</strong> activa. Quando a exclusão se torna<br />

a característica predominante dos primeiros contactos com o mercado de trabalho, as<br />

atitudes e aspirações face à vi<strong>da</strong> profissional ficam condiciona<strong>da</strong>s, a construção de uma<br />

identi<strong>da</strong>de profissional consistente fica debilita<strong>da</strong> e diminui a capaci<strong>da</strong>de de projecção<br />

do futuro. A acção pessoal fica exclusivamente centra<strong>da</strong> na necessi<strong>da</strong>de de ultrapassar a<br />

actual situação de precarie<strong>da</strong>de, o que influi na forma como se entende e vive a <strong>adultez</strong><br />

(Grâce & Joshi, 1986; Battagliola et al., 1995; Alves, 1998; Nimal et al., 2000).<br />

A indefinição relativamente à escolha de uma ocupação profissional, a dificul<strong>da</strong>de de<br />

se identificarem activi<strong>da</strong>des preferi<strong>da</strong>s, áreas onde se gostaria de trabalhar e<br />

competências adquiri<strong>da</strong>s parte muitas vezes <strong>da</strong> inexistência de uma identi<strong>da</strong>de<br />

profissional claramente defini<strong>da</strong> (Alves, 1998; Pinto, 1991).<br />

Em conclusão, os adultos, independentemente <strong>da</strong> condição social, olham com receio<br />

o fenómeno do desemprego e parece ser unânime a valorização do valor instrumental do<br />

trabalho, <strong>da</strong> procura <strong>da</strong> estabili<strong>da</strong>de e do fim <strong>da</strong> precarie<strong>da</strong>de. Existe uma reacção pouco<br />

crítica em relação aos factores intrínsecos do trabalho e tenta-se nivelar as expectativas<br />

pelas condições existentes. As preocupações têm um carácter pragmático: manter o<br />

emprego e ser recompensado materialmente por isso, aspecto essencial para se<br />

afirmarem como adultos.<br />

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