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Sociologia da adultez livro.pdf - Memoriamedia

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O QUE É “SER ADULTO”? – PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS<br />

Em segundo lugar, nos últimos trinta anos, a mobili<strong>da</strong>de profissional aumentou entre<br />

os estratos socioeconómicos baixo e médio sem que se registasse progressão nas<br />

carreiras. Predominantemente, nestes estratos, aqueles que pertencem à geração 1952-61<br />

experimentaram duas activi<strong>da</strong>des profissionais; os que pertencem às gerações 1962-71 e<br />

1972-81 experimentaram três ou mais activi<strong>da</strong>des. O aumento de mobili<strong>da</strong>de profissional<br />

não correspondeu a alterações significativas nas remunerações, nas funções<br />

desempenha<strong>da</strong>s e no estatuto socioprofissional dos inquiridos.<br />

Entre os grupos de i<strong>da</strong>des mais avança<strong>da</strong>s – 35-44 anos e 45-54 anos – que possuem<br />

um estatuto socioeconómico mais elevado, maiores recursos escolares e económicos, a<br />

progressão na carreira é uma reali<strong>da</strong>de. Essa progressão verifica-se, porém, no âmbito de<br />

uma única experiência profissional, facto que reforça a dissociação entre progressão<br />

profissional e mobili<strong>da</strong>de profissional.<br />

Entre os inquiridos do grupo com mais recursos, a precarie<strong>da</strong>de e respectiva<br />

mobili<strong>da</strong>de profissional começa, no entanto, a afectar os indivíduos mais novos (que<br />

vêem os seus títulos escolares desvalorizados). O vínculo contratual em que os jovens<br />

diplomados se encontram envolvidos revela instabili<strong>da</strong>de profissional, entre estes<br />

predomina o “recibo verde”, o contrato a prazo ou o estágio que por vezes não é<br />

remunerado.<br />

A indefinição <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de profissional e <strong>da</strong> <strong>adultez</strong><br />

Entre os indivíduos de diferentes gerações e com baixos recursos escolares regista-se<br />

uma mobili<strong>da</strong>de profissional descendente. Os jovens adultos não têm oportuni<strong>da</strong>de, ou<br />

rejeitam, exercer certas profissões de carácter manual liga<strong>da</strong>s à produção. São ca<strong>da</strong> vez<br />

menos os que optam ou têm hipótese de serem aprendizes de profissões semi-<br />

qualifica<strong>da</strong>s, diminuindo a oportuni<strong>da</strong>de de progressão para operário especializado como<br />

acontecia nas gerações anteriores. Estes jovens adultos preferem o sector dos serviços e<br />

do comércio e por isso “vagueiam” por diversos empregos como trabalhadores não<br />

qualificados em tarefas que não perspectivam qualquer tipo de especialização (Freire et<br />

al., 2000).<br />

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