Sociologia da adultez livro.pdf - Memoriamedia

O QUE É “SER ADULTO”? – PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS
3.4.1.2. O truncamento da informação “à direita” – as subamostras
Uma segunda consideração tem a ver com o facto da amostra estudada abranger
indivíduos dos 25 aos 54 anos, ou seja, indivíduos entre os quais existe uma substancial
diferença de idades. Nestas circunstâncias, a análise de trajectórias tem de contemplar
procedimentos que superem o truncamento da informação “à direita”, isto é, o facto de
não se poder comparar o percurso de vida e o número de experiências de quem tem 25
anos com a totalidade do percurso e o número de experiências de quem já tem 35, 45 ou
50 anos (Lelièvre, 1996,1998; Lelièvre & Vivier, 2001; Tichit & Lelièvre, 2006).
O estudo de trajectórias de uma amostra que contempla diferentes grupos de idades
implica a desmultiplicação da mesma em subamostras de indivíduos que tenham
completado na totalidade determinada etapa de vida. Assim, ao trabalhar idades entre os
25 e os 54 anos o único percurso comum, que é possível estudar para o total da amostra,
é o dos 10 aos 25 anos – uma vez que todos os inquiridos já viveram essa etapa da vida.
(Neste caso analisar-se-á, separadamente, o percurso dos 10 aos 20 anos e dos 20 aos 25
anos).
Estudar-se-á, ainda: (a) o percurso vivido até aos 30 anos para os inquiridos que têm
30 ou mais anos (idades entre os 30 e os 54 anos); (b) o percurso realizado até aos 35
anos para os que têm idades entre os 35 e 54 anos; (c) o percurso realizado até aos 40
anos para os que têm idades entre os 40 e 54 anos; (d) o percurso realizado até aos 45
anos para os que têm idades entre os 45 e 54 anos e (e) o percurso realizado até aos 50
anos para os que têm mais de 50 anos (vide quadro 26).
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