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Sociologia da adultez livro.pdf - Memoriamedia

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O QUE É “SER ADULTO”? – PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS<br />

A “Iniciativa Novas Oportuni<strong>da</strong>des” destina-se, assim, a um público-alvo de baixas<br />

qualificações, <strong>da</strong>í que o objectivo central seja o de elevar a qualificação mínima <strong>da</strong><br />

população para o nível do secundário. Esta iniciativa pode, deste modo, ser entendi<strong>da</strong><br />

como um instrumento para a qualificação, a implementação de justiça social e<br />

redistribuição no sistema de formação.<br />

As políticas de investimento na qualificação <strong>da</strong> população adulta portuguesa<br />

deparam-se, no entanto, com dificul<strong>da</strong>des diversas. Primeiro, o facto <strong>da</strong> generali<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

população menos qualifica<strong>da</strong> raramente participar em activi<strong>da</strong>des de aprendizagem<br />

formal e não-formal, caso não seja pressiona<strong>da</strong> por exigências externas ou estruturais,<br />

nomea<strong>da</strong>mente situações de crise socioeconómica.<br />

Segundo, as metodologias mais indica<strong>da</strong>s para os processos formativos de adultos<br />

estão pouco divulga<strong>da</strong>s junto <strong>da</strong> generali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> população e dos diversos agentes<br />

educativos. São metodologias que valorizam o conhecimento prático do formando e são,<br />

por isso, alvo de eleva<strong>da</strong> desconfiança entre os que defendem pe<strong>da</strong>gogias<br />

exclusivamente formais.<br />

Terceiro, as metodologias referi<strong>da</strong>s, para além dos referenciais que as regem e que<br />

permitem a equabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> qualificação atribuí<strong>da</strong>, são moldáveis a ca<strong>da</strong> indivíduo em<br />

processo 64 e têm de ser experiencia<strong>da</strong>s, “vivi<strong>da</strong>s” por equipas altamente qualifica<strong>da</strong>s e<br />

competentes que se “impliquem” na evolução de ca<strong>da</strong> indivíduo. O carácter flexível e<br />

ajustável do método repercute-se, assim, numa eleva<strong>da</strong> exigência em relação às<br />

capaci<strong>da</strong>des de ca<strong>da</strong> profissional – capaci<strong>da</strong>des para motivar, orientar e potenciar o<br />

conhecimento e reflexivi<strong>da</strong>de do adulto. Este facto implica uma selecção criteriosa dos<br />

elementos <strong>da</strong>s equipas, a qualificação dos mesmos ao mais alto nível e submeter os<br />

resultados dos Centros Novas Oportuni<strong>da</strong>des a sistemáticos processos de auto-avaliação<br />

e de avaliação externa.<br />

Quarto, o perigo de se subjugar os objectivos <strong>da</strong>s políticas de qualificação à<br />

necessi<strong>da</strong>de premente de responder a metas estatísticas, politicamente convenientes.<br />

64 Como é o caso do reconhecimento de competências através <strong>da</strong> construção de um Portefólio Reflexivo<br />

de Aprendizagem (PRA).<br />

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