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Sociologia da adultez livro.pdf - Memoriamedia

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O QUE É “SER ADULTO”? – PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS<br />

autónoma. Por este motivo, certos adultos têm submetido as competências adquiri<strong>da</strong>s<br />

por esta via a processos de vali<strong>da</strong>ção e certificação.<br />

Na <strong>adultez</strong>, o conceito de aprendizagem ao longo <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> é, assim, prevalente e<br />

contém nele próprio a defesa de novas metodologias, nomea<strong>da</strong>mente a aprendizagem<br />

basea<strong>da</strong> na resolução de problemas e alicerça<strong>da</strong> na prática (na história de vi<strong>da</strong> de ca<strong>da</strong><br />

um). Nestas circunstâncias, a valorização <strong>da</strong> experiência de quem aprende visa provocar<br />

a mu<strong>da</strong>nça, a reflexão e a consciência crítica nos adultos (Jarvis, 2001; Silva, 2003).<br />

Com os avanços <strong>da</strong> tecnologia e <strong>da</strong> ciência, admite-se, porém, que o conhecimento<br />

não é estático e as competências profissionais estão sujeitas a uma obsolescência ca<strong>da</strong><br />

vez mais rápi<strong>da</strong>. Considerando a deterioração a uma taxa de 7 a 10% ao ano, ao fim de<br />

cerca de 10 anos, caso não tenha feito a manutenção <strong>da</strong>s suas competências, o<br />

trabalhador terá perdido a sua qualificação (Seixas, 2007). Nestas circunstâncias, o facto<br />

de, em 2007, apenas 4,4% dos portugueses, com i<strong>da</strong>des entre os 25 e os 64 anos, terem<br />

participado em activi<strong>da</strong>des de educação e formação parece ser um <strong>da</strong>do preocupante<br />

(INE, 2008h). Por outro lado, a principal motivação <strong>da</strong> maioria dos adultos para<br />

investirem na aprendizagem é o aumento <strong>da</strong> empregabili<strong>da</strong>de. Mais uma vez, o valor<br />

instrumental do trabalho parece sobrepor-se aos valores expressivos referentes à<br />

realização pessoal mais alarga<strong>da</strong>. A importância crescente atribuí<strong>da</strong> à educação e<br />

formação reflecte particularmente a expectativa de se poderem actualizar e a<strong>da</strong>ptar as<br />

competências às mu<strong>da</strong>nças regista<strong>da</strong>s nos contextos de trabalho (Pissart et al., 1990;<br />

Silva, 2003).<br />

Vários são ain<strong>da</strong> os factores que inibem o optimismo face às potenciali<strong>da</strong>des do<br />

investimento na educação e formação: (a) a inadequação de certas ofertas formativas às<br />

necessi<strong>da</strong>des de mercado; (b) a desvalorização dos títulos escolares e (c) o número<br />

reduzido de empresas qualificantes (empresas que promovem a formação e a<br />

empregabili<strong>da</strong>de de indivíduos qualificados).<br />

A sobreposição do trabalho e formação, «aceitando-se que educação, formação e<br />

trabalho podem ser processos concomitantes no tempo e coexistentes no espaço»<br />

(Alves, 1998, p. 132), é ain<strong>da</strong> uma reali<strong>da</strong>de distante. Neste sentido, a presente pesquisa<br />

parte <strong>da</strong> hipótese de que, na <strong>adultez</strong>, existe a percepção <strong>da</strong> importância <strong>da</strong> aprendizagem<br />

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