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Sociologia da adultez livro.pdf - Memoriamedia

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O QUE É “SER ADULTO”? – PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS<br />

dimensões fun<strong>da</strong>mentais do mercado de trabalho: (a) as relações estabeleci<strong>da</strong>s em ca<strong>da</strong><br />

activi<strong>da</strong>de económica; (b) a duração e horário de trabalho e (c) a forma de integração no<br />

processo de trabalho (Martins, 1997; Freire et al., 2000; Rebelo, 2001).<br />

O modelo de flexibili<strong>da</strong>de laboral implica que os trabalhadores se tornem pró-<br />

activos e desenvolvam estratégias que garantam a sua própria empregabili<strong>da</strong>de, que<br />

sejam “agentes” de si mesmos e dos serviços que podem prestar 56 . Promove-se, deste<br />

modo, a automatização do trabalho fora <strong>da</strong>s relações tradicionais (empregado-<br />

empregador), fora de horários regulares e restringem-se as responsabili<strong>da</strong>des ao<br />

processo de produção ou prestação de determinado produto ou serviço.<br />

Em termos políticos, defende-se a flexibili<strong>da</strong>de como uma forma de partilha do<br />

trabalho e consequente combate ao desemprego, mas esta opção não é consensual<br />

(Freire et al., 2000; Rebelo, 2001). A flexibili<strong>da</strong>de para ser bem sucedi<strong>da</strong> tem de se<br />

desvincular de práticas de exploração dos mais carenciados ou <strong>da</strong> população activa mais<br />

descrimina<strong>da</strong> (os jovens e as mulheres). O modelo para ser justo, integrado e voluntário,<br />

não pode ser implantado como substituição <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong>de de pleno emprego ou por<br />

imposição <strong>da</strong>s empresas, tem de corresponder a um projecto pessoal e profissional,<br />

nomea<strong>da</strong>mente à vontade dos indivíduos conciliarem mais convenientemente os tempos<br />

de trabalho e a vi<strong>da</strong> familiar (Rebelo, 2001).<br />

Para defender estes pressupostos de regulamentação surgiu, em particular no cenário<br />

político, a proposta de flexissegurança 57 . O objectivo é promover a flexibili<strong>da</strong>de<br />

máxima <strong>da</strong>s empresas mas também a defesa dos direitos e a segurança dos indivíduos.<br />

A flexissegurança pressupõe que a flexibili<strong>da</strong>de na legislação laboral tenha como<br />

contraparti<strong>da</strong> mais protecção no desemprego e sistemas de educação e formação<br />

capazes de promover a formação ao longo <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> e a reconversão profissional.<br />

A dificul<strong>da</strong>de <strong>da</strong> implementação do modelo de flexissegurança está na frágil<br />

viabili<strong>da</strong>de de compatibilizar mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des de emprego que se caracterizam pela<br />

instabili<strong>da</strong>de, baixos rendimentos, baixa condições de segurança e baixas possibili<strong>da</strong>des<br />

56 Não confundir com a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de de trabalhador independente, pois parte dos indivíduos sujeitos à<br />

flexibili<strong>da</strong>de laboral são trabalhadores por conta de outrem.<br />

57 Também por vezes denomina<strong>da</strong> como flexigurança.<br />

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