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Sociologia da adultez livro.pdf - Memoriamedia

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O QUE É “SER ADULTO”? – PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS<br />

Segundo autores como Boutinet (2000) ou Pais (2001) existem conceitos que se<br />

desajustam <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de social dos actuais processos de transição, nomea<strong>da</strong>mente o de<br />

inserção. Na socie<strong>da</strong>de contemporânea, para além de ca<strong>da</strong> vez menos automática ou<br />

durável, a inserção profissional tende a ser substituí<strong>da</strong> por situações de inclusão –<br />

situações vulneráveis e flutuantes que se caracterizam pela falta de vínculo social e<br />

fraco envolvimento nas relações profissionais (sendo constante o risco de exclusão).<br />

O jogo de fluxos de entra<strong>da</strong> e saí<strong>da</strong> do mercado de trabalho e <strong>da</strong> ocupação de<br />

empregos de curta duração, enquanto estratégias utiliza<strong>da</strong>s perante a ameaça de<br />

desemprego, podem ain<strong>da</strong> converter-se numa forma de desemprego de circulação (o<br />

que não excluí a probabili<strong>da</strong>de dos indivíduos serem afectados pela exclusão duradoura<br />

de emprego). Os adultos são, neste contexto, confrontados com a necessi<strong>da</strong>de de<br />

reestruturarem os seus saberes e comportamentos face ao mercado de trabalho (Pais,<br />

1991b; Martins, 1997).<br />

2.3.2.1. A flexibili<strong>da</strong>de no mercado de trabalho<br />

Actualmente, o objectivo <strong>da</strong> maior parte dos países <strong>da</strong> Europa é o de criar um novo<br />

sistema de emprego integrado e flexível que visa substituir o modelo de produção<br />

fordista, em linha, por um modelo circular onde o sujeito passa a desempenhar de forma<br />

autónoma e articula<strong>da</strong> várias tarefas ou funções quer na fase <strong>da</strong> concepção, quer no<br />

controlo ou na execução de determinado produto. Este modelo <strong>da</strong> flexibili<strong>da</strong>de assenta<br />

em três premissas: (a) o trabalho e a mão-de-obra devem ser programados em função<br />

dos pontos altos ou irregulares <strong>da</strong> produção; (b) o ideal do pleno emprego é ca<strong>da</strong> vez<br />

mais improvável, tal como o contrato de duração indetermina<strong>da</strong> a tempo inteiro; (c) as<br />

relações salariais alteram-se, aumentam os honorários contratuais, o pagamento de<br />

serviços prestados e o pagamento à tarefa ou a uni<strong>da</strong>des produzi<strong>da</strong>s.<br />

É perante a perspectiva de flexibili<strong>da</strong>de que se difunde o trabalho atípico – o<br />

trabalho independente, temporário, a tempo parcial, por turnos, em jorna<strong>da</strong> contínua, ao<br />

domicílio, o teletrabalho e o trabalho a dias. Como consequência, alteram-se três<br />

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