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Sociologia da adultez livro.pdf - Memoriamedia

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O QUE É “SER ADULTO”? – PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS<br />

“É ca<strong>da</strong> vez mais notória, nos modernos estados democráticos, a tendência para admitir<br />

que, nos comportamentos pessoais, individuais e familiares, se adoptem diversos modelos, de<br />

acordo com as convicções e crenças de ca<strong>da</strong> um. Por isso parecem ser de recusar políticas que,<br />

nesses domínios, imponham padrões determinados” (Barreto, 2004, p.4).<br />

Aboim e Wall (2002) referem que não existem modelos dominantes nas formas de<br />

interagir na vi<strong>da</strong> conjugal, mas consideram que se torna evidente o decréscimo, em<br />

todos os meios sociais, do tipo de interacção paralelo familiar (forte divisão dos papeis<br />

do género, ténue fusão familiar e média abertura ao exterior). Assinalam, ain<strong>da</strong>, que a<br />

mu<strong>da</strong>nça no grupo dos indivíduos com mais capitais escolares e profissionais<br />

manifestou-se pelo acréscimo de formas de interacção associativa – intenções explícitas<br />

de autonomia, papéis de género pouco diferenciados e forte abertura ao exterior. Entre o<br />

grupo de camponeses e operários deu-se a sobrerrepresentação de dinâmicas de tipo<br />

fusional – forte fusão familiar, divisão de papéis mais ou menos igualitária e a<br />

integração externa permeável a diversas saí<strong>da</strong>s e convívios.<br />

O indivíduo parece libertar-se <strong>da</strong> ideia de lineari<strong>da</strong>de e de ter um único ciclo de vi<strong>da</strong><br />

familiar, “à margem do casamento ou depois do divórcio [abre-se] a porta à<br />

diversificação de experiências familiares para além do até que a morte nos separe”.<br />

(Costa, 2004, p.15). Na vi<strong>da</strong> adulta o tempo familiar passa a ser um “tempo de<br />

experiências vivi<strong>da</strong>s, caracterizado pela multiplici<strong>da</strong>de e diversi<strong>da</strong>de de experiências<br />

familiares empreendi<strong>da</strong>s na maturi<strong>da</strong>de que passam não apenas pelas novas famílias do<br />

ponto de vista relacional, como também, do ponto de vista temporal, pelas famílias<br />

novas” (p.15).<br />

A diversi<strong>da</strong>de de modelos familiares, sem colocar em causa a existência <strong>da</strong> família<br />

nuclear, anuncia novas possibili<strong>da</strong>des, novas “primeiras vezes”. A plurali<strong>da</strong>de de<br />

práticas e modelos matrimoniais destituem a representação do adulto como sujeito<br />

instalado na estabili<strong>da</strong>de de um único ciclo familiar.<br />

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