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Sociologia da adultez livro.pdf - Memoriamedia

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O QUE É “SER ADULTO”? – PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS<br />

A exemplo <strong>da</strong> corrente que entende o adulto como problema Boutinet refere a obra<br />

de Ehrenberg (1995). Nesta, evidencia-se o facto do adulto interrogar-se constantemente<br />

sobre o lugar que ocupa e quais os papéis e tarefas que desempenha. Ehrenberg afirma<br />

que nos encontramos na i<strong>da</strong>de do “indivíduo inseguro” pois, como foi referido<br />

anteriormente, mesmo quando não se está socialmente excluído a possibili<strong>da</strong>de e a<br />

ameaça de tal exclusão acontecer está sempre presente.<br />

Em resumo, é possível enumerar três modelos que estão na base <strong>da</strong> definição do<br />

conceito de adulto: (a) um modelo tradicional do adulto padrão – estático, estável, que<br />

caminha para uma maturi<strong>da</strong>de que se entende como definitiva; (b) o adulto em<br />

perspectiva, do perene desenvolvimento vocacional e (c) o adulto como problema, do<br />

caos vocacional 48 (vide quadro 5). Estes dois últimos modelos têm, nos últimos trinta<br />

anos, caracterizado as direcções para onde se encaminha o adulto inacabado (Boutinet,<br />

2000).<br />

Quadro 5. Modelos emergentes <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> adulta desde 1945<br />

Período<br />

Respeitante<br />

130<br />

Traço Dominante Paradigma Fun<strong>da</strong>dor<br />

Adulto padrão 1945-1960 Maturi<strong>da</strong>de vocacional Referência<br />

Adulto em perspectiva 1960-1975 Desenvolvimento vocacional Estado inacabado<br />

Adulto como problema 1980-1995 Desordem vocacional Instabili<strong>da</strong>de<br />

Fonte: in Boutinet 2000, p. 17<br />

48 Por caos vocacional entende-se a extrema sensibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s trajectórias existenciais às rupturas e<br />

desestabilizações, à incapaci<strong>da</strong>de de prever ou projectar o futuro, assim como à dificul<strong>da</strong>de em gerir<br />

situações de crise. Embora os acontecimentos destabilizadores nem sempre promovam situações<br />

perigosas ou aleatórias (o confronto com situações-limite podem deixar antever uma nova estruturação e<br />

novas oportuni<strong>da</strong>des), usualmente a impressão é de que a situação é caótica (Boutinet 2000).

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