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Sociologia da adultez livro.pdf - Memoriamedia

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O QUE É “SER ADULTO”? – PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS<br />

desenvolvimento (Chardin, 1959; Rogers, 1961; Lapassade, 1963). O adulto «é<br />

entendido doravante (…) [em] maturi<strong>da</strong>de vocacional nunca atingi<strong>da</strong>, mas em contínua<br />

conquista» (Boutinet, 2000, p. 17).<br />

Perante a nova definição de adulto inacabado é possível identificar duas posições<br />

distintas, se por um lado se reconhece o adulto em processo de construção, por outro<br />

questiona-se o sentido desse mesmo processo. Até meados dos anos 70, vários trabalhos<br />

defendem, essencialmente, a perspectiva do optimismo construtivista (uma corrente<br />

assente na perspectiva humanista evolucionista) que fun<strong>da</strong>mentava a existência de uma<br />

orientação positiva para todos os homens (Rogers, 1961). O “estado inacabado do<br />

homem” era visto como a possibili<strong>da</strong>de de progredir e de conservar as suas formas<br />

juvenis. Neste caso, a angústia dos indivíduos face às características <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de<br />

moderna e industrial é considera<strong>da</strong> «como remanescente (…), portadora (…) de<br />

esperanças e optimismo» (Boutinet, 2000, p.15) 47 .<br />

A partir dos anos 90, com o predomino <strong>da</strong> incerteza e do risco, o processo de<br />

construção ao qual o adulto está sujeito passa a ser questionado segundo uma visão<br />

pessimista. A angústia deixa de ser considera<strong>da</strong> como remanescente para colocar o<br />

adulto perante uma situação por vezes desesperante. O adulto deixa de ser entendido<br />

como perspectiva para ser encarado enquanto problema (Ehrenberg, 1991,1995; Boulte,<br />

1995; Boutinet, 2000; Giddens 2000a) (vide figura 6).<br />

Adulto Padrão<br />

Adulto<br />

perspectiva<br />

Figura 6. Modelos coexistentes <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> adulta durante os últimos 30 anos.<br />

47 Nos anos 60 e 70 o recurso à mu<strong>da</strong>nça pode ser proclamado como um “optimismo ingénuo” que<br />

originou alguns efeitos perversos, nomea<strong>da</strong>mente o modo que se apeli<strong>da</strong>va de “resistência” ao “medo de<br />

mu<strong>da</strong>r” e o modo obsessivo com que se defendia a dinâmica dos percursos e dos acontecimentos<br />

(Boutinet, 2000).<br />

129<br />

Adulto inacabado<br />

Adulto<br />

problema

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